Meditação
Atenção, concentração, reflexão e meditação são alguns dos estados da mente que caracterizam a boa relação entre o "observador" e a "coisa observada". Na atenção devemos estar passivos; na concentração e reflexão, ativos. A meditação, por sua vez, é um estado de alma de completo percebimento de nós mesmos. Ultrapassa a reflexão, pois enquanto aquela é uma volta sobre si mesmo, esta vai em busca dos aspectos mais gerais do ser.
Na vida, estamos sempre à procura de alguém que nos ensine como fazer. A meditação é um estado de percebimento interior que não comporta técnica. À medida que usamos este ou aquele método, mecanizamos nossa mente e nos tornamos incapazes de descobrir a verdade. Nesse sentido, devemos ter cuidado de não transformarmos nossas confusões, num método. Pois, uma vez estabelecida a teoria, o conhecimento que se exercita, tem o caráter "verdadeiro", porém, em realidade, "falso".
A meditação é um esvaziamento de nossa mente. Estamos constantemente remoendo o passado, ou, temendo o futuro. Presos às superstições, dogmas e rituais, temos dificuldade de conceber o novo, ou seja, somos facilmente sugestionados pelo que ouvimos, lemos ou experimentamos. Libertar a mente de todos esses condicionamentos é ponto central da meditação autêntica. Para tanto, não devemos impor um método específico, porque entravaríamos a livre busca da verdade. O ideal é estarmos "cônscios".
Ideias movem o mundo. Nossos atos, por mais simples que sejam, são reflexos do estoque de conhecimento adquirido. Nossa tarefa consiste na elevação dos sentimentos, a fim de melhor captar as boas idéias disseminadas no espaço. A colocação correta do problema traz implícito a solução correta. O empenho, tornando-se hábito, gera um fluxo energético positivo, que nos encaminha adequadamente para o cumprimento de nossos deveres.
A base concreta da meditação está na plenitude do ser, isto é, na totalidade de nossa existência. Para tanto, há que se operar uma revolução radical em nós mesmos. De nada adianta querermos transformar a sociedade, se intimamente estamos desequilibrados. Se o "nós" é uma soma dos "eus", convém melhorarmos os "eus" para termos o "nós" mais perfeito. Por isso, a conscientização de nossa limitação e potencialidade ajuda-nos a tomar decisões mais racionais no seio da sociedade.
Meditação é, essencialmente, aprofundamento. Tenhamos a disposição de investigar com interesse e entusiasmo, a fim de penetrarmos no âmago do conhecimento verdadeiro. De superficialidade, estamos repletos.
Fonte de Consulta
KRISHNAMURTI, J. Fora da Violência. São Paulo, Cultrix, 1976.
São Paulo, 24 de novembro de 1998 (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/meditao.html)
Meditação
1. Introdução
O que significa meditação? Quais são os seus vários sentidos? Que relação há entre ciência e meditação? E a meditação transcendental?
2. Conceito
Meditar é buscar um estado de dissociação da consciência para atingir níveis mais altos de autoconhecimento.
3. Considerações Iniciais
A palavra meditação remete-nos a uma variedade de significados: refletir sobre um pensamento, discernimento crítico do que se leu, buscar novas fontes de inspiração, exercício para sair da distração e atingir um estado de concentração e alteração das nossas ondas cerebrais.
Neste estudo, tratemos da meditação como uma espécie de autodesenvolvimento.
Autodesenvolvimento deve ser entendido como capacidade de ampliação de nossa consciência.
Na meditação, a mente ocupa-se habitualmente com uma simples tarefa contínua, como repetir na mente uma palavra ou visualizar (ou olhar) um objeto.
A palavra usada para a meditação é chamada de mantra.
A meditação pode ser feita em grupo ou sozinha, de preferência num aposento silencioso reservado a esse fim.
4. Meditação: Aspectos Gerais
4.1. O Que a Meditação não É
Não é fé religiosa, não é prece, pois não existe pedido.
Não é transe ou hipnose, pois o meditador não perde a consciência.
Não é como o pensamento comum: o objetivo da meditação é pôr fim a esses processos mentais e racionais que escondem a unidade básica buscada pelo meditador.
Ela, porém, é encontrada na maioria das religiões: no cristianismo, busca-se a união com Cristo; no islamismo, com Alá; no hinduísmo, com o Atman (o Eu).
4.2. Hassidismo e Sufismo
O sufismo enfatiza o canto e a dança repetitivos (os “deviches rodopiantes” são uma seita sufista), e assim também dançam os hassids, uma seita judia.
O canto e a dança têm valor relativo. Leva-se em conta muito mais a intenção do meditador do que os gestos e as posturas religiosas. A intensidade e a energia colocadas nos gestos é o que conta.
4.3. Zen
“Zen” deriva-se de Ch’an, que por sua vez vem da palavra em sânscrito dhyana, que significa meditação. Na prática da meditação, o meditador é convidado a concentrar a mente num dos paradoxos do Zen, chamados koan. Koan é um pensamento não racional. Exemplo: “dois é diferente de um, mas não é maior do que um”, “que ruído produz o silêncio?”
No zen, a postura correta é muito acentuada. O meditador senta-se no chão em cima de uma almofada, as pernas cruzadas, de preferência na posição do lótus (pé direito na coxa esquerda, pé esquerdo na coxa direita), as costas eretas, as mãos superpostas no colo (normalmente as pontas dos polegares tocando-se, os olhos abertos e semicerrados).
5. Meditação Transcendental (TM)
5.1. Origens
A propagação da meditação transcendental (TM), no Ocidente, deu-se após os Beatles e outras personalidades artísticas visitarem o Maharishi Mahesh Yogi, na Índia, para aprender meditação. Ela é muito fácil de aprender e ensinar, pois não exige nenhum tipo de iniciação.
5.2. Popularidade da TM
São vários os fatores que favoreceram a popularidade da TM. Adapta-se à necessidade dos meditadores; muitos estudantes usam-na para se tornarem melhores alunos; outros para se tornarem mais adequados em sua vida social. Com essa prática, as pessoas ficam menos tensas, sentem-se mais dispostos e com melhor capacidade de concentração.
5.3. Funcionamento
A meditação transcendental funciona mediante um mantra escolhido pelo professor, que se adéqua a um determinado aluno. O mantra é uma palavra significativa, com qualidades sonoras especiais, que ajudam o meditador conseguir a autotranscendência. O mantra é repetido mentalmente durante dois períodos de aproximadamente vinte minutos cada, um de manhã e outro à tarde, o meditador sentado em posição confortável, os olhos fechados.
6. Ciência e Meditação
6.1. EEG
Os cientistas fazem uso do eletroencefalograma para detectar os níveis de alteração cerebral durante a meditação. Isso se deve à descoberta de que a meditação pode ocasionar não apenas estados alterados de consciência, mas também mudanças fisiológicas. Nesses testes, observou-se que durante a meditação há um aumento das ondas cerebrais alfa. Essa é uma onda meio lenta, que, às vezes, ocorre quando a pessoa fecha os olhos e fica relaxada, mas ainda atenta e alerta.
6.2. Pesquisas Científicas
Keith Wallace e Herbert Benson, na Universidade de Harvard, descobriram que a meditação resulta num relaxamento mais profundo que o sono. Há quedas acentuadas no uso do oxigênio pelo corpo e no ritmo cardíaco e da respiração. Há um aumento da resistência elétrica da pele e uma diminuição do ácido lático no sangue, o que mostra menor excitação e ansiedade.
“Joseph Kamiya, do Instituto de Neuropsiquiatria Langly Porter, em São Francisco, Califórnia, que descobriu a relação entre alfa e meditação, constatou que as pessoas podem realmente controlar suas ondas cerebrais, e com isso seus estados mentais. O método envolve um aparelho EEG conectado a um sinal, semelhante a uma cigarra, que toca quando a alfa está presente. Pede-se à pessoa em teste que mantenha o zumbido da cigarra o máximo que puder. Esse procedimento chama-se biofeedback (é hoje também usado com fins médicos, para permitir às pessoas reduzirem sua pressão sanguínea e outras funções geralmente fora do controle voluntário)”.
6.3. Drogas
Em virtude do relaxamento, há mudança do estado mental e fisiológico. Isso possibilitou a prática da meditação como uma alternativa para a diminuição do uso das drogas. As sensações da meditação assemelham-se às sensações causadas pelas drogas. Substituindo o uso das drogas pela meditação há mais segurança e sem quaisquer efeitos colaterais indesejáveis.
7. Conclusão
A meditação é sumamente útil para apaziguar a nossa mente, muitas vezes carregada pelos apelos da mídia e carcomida pelo estresse da vida moderna.
8. Bibliografia Consultada
CAVENDISH, Ricardo (org.). Enciclopédia do Sobrenatural. Tradução de Alda Porto e Marcos Santarrita. Porto Alegre: L&PM, 1993.
São Paulo, agosto de 2013.
(https://sites.google.com/view/palestraespirita/medita%C3%A7%C3%A3o?authuser=0)
Atenção e Êxtase
A atenção e a concentração vencidas, o espírito dirige-se à reflexão e à meditação. A reflexão é a volta racional da mente sobre o objeto da atenção, procurando conectar fatos e ideias. A meditação, por sua vez, vai além da reflexão, pois coloca-nos em contato com os aspectos mais gerais do ser. Implica, também, um esvaziamento da mente. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/06/ateno-e-xtase.html)
A Energia Psíquica e seu Uso
Todos os grandes líderes da humanidade, principalmente Buda e Jesus, praticavam a meditação profunda. A meditação carrega nossos pensamentos com enorme carga de energia psíquica. A manutenção dos pensamentos elevados tem íntima relação, não só com a meditação, mas também com a concentração e a contemplação. É sumamente importante cuidarmos do fluxo da energia psíquica, para que o seu uso não ultrapasse os limites da racionalidade, e provocando doença e não saúde. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2010/09/energia-psiquica-e-seu-uso.html)
Ansiedade e Budismo
"Perguntaram ao Buda: O que você ganhou com a meditação? Ele disse: – Nada, mas deixe-me dizer o que perdi com ela: ansiedade, raiva, depressão, insegurança, medo da velhice e da morte". (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2019/03/ansiedade-e-budismo.html)
Koan
As questões intrigantes, como por exemplo "qual o som de uma mão batendo palma?", servem como objeto de meditação. Um koan é criado para expor as falhas de um método discursivo de argumentação, levando os alunos a um novo sistema mental que se aproxima da iluminação. De acordo com Hakuin, o objetivo de um koan é despertar uma "grande dúvida" num aluno sobre o paradigma que ele usa para interpretar o mundo. Pode-se dizer que é um tipo de metacognição, já que leva alguém a refletir como pensa e vivencia o mundo. (1) (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2017/11/koan.html)
O Zen-Budismo e o Koan
Na meditação zen, o que vemos não pode ser descrito. O objetivo do zen é esvaziar o conteúdo da mente, que não faz parte dela. O zen não é um estudo, mas um exercício. Num mundo onde as pessoas desejam adquirir coisas, ter conhecimento e insight como bens pessoais, o zen é a frustração máxima. Zen é desapego. Conta-se que quando pediram a Bodhidharma para sintetizar a ideia do budismo, ele respondeu: "Um amplo vazio. Um nada sagrado". (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2015/11/o-zen-budismo-e-o-koan.html)
“A meditação do sábio é uma meditação não da morte, mas da vida”. (Spinoza)
"Toda a meditação sobre a ciência dos números é também meditação sobre a origem da linguagem." (Raymond Abellio)
"Meditar sobre si próprio e confessar os seus erros não é ainda corrigir-se. O tanque e o regato, sobre os quais nos inclinamos, espelham mas não lavam a imagem." (E. Bertarelli)
"Quem medita tem dia mas não tem noite." (G. Herbert)
"Convém meditar um dia, após ler uma hora." (Jean Baptiste Mamillon)
"A meditação religiosa é, dentre todos os sentimentos, o mais íntimo que o homem pode provar." (Madame Staël)
"O estudo confere ciência, mas a meditação, originalidade." (Marquês de Maricá)
Necessidade da Meditação
A meditação é recurso valioso para uma existência sadia e tranquila.
Através dela o homem adquire o conhecimento de si mesmo, penetrando na sua realidade íntima e descobrindo inexauríveis recursos que nele jazem inexplorados.
Meditar significa reunir os fragmentos da emoção num todo harmonioso que elimina as fobias e ansiedades, liberando os sentimentos que encarceram o indivíduo, impossibilitando-lhe o avanço para o progresso.
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As compressões e excitações do mundo agitado e competitivo, bem como as insatisfações e rebeldias íntimas, geram um campo de conflito na personalidade, que termina por enfermar o indivíduo que se sente desagregado.
A meditação enseja-lhe a terapia de refazimento, conduzindo-o aos valores realmente legítimos pelos quais deve lutar.
Não se faz necessária uma alienação da sociedade; tampouco a busca de fórmulas ou de práticas místicas; ou a imposição de novos hábitos em substituição dos anteriores, para adquirir-se um estado de paz, decorrente da meditação.
Algumas instruções singelas são úteis para quem deseje renovar as energias, reoxigenar as células da alma e revigorar as disposições otimistas para a ação do progresso espiritual.
A respiração calma, em ritmo tranqüilo, e profunda, é fator preponderante para o exercício da meditação.
Logo após, o relaxamento dos músculos, eliminando os pontos de tensão nos espaços físicos e mentais, mediante a expulsão da ansiedade e da falta de confiança.
Em seguida, manter-se sereno, imóvel quanto possível, fixando a mente em algo belo, superior e dinâmico, qual o ideal de felicidade, além dos limites e das impressões objetivas.
Esse esforço torna-se uma valiosa tentativa de compreender a vida, descobrir o significado da existência, da natureza humana e da própria mente.
Por esse processo, há uma identificação entre a criatura e o Criador, compreendendo-se, então, quem se é, por que e para que se vive.
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Não é momento de interrogações do intelecto, o da meditação; é de silêncio.
Não se trata de fugir da realidade objetiva; mas de superá-la.
Não se persegue um alvo à frente; antes se harmoniza no todo.
Não se aplicam métodos complexos ou conceitos racionais; porém, se anula a ação do pensamento para sentir, viver e tornar-se luz.
O indivíduo, na sua totalidade, medita, realiza-se, libera-se da matéria, penetrando na faixa do mundo extrafísico.
Os pensamentos e sentimentos, inicialmente, serão parte da meditação, até o momento em que já não lhe seja necessário pensar ou aspirar, mas, apenas, ser.
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Habitua-te à meditação, após as fadigas.
Poucos minutos ao dia, reserva-os à meditação, à paz que renova para outros embates.
Terminado o teu refazimento, ora e agradece a Deus a bênção da vida, permanecendo disposto para a conquista dos degraus de ascensão que deve galgar com otimismo e vigor. (FRANCO, Divaldo Pereira. Alegria de viver, pelo Espírito Joanna de Ângelis. Editora: LEAL, 1987, Capítulo 16)
Lugar Deserto
"E ele lhes disse: vinde vós aqui, à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco." (Marcos, 6:31.)
A exortação de Jesus aos companheiros reveste-se de singular importância para os discípulos do Evangelho em todos os tempos.
Indispensável se torna aprender o caminho do "lugar à parte" em que o Mestre aguarda os aprendizes para o repouso construtivo em seu amor.
No precioso símbolo, temos o santuário íntimo do coração sequioso de luz divina.
De modo algum se referia o Senhor tão-somente à soledade dos sítios que favorecem a meditação, onde sempre encontramos sugestões vivas da natureza humana. Reportava-se à câmara silenciosa, situada dentro de nós mesmos.
Além disso, não podemos esquecer que o Espírito sedento de união divina, desde o momento em que se imerge nas correntes do idealismo superior, passa a sentir-se desajustado, em profundo insulamento no mundo, embora servindo-o, diariamente, consoante os indefectíveis desígnios do Alto.
No templo secreto da alma, o Cristo espera por nós, a fim de revigorar-nos as forças exaustas.
Os homens iniciaram a procura do "lugar deserto", recolhendo-se aos mosteiros ou às paisagens agrestes; todavia, o ensinamento do Salvador não se fixa no mundo externo.
Prepara-te para servir ao Reino Divino, na cidade ou no campo, em qualquer estação, e não procures descanso impensadamente, convicto de que, muita vez, a imobilidade do corpo é tortura da alma. Antes de tudo, busca descobrir, em ti mesmo, o "lugar à parte" onde repousarás em companhia do Mestre. (XAVIER, Francisco Cândido. Pão Nosso, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 34)