Maquiavel
Perguntas e Respostas
1. Quem foi Maquiavel?
Nicolau Maquiavel, Nicollò Machiavelli, (1469-1527) foi político, historiador e escritor italiano. Nasceu e morreu em Florença. Foi chanceler e secretário das Relações Exteriores da República de Florença, cargos modestos, apesar dos títulos, limitando-se as funções à redação de documentos oficiais.
2. Que obras nos deixou?
Maquiavel é mundialmente conhecido pelo livro "O Príncipe". Deixou, porém, outros escritos, tais como, Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio, A Mandrágora, História de Florença, além de inúmeros tratados histórico-político, poemas e sua correspondência particular, organizada pelos descendentes.
3. Como resumir em poucas palavras O Príncipe?
Antes de Maquiavel, o governante de um país era comparado ao piloto de um navio, que tinha por objetivo conduzi-lo ao porto, sem que afundasse. Analogamente, o governante de uma República deveria conduzir o povo, sem dispersá-lo, para a prática da virtude. Maquiavel, em O Príncipe, aceita conduzir o povo sem avarias, porém faz silêncio sobre a condução do povo à virtude. Tem dúvidas quanto ao realizar a justiça. O Príncipe retrata o descontentamento do seu autor por ter sido banido da vida pública. O que está por detrás do livro é a aparência do bom e do virtuoso que o condutor do povo deve ter. Não importa se o ser humano é virtuoso, mais vale parecer virtuoso.
4. Maquiavel foi um educador?
Maquiavel não é considerado um educador em termos do adestramento para a aquisição de conhecimentos e habilidades específicas, mas fundamentalmente, como educação de cidadania, que é a formação do cidadão, para que ele faça parte ativa de uma cidade. Em linhas gerais, Maquiavel trata de investigar se é possível encontrar uma solução pacifica em meio aos desejos ambiciosos e egoístas que predispõem os indivíduos à desagregação e ao conflito.
5. Há uma moral para o individuo e outra para o estado? Como vê-la sob o ponto de vista espírita?
Maquiavel distingue uma moral do indivíduo, que visa a obtenção de virtudes, e outra para o estado, que visa obter o bem comum, nem que para isso seja necessário o emprego do constrangimento, da coação e da persuasão. Maquiavel afirma que todo o julgamento moral deve ser secundário na conquista, consolidação e manutenção do poder. Ele diz: "Todos concordam que é muito louvável um príncipe respeitar a sua palavra e viver com integridade, sem astúcias nem embustes. Contudo, a experiência do nosso tempo mostra-nos que se tornaram grandes príncipes que não ligaram muita importância à fé dada e que souberam cativar, pela manha, o espírito dos homens e, no fim, ultrapassar aqueles que se basearam na lealdade". Sob o ponto de vista espírita, Allan Kardec encaminha-nos para outro tipo de reflexão, pois em toda a sua obra ressalta a importância de combater o orgulho e o egoísmo, os dois principais cancros da sociedade.
6. Os fins justificam os meios?
Para Maquiavel, sim. Em termos doutrinários espíritas, não. O verdadeiro espírita deve se pautar por um principio único, aquele que propicia a paz de sua consciência. Nesse caso, quer esteja à frente ou na retaguarda, procurará tratar todos de igual modo, pois assim também deseja ser tratado. Prestemos atenção para não nos deixarmos confundir os meios com os fins específicos de cada uma de nossas ações.
7. O que você tem a dizer sobre o termo maquiavélico?
O termo maquiavélico, que é a astúcia inescrupulosa, como método de governo, nada tem a ver com o cuidado que Maquiavel tinha em criar uma sociedade mais justa e mais de acordo com a conduta exemplar do ser humano.
8. Que frases você citaria de Maquiavel?
"Quando fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal, fazê-lo de uma vez só".
"Creio que seriam desejáveis ambas as coisas, mas, como é difícil reuni-las, é mais seguro ser temido do que amado".
"Um povo corrompido que atinge a liberdade tem maior dificuldade em mantê-la".
"Todos os profetas armados venceram, e os desarmados foram destruídos".
"Os homens esquecem a morte do pai antes que a perda do patrimônio".
"A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam".
(Reunião de 24/10/2009) (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/maquiavel?authuser=0 )
Texto Curto no Blog
Maquiavelismo e Espiritismo
Nicolau Maquiavel, Nicollò Machiavelli (1469-1527), foi político, historiador e escritor italiano. Nasceu e morreu em Florença. Foi chanceler e secretário das Relações Exteriores da República de Florença. Famoso pelo livro "O Príncipe". Maquiavelismo. Vem de Maquiavel. Tomou, contudo, outro significado, principalmente por causa da máxima que lhe foi atribuída – "os fins justificam os meios" –, em que a eficácia da ação é privilegiada em detrimento da conduta moral.
Antes de Maquiavel, o governante de um país era comparado ao piloto de um navio, que tinha por objetivo conduzi-lo ao porto, sem que afundasse. Analogamente, o governante de uma República deveria conduzir o povo, sem dispersá-lo, para a prática da virtude. Maquiavel, em O Príncipe, aceita conduzir o povo sem avarias, porém faz silêncio sobre a condução do povo à virtude. Tem dúvidas quanto ao realizar a justiça. O Príncipe retrata o descontentamento do seu autor por ter sido banido da vida pública. O que está por detrás do livro é a aparência do bom e do virtuoso que o condutor do povo deve ter. Não importa se o ser humano é virtuoso, mais vale parecer virtuoso.
Maquiavel procura entender a lógica da força. Para tanto, inspira-se na paixão do Estado o que faz com que o Príncipe, investido de responsabilidades excepcionais, se encontre situado fora do comum e deva saber entrar na via do mal tão necessário, mas igualmente "não se afastar do bem que pode". Para Maquiavel, o Príncipe, mesmo dando poucos exemplos, será mais benéfico do que o piedoso, que deixa reinar e penetrar a desordem na esfera governamental.
Maquiavel distingue uma moral do indivíduo, que visa a obtenção de virtudes, e outra para o estado, que visa obter o bem comum, nem que para isso seja necessário o emprego do constrangimento, da coação e da persuasão. Sob o ponto de vista espírita, Allan Kardec encaminha-nos para outro tipo de reflexão, pois em toda a sua obra ressalta a importância de combater o orgulho e o egoísmo, os dois principais cancros da sociedade.
Os fins justificam os meios? Para Maquiavel, sim. Em termos doutrinários espíritas, não. O verdadeiro espírita deve se pautar por um principio único, aquele que propicia a paz de sua consciência. Nesse caso, quer esteja à frente ou na retaguarda de qualquer empreendimento, procurará tratar todos de igual modo, pois assim também deseja ser tratado. Prestemos atenção para não nos deixarmos confundir os meios com os fins específicos de cada uma de nossas ações.
Embora seja louvável a contribuição de Maquiavel para o pensamento político, os princípios espíritas fundamentam-se em outra ordem de valores, ou seja, nos valores morais trazidos por Jesus Cristo. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/08/maquiavelismo-e-espiritismo.html)
Em Forma de Palestra
Maquiavelismo e Espiritismo
1. Introdução
O objetivo deste estudo é analisar o pensamento e a obra, O Príncipe, de Maquiavel, do qual surgiu o termo maquiavelismo, com repercussões sobre a política, a religião, a administração e as ações dos indivíduos de um modo geral.
2. Conceito
Maquiavel. Nicolau Maquiavel, Nicollò Machiavelli (1469-1527), foi político, historiador e escritor italiano. Nasceu e morreu em Florença. Foi chanceler e secretário das Relações Exteriores da República de Florença, cargos modestos, apesar dos títulos, limitando-se as funções à redação de documentos oficiais. Maquiavel é mundialmente conhecido pelo livro "O Príncipe". Deixou, porém, outros escritos, tais como, Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio, A Mandrágora, História de Florença, além de inúmeros tratados histórico-político, poemas e sua correspondência particular, organizada pelos descendentes.
Maquiavelismo. Vem de Maquiavel. Tomou, contudo, outro significado, principalmente por causa da máxima que lhe foi atribuída – "os fins justificam os meios" –, em que a eficácia da ação é privilegiada em detrimento da conduta moral. Na linguagem comum, as pessoas cínicas, ardilosas, traiçoeiras, que agem de má-fé para atingir fins inconfessáveis, são chamadas de maquiavélicas.
3. Considerações Iniciais
Para compreendermos O Príncipe, temos que situar a Itália do início do século XVI, submetida a todo o tipo de exações, principalmente as dos franceses e dos espanhóis. O Príncipe deveria restaurar a ordem política vigente, fundamentada no principado. Parte do pressuposto que o poder político é de fato gerado na violência. O realismo político de Maquiavel advém de suas leituras de autores do passado como Lívio, Políbio, Tucídides e Xenofonte. Acha que "todos os escritores que trataram da política concordam em dizer que quem quiser fundar o Estado e proporcionar-lhe leis deve supor de antemão os homens malvados e sempre prontos a mostrar a sua malvadeza todas as vezes que tiverem oportunidade". Daí criar o mito do Príncipe, o qual deveria libertar a Itália do principado e colocá-la no rol da república, em que os seus representantes seriam escolhidos pelo sufrágio universal.
4. Nicolau Maquiavel
4.1. O Príncipe
Antes de Maquiavel, o governante de um país era comparado ao piloto de um navio, que tinha por objetivo conduzi-lo ao porto, sem que afundasse. Analogamente, o governante de uma República deveria conduzir o povo, sem dispersá-lo, para a prática da virtude. Maquiavel, em O Príncipe, aceita conduzir o povo sem avarias, porém faz silêncio sobre a condução do povo à virtude. Tem dúvidas quanto ao realizar a justiça. O Príncipe retrata o descontentamento do seu autor por ter sido banido da vida pública. O que está por detrás do livro é a aparência do bom e do virtuoso que o condutor do povo deve ter. Não importa se o ser humano é virtuoso, mais vale parecer virtuoso.
4.2. O Método de Maquiavel
Maquiavel não foi um teórico como Hobbes, em Leviatã, Platão em, A República, e mesmo Kant na sua legitimação do poder. Ele parte das observações práticas. Primeiramente, estuda tudo o que os outros escritores disseram sobre o assunto; depois, reflete sobre a sua própria experiência, inclusive com a sua exclusão da vida política de Florença. Enquanto os outros escritores usavam o método dedutivo, ou seja, do geral para o particular, ele usou o método indutivo, ou seja, do particular para o geral. Em outras palavras, quis transformar em lei as suas observações pessoais. Não é de se estranhar que tenha cometido um viés, que foi ver tudo pelo lado da violência, pelo uso da força, sem levar em conta a conduta moral mais elevada dos indivíduos.
4.3. A Lógica da Força
Maquiavel procura entender a lógica da força. Para tanto, inspira-se na paixão do Estado o que faz com que o Príncipe, investido de responsabilidades excepcionais, se encontre situado fora do comum e deva saber entrar na via do mal tão necessário, mas igualmente "não se afastar do bem que pode". Para Maquiavel, o Príncipe, mesmo dando poucos exemplos, será mais benéfico do que o piedoso, que deixa reinar e penetrar a desordem na esfera governamental.
5. Maquiavelismo
5.1. Maquiavel era Maquiavélico?
Maquiavel escreveu O Príncipe por volta de 1514, mas foi publicado somente em 1532, cinco anos depois de sua morte, quando, então, o termo maquiavélico ganhou peso, no sentido de uma conduta moral insatisfatória, em que "os fins justificam os meios". Para diferenciar o maquiavelismo de Maquiavel e o que foi perpetrado depois de sua morte, deveríamos ler outras obras de sua autoria, principalmente os Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio, escritos em 1517 e publicados em 1531.
5.2. O Demônio Maquiavélico
O Príncipe foi publicado em 1532 sob a autorização papal, conforme costume da época. Mas, os ataques foram sendo intensificados de tal modo que obrigou o papa Paulo IV a colocá-lo no livro do Index em 1559. Em 1564, o Concílio de Trento confirmava tal proibição. A partir daí a lenda do maquiavelismo teve seu nome cada vez mais ligado ao do demônio.
5.3. Extensão do Termo
O mito do maquiavelismo penetrou profundamente no imaginário coletivo. Ainda hoje há os falsos discípulos de Maquiavel. Eles estão na política, nas funções administrativas e no trato com as mulheres entre outras. Se um candidato usa a fraude para tirar votos do seu adversário, é-lhe emprestada a pecha de maquiavélico, mas não sabe que Maquiavel só aceitava a fraude em função de uma guerra e não na vida cotidiana. Mesmo no caso de "os fins justificarem os meios", Maquiavel só os aceitava quando esse fim visasse o bem da comunidade e não sobre quaisquer fins.
6. Maquiavelismo e Espiritismo
6.1. Moral para o Indivíduo e Moral para o Estado
Maquiavel distingue uma moral do indivíduo, que visa a obtenção de virtudes, e outra para o estado, que visa obter o bem comum, nem que para isso seja necessário o emprego do constrangimento, da coação e da persuasão. Maquiavel afirma que todo o julgamento moral deve ser secundário na conquista, consolidação e manutenção do poder. Ele diz: "Todos concordam que é muito louvável um príncipe respeitar a sua palavra e viver com integridade, sem astúcias nem embustes. Contudo, a experiência do nosso tempo mostra-nos que se tornaram grandes príncipes que não ligaram muita importância à fé dada e que souberam cativar, pela manha, o espírito dos homens e, no fim, ultrapassar aqueles que se basearam na lealdade". Sob o ponto de vista espírita, Allan Kardec encaminha-nos para outro tipo de reflexão, pois em toda a sua obra ressalta a importância de combater o orgulho e o egoísmo, os dois principais cancros da sociedade.
6.2. Os Meios e os Fins
Os fins justificam os meios? Para Maquiavel, sim. Em termos doutrinários espíritas, não. O verdadeiro espírita deve se pautar por um principio único, aquele que propicia a paz de sua consciência. Nesse caso, quer esteja à frente ou na retaguarda de qualquer empreendimento, procurará tratar todos de igual modo, pois assim também deseja ser tratado. Prestemos atenção para não nos deixarmos confundir os meios com os fins específicos de cada uma de nossas ações.
6.3. Frases de Maquiavel diante do Espiritismo
"Quando fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal, fazê-lo de uma vez só". Os Espíritos superiores nunca nos exortam a praticar o mal. Este geralmente é fruto de nossa ignorância com relação às leis naturais.
"Creio que seriam desejáveis ambas as coisas, mas, como é difícil reuni-las, é mais seguro ser temido do que amado". A Doutrina Espírita exorta-nos ao cumprimento do dever. Nunca nos instrui para ser amado ou odiado. Quer apenas que cumpramos as leis morais e que isso deixe em paz a nossa consciência.
"Todos os profetas armados venceram, e os desarmados foram destruídos". Jesus, o grande artífice do cristianismo, nunca nos sugeriu pegar em armas para que uma ideia fosse aceita. O Espiritismo segue a mesma linha.
7. Conclusão
Embora seja louvável a contribuição de Maquiavel para o pensamento político, os princípios espíritas fundamentam-se em outra ordem de valores, ou seja, nos valores morais trazidos por Jesus Cristo.
8. Bibliografia Consultada
ARANHA, M. L. de A. Maquiavel: A Lógica da Força. São Paulo: Moderna, 1993. (Coleção Logos)
DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993
PINZANI, Alessandro. Maquiavel & O Príncipe. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (Filosofia Passo-a-Passo)
São Paulo, outubro de 2009.
Notas do Blog
Maquiavel
Maquiavel distingue uma moral do indivíduo, que visa à obtenção de virtudes, e outra para o estado, que visa a obter o bem comum, nem que para isso seja necessário o emprego do constrangimento, da coação e da persuasão. Maquiavel afirma que todo o julgamento moral deve ser secundário na conquista, consolidação e manutenção do poder. Ele diz: "Todos concordam que é muito louvável um príncipe respeitar a sua palavra e viver com integridade, sem astúcias nem embustes. Contudo, a experiência do nosso tempo mostra-nos que se tornaram grandes príncipes que não ligaram muita importância à fé dada e que souberam cativar, pela manha, o espírito dos homens e, no fim, ultrapassar aqueles que se basearam na lealdade". (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2009/09/maquiavel.html)
A Política e o Governo Segundo Maquiavel
Antes de Maquiavel, o governante de um país era comparado ao piloto de um navio. São Tomás de Aquino (1227-1274), por exemplo, no seu tratado De Regno (Do Reino), dizia que ao piloto de um navio cabem duas funções: a) preservar o navio para que não se afunde e sofra avarias; b) conduzir o navio ao porto. Do mesmo modo é o governante de uma República, ou seja, deve conduzir o povo, no sentido de não haver dispersão e, ao mesmo tempo, encaminhá-lo para a prática da virtude. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2008/07/poltica-e-o-governo-segundo-maquiavel.html)
Livros Estragam o Mundo?
Maquiavel, no livro O Príncipe, evoca a ideia de que o governante não precisa ser bom, justo e misericordioso, mas parecer que o seja. Esta ideia influenciou muitos líderes políticos. Para Lênin, líder revolucionário ateu, os fins gloriosos do comunismo justificavam seus meios brutais. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2015/07/livros-estragam-o-mundo.html)
Evolução do Conceito de Estado: de Maquiavel a Marx
Maquiavel afirma: “há uma dúvida se é melhor sermos amados do que temidos, ou vice-versa. Deve-se responder que gostaríamos de ter ambas as coisas, sermos amados e temidos; mas, como é difícil juntar as duas coisas, se tivermos que renunciar a uma delas, é muito mais seguro sermos temidos do que amados... pois dos homens, em geral, podermos dizer o seguinte: eles são ingratos, volúveis, simuladores e dissimuladores; eles furtam-se aos perigos e são ávidos de lucrar. Enquanto você fizer o bem para eles, são todos teus, oferecem-te seu próprio sangue, suas posses, suas vidas, seus filhos. Isso tudo até o momento que você não tem necessidade. Mas, quando você precisar, eles viram as costas”. (http://sbgecopoli.blogspot.com/2009/10/nicolau-maquiavel-1469-1527-e-apontado.html)
Origem do Termo "Maquiavélico"
De acordo com Roberto Grassi, tradutor da obra "O Príncipe", de Maquiavel, o termo "maquiavélico", foi cunhado a partir do capítulo XVIII - De que modo os príncipes devem manter a fé da palavra dada -, do referido livro. (http://sbgecopoli.blogspot.com/2009/10/origem-do-termo-maquiavelico.html)
Notas da Revista Espírita
Revista Espírita 1869
Cartas de Maquiavel ao Sr. Girardin
De algum tempo para cá, o jornal Liberté vem publicando, assinados pelo Sr. Aimé Dolfus, uma série de artigos políticos sob a rubrica de: Cartas de Maquiavel ao Sr. Girardin, cujo espírito não nos compete analisar. Mas reconhecemos com viva satisfação que se os redatores do Liberté não são espíritas, são bastante hábeis para se servirem dos princípios do Espiritismo que possam interessar aos seus leitores. Certamente não se deve ver nessas cartas mais que uma forma, um produto da imaginação apropriado pelo autor às circunstâncias atuais. Nosso quadro e o objeto especial dos nossos estudos só nos obriga a reproduzir a seguinte passagem, que publicamos sem qualquer comentário, enviando nossos leitores, para mais amplos detalhes, à apreciação que delas fez o Sr. Allan Kardec, na comunicação intitulada: O Espiritismo e a literatura contemporânea. Citamos textualmente:
“Entre os poucos homens de vossa geração, que melhor souberam captar e assimilar minhas ideias, pôr em prática as minhas doutrinas, abandonar a política da paixão pela da conciliação, desprezar as formas governamentais para se fixarem no fundo das coisas, existe um cuja vida pública parece uma página isolada da história do meu tempo.
“Ele é meu contemporâneo quase tanto quanto vosso; é vosso amigo como foi meu amigo. Pela segunda vez permite-se uma missão de pacificação, representando um papel moderador cujo alcance e grandeza o século dezenove não parece adivinhar melhor do que os partidos do século dezesseis. Ele já tinha tentado, no tempo dos Médicis, o que acaba de tentar, com mais sucesso, sob os Napoleões. Antes de utilizar o nome que conheceis, senhor, e que não preciso escrever, ele se chamava François Guichardin.
“Historiador e homem de Estado em sua primeira encarnação, revelou-se, na segunda, orador de primeira ordem. Essas duas personalidades têm tantos pontos de contacto que creio poder confundi-las numa só.”
Liberté (4 de setembro de 1869) (Outubro de 1869, p. 425)
Pensamentos
Ação: "Toda a ação é designada em termos do fim que procura atingir." (Maquiavel)
Desespero: "Nunca foi sensata a decisão de causar desespero nos homens, pois quem não espera o bem não teme o mal." (N. Maquiavel)
Guerra: "Sempre que os homens são impedidos de combater por necessidade, combatem por ambição." (N. Maquiavel)
Ofensa: "As injúrias devem ser feitas todas de um só vez, a fim de que, saboreando-as menos, ofendam menos; e os benefícios devem ser feitos pouco a pouco, a fim de que sejam mais bem saboreados. (N. Maquiavel)
Dinheiro: "Os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio." (N. Maquiavel)
Humildade: "É muito comum vermos que a humildade pode não só ser inútil como até mesmo prejudicial, especialmente quando usada com pessoas insolentes que, por inveja ou qualquer outro motivo, nos tenham ódio." (Maquiavel)
Força: "Precisando, portanto, um príncipe saber utilizar bem o animal, deve tomar como exemplo a raposa e o leão: pois o leão não é capaz de se defender das armadilhas, assim como a raposa não sabe se defender dos lobos." (N. Maquiavel)
Destino: "A sorte favorece mais quem assalta do que quem defende." (N. Maquiavel)
Medo: "Os fantasmas assustam mais de longe do que de perto." (N. Maquiavel)
Mensagem Espírita
Em Torno da Liberdade
“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não useis da liberdade para dar ocasião à carne; antes, pelo amor, servi-vos uns aos outros”. – Paulo. (Gálatas, 5:13.)
Quanto mais se agiganta a evolução intelectual da Terra, mais se propalam reclamos em torno da Liberdade.
Há povos que se batem por Liberdade mais ampla.
Aparecem os chamados campeões da liberdade, levantando quartéis de opressão e esfogueadas legendas de rebeldia.
Fala-se em mais Liberdade para a juventude.
Pede-se liberdade para a criança.
No entanto, basta uma vista de olhos, nas máquinas aperfeiçoadas do mundo moderno, para que se reconheça o impositivo inevitável da disciplina.
O automóvel chispa, vencendo barreiras, mas, se o motorista foge do equilíbrio ao volante ou se desobedece aos sinais do trânsito, o acidente sobrevém.
O avião devora distâncias, transportando o homem, através de todos os continentes, no espaço de poucas horas; todavia, se o piloto não atende aos planos traçados na direção, o desastre não se faz retardio.
Louvemos a liberdade, sim, mas a liberdade de construir, melhorar, auxiliar, elevar...
Ninguém, na Terra, foi mais livre que o Divino Mestre. Livre até mesmo da posse, da tradição, da parentela, da autoridade. Entretanto, ninguém mais do que ele se fez escravo dos Desígnios Superiores, para beneficiar e iluminar a comunidade.
Eis porque nos adverte o apóstolo Paulo, sensatamente: “fostes chamados à liberdade, mas não useis a liberdade, favorecendo a devassidão; ao invés disso, santifiquemos a liberdade, através do amor, procurando servir.” (XAVIER, Francisco Cândido. Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 133)