Cristo e Nós

Perguntas e Respostas

Cristo e Nós” refere-se ao capítulo 17 do livro Fonte Viva 

1) A espera é recíproca entre nós e Jesus?

Nós esperamos por Jesus e Jesus espera igualmente de nós. Cada um de seus discípulos deve sincronizar o seu desejo com o desejo do mestre Jesus para que o Evangelho possa ser disseminado no seio da humanidade.

2) Por que razão o mundo ainda não está redimido?

Nada ocorre ao acaso, sem esforço, sem trabalho. Não podemos vislumbrar um mundo redimido sem que os seus habitantes estejam redimidos.

3) De que maneira o mestre começou o seu trabalho de redenção da humanidade?

Jesus buscou primeiramente Pedro e André; depois, formou uma assembleia de 12 apóstolos, que foram se multiplicando ao longo do tempo.

4) Por que a insistência do mestre para que nos convertamos em instrumento da sua Divina Vontade?

A redenção procede do Alto, mas não se concretizará sem mãos e braços fortes para levar adiante os apelos de evangelização de todas as criaturas.

5) Qual o papel de Ananias na divulgação da Boa-Nova?

Para que Paulo se convertesse ao cristianismo, foi necessário que Ananias lhe tirasse a cegueira dos olhos.

6) Por que razão Jesus se preocupou em acompanhar o recém-convertido, assistindo-o em pessoa?

É que, se a Humanidade não pode iluminar-se e progredir sem o Cristo, o Cristo não dispensa os homens na obra de soerguimento e sublimação do mundo.

7) Quais são as principais afirmativas do mestre?

“Ide e pregai”, “Eis que vos mando”, “Resplandeça a vossa luz diante dos homens”, “A Seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros”...

8) O que provam essas afirmativas?

A importância que Jesus dava à contribuição humana.

9) O que significa cristianismo?

Cristianismo significa Cristo e nós.

https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/cristo-e-n%C3%B3s


Texto Curto no Blog

Cristo e Nós

“E disse-lhe o Senhor em visão: — Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor!” — (Atos, 9:10.)

“Cristo e Nós” refere-se ao capítulo 17 do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Algumas notas deste capítulo:

Espera recíproca. Nós esperamos por Jesus e Jesus espera igualmente de nós. Nesse sentido, cada um de seus discípulos deve sincronizar o seu desejo com o desejo do mestre Jesus, para que o Evangelho possa ser disseminado no seio da humanidade.

Redenção do mundo. Nada ocorre ao acaso, sem esforço, sem trabalho. Não podemos vislumbrar um mundo redimido sem que os seus habitantes estejam redimidos.

Início do trabalho de redenção. Jesus buscou primeiramente Pedro e André; depois, formou uma assembleia de 12 apóstolos, que foram se multiplicando ao longo do tempo. Nós também podemos fazer parte desse exército, desde que nos disponhamos a seguir os seus ensinamentos.

Insistência do mestre em nossa conversão. A redenção procede do Alto, mas não se concretizará sem mãos e braços fortes para levar adiante os apelos de evangelização de todas as criaturas.

O papel de Ananias na divulgação da Boa-Nova. Depois da queda de Paulo no caminho de Damasco, foi necessário que Ananias lhe tirasse a cegueira dos olhos, a fim de que se convertesse num verdadeiro divulgador da mensagem de Cristo.

Assistência pessoal do mestre ao Paulo. Esta assistência mostra que a Humanidade não pode iluminar-se e progredir sem o Cristo. Por esta razão, o Cristo não dispensa os homens na obra de soerguimento e sublimação do mundo.

Principais afirmativas do mestre. “Ide e pregai”, “Eis que vos mando”, “Resplandeça a vossa luz diante dos homens”, “A Seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros”... Essas afirmativas mostram a importância que Jesus dava à contribuição humana.

Ideia condensada. Cristianismo significa Cristo e nós.

https://sbgespiritismo.blogspot.com/2022/12/cristo-e-nos.html

Cristo e Nós

Seguir os ensinamentos de Cristo nunca foi, não é e nunca será tarefa fácil. Os seus verdadeiros adeptos têm de passar por tolos, imbecis e loucos. Por quê? Porque a maioria das pessoas está mais voltada para os interesses materiais do que para os interesses espirituais. Geralmente aplicam a filosofia do "do ut des" ("dou para que dês"), isto é, acham que tudo se baseia numa troca lucrativa. Aquele que negligencia a facilidade financeira, o poder e o conforto é tido como inadaptado, fora dos parâmetros normais da sociedade de consumo.

Cristo alertou-nos sobre a bondade. Em sua prática, porém, surge-nos um mal-estar: somos sempre enganados pelos mais astutos. Este é um dos grandes espinhos na vida daqueles que querem exemplificar os ensinamentos de Jesus. Uma comparação auxiliará o nosso entendimento a respeito. Observe que foi a bondade e não a crueldade do Mestre que propiciou a traição de Judas. Se Cristo tivesse agido como Moisés, Judas não teria a oportunidade de cometer tal ato, pois seria morto antes de realizá-lo. Mas, em se deixando trair, enalteceu esta nobre virtude: tanto um quanto o outro foi útil no processo.

Os ensinamentos de Jesus são universais e estão espalhados no cosmo. Muitos pensadores utilizam-se da inspiração (mediunidade) para captá-los. Pietro Ubaldi, por exemplo, enaltece a mediunidade consciente, aquela em que o inspirado busca a essência do pensamento dos Espíritos Superiores. Não a coloca como simples passividade, em que o médium fica simplesmente esperando qualquer Espírito vir e dar a sua comunicação. Acha ele que deve haver sempre um esforço de evolução, ou seja, a procura incessante de conhecimentos mais elevados.

O Evangelho deixado por Jesus dá margens a diversas interpretações. Geralmente olhamos o mundo segundo a nossa ótica interior, fruto dos automatismos do passado. O que isso tem a ver com o seguir as pegadas do Mestre? É que não mudamos com facilidade. Quem não tiver o espírito do Cristo, poderá dizer que o segue, mas o segue a seu modo, ou seja, agindo de acordo com o seu caráter e personalidade, construídos ao longo das diversas encarnações. Por isso a frase: "Nem todos os que dizem Senhor, Senhor entrarão no Reino de Deus, mas somente aqueles que fizerem a vontade do meu Pai que está no Céu".

No âmbito do conhecimento adquirido, deve-se enaltecer a obra e não o autor. Não quem, mas o que, ou seja, o autor passa, mas a Obra permanece. Num livro psicografado há, sem dúvida, o trabalho do médium, mas o conhecimento que daí advém não é criação sua, mas pertence à fonte pura, morada dos Espíritos superiores. Por isso, destacar a obra, ou mesmo o Espírito que a ditou, vale mais do que se ufanar pelo trabalho realizado. O médium ou o inspirado deve sempre se colocar como um simples intermediário.

Sigamos a Boa Nova do Mestre. Embora as circunstâncias nos mostrem um caminho sombrio, tenhamos confiança em Deus e enfrentemos os desafios que nos são colocados como provas, expiações ou missões.

https://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/06/cristo-e-ns.html


Em Forma de Palestra

Jesus Cristo

1. Introdução

O objetivo deste estudo é analisar a vida e obra de Jesus Cristo, no sentido de melhor compreender a nobre missão desse eminente Espírito reencarnado entre nós.

2. Etimologia

Jesus Cristo (de Jesoûs, forma grega do hebraico Joxuá, contração de Jehoxuá, isto é, "Jeova ajuda ou é salvador", e de Cristo, do grego Christós, corresponde ao hebraico Moxiá, escolhido ou ungido).

3. O Messias

A ideia de um messias geralmente atribuída ao Judaísmo, é historicamente anterior e encontra-se em outras crenças, entre vários povos. Ela é explicada, porém, com base na concepção de um passado remoto em que os homens teriam vivido situação melhor e que voltaria a existir pela mediação entre os homens e a divindade, de um Salvador.

Emmanuel entretanto explica que os Capelinos, ao serem recebidos por Jesus, teriam guardado as reminiscências de seu planeta de origem e das promessas do Cristo, que as fortalecera ao longo do tempo, "enviando-lhe periodicamente os seus missionários e mensageiros.

Os enviados do infinito falaram na china milenar, no Egito na Pérsia etc.

Entre os judeus a ideia do Messias Salvador surge entre os séculos IV e III a. C. pela literatura profética. É o ungido, o enviado de Iavé com a missão de instaurar o reino de Deus no mundo. (Curti, 1980, p. 35)

4. O Nascimento de Jesus Cristo

Jesus nasceu em Belém e morreu no ano 30 de nossa era. O mês e o ano do nascimento de Jesus Cristo são incertos. A era vulgar, chamada de Cristo, foi fixada no séc. VI por Frei Dionísio, que atribui o Natal ao ano de 754 da fundação de Roma.

O texto evangélico correspondente ao seu nascimento é: "Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, prometida por esposa a José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mas José, seu esposo, sendo justo, e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente.

Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.

Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.

Ora, tudo isto aconteceu, para que lhe cumprisse o que fora dito pelo senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). (Mateus, 1, 18 a 23)

Comentário: o nascimento de Jesus por uma virgem engravidada pelo Espírito Santo, Deus na terceira pessoa, é figura mitológica, que se prende a concepções filosóficas sincreticamente associadas mais tarde à interpretação da Revelação Cristã.

A ideia de concepção por um Deus prende-se à concepção aristotélica da substância, em que qualquer substância deve derivar dela mesma. Assim, o homem deve derivar do homem, a planta da planta e o animal do animal. Assim sendo, atribuindo a Jesus, substância divina, por entenderem-no Deus, na pessoa do filho, encarnado, ele só poderia ter sido concebido por um Deus, o Espírito Santo, porque de um homem não poderia ter nascido Deus. (Curti, 1980, p. 38 e 39)

5. A Infância de Jesus

A história de Jesus, tal como se processou sua vida, é muito difícil de se reconstituir hoje, porque os Evangelhos são praticamente a única fonte existente a fornecê-la, e eles descrevem muito mais o que Jesus vem a significar, após a sua morte para a Igreja, do que os fatos tal como aconteceram.

O Evangelho nos diz que para fugir à matança das crianças, a Sagrada Família julgou conveniente fugir para o Egito. Depois da morte de Herodes regressou do exílio e estabeleceu-se em Nazaré, na Galileia. Aí passou Jesus a infância e a juventude, exaltando pelo exemplo, como operário na oficina de José, a dignidade do trabalho, no qual a Antiguidade vira unicamente a função própria do escravo.

Além disso, pouco ou nada se sabe acerca de sua infância. Lucas limita-se a dizer que "...crescia e se fortalecia cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele". (Lucas, 2, 40) Narra-se que certa vez, na Páscoa, quando contava 12 anos, seus pais o perderam, reencontrando-o só após três dias "...assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos que o ouviam admiravam a Sua inteligência e respostas". (Lucas, 2, 46 e 47)

6. João Batista e o Batismo

"João, de fato, partiu primeiro, a fim de executar as operações iniciais para a grandiosa conquista. Vestido de peles e alimentando-se de mel selvagem, esclarecendo com energia e deixando-se degolar em testemunho à Verdade, ele precedeu a lição da misericórdia e da bondade". (Xavier, 1977, p. 24) Dizia às pessoas que deviam se arrepender porque estava próximo o reino dos céus. E todos dirigiam-se ao rio Jordão para ser batizado por ele. Dizia também: "Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo" (Mateus, 3, 11)

Lemos em Mateus, 2, 13 a 17; em Marcos, 1, 9 a11; em Lucas, 3, 21 e 22, que Jesus foi batizado por João Batista.

A respeito do batismo, o Espírito Emmanuel, na pergunta 298 do livro O Consolador, comenta que o espiritista deve entender o batismo como o apelo do seu coração ao Pai de misericórdia para a cristianização dos filhos, no apostolado do trabalho e da dedicação.

7. A Pregação

Contava trinta anos quando começou a pregar a "Boa Nova". Compreende a sua vida pública um pouco mais de três anos (27 a 30 da era cristã). Utilizou-se, na sua pregação, o apelo combinado à razão e ao sentimento, por meio de parábolas ilustrativas das verdades morais.

As duas regiões de sua pregação:

1) Galileia (Nazaré) - as cercanias do lago de Genesaré e as cidades por ele banhadas, e principalmente Cafarnaum, centro a atividade messiânica de Jesus;

2) Jerusalém - que visitou durante quatro vezes durante o seu apostolado e sempre por ocasião da Páscoa.

Na Galileia, percorrendo os campos, as aldeias e as cidades, Jesus anunciava às turbas que o seguem o Reino de Deus; é aí, também, que recruta os seus doze apóstolos e os prepara para serem as suas testemunhas. Ao mesmo tempo, vai realizando milagres.

Em Jerusalém, continuamente perseguido pela hostilidade dos fariseus (seita muito considerada e muito influente, que constituía a casta douta e ortodoxa do judaísmo), ataca a hipocrisia deles e esquiva-se às suas ciladas. Como prova de sua missão divina, apresenta-lhes a cura de um cego de nascença e a ressurreição de Lázaro. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

8. Jesus e o Estado

Rejeitando transformar-se em chefe político, conforme o desejo de muitos dos seus seguidores, Jesus, desde o início do seu ministério, teve de enfrentar a ordem estabelecida, pois o Estado contrariava as suas prédicas do Sermão do Monte. A execução de Jesus pelos romanos, sob o letreiro Rei dos Judeus, indicava que fora legalmente condenado à morte como rebelde contra o Estado romano, isto é, como se fora um zelota. Certas afirmações suas ("não vim trazer a paz, mas a espada"), a expulsão dos vendilhões do templo, as críticas violentas à corte em geral e a Herodes pessoalmente, a que chama "raposa", pareciam colocar Jesus na linha do radicalismo político.

A esfinge da moeda não nega a realidade do poder constituído; mas o que realça, é a preeminência de Deus na vida humana. Dai "a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" significa, antes de tudo, a recusa de dar a César o que é de Deus. Jesus parece defender não a separação das esferas de poder, mas a submissão de todos os poderes à vontade de Deus, a que também César deveria submeter-se. (Enciclopédia Mirador Internacional)

9. A Perspectiva da Cruz

Se quisermos adotar, na perspectiva da crítica histórica atual, o ponto de partida mais sólido, para o conhecimento de Jesus Cristo, teremos de escolher os acontecimentos ligados à sua prisão, julgamento e execução na cruz. Daí, tiramos conclusões hermenêuticas para a sua correta interpretação. Por que aquele desfecho e não outro? A terceira razão, a execução na cruz, recomenda uma cristologia da cruz: a cruz permite-nos entender como o significado e ministério de Jesus Cristo é salvação deste mundo através de um julgamento que abrange todos os responsáveis pela sua morte e se exerce, não pela força das armas que matam, mas pelo testemunho da verdade e do amor que leva à doação da própria vida (martyria). (Enciclopédia Verbo de Sociedade e Cultura)

10. A Missão de Jesus

Moisés trouxe a 1.ª revelação; Jesus a segunda. A primeira revelação dá relevância ao olho por olho e dente por dente; a segunda fala do amor incondicional, estendendo-o até ao amor ao inimigo.

"Jesus não veio destruir a lei, quer dizer, a lei de Deus; ele veio cumpri-la, quer dizer, desenvolvê-la, dar-lhe seu verdadeiro sentido, e apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens; por isso, se encontra nessa lei o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, que constituem a base de sua doutrina. Quanto às leis de Moisés propriamente ditas, ao contrário, ele as modificou profundamente, seja no fundo, seja na forma; combateu constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, e não poderia fazê-las sofrer uma reforma mais radical do que as reduzindo a estas palavras: "Amar a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo". E dizendo: está aí toda a lei e os profetas. (Kardec, 1984, p. 35)

11. Conclusão

Jesus, embora não tenha deixado nada escrito, é o modelo enviado por Deus para nos ensinar a lei do amor. A sua vida de obediência ao Pai, renunciando a própria vida, deve constituir-se, para todos os cristãos, um estímulo constante à prática do bem na Terra.

12. Bibliografia Consultada

CURTI, R. Monoteísmo e Jesus. São Paulo, FEESP, 1980.

Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo, Encyclopaedia Britannica, 1987.

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d. p.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.

Polis - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado.

XAVIER, F. C. Boa Nova, pelo Espírito Humberto de Campos. 11. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

São Paulo, abril de 2000



O Cristão e o Mundo

1. Introdução

Como entender a citação bíblica que diz: "Estar no mundo sem ser do mundo"? Para essa compreensão, daremos uma ideia do que seja o mundo, o cristão e o trabalho do apostolado de Cristo.

2. Conceituação

Mundo – orbe terráqueo; a parte do Universo habitado pelos homens. Cada planeta considerado como sendo habitado.

Cristão – Etimologicamente, a palavra cristão significa discípulo de Cristo e, dum modo geral, todo aquele que observa sua doutrina.

3. Considerações Iniciais

Jesus Cristo – o modelo de Homem – esteve encarnado entre nós e deixou-nos a sua doutrina de amor e de fraternidade. Porém, ao longo do tempo, esses ensinamentos foram transformados em guerras e antipatias entre povos e nações. Observe que o sentido original de sua doutrina foi esquecido por alguns, mal interpretado por outros e transformado em artigos de interesse próprio por uma grande maioria. Por esta razão ele prometera enviar um Consolador (já prevendo esses deslizes), no sentido de restabelecer toda a verdade e colocar cada coisa no seu devido lugar. O Espiritismo, que é o Consolador Prometido, veio no momento certo lembrar-nos do que Ele havia ensinado e acrescentar novas verdades para a época presente.

4. O Mundo

Esta palavra é ambígua, porque envolta com muitas interpretações e versões. Para efeito de estudo, daremos algumas delas.

4.1. Orbe Físico

Em nossa definição inicial dissemos que o mundo é o orbe terráqueo; a parte do Universo habitado pelos homens. Cada planeta considerado como sendo habitado. O mundo difere da palavra Universo. Este representa a soma de todos os orbes, de todos os mundos. "Com referência particular à Terra, assumiu uma acepção cada vez mais vasta, de maneira a compreender também todos os objetos celestes, cuja existência é revelada por qualquer meio. Só em época recente se reconheceu com certeza que existem objetos celestes independentes do grandioso aglomerado de estrela e de matéria nebular que faz parte do Sol, de maneira que tal aglomerado, que era antigamente considerado o Mundo, isto é, o todo, aparece hoje como um de tantos Mundos parciais, universos-ilhas, semelhantes entre si, que povoam o espaço e formam o Mundo maior". (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

4.2. Algumas Conotações de Mundo

Muitas vezes ouvimos falar sobre o mundo dos artistas, o mundo dos filósofos, o mundo grego, o mundo romano. Quando assim nos expressamos, estamos querendo mostrar um conjunto de ideias que se assemelham, formando um mundo restrito. Outras vezes nos referimos ao mundo íntimo, que expressa o conjunto de nossos sentimentos e emoções. Falamos também de um mundo agregador e de um mundo desagregador. A palavra mundo cão dá a ideia de um mundo em que o homem é lobo do próprio homem. Santo Agostinho distingue o mundo material e o mundo espiritual, quando escreve a Cidade de Deus.

4.3. O Mundo, na Linguagem Bíblica e Evangélica

Na linguagem bíblica, emprega-se a palavra mundo para designar a Terra ou, em sentido mais geral, o conjunto da criação.

Na linguagem evangélica, principalmente aquela trazida por Jesus, o mundo é traduzido pelos prazeres que os bens materiais proporcionam ao homem. Jesus coloca os cristãos na mesma situação em que esteve, quando da sua passagem nesta Terra. Eles não são do mundo e contudo eles estão no mundo e Jesus não pede a seu pai que os tire do mundo mas apenas que os guarde do Malvado.

5. O Cristão

5.1. Jesus Cristo

Etimologicamente, Jesus vem de Jesoûs, forma grega do hebraico Joxuá, contração de Jehoxuá, isto é, "Jeova ajuda ou é salvador", e de Cristo, do grego Christós, corresponde ao hebraico Moxiá, escolhido ou ungido.

Jesus foi, segundo o Espiritismo, a Segunda Revelação da Lei de Deus. A Primeira Revelação nos foi dada por Moisés, consubstanciada nos Dez Mandamentos. Jesus Cristo resumiu os Dez Mandamentos no chamado 11.º Mandamento, que é "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".

O cristão deve seguir os princípios da doutrina trazida por Cristo. Caso contrário, como poderá ser chamado de cristão? O Espiritismo nada mais fez do que relembrar o que o Cristo disse e exemplificou. Por isso, o termo Espiritismo cristão.

5.2. A Doutrina do Cristo

Jesus não nos deixou nada escrito. Tudo o que sabemos veio por intermédio de seus apóstolos, especificamente por Mateus, Marcos, João e Lucas, ensinamentos estes publicados muito depois de sua morte. O Evangelho quer dizer boa-nova. É nele que se encontram anotadas todas as recomendações para que cada adepto procure adaptar a sua vida à do Cristo, tido como o modelo perfeito do homem. Folheando as páginas desses evangelistas vamos encontrar muitos ensinamentos, entre os quais, que os seguidores de Jesus encontrariam muitas dissensões, incompreensões e perseguições por causa do seu nome.

5.3. Algumas Instruções do Mestre

Ninguém acende uma lâmpada para pô-la atrás do armário, mas para pô-la no candelabro, a fim de que todos a vejam.

Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.

Se vossa mão é motivo de escândalo, cortai-a.

Amar ao próximo como a si mesmo.

Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?

Amai os vossos inimigos; bendizei os que vos maldizem; fazei bem aos que vos odeiam; orai pelos que vos maltratam e vos perseguem. Que vantagem há em amardes os que vos amam?

Ao que pleitear contigo e quiser o teu vestido, larga-lhe também a capa.

Se alguém vos bate na face direita, apresentai-lhe também a outra.

Que a vossa mão esquerda não saiba o que dá a vossa mão direita.

Honrai a vosso pai e a vossa mãe.

Não se pode servir a Deus a Mamon.

Não vim trazer a paz, mas a divisão.

6. O Apostolado

6.1. O Discípulo ante a Opinião do Mundo

O Espírito Emmanuel nos alerta que "quando o homem comum descansa nas vulgaridades e inutilidades da existência terrestre, ninguém lhe examina os passos. Suas atitudes não interessam a quem quer que seja. Todavia, em lhe surgindo no coração a erva tenra da fé retificadora, sua vida passa a constituir objeto de curiosidade para a multidão. Milhares de olhos, que o não viram quando desviado na ignorância e na indiferença, seguem-lhe, agora, os gestos mínimos com acentuada vigilância. O pobre aspirante ao título de discípulo do Senhor ainda não passa de folhagem promissora e já lhe reclamam espigas das obras celestes". Muitos aprendizes desanimam e voltam para o lodo, onde os companheiros não os vejam. (Xavier, 1973, cap. 102)

6.2. A Busca da Estima do Mundo

"Muitos discípulos, ciosos de suas predileções e pontos de vista, inquietam-se pelo reconhecimento público das virtudes que lhes exortam o caráter, guardando o secreto propósito de obter a admiração de todos e sentem-se prejudicados se as autoridades transitórias do mundo não lhes conferem apreço... Agem esquecidos de que o Reino de Deus não vem com aparência exterior; não percebem que, por enquanto, somente os vultos destacados, nas vanguardas financeiras ou políticas, arvoram-se em detentores de prerrogativas terrestres, senhores quase absolutos das homenagens pessoais e dos necrológicos brilhantes... O discípulo não pode ignorar que a permanência na Terra decorre da necessidade de trabalho proveitoso e não do uso de vantagens efêmeras que, em muitos casos, lhe anulariam a capacidade de servir". (Xavier, 1973, cap. 103)

6.3. O Verdadeiro Apóstolo

"O Apóstolo é o educador por excelência. Nele reside o sacrifício total de si mesmo para que as mentes dos outros possa se desenvolver a contento. O legislador formula decretos que determinam o equilíbrio e a justiça na zona externa do campo social. O administrador coordena as atividades dos serviços terrestres. O sacerdote ensina ao povo as maneiras de fé, em manifestações primárias". O artista, o cientista, o médico, o guerreiro e o operário, cada qual na sua atividade, contribuem para o êxito econômico e social. "Os apóstolos, porém, são condutores do espírito. Interferem na elaboração dos pensamentos dos sábios e dos ignorantes, dos ricos e dos pobres, dos grandes e dos humildes, renovando-lhes o modo de crer e de ser, a fim de que o mundo se engrandeça e se santifique". (Xavier, s.d.p. cap. 58)

7. Conclusão

O Espiritismo, bem entendido, nada mais é do que o cristianismo redivivo, ou seja, do cristianismo explicado sem dogmas, sem rituais e sem interesse de qualquer natureza.

8. Bibliografia Consultada

GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]

XAVIER, F. C. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, [s.d.p.]

XAVIER, F. C. Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1973.



Notas do Blog

Jesus Cristo (1-33)

Jesus Cristo ocupa toda a História Universal. Mesmo sem nada escrever, muitos são os escritos sobre sua vida e os seus ensinamentos. No livro Titãs da Religião, há várias referências, tais como, o Cristo dos Evangelhos Apócrifos, o Cristo dos Heterodoxos, o Cristo do Milenarismo, o Cristo, "Mito Pitagórico", Cristo, Líder de Partido, o Cristo de Celso, o Cristo das Catacumbas, o Cristo dos Montanistas, o Cristo dos Adocionistas, o Cristo dos Monarquistas, o Cristo do Arianismo, entre outros. Anotemos alguns deles. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/09/jesus-cristo-1-33.html)

Divindade de Jesus Cristo

Allan Kardec, em Obras Póstumas, no item "Estudo da Natureza de Cristo", faz vários questionamentos sobre a divindade de Cristo: ela é provada pelos milagres? Ela é provada por suas palavras? Para mais detalhes, convém consultar o referido capítulo. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/11/divindade-de-jesus.html)

Jesus Cristo

Jesus é Deus? É Filho de Deus? É Filho do homem? Jesus não pode ser Deus, porque são duas coisas distintas. Deus é o criador, o ponto de partida. Todos nós somos, juntamente com Jesus, filhos desse Pai. Filho de Deus é, porque todos nós o somos. Filho de Deus, contudo, tem outra acepção: no Antigo Testamento, é todo o povo escolhido que Iavé ama como um pai ama o seu filho. Em se tratando do Novo Testamento, constitui uma atribuição feita pela Igreja nascente ao ressuscitado. Filho do homem quer dizer simplesmente um homem ou alguém. É uma das poucas designações em que Jesus atribuiu a si mesmo. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/06/jesus-cristo.html)

Paulo e as Epístolas

Paulo captou de tal modo a sua missão, que nada lhe tirava esse ímpeto de seguir o Cristo, nem que para isso fosse necessário perder a própria vida. Depois de alguns anos de quietude, junto ao tear e em companhia de Áquila e Prisca, dá ensejo à sua nova tarefa: divulgar os ensinamentos de Cristo. Para isso, não se intimida ante as perseguições, as desconsiderações e as prisões. Segue os ensejos de seu coração, mas não é capaz de evitar a sua trágica morte (por decapitação). (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/09/paulo-e-as-epstolas.html)

Evangelho e Espiritismo

Os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João transcreveram, em sua essência, os ensinamentos trazidos por Jesus Cristo. Ao longo do tempo, os homens falíveis investidos de um cargo religioso, alteraram sua pureza doutrinária. A criação do latim nos rituais, o culto das imagens, a canonização, a confissão auricular, a adoração da hóstia e o celibato sacerdotal foram as formas estabelecidas para manter o povo na ignorância. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/evangelho-e-espiritismo.html)