Cristianismo Primitivo

Perguntas e Respostas

1) O que se entende por Cristianismo primitivo?

O Cristianismo primitivo pode ser entendido como os ensinamentos evangélicos (em estado puro) que jesus transmitiu aos seus discípulos.

2) No que se fundamenta o Cristianismo?

O Cristianismo é um corpo doutrinário sem remendos, sem peças justapostas. Em suas máximas, temos: a prática da caridade, o amar ao próximo como a si mesmo, o oferecer a face esquerda quando baterem na direita...

3) O que Jesus pensava sobre o futuro dos seus ensinamentos? 

Em João 14, 15 a 17 e 26, temos uma luz: “Mas o Consolador, que é o Santo-Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará relembrar de tudo aquilo que eu vos tenha dito". 

4) Por que a desfiguração dos ensinamentos originais?

Houve interesses políticos e religiosos. A conversão ao Cristianismo pelo imperador Constantino foi um fato marcante. "Fomos desfigurando o Cristianismo do Cristo para aceitarmos o Cristianismo dos vigários", como bem acentuou o Padre Alta. 

5) Qual foi o grande trabalho dos protestantes?

Os protestantes, por traduzirem a Bíblia [para a língua pátria] a partir dos textos hebraicos ou gregos, libertaram o povo das garras papais. 

6) O que aconteceu com Jan Huss?

Jan Huss [encarnação anterior de Kardec], era um dos religiosos que queria a volta à palavra da escritura. Consequência: foi queimado em praça pública, junto à Bíblia e aos seus textos. 

7) Guerra religiosa. Não é um paradoxo?

Todas as religiões são organizações humanas que pregam a paz, o amor, a harmonia etc. Não deveriam fomentar o ódio e a guerra contra os próprios irmãos em Cristo. 

8) Qual a missão do Espiritismo?

O Espiritismo, como Consolador Prometido, tem a missão de restaurar os ensinamentos puros veiculados por Jesus: ensinará todas as coisas e nos lembrará daquelas que foram esquecidas. 

9) Qual a função do espírita?

Divulgar os conhecimentos de Jesus, sem os dogmas da Igreja e o espírito de sistema. 

10) Qual proceder?

Debruçando-se sobre as obras básicas e complementares, para que suas ações sejam sempre bem fundamentadas.

(Reunião de novembro de 2020)

(https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/cristianismo-primitivo?authuser=0)


Texto Curto no Blog

Cristianismo Primitivo

O Cristianismo primitivo pode ser entendido como os ensinamentos evangélicos (em estado puro) que Jesus transmitiu aos seus discípulos. O Cristianismo é um corpo doutrinário sem remendos, sem peças justapostas. Em suas máximas, temos: a prática da caridade, o amar ao próximo como a si mesmo, o oferecer a face esquerda quando baterem na direita etc.

Jesus, quando esteve encarnado, já previa a desfiguração dos seus ensinamentos. Tanto é verdade que, em João 14, 15 a 17 e 26, há o seguinte: “Mas o Consolador, que é o Santo-Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará relembrar de tudo aquilo que eu vos tenha dito". Nota-se que ensinar e relembrar tem relação com esquecido ou deturpado.

As pessoas, ao longo do tempo, foram criando narrativas diferentes para a boa nova  apresentada por Jesus. Além dessas narrativas, acrescentemos, também, os interesses políticos e religiosos. Politicamente, a conversão ao Cristianismo pelo imperador Constantino, que propiciou o surgimento do catolicismo. Religiosamente, lembremo-nos do Padre Alta que disse: “Fomos desfigurando o Cristianismo do Cristo para aceitarmos o Cristianismo dos vigários".

Em termos da volta ao Cristo e à pureza de seus ensinamentos, ressaltemos o grande trabalho dos protestantes, que foram os grandes tradutores da Bíblia [para a língua pátria], diretamente dos textos originais hebraicos e gregos. Entre tais nomes, temos: John Wycliff (1328-1384), Martinho Lutero (1483-1546), William Tyndale (1484-1536) e King James (1566-1625) que reuniu uma série de estudiosos para traduzir a Bíblia para o inglês. Objetivo; libertar o povo das garras papais. 

Introduzamos Jan Huss (1369-1415) nesse contexto. John Wycliff (1328-1384), em 1380, usou a Vulgata de São Jerônimo e traduziu alguns escritos para o inglês. Depois de 40 anos, o papa mandou desenterrar o seu corpo, queimar seus ossos e jogar as cinzas no rio. Ele era apenas um tradutor. Dez anos mais tarde, Jan Huss [encarnação anterior de Allan Kardec] levou as ideias de Wycliff para a Boêmia. Foi queimado junto aos livros e à Bíblia somente pelo fato de querer a volta à palavra da escritura.

O Espiritismo, como Consolador Prometido, tem a missão de restaurar os ensinamentos puros veiculados por Jesus: ensinará todas as coisas e nos lembrará daquelas que foram esquecidas. Nesse sentido, o espírita tem o dever de divulgar os conhecimentos de Jesus, sem os dogmas da Igreja e o espírito de sistema. O procedimento: debruçando-se sobre as obras básicas e complementares, para que suas ações sejam sempre bem fundamentadas. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2020/09/cristianismo-primitivo.html)


Notas do Blog

Druidismo

O druidismo ocorreu entre o século II a.C. e o século II d. C. Sobreviveu apenas em algumas regiões das Ilhas Britânicas, que não sofreram a invasão romana. Foi, mais tarde, suplantado pelo Cristianismo. A influência do Cristianismo, não do Cristianismo que se dogmatizou mas do Cristianismo primitivo, foi extremamente valiosa para a organização desta religião. É que a alma cristã, sendo mais amante, fornecia os elementos básicos para equilibrar espiritualmente a alma céltica, por natureza mais viril. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/druidismo.html)

O Espiritismo é o Consolador Prometido?

8) Ao dizer que outro Consolador virá mais tarde, proclama o princípio da reencarnação.

9) Ao mesmo tempo em que relembra o Cristianismo primitivo, combate os erros humanos (com relação à religião) ao longo desse tempo: dogmas, rituais, interesses financeiros e políticos.

10) O Espiritismo vem explicar a lei de causa e efeito, dita apenas de leve por Jesus, porque naquela época não tínhamos condições de a compreender. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/o-espiritismo-o-consolador-prometido.html)

O Cristão e o Mundo

O cristão é adepto de Cristo, não o Cristo dos vigários, mas o do próprio Cristo. Quer dizer, para nos dizermos cristãos, devemos nos aprofundar nos ensinamentos deixados por Cristo, que são o alicerce de toda a sua doutrina. Esses ensinamentos, anotados pelos evangelistas Marcos, Mateus, Lucas e João, estão contidos no Novo Testamento. É aí que devemos buscar o ensinamento moral do Mestre. Querer moldar a moral segundo o nosso preconceito é um dos maiores erros que podemos cometer. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/06/o-cristo-e-o-mundo.html)

Cristo e Nós

Cristo alertou-nos sobre a bondade. Em sua prática, porém, surge-nos um mal-estar: somos sempre enganados pelos mais astutos. Este é um dos grandes espinhos na vida daqueles que querem exemplificar os ensinamentos de Jesus. Uma comparação auxiliará o nosso entendimento a respeito. Observe que foi a bondade e não a crueldade do Mestre que propiciou a traição de Judas. Se Cristo tivesse agido como Moisés, Judas não teria a oportunidade de cometer tal ato, pois seria morto antes de realizá-lo. Mas, em se deixando trair, enalteceu esta nobre virtude: tanto um quanto o outro foi útil no processo. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/06/cristo-e-ns.html)


Sites e Blogs

Cristianismo Primitivo e Doutrina Espírita

“As raposas têm tocas e as aves dos céus, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.” (Mt., 8:20.) 

Todas as correntes religiosas cristãs se qualificam como seguidoras dos princípios morais e dos ensinamentos implantados por Jesus. No entanto, a maioria de seus adeptos não se dá ao trabalho de conhecer os outros princípios religiosos que buscam Jesus. Assim, recebem as informações incompletas, preconceituosas e destorcidas, ensinadas pelos diversos dirigentes e responsáveis por suas religiões. No que concerne ao Espiritismo, boa parte dos seus adeptos, embora aceitando os princípios da Doutrina e acompanhando a sua literatura, principalmente a de origem mediúnica, não se dedica ao estudo sistemático das obras básicas da Codificação e as que lhe são complementares e subsidiárias. O preconceito é a ausência de conceito, por isso o Mestre nos orienta, em João, 8:32, que busquemos a verdade, pois só assim nos libertaremos.

Ao refletirmos sobre o conteúdo do capítulo 8, versículo 20 do evangelho de Mateus, citado acima, encontramos motivos para um balanço reflexivo ao longo da história. Este balanço passa pela avaliação do que Jesus realmente pregou e do que se tem praticado, em seu nome, ao longo desses dois mil anos.

Jesus demonstra neste versículo como deveriam ser os seus seguidores: tomar como ensino fundamental que o reino dele não é deste mundo e ter, antes de tudo, desprendimento e desinteresse total por tudo o que é efêmero, principalmente os bens materiais.

Jesus não fundou igrejas ou nenhum outro tipo de edificação com finalidade de prática religiosa. A sua religião foi o amor caracterizado na simplicidade dos profundos ensinamentos, no atendimento e assistência ao necessitado em qualquer lugar.

Segundo Mateus, “Jesus percorria toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando toda e qualquer doença ou enfermidade do povo”.

A sua fama espalhou-se por toda a Síria, de modo que lhe traziam todos os que eram acometidos por doenças diversas e atormentados por enfermidades, bem como endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E Ele os curava. (Mt., 4:23 e 24.) (http://www.doutrinaespirita.com.br/?q=node/28)

Cristianismo e Espiritismo

Duas matérias da revista protestante Ultimato Nº 274, de janeiro-fevereiro de 2002, motivaram-nos a escrever esta em defesa de verdades espíritas.

Às vezes, é muito fácil redigirmos um texto em defesa de determinados princípios, mas não é fácil convencermos os nossos leitores, quando nós mesmos estamos em dúvidas quanto às verdades, das quais nos propusemos fazer uma apologia, ou então, quando não conhecemos bem o outro lado da moeda, ou seja, a questão contra a qual nos colocamos. E isso sempre aconteceu e acontece com quem se propõe a condenar o Espiritismo, como, inclusive nós já tivemos oportunidade de passar também por esse tipo de experiência.

É que o Espiritismo possui verdades inquestionáveis. Não foi, pois, por acaso, que a Igreja afirmou, logo após haver Kardec publicado os seus primeiros livros, que o Espiritismo deveria ser atacado com todas as armas – falsas e sujas, também? – pois que ou a Igreja acabaria com ele, ou ele acabaria com ela. 

Ledo engano da Igreja, naquela época, pois, desde Kardec, nenhum espírita jamais pensou em destruir a Igreja. Kardec chegou mesmo a afirmar que não se deveria levar a Doutrina Espírita para os padres e outras pessoas que já eram sólidas em sua crença em Deus e na existência dos espíritos, mas apenas para os materialistas o Espiritismo deveria ser pregado.

E há uma frase espírita muito conhecida: “O Espiritismo não é a religião do futuro, mas, o futuro de toda religião”. Isto porque todas as religiões têm alguma coisa a ver com ele – crença em Deus, na imortalidade dos espíritos, no contato com eles, na mediunidade, na reencarnação e na necessidade de seguirmos princípios morais que aprimoram nosso relacionamento com Deus e nossos semelhantes -, o qual, pois, dá as mãos a todas as religiões, e jamais se posicionando contra nenhuma delas. E todas elas, mais hoje, mais amanhã, chegarão a descobrir os seus fenômenos e as suas verdades.

Segundo o autor de um dos textos em apreço da Revista Ultimato, o Espiritismo é a religião que mais títulos honrosos dá a Jesus. Aliás, o grande biblista francês, Pe- François Brune, reencarnacionista e representante do Vaticano para Transcomunicação Instrumental (contato com os espíritos via eletrônica), disse que gostaria de que os católicos amassem a Jesus como O amam os espíritas. Portanto, o articulista está mais do que certo, quando reconhece o carinho com que os espíritas tratam Jesus.Mas afirma ele que os Espíritas não reconhecem a Divindade de Jesus. Mas isso não é novidade, pois há dois mil anos que os cristãos brigam por causa disso. E, entre outras coisas, cita São Paulo que advertiu os signatários de uma de suas Epístolas para que não aceitassem outro Evangelho, senão aquele que ele pregava. Mas sabemos hoje que os ensinamentos paulinos, às vezes, entram em choque contra os dos Evangelhos. E isso se explica pelo fato de São Paulo não ter sido um apóstolo que conviveu diretamente com Jesus, como aconteceu com a maioria dos outros apóstolos, entre os quais estão quase todos os demais autores do Novo Testamento. E isso não nos é uma coisa estranha, pois São Paulo teve sérias polêmicas, também, com São Pedro, com relação à Circuncisão. (https://espirito.org.br/artigos/cristianismo-e-espiritismo-4/)

A igreja Cristã Primitiva

3. Deturpações na Mensagem Cristã

Se, por um lado a integração do Cristianismo ao Estado libertava os cristãos das perseguições, por outro obrigava a Igreja Cristã a fazer concessões políticas, responsáveis pelas desconfigurações na mensagem cristã.

As fronteiras ideológicas do Cristianismo tornavam-se frágeis e se diluíam em tendências heterogêneas. Estas, ao se afirmarem, criaram uma confrontação inevitável entre as múltiplas interpretações doutrinárias e as várias tradições cristãs. Como todas as correntes reivindicavam a legitimidade apostólica, tratava-se de definir o que estaria de acordo ou contra a pregação tradicional dos Apóstolos. Essa confrontação veio a caracterizar a divisão entre elementos ortodoxos e heterodoxos no pensamento cristão elaborado. (6)

Em consequência, surgem no campo doutrinário sérias deturpações da mensagem cristã, pela incorporação de rituais pagãos, de preceitos filosóficos e de deliberações conciliares, de natureza cada vez mais políticas e menos evangélicas. Os principais desvios ocorridos na igreja primitiva foram:

Enquanto a máxima — fora da caridade não há salvação — assenta um princípio universal e abre a todos os filhos de Deus à suprema felicidade, o dogma — Fora da Igreja não há salvação — se estriba, não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, porém “numa fé especial”, em “dogmas particulares”; é exclusivo e absoluto. Longe de unir os filhos de Deus, separa-os; em vez de incitá-los ao amor de seus irmãos, alimenta e sanciona a irritação entre sectários dos diferentes cultos […]. (1)

O Evangelho do Divino Mestre ainda encontrará, por algum tempo, a resistência das trevas. A má-fé, a ignorância, a simonia, o império da força conspirarão contra ele, mas tempo virá em que a sua ascendência será reconhecida. Nos dias de flagelo e de provações coletivas, é para a sua luz eterna que a Humanidade se voltará, tomada de esperança. Então, novamente se ouvirão as palavras benditas do Sermão da Montanha e, através das planícies, dos montes e dos vales, o homem conhecerá o caminho, a verdade e a vida. (8) (http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EadeP1T1.2.22.htm)


Notas de Livros

Livro 1

Os estudos e as pesquisas de tipo universitário, independentes da Igreja, desde Renan a Guignebert, paralelamente com as pesquisas e estudos espíritas, promoveram em nosso tempo, a partir de meados do Século 19, a revisão universal do Cristianismo. Renan e Kardec iniciaram essa revisão na mesma época, na segunda metade do século passado, tendo Kardec uma precedência de dez anos e pouco sobre Renan no trato do assunto. Em "Obras Póstumas", de Kardec, os espíritos avisam este que o livro de Renan o ajudará na difícil tarefa de restabelecer a verdade sobre o Cristianismo. (PIRES, J. H. Revisão do Cristianismo. 2. ed. São Paulo: Paidéia, 1983. [Capítulo I — "A Descoberta do Cristo"])

O mercado mundial de indulgências chegou a tal expansão que levou a consciência de Lutero a rebelar-se e promover o movimento da Reforma, com o objetivo declarado de volta a Cristo. O Cristianismo do Cristo desapareceu na política da Igreja, só restou o Cristianismo dos seus vigários, como diria em Paris o Padre Alta, no século passado, nos famosos sermões que lhe custaram a excomunhão.

A promessa do Espírito da Verdade, formulada nos textos evangélicos, na linguagem mística da época, nem por isso deixa de ser incisiva e racional. O Espírito da Verdade não é uma entidade definida, uma criatura humana ou espiritual, mas simplesmente a essência do ensino de Jesus, que se restabeleceria através dos homens que mais rapidamente se aproximassem da sua verdadeira compreensão. "Eu vos enviarei o Espírito da Verdade — disse o Mestre — que restabelecerá todas as coisas, ficará eternamente convosco e vos conduzirá a toda a Verdade". Nessa breve síntese da promessa registrada nos textos vemos nitidamente que a visão do Mestre abrangia todo o panorama das transformações históricas de um longo futuro. (PIRES, J. H. Revisão do Cristianismo. 2. ed. São Paulo: Paidéia, 1983. [Capítulo II — A Mitologia Cristã])

Livro 2

Jan Hus (1369-1415). Foi um pensador e reformador religioso. Antes de ser queimado, Hus disse as seguintes palavras ao carrasco: "Vocês hoje estão queimando um ganso (Hus significa "ganso" na língua boêmia), mas dentro de um século encontrar-se-ão com um cisne. E esse crime vocês não poderão queimar". Costuma-se identificar Martinho Lutero com essa profecia (que 102 anos depois pregou suas 95 teses em Wittenberg). (MENESES, Maurício Melo. Cristianismo Reformado - Uma História Contada por Meio da Filatelia. São Paulo: Mackenzie, 2012. ["Reforma Protestante"])

Livro 3

Para o oriental, toda a chamada "santidade" é simples "sabedoria". 

Em face do cristianismo, que não é oriental nem ocidental, mas universal e cósmico, o oriental está, de per si, em melhores condições do que o ocidental. 

Gandhi dizia: "Aceito o Cristo e seu Evangelho, mas não aceito o vosso cristianismo". Diferença entre o cristianismo do Evangelho e o cristianismo das teologias eclesiásticas.

O verdadeiro cristianismo não é uma Igreja ou seita mas sim uma realidade cósmica. (ROHDEN, Huberto. O Espírito da Filosofia Oriental. 3. ed., São Paulo: Martin Claret, 2013. [Para Compreender a Filosofia Oriental])

Livro 4

O cristianismo incorporou o campo político somente com Constantino em 313. No islã, a esfera política surge concomitantemente à religião. 

No islã, como na maior parte das religiões, a Mensagem é tudo; no cristianismo, é o Mensageiro que tem prioridade. 

O ponto de partida do islã não é o amor a Deus, como é no cristianismo, mas sim a obediência à Lei revelada (Charia). Enquanto o cristão diz: "Ama a Deus" e, em consequência, obedece a seus mandamentos, o muçulmano dirá: "Obedece à Lei" e, se Deus quiser, até o ponto de chegar a amá-Lo. ( AZEVEDO, Mateus Soares de. Homens de um Livro Só: O Fundamentalismo no Islã, no Cristianismo e no Pensamento Moderno. Rio de Janeiro: Nova Era, 2008. [Capítulo 4 — "Assimetrias Cristianismo/Islã"])

Livro 5

A vinda do Cristo assinalara o período da maioridade espiritual da Humanidade. Essa maioridade implicava direitos que, por sua vez, se fariam acompanhar do agravo de responsabilidades e deveres para a solução de grandes problemas educativos do coração.

Antes do movimento de propagação das ideias cristãs no seio da sociedade romana, já os prepostos de Jesus se preparavam para auxiliar os missionários da nova fé, conhecendo a reação dos patrícios em face dos postulados de fraternidade da nova doutrina.

As classes mais abastadas não podiam tolerar semelhantes princípios de igualdade, quais os que preconizavam as lições do Nazareno, considerados como postulados de covardia moral, incompatíveis com a orgulhosa filosofia do Império, e é assim que vemos os cristãos sofrendo os martírios da primeira perseguição, iniciada no reinado de Nero, de tão dolorosas quão terríveis lembranças. Nenhum instrumento de suplício foi esquecido na experimentação da fé e da constância daquelas almas resignadas e heroicas.

A doutrina cristã, todavia, encontrara nas perseguições os seus melhores recursos de propaganda e de expansão.

A luta se estabelece e Constantino vence Maxêncio às portas de Roma, penetrando a cidade, vitorioso, para ser recebido em triunfo. Junto dele, o Cristianismo ascende à tarefa do Estado, com o edito de Milão.

O imperador Focas favorece a criação do Papado, no ano de 607. A decisão imperial faculta aos bispos de Roma prerrogativas e direitos até então jamais justificados. Entronizam-se, mais uma vez, o orgulho e a ambição da cidade dos Césares. Em 610, Focas é chamado ao mundo dos invisíveis, deixando no orbe a consolidação do Papado. Dessa data em diante, ia começar um período de 1260 anos de amarguras e violências para a civilização que se fundava. (XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz: História da Civilização à Luz do Espiritismo. Pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, 1972. [XV — "A Evolução do Cristianismo"])