Leis de Deus

Perguntas e Respostas

1) Qual é a maior lei?

Jesus, ao proferir o Sermão da Montanha, disse: "Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei vós também a eles, porque esta é a lei e os profetas" (Mateus 7,12

2) O que Jesus nos ensinou a respeito das leis?As leis de Deus não são dogmas, rituais, regras, mas leis naturais.

3) O que se deve entender por lei natural (Pergunta 614 - L.E.)?

A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade da criatura humana. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta. 

4) O que as leis divinas abrangem (Pergunta 617- L.E.)? 

Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o autor de tudo. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem, as da alma, e as segue. 

5) Onde está escrita a lei de Deus (Pergunta 621 - L.E.)?

Na consciência. 

6) Desde que o homem traz na consciência a lei de Deus, que necessidade há de lhe ser revelada (Pergunta 621a - L.E.)?

Ele a havia esquecido e desprezado; Deus quis que ela fosse lembrada. 

7) Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo (Pergunta 625 - L.E.)?

Jesus. Jesus estava animado do Espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra. 

8) Se Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, qual a utilidade da Doutrina Espírita (Pergunta 627 - L. E.)?

O ensino de Jesus foi oral e alegórico. Necessitava de uma explicação que fosse mais inteligível para todos. 

9) Por que a divisão da lei natural em 10 partes (Pergunta 648 - L. E.)?

Essa divisão, em 10 partes, pode abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. 

L. E. - O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

(Reunião de 06/04/2019)(https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/leis-de-deus)


Texto Curto no Blog

Leis de Deus

Jesus, ao proferir o Sermão da Montanha, disse: "Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei vós também a eles, porque esta é a lei e os profetas". (Mateus 7,12) Esta é a maior lei. Se todos os viventes a colocassem em prática, nosso planeta Terra, com certeza, respiraria outros ares, ares de bondade, fraternidade e respeito ao próximo. Nessa frase sintética, Jesus nos ensinou que as leis de Deus não são dogmas, rituais, mas leis naturais. 

Allan Kardec, na pergunta 614 de O Livro dos Espíritos, diz-nos que a lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade da criatura humana. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta. Na pergunta 621, os Espíritos de luz acrescentam que esta lei está escrita na consciência do ser humano, ou seja, ninguém pode deliberadamente dizer que a desconhece, admitindo sua ignorância por não atendê-la.

Todas as leis da Natureza são leis de Deus, pois Deus é o Criador do Universo. As leis da matéria são estudadas pelos cientistas que, pelos seus experimentos, ajudam a humanidade em diversos pontos, tais como, engenharia genética, robótica, sociologia, etc. O homem de bem, por seu turno, estuda as leis morais, os ensinamentos trazidos por Cristo e tenta colocar em prática os conhecimentos espirituais que daí dimanam.

Se o ser humano traz na consciência a lei de Deus, há necessidade de ela ser revelada? Na pergunta 621a de O Livro dos Espíritos, os Espíritos nos informam que o homem a havia esquecido e desprezado; Deus quis que ela fosse lembrada. Daí, a vinda do Cristo, animado do Espírito divino, e que foi o ser mais puro que já apareceu na Terra. Os ensinamentos de Cristo devem ser como um modelo, um ideal a ser alcançado. Por isso, muita calma quando não conseguimos colocar em prática as suas máximas evangélicas.

Qual a utilidade da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, se Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus? Lembremo-nos de que os ensinos de Jesus, à semelhança de Sócrates, foram orais e alegóricos. Isso dá margem a muitas interpretações e deturpações. Por isso, o anúncio do Consolador Prometido, que daria uma explicação que fosse mais inteligível para todos, e relembraria os verdadeiros ensinamentos do mestre Jesus. 

Para mais informações, reler o Livro Terceiro - "As Leis Morais" de O Livro dos Espíritos. Neste tópico, há o estudo das lei de adoração, lei do trabalho, lei de reprodução etc. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/01/leis-de-deus.html)


Em Forma de Palestra

Lei Divina ou Natural

1.  Introdução

O objetivo deste estudo é mostrar que o conhecimento da Lei Natural é requisito necessário para que possamos atualizar as nossas potencialidades no bem, tornando-nos virtuosos, pois é somente pela virtude que nos preparamos para a obtenção do sumo bem.

2. Conceito

Noção de Lei — Aurélio, no seu Dicionário, anota vários sentidos, entre os quais: norma, preceito, princípio, regra; obrigação imposta pela consciência e pela sociedade. De acordo com Santo Tomás de Aquino "É uma ordenação da razão, promulgada em mira ao bem comum, por aquele que tem o encargo da comunidade."

Lei Natural — O nome da lei natural serve para designar uma lei que é conhecida pela luz natural da razão como derivando da natureza das coisas, que procede de Deus como autor da natureza, e que governa a atividade do homem para seu fim último natural. Por isto recebe ela também, por essa mesma razão, o nome de direito natural (jus naturae). Pode, pois, ser definida como sendo uma participação da lei eterna na criatura racional. (Jolivet, 1966, p. 93 a 116)

3. Histórico

As Leis Naturais sempre existiram: elas são tão velhas quanto o próprio Deus. Na Antiguidade, embora os grandes filósofos não a expressassem textualmente, podemos lê-las nas entrelinhas dos seus discursos. Sócrates e Platão falavam que o homem devia agir de acordo com a sua consciência, ou seja, praticar as virtudes que nada mais é do que escolher com justiça o bem e se apartar do mal. No campo político, Platão falava de um estado ideal, em que os mais sábios deviam governar por serem os mais conhecedores dessas leis da natureza.

Na Idade Média temos os contributos de Santo Tomás de Aquino, que fala de uma lei eterna, proveniente do próprio Deus.

Na Idade Moderna lembramos os contributos de Thomas Hobbes (1588-1679), John Locke (1632-1704), John Stuart Mill (1806-1873) e Adam Smith (1723-1790). Cada qual em suas obras específicas deixa entrever o aspecto precioso da lei Natural. Hobbes, por exemplo, em A Repúblicadiz que o governo é o elemento mais importante para a aplicação da lei natural, conhecida como lei áurea: “Não fazermos aos outros o que não gostaríamos que fosse feito a nós”. John Locke (1632-1704), por outro lado, em Sobre o Governo Civil começa o seu discurso reportando-se ao estado natural, em que viviam Adão e Eva. Naquela época, a Lei Natural e a Razão eram os elementos necessários para direcionar os atos de cada um. John Stuart Mill (1806-1873) em On Libertydefende que a única liberdade que merece o nome de liberdade é aquela em que cada um procurando o seu próprio interesse não prejudica o próximo a conquistar o dele. Já Adam Smith (1723-1790) em A Riqueza das Nações queria dar uma resposta mais coerente às indagações levantadas na sua Teoria sobre os Sentimentos Morais, ou seja,  como o interesse próprio pode gerar o bem-estar da sociedade. Tenta, também, partindo de uma confusão inicial visualizar o todo harmônico. (COMMINS, 1947.)

4. Doutrinas sobre a Lei Natural

Desde a Grécia Antiga, passando pela Palestina e pelo Egito, sempre tivemos contribuições para a compreensão da Lei Natural. Assim, há pelo menos quatro doutrinas que concernem à lei natural:

1) A Doutrina da Lei como imanente significa que a ordem da natureza expressa os caracteres das coisas reais, as quais, conjuntamente, compõe as existências encontradas na natureza. Quando compreendemos as essências dessas coisas, conhecemos, também, as mútuas relações de umas para com as outras. Se há elementos comuns em alguns padrões parciais de identidade, supõe-se também que os há em outros padrões. É evidente que essa doutrina prega a negação do “Ser Absoluto”, pois mostra somente as várias interdependências de todas as essências da natureza.

2) A Doutrina da Lei imposta adota a alternativa da doutrina metafísica das relações externas entre as existências que são fundamentos constitutivos da natureza. Os caracteres dessas coisas fundamentais são concebidos como tendo qualificação própria. Assim, uma existência é entendida em completa desconexão com outras existências. O problema é que mesmo não requerendo a participação das outras existências, há uma imposição no sentido de que esta existência necessite estar relacionada com as outras.

3) A Doutrina da Lei como mera observação parcial das coisas naturais. Aqui a Lei é meramente descritiva: observa-se a regularidade das coisas e a partir daí estabelecem-se regras. Como se vê, esta doutrina tem atrativo muito forte de simplicidade. Enquanto as duas primeiras doutrinas levam-nos à dificuldade para compreender a Lei e a natureza de Deus, esta liberta-nos de qualquer entrave, pois tudo gira em função da simples observação dos padrões de identidade da natureza.

4) A mera descrição não é suficiente para a compreensão da Lei. É preciso acrescentar-lhe uma interpretação convencional, ou seja, além da descrição, devemos estudar os fatos e inferir novas leis. O papel da ciência nada mais é do que observar, formular hipóteses, testá-las e tirar conclusões. Caso esteja em erro, voltar, reformular as hipóteses até atingir um grau maior de veracidade dos fatos. É um trabalho de infatigável perseverança na busca da verdade. (WHITEHEAD, 1942)

5. Caracteres da Lei Natural

Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois Deus é o autor de todas as coisas. São leis eternas, imutáveis, não estão sujeitas ao tempo, nem à circunstância,  embora tenham em si o elemento do progresso. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem, as da alma e segue-as.

Entre as Leis Divinas:

a) umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: são as leis físicas; seu estudo pertence ao domínio da Ciência;

b) outras concernem especialmente ao homem e às suas relações com Deus e com os seus semelhantes. Compreendem as regras da vida do corpo e as da vida da alma: são as leis morais. (Kardec, 1995, perguntas 614 a 618)

Embora a Lei Natural refira-se tanto ao aspecto físico quanto ao aspecto moral, é o aspecto moral que deve ser enfatizado, pois é ele que dá referência ao nosso estado de evolução espiritual.

Mas como o homem faz para conhecê-la? 

Há dois elementos básicos: unidade e universalidade.  A lei matemática em que dois mais dois são quatro existe em todo o lugar do universo. Independe de tempo e espaço.

6. Conhecimento da Lei Natural

Na pergunta 621 de O Livro dos Espíritos - Onde está escrita a lei de Deus? Os Espíritos respondem que está escrita na consciência do ser. E em seguida dizem que há necessidade de sermos lembrados porque havíamos esquecidos.

Como entender que a lei está escrita em nossa consciência? De acordo com os princípios doutrinários, codificados por Allan Kardec, fomos criados simples e ignorantes, sujeitos ao progresso. Nesse sentido, o Espírito André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, explica-nos que no reino mineral recebemos a atração; no reino vegetal a sensação; no reino animal  oinstinto; no reino hominal o pensamento contínuo, o livre-arbítrio e a razão. São os pródomos da lei moral, cujo objetivo é transformar os homens em “anjos”, “arcanjos” e “querubins”. É a potencialização das virtualidades de cada ser.

Poderíamos, também, dizer de outro modo:

nos seres inanimados, é uma força cega que está em ação: a relação entre o fim e os meios é puramente mecânica. Nos seres brutos reina o instinto, graças ao qual  a lei se cumpre sob o influxo de uma necessidade interna. Não há pois, em ambos os casos, nem mérito, nem demérito e, por conseqüência, nem dever nem direito.

Em relação ao homem, a lei já não é mecânica nem instintiva, senão moral. Obriga a vontade, mas deixando ao livre-arbítrio a escolha entre o bem e o mal: de outro modo não compreenderiam nem o mérito nem o demérito. A lei moral natural nada mais é, pois, do que a lei eterna, enquanto esta tem por objeto a regulação da atividade humana.

É por isso que SANTO AGOSTINHO E SANTO TOMÁS afirmam que Deus "concriou" ao mesmo tempo a lei natural e os seres que chamou à existência. De maneira que se pode dizer que de alguma sorte, a lei eterna está "transcrita" ou "inscrita" na razão humana: ela é a razão divina a irradiar em nós por modo de participação". (Jolivet, 1966,  p. 93 a 116)

7. O Bem e o Mal

A experiência propicia-nos condições de conhecer o bem e o mal. Se Adão e Eva  não tivessem provado a maçã, não saberiam o que é o bem e o que é o mal. O fato bíblico,  nesse contexto, pode ser analisado da seguinte forma: Adão, estimulado pela Eva e esta,  pela serpente, comem o fruto proibido - cometem o  pecado. Adão poderia  escusar-se  dizendo que a culpa era da Eva e da serpente. Mas é justamente nesse ponto que a divindade intervém e dá-lhe a noção deresponsabilidade.

A responsabilidade pode ser visualizada espiritualmente. O Espírito André Luiz, no livro  Evolução em Dois Mundos, psicografado por Francisco Cândido Xavier,  traça-nos  a  trajetória do princípio inteligente, através dos vários reinos da natureza. Diz-nos que, desde a nossa criação,  estamos sendo  conduzidos pelos “Operários Espirituais”. A  diferença  é que, uma vez adquirido o livre-arbítrio no reino  hominal,  o princípio, agora denominado Espírito, é deixado ao sabor de  suas próprias forças, porém com a responsabilidade  pelos atos praticados.

O estudo ora encetado comporta a  seguinte  pergunta: onde  está  a origem do mal? Deus, que é sabedoria,  justiça  e bondade,  não pode ser a sua causa. Mas o mal existe e, portanto, deve ter uma causa. Excluindo-se os males que não podemos evitar, tais como os flagelos destruidores, a maioria deles tem sua causa no orgulho, na ambição e no egoísmo humanos.

Podemos, ainda, levantar outra questão: como distinguir o bem do mal? Allan  Kardec, em  O  Livro  dos  Espíritos, esclarece-nos  que o bem é agir de acordo com a lei de Deus. Diz-nos, também, que se tivermos dúvida sobre o ato, devemos reportar-nos à regra áurea, ensinada por Jesus: "não fazer aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem". (Kardec, 1995, perguntas 629 a 646)

8. Divisão da Lei Natural

PILASTRA_DC — Sigla para lembrarmos das dez Leis Naturais. P da Lei do Progresso, I da Lei de Igualdade, L da Lei de Liberdade, A da Lei de Adoração, S da Lei de Sociedade, T da Lei do Trabalho, R da Lei de Reprodução, A da Lei de Justiça, Amor e Caridade, D da Lei de Destruição eC da Lei de Conservação.

Na pergunta 648 de O Livro dos Espíritos — Que pensais da divisão da lei natural em dez partes? — “Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés e pode abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. Podes segui-la, sem que ela tenha entretanto nada de absoluto, como não o têm os demais sistemas de classificação, que dependem sempre do ponto de vista sob o qual se considera um assunto. A Lei de Justiça, Amor e Caridade é a mais importante; é por ela que o homem pode avançar mais na vida espiritual, porque resume todas as outras”. (Kardec, 1995. Perguntas 647 e 648)

9. Conclusão

Tomar consciência da Lei Natural é o melhor caminho que devemos seguir na vida. Saber ouvir, saber falar e principalmente saber refletir, a fim de não desprezarmos os deveres da consciência impostos por nós mesmos no íntimo de nosso coração.

10. Bibliografia Consultada

COMMINS, S. e LINSCOTT, R. N. The World’s Great Thinkers - Man and the State: the Political Philosophers. New York, EUA, Random House, 1947.

JOLIVET, R. Tratado de Filosofia (Volume IV - Moral). Rio de Janeiro, Agir, 1966.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. São Paulo, FEESP, 1972.

WHITEHEAD, A. F. Adventures of Ideas. Cambridge, University Press, 1942.

XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977. 



Notas do Blog

Lei Divina e Natural

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, diz-nos que a Lei Divina é a Lei de Deus, eterna e imutável como o próprio Deus. Acrescenta que: "Entre as leis divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: são as leis físicas; seu estudo pertence ao domínio da Ciência. As outras concernem especialmente ao homem e às relações com Deus e com os seus semelhantes. Compreendem as regras da vida do corpo e as da vida da alma: são as leis morais". Por isso, diz-se que "A lei moral é uma lei ideal e a lei física uma lei real". (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/08/lei-divina-e-natural.html)

Amar ao Próximo como a Si Mesmo

Para entendermos a posição de Jesus, quanto ao amor ao próximo, temos de nos reportar à Lei de Deus, ou seja, aos Dez Mandamentos, recebidos mediunicamente por Moisés. De acordo com Allan Kardec, "esta lei é de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, um caráter divino". Jesus não veio destruir esta lei, mas dar-lhe cumprimento, desenvolvê-la segundo o grau de adiantamento da humanidade. Em realidade, Jesus resumiu o Decálogo num único mandamento, que costumamos chamar de o 11.º Mandamento: "Amar a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo". Jesus também acrescenta: "Está aí toda a lei e os profetas". Para Jesus, o próximo é o canal que nos leva a Deus. Sem o próximo, todo o nosso esforço é em vão, porque acabamos chafurdando no egoísmo, o principal cancro da humanidade. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/06/amar-ao-proximo-como-si-mesmo.html)

Notas de Rodapé: Um Curso de Filosofia Espírita Comparada

P. 615 (L. E.) A lei de Deus é eterna?

— É eterna e imutável, como o próprio Deus.

JHP — Por este princípio: "a lei natural é a lei de Deus, eterna e imutável, como Ele mesmo", certos teólogos católicos e protestantes acusam o Espiritismo de doutrina panteísta. O mesmo fizeram com Spinoza, para quem Deus, a substância única é a própria Natureza, mas não no seu aspecto material, e sim nas suas leis.

P. 621 (L. E.) Onde está escrita a lei de Deus?

— Na consciência.

JHP — Descartes, na terceira de suas Meditações Metafísicas, declara que a ideia de Deus está impressa no homem "como  marca do obreiro impressa na sua obra". Essa ideia de Deus é inata no homem e o impele à perfeição. Embora as escolas modernas de psicologia neguem a existência de ideias inatas, o Espiritismo sustenta essa existência, através do princípio da reencarnação. Por outro lado, as ideias de Deus, da sobrevivência, do bem e do mal existem e existiram sempre entre todos os povos. A lei de Deus está escrita na consciência do homem como a assinatura do artista na sua obra. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2018/05/notas-de-rodape-um-curso-de-filosofia.html)


Mensagem Espírita

A Regra Áurea

“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” — JESUS (Mateus, 22.39)

Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda do Cristo já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia. Importa esclarecer, todavia, que semelhante princípio era transmitido com maior ou menor exemplificação de seus expositores.

Diziam os gregos: “Não façais ao próximo o que não desejais receber dele.”

Afirmavam os persas: “Fazei como quereis que se vos faça.”

Declaravam os chineses: “O que não desejais para vós, não façais a outrem.”

Recomendavam os egípcios: “Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si.”

Doutrinavam os hebreus: “O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo.”

Insistiam os romanos: “A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo.”

Na antiguidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo. Profetas, administradores, juízes e filósofos, porém, procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos Planos mais altos da vida. 9 Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáticos ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos fragmentários.

Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou, não com virtudes parciais, mas em plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.

XAVIER, F.C. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 41. FEB.