Amai-vos e Instruí-vos

Perguntas e Respostas 

1) O que se entende por amor?

Palavra polissêmica que nos leva a diversos significados. Entre eles, encontramos a seguinte definição: é uma força tendente a aproximar e a unir, numa relação particular, dois ou mais seres.

2) Quais são os tipos de amor?

Grosso modo, podemos dizer que há três tipos de amor: amor egoísta (posse do bem amado), amor racional (amor pelo uso da razão) e amor doação ou incondicional (aquele ensinado por Jesus, no sentido de dar sem querer nada em troca).

3) Qual o significado de instrução?

Ação de transmitir conhecimento ou ensinar alguma habilidade. Conjunto dos conhecimentos que se adquirem. Esclarecimento de como agir ou fazer a quem está incumbido de realizar um trabalho ou missão.

4) Quais são os tipos de instrução?

Poder-se-ia arrolar três tipos de instrução: a instrução “bancária”, em que o aluno é um ser passivo que só recebe informações, a instrução “problematizadora”, em que o instrutor cria condições para o aluno pensar também e a instrução evangélica, baseada na pedagogia do Cristo, aquela exemplificada na candeia e o alqueire.

5) Onde está posta a frase: “Amai-vos e instrui-vos”?

Essa frase encontra-se no capítulo VI (“O Cristo Consolador”) de O Evangelho Segundo o Espiritismo e, mais especificamente, nas instruções dos Espíritos, com o subtítulo “Advento do Espírito de Verdade”. No quinto parágrafo dessas instruções, há os seguintes dizeres: “Espíritas! amai-vos, eis o primeiro ensinamento;instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana, e eis que, além do túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: Irmãos! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade" (O Espírito de Verdade, Paris, 1860).

6) O que se deve fazer antes de começar a instruir?

Definir os objetivos. O objetivo da instrução é divulgar os princípios doutrinários do Espiritismo, para que mais pessoas possam entrar em contato com esses ensinamentos de libertação de consciência.

7) Em que deve assentar a instrução espírita?

A instrução espírita deve assentar-se, principalmente, nas obras básicas do Espiritismo, ou seja: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

8) Qual a razão de se ter cuidado com as obras básicas?

Sem o pleno conhecimento desse conteúdo doutrinal, todo o nosso esforço de divulgação do Espiritismo cai por terra, pois estaremos nos assemelhando aos falsos profetas da erraticidade, mais preocupados com a forma do que com a essência dos ensinamentos de Cristo.

9) Em que se resume a doutrina de Cristo?

O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus. "No início o homem não tem senão instintos; mais elevado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas". (Kardec, 1984, p. 146)

10) Como deve agir o verdadeiro discípulo do Evangelho?

Deve instruir amorosamente os seus adeptos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas.

Mais questões:

Qual a relação entre amor e instrução?

Em se tratando do ensino espírita, o que vem em primeiro lugar: amor ou instrução?

Como Jesus instruía os seus discípulos?

Como anda a instrução espírita?

Colocamos em prática o que pregamos em público?

(Reunião de 01/09/2012)

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/amai-vos-e-instru%C3%AD-vos?authuser=0)


Texto Curto no Blog

Amai-vos e Instruí-vos.

Nas palestras espíritas, ouvimos frequentemente a frase: “amai-vos e instruí-vos”. Quem a proferiu? Onde está situada? Qual o seu alcance? Essa frase encontra-se no capítulo VI (“O Cristo Consolador”) de O Evangelho Segundo o Espiritismo e, mais especificamente, nas instruções dos Espíritos, com o subtítulo “Advento do Espírito de Verdade”.

No quinto parágrafo dessas instruções, há os seguintes dizeres: “Espíritas! amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana, e eis que, além do túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: Irmãos! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade" (O Espírito de Verdade, Paris, 1860).

Em se tratando do amor, conceito polissêmico, podemos vê-lo sob o ponto de vista do amor egoísta (tudo nos pertence), do amor racional (em que a razão tem grande predominância) e  do amor doação ou incondicional (aquele ensinado por Jesus). Cabe-nos, ao longo de nossa trajetória de progresso, passarmos do amor egoísta ao amor incondicional, em que daremos tudo sem pedir nada em troca.

Instruir é fornecer ou adquirir conhecimentos. É educar ou treinar alguém numa dada atividade. A instrução pode ser do tipo “bancária”, em que o professor dá importância ao “conteúdo da matéria” e instrução “problematizadora”, em que o professor procura formar cabeças pensantes. Há, também, a instrução evangélica, aquela baseada na pedagogia de Jesus, consubstanciada no ensinamento contido no relato da candeia e do alqueire.

Antes de empreender, necessário se faz definir o objetivo. O objetivo da instrução espírita é divulgar os princípios doutrinários do Espiritismo, para que mais pessoas possam entrar em contato com esses ensinamentos de libertação de consciência. Para tanto, o divulgador deve se debruçar sobre as obras básicas e complementares da Doutrina Espírita. Sem isso, assemelha-se ao falso profeta que Jesus denunciava em seu Evangelho. 

Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, ensina-nos que o amor resume inteiramente a doutrina de Jesus. Diz-nos que "no início o homem não tem senão instintos; mais elevado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas". (Kardec, 1984, p. 146)

O verdadeiro discípulo do Evangelho deve instruir amorosamente os seus adeptos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2012/08/amai-vos-e-instrui-vos.html)


Em Forma de Palestra

Amai-vos e Instruí-vos

1. Introdução

O objetivo deste estudo é refletir sobre frase “amai-vos e instrui-vos”, no sentido de entender porque ela é constantemente repetida no meio espírita. Para tanto, discutiremos sobre o amor, a instrução e a relação entre esses dois termos. 

2, Conceito 

Amor. Palavra polissêmica que nos leva a diversos significados. Entre eles, encontramos a seguinte definição: é uma força tendente a aproximar e a unir, numa relação particular, dois ou mais seres.  

Instrução. Ação de transmitir conhecimento ou ensinar alguma habilidade. Conjunto dos conhecimentos que se adquirem. Esclarecimento de como agir ou fazer a quem está incumbido de realizar um trabalho ou missão.  

3. Considerações Iniciais 

Nas palestras espíritas, ouvimos frequentemente a frase: “amai-vos e instruí-vos”. Quem a proferiu? Onde está situada? Qual o seu alcance?  

Essa frase encontra-se no capítulo VI (“O Cristo Consolador”) de O Evangelho Segundo o Espiritismo e, mais especificamente, nas instruções dos Espíritos, com o subtítulo “Advento do Espírito de Verdade”. 

Nessa mensagem, o Espírito verdade tem a incumbência de dissipar as trevas da ignorância, afirmando que o Espiritismo veio nos lembrar, que acima de todas as vicissitudes humanas, reina a verdade imutável: “O Deus bom e grande que faz germinar as plantas e eleva as ondas”.  

No quinto parágrafo dessas instruções, há os seguintes dizeres: “Espíritas! amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana, e eis que, além do túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: Irmãos! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade" (O Espírito de Verdade, Paris, 1860). 

4. Tipos de Amor 

4.1. Amor Egoísta  

Há um amor de posse, disseminado na sociedade, que se traduz pela violência nos dias atuais. Os meios de comunicação social – mas media – veiculam o apelo ao sexo em seus vários matizes, desde a propaganda de produtos até a venda do próprio sexo. Há perguntas que não tem respostas: Por que uma criança de seis anos mata? Em se tratando do amor conjugal, o egoísmo tem seu próprio império: cada cônjuge parece possuir o parceiro.  

4.2. Amor Racional 

Sócrates, com a sua maiêutica, foi o primeiro ser humano a nos dar uma imagem desse tipo de amor. Por desobedecer aos deuses gregos e querer abrir a mente dos jovens, foi obrigado a beber cicuta. Mesmo assim, não arredou pé de suas convicções na busca do bem comum. Valia-se da persuasão e da razão para conseguir alguma coisa. Ghandi, na mesma linha de raciocínio, afrontou o poderio britânico sem usar nenhuma arma. Martir Luter King, outro herói do apelo à não-violência, seguindo os ditames da razão, queria conseguir as coisas com as suas ideias de justiça e de liberdade, em que todos deveriam ser beneficiados com a política do estado e não o estado espoliar as pessoas mais pobres. 

4.3. Amor Doação ou Incondicional 

A base do amor doação encontra-se em Jesus Cristo, que veio da esfera crística para nos dar o exemplo de como amar corretamente. Obedeceu a Deus, a José (seu pai terrestre) e deixou-se batizar por João Batista. Santo Agostinho também deu seu contributo para a compreensão do amor incondicional: "Ama, e faze o que queres". Se calas, cala por amor; se falas, fala por amor; se corriges, corrige por amor; se perdoas, perdoa por amor. O amor deve estar no centro de todas as nossas ações. O que isso quer dizer? Que quando nos relacionarmos com o nosso próximo, devemos fazê-lo dentro de um clima de respeito e de auxílio mútuo, cooperando com tudo o que nos rodeia. (Reale, 1999, p. 122.) 

5. Tipos de Instrução 

5.1. Instrução "Bancária" 

Baseada na transmissão do conhecimento e da experiência do professor. Dá-se importância ao “conteúdo da matéria”. O objetivo é produzir um aumento de conhecimento nos alunos. O aluno é passivo, grande tomador de notas, exímio memorizador. Prefere manejar conceitos abstratos a resolver de forma original e criadora problemas concretos da realidade em que vive. 

5.2. Instrução “Problematizadora” 

Uma pessoa só conhece bem algo, quando o transforma, transformando-se ela também no processo. Baseia na participação ativa e no diálogo constante entre alunos e professores. A aprendizagem é concebida como a resposta natural do aluno ao desafio de uma situação-problema. 

5.3. Instrução Evangélica 

É a instrução, baseada na pedagogia de Jesus, em que predomina a relação mútua entre o instrutor e o aprendiz. O instrutor não se coloca como o sabe-tudo, porque sabe que o Espírito, criado simples e ignorante, não tem idade. A idade física é apenas um momento particular em seu longo caminho evolutivo.  

6. O Amor e a Instrução  

6.1. Instrução: Objetivo e Preparação 

Antes de empreender, necessário se faz definir o objetivo. O objetivo da instrução é divulgar os princípios doutrinários do Espiritismo, para que mais pessoas possam entrar em contato com esses ensinamentos de libertação de consciência. Sem isso, podemos simplesmente divulgar histórias e opiniões pessoais, sem a formação real de adeptos conscientes, aptos a caminharem com Jesus, apesar das dificuldades e ciladas postas em seus caminhos.  

6.2. A Instrução Espírita Deve Assentar-se nas Obras Básicas  

Para que possamos instruir com perfeição, devemos nos debruçar sobre as obras básicas do Espiritismo, que estão consubstanciadas em: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. Sem o pleno conhecimento desse conteúdo doutrinal, todo o nosso esforço de divulgação do Espiritismo cai por terra, pois estaremos nos assemelhando aos falsos profetas, mais preocupados com a forma do que com a essência dos ensinamentos de Cristo.  

6.3. Amor: Resumo da Doutrina de Jesus 

Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, ensina-nos que o amor resume inteiramente a doutrina de Jesus. Diz-nos que "no início o homem não tem senão instintos; mais elevado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas". (Kardec, 1984, p. 146) 

7. Conclusão 

O verdadeiro discípulo do Evangelho deve instruir amorosamente os seus adeptos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas. Essas instruções permitem-nos aceitar de forma resignada as circunstâncias adversas, entendendo-as como necessárias ao nosso progresso moral e espiritual.  

8. Bibliografia Consultada  

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

REALE, Giovanni. O Saber dos Antigos: Terapia para os Dias Atuais. Tradução de Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola, 1999.

São Paulo, julho de 2012.



Notas do Blog

Caridade Material e Caridade Moral

Meus amigos, a cada regimento novo o general fornece uma bandeira; eu vos dou esta máxima do Cristo: “Amai-vos uns aos outros.” Praticai essa máxima; reuni-vos todos ao redor desse estandarte, e dele recebereis a felicidade e a consolação. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2016/04/caridade-material-e-caridade-moral.html)

Missão dos Espíritos

Na pergunta 573, de O Livro dos Espíritos, os instrutores espirituais dizem que a missão dos Espíritos encarnados consiste em: “Instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as instituições, por meios diretos e materiais. As missões, porém, são mais ou menos gerais e importantes. O que cultiva a terra desempenha tão nobre missão, como o que governa, ou o que instrui. Tudo em a Natureza se encadeia. Ao mesmo tempo em que o Espírito se depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a execução dos desígnios da Providência. Cada um tem neste mundo a sua missão, porque todos podem ter alguma utilidade”. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/07/missao-dos-espiritos.html)

Espiritismo: Ideia Nova

Ao comentar a frase "Eu não vim destruir a lei e os profetas, mas cumpri-la. Amai-vos de todo vosso coração, de toda vossa alma, de todo vosso pensamento, e vosso próximo como a vós mesmos", diz que a missão do Cristo entre os homens foi uma missão de caridade e de espiritualidade; sua doutrina, parecia, pois, que estava em oposição com a dos Judeus, cujo princípio era: "a observação estrita da letra," princípio que engendrava o egoísmo... (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/02/espiritismo-ideia-nova.html)

Conhecimento e Compreensão

Para ouvir bem necessário se faz educar a atenção. Não é forçando-a que conseguiremos nos concentrar numa determinada matéria. Nós só podemos fazê-lo através do interesse. O interesse, pelo seu lado, pode gerar o medo ou o amor. O medo faz-nos buscar uma técnica para evitá-lo. O amor é a pedra de toque, a chama de nossa liberdade. É por ele que a humanidade fará a sua ascensão espiritual, pois Jesus nos deixou a rota do amor, quando disse: "amai-vos uns aos outros como eu vos amei". (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2008/06/conhecimento-e-compreenso.html)


Sites e Blogs

Espíritas, Amai-vos e Instruí-vos

Podemos colocar a nossa Doutrina na sagrada bitola destas duas dinâmicas: Amor e Instrução.

Sabemos que o amor é a máxima expressão da vida. E sabemos, também, que o amor é a força de Deus que equilibra o Universo e os seres. O amor é fruto da nossa conquista espiritual. O Espírito evolui, hoje, em nossos dias, ninguém mais contesta a lei da evolução. Nos primeiros degraus da nossa longa jornada, o amor manifesta-se bruxuleante, como um pequenino ponto de luz. Depois, essa luz vai aumentando e quanto mais crescemos moralmente. O amor resplandece inundando a nossa Alma. O melhor conceito do amor, nos o encontramos, cristalino, nas palavras de Emmanuel: 

“O Amor é o laço de luz eterna que une todos os mundos e todos os Seres da imensidade; sem ele, a própria criação infinita não tem razão de ser, porque Deus é a sua expressão suprema”.

Sim, meus amigos. Amor e Instrução, duas asas magníficas que nos ajudarão a nos elevarmos dos pântanos poluídos, deste plano de provas, para alcançarmos esferas mais diáfanas.

Instrução é o ato ou o efeito de instruir. E instruir é adquirir conhecimento. E só adquirimos conhecimentos através de nossos estudos e, acima de tudo, através das boas leituras dos bons livros.

Meus amigos, estudo é a fonte perene da nossa emancipação moral e espiritual. Pelo estudo, abrimos os nossos olhos e aprendemos a separar o joio do trigo. A boa leitura liberta-nos das preocupações vulgares e nos faz esquecer das atribulações da vida. O bom livro, sem dúvida, é o nosso melhor amigo que nos dá bons augúrios, bem como, nos coloca em sintonia com os grandes vultos do passado. Sim, meus amigos, o bom livro é como uma voz que nos fala através dos tempos e nos relata os trabalhos, as lutas, as descobertas daqueles que nos precederam no caminho da vida e que, em nosso proveito, aplainaram as nossas dificuldades. (https://espirito.org.br/artigos/espiritas-amai-vos-e-instrui-vos-3/)

Instruí-vos

A instrução é clara: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo” (O Evangelho segundo o Espiritismo - 6, 5). Todavia, sua operacionalização não é de fácil execução. Primeiramente, como é difícil aprender a amar de verdade! Vestido num escafandro pesado e desajeitado de carne, é preciso aprender a se amar para aprender a imolar-se e a ter as rédeas do destino. Ora, medidas paradoxais para enfrentar as doces ilusões da vida. É o libertar-se de maya (ilusão). Já diziam os hindus que o corpo é uma carruagem que, se o piloteiro não for habilidoso, os cavalos dos sentidos físicos é que irão decidir para onde ir.  

Ainda sobre o amor, vale a pena lembrar que, na Bíblia, há três palavras utilizadas para designar amor: eros (amor libidinoso), philia (amor de amizade) e agape (amor de afeição). Eros é o amor apaixonado na sua forma sexual. É a busca do prazer, da satisfação do apetite sexual e da valorização do hedonismo do corpo. Certamente a Bíblia não faz apologia a isso. Todavia, não se pode desprezar, nem subestimar eros devido a sua força, a ponto de Freud qualificá-lo como um dos dois instintos principais que determinam o comportamento do Homem. O outro instinto é o da morte.  

Por sua vez, philia é o amor brindado no Evangelho de João: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei! Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (15, 12-15). 

É importante lembrar que dos vários Espíritos citados nos Prolegômenos de O Livro dos Espíritos, São João Evangelista é o primeiro a encabeçar a lista. O segundo é Santo Agostinho que também tem uma relação toda especial com o amor. O amor como necessidade, como problema existencial, pois é o que dá plenitude. Se da transição das vidas inferiores para as superiores precisamos desaprender até então a estratégia dominante, o egoísmo, precisamos agora aprender a amar. É preciso esvaziar o nosso jarro cheio de egoísmo e preencher com amor, transmutando o vaso de barro em taça límpida de cristal. Todavia, é difícil esquecer aquilo que se sabe fazer bem e que foi vitorioso até então. O passado é o tempo do egoísmo. O presente e o futuro, o do amor. O amor como amizade é precioso néctar que exige abnegação, paciência e dedicação, sendo a amizade patrimônio eterno que guardam os corações amigos.(http://www.oconsolador.com.br/ano4/184/paulo_hayashi.html)


Pensamentos

"A distância é o fascínio do amor." (C. Álvaro)

"O amor verdadeiro, como se sabe, é impiedoso." (Honoré de Balzac)

"Em toda separação existe uma imagem da morte." (G. Eliot)

"Alegria de amor dura apenas um instante. Sofrimento de amor dura toda a vida." (J. P. de Florian)

"Sem amor por si mesmo, o amor pelos outros também não é possível. O ódio por si mesmo é exatamente idêntico ao flagrante egoísmo e, ao final, conduz ao mesmo isolamento cruel e ao mesmo desespero." (H. Hesse)

"De um homem que não ama mais, uma mulher esquece até mesmo os favores que ele lhe fez." (J. de La Bruyère)

"Todas as paixões nos fazem cometer erros, mas os mais ridículos nos faz cometer o amor." (F. La Rochefoucauld)

"As aventuras amorosas começam no champanhe e terminam na camomila." (V. Larbaud)

"Movem-se os amantes em direção ao simulacro das coisas amadas, para falar com as criaturas imitadas." (Leonardo da Vinci)

"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal." (F. W. Nietzsche)

"O amor cede diante dos negócios. Se queres sair / do amor, entra nos negócios: estarás seguro." (Ovídio)

"Dificilmente a divindade concede amor e sabedoria." [Amare et sapere vix Deo conceditur] (Públio Siro)

"É tolo quem quer se opor ao amor, como se pudesse lutar com ele." (Sófocles)


Mensagem Espirita

Amai-vos

“Não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade.” - João. (I João, 3:18.)

Por norma de fraternidade pura e sincera, recomenda a Palavra Divina: “Amai-vos uns aos outros.”

Não determina seleções.

Não exalta conveniências.

Não impõe condicionais.

Não desfavorece os infelizes.

Não menoscaba os fracos.

Não faz privilégios.

Não pede o afastamento dos maus.

Não desconsidera os filhos do lar alheio.

Não destaca a parentela consanguínea.

Não menospreza os adversários.

E o apóstolo acrescenta: “Não amemos de palavra, mas através das obras, com todo o fervor do coração.”

O Universo é o nosso domicílio.

A Humanidade é a nossa família.

Aproximemo-nos dos piores, para ajudar.

Aproximemo-nos dos melhores, para aprender.

Amarmo-nos, servindo uns aos outros, não de boca, mas de coração, constitui para nós todos o glorioso caminho de ascensão. (XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 130)

Na Presença do amor

“Aquele que ama a seu irmão está na luz e nele não há escândalo.” João. (1ª Epístola de João, 2:10.)

Quem ama o próximo sabe, acima de tudo, compreender. E quem compreende sabe livrar os olhos e os ouvidos do venenoso visco do escândalo, a fim de ajudar, ao invés de acusar ou desservir.

É necessário trazer o coração sob a luz da verdadeira fraternidade, para reconhecer que somos irmãos uns dos outros, filhos de um só Pai.

Enquanto nos demoramos na escura fase do apego exclusivo a nós mesmos, encarceramo-nos no egoísmo e exigimos que os outros nos amem. Nesse passo infeliz, não sabemos querer senão a nós próprios, tomando os semelhantes por instrumentos de nossa satisfação.

Mas se realmente amamos o companheiro de caminho, a paisagem de vida se modifica, de vez que a claridade do amor nos banhará a visão.

Ama, pois, e assim como a lama jamais ofende a luz, a ofensa não mais te alcançará.

Saberás que a miséria é fruto da ignorância e auxiliarás a vítima do mal, nela encontrando o próprio irmão necessitado de apoio e entendimento.

Aprenderás a ouvir sem revolta, ainda mesmo que o crime te procure os ouvidos, e cultivarás a ajuda ao adversário, ainda mesmo quando te vejas dilacerado, porque o perdão com esquecimento absoluto dos golpes recebidos surgirá espontâneo em teu espírito, assim como a tolerância aparece natural na fonte que acolhe no próprio seio as pedras que lhe atiram.

Ama e compreenderás.

Compreende e servirás sempre mais cada dia, porque então permanecerás sob a glória da luz, inacessível a qualquer incursão das trevas. (XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 159)