Deus
Deus — do indo-europeu deiwos — significa resplandecente, luminoso. Quando nos referimos a Deus, logo se nos vêm à mente o demiurgo, o primeiro motor, a causa primeira, o início do mundo e da vida. De acordo com a Doutrina Espírita, Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. De Deus vertem-se dois princípios, o princípio material e o princípio espiritual que, individualizados, denominam-se, respectivamente, matéria e Espírito.
Os filósofos atribuem a Deus duas qualificações fundamentais: a de Causa e a de Bem. Em se tratando da Causa, Deus é o criador, o autor e o mantenedor da ordem do mundo. Tudo funciona sob a sua direção excelsa. Em se tratando do Bem, Deus é o criador da ordem moral (valores) do mundo. Neste caso, a providência divina tem papel de destaque, pois é ela que supervisiona todas as ações dos seres humanos. Deus cria as leis, chamadas divinas ou naturais. Nós, seres humanos, devemos pautar a nossa vida de acordo com elas.
A compreensão do monoteísmo e do politeísmo baseia-se na distinção ou na identificação entre Deus e divindade. No monoteísmo, que é a crença num único Deus, há uma perfeita identificação entre Deus e divindade. No politeísmo, que é a crença numa hierarquia de deuses, a identificação entre Deus e divindade não é clara. Para auxiliar o nosso pensamento, distingamos também a unidade da unicidade. A unidade não elimina a multiplicidade, mas a contém em si mesma, enquanto a unicidade pressupõe um ser único. Assim, o monoteísmo platônico é um politeísmo, pois pressupõe uma multiplicidade de deuses. O cristianismo, por sua vez, é monoteísta, pois aceita um único Deus.
A revelação de Deus pode ser humana, divina ou um misto das duas. A revelação humana é estritamente filosófica, pois é o próprio homem que, pelos seus esforços, busca compreender os mistérios da divindade. A revelação divina insere-se no campo da religião. No judaísmo, Deus se manifesta a Moisés; no Cristianismo, Deus se manifesta a Jesus. No Espiritismo, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo sua elaboração fruto do trabalho do homem. E como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental: formula hipóteses, testa-as e tira conclusões.
Abbagnano, em seu Dicionário de Filosofia, aponta nada menos do que dez provas da existência de Deus. O recurso ao consenso comum, a prova causal e a prova do movimento estão entre elas. Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, desenvolve apenas dois aspetos: 1) "não há efeito sem causa"; 2) sentimento inato. Para entendermos o "não há efeito sem causa", basta lançarmos os nossos olhos à obra da criação. Se o efeito é inteligente, a causa também o será. O sentimento inato na existência de Deus é prova cabal de que Ele existe, pois se assim não fosse, o ser humano não se lembraria Dele.
Seguirmos as leis de Deus é o único antídoto contra o orgulho, a vaidade e a violência. Estudemo-las com a devida profundidade. Somente assim poderemos construir um mundo mais justo e mais feliz. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/06/deus.html)
Deus
1. Introdução
O objetivo deste estudo é buscar uma compreensão mais abrangente da idéia de Deus. Embora seja difícil não só definir Deus como também provar a sua existência, temos condições de senti-Lo e de intui-Lo em nossa mente e em nossos corações. É o que faremos neste ensaio sintético.
2. Conceito de Deus
2.1. A Origem da Ideia de Deus
A origem da ideia de Deus pode ser concebida:
1) através da antiga doutrina cristã, que afirma que Deus se revelou aos antepassados do povo de Israel por meio das comunicações pessoais que lhes deram uma noção verdadeira, porém incompleta do Deus único, infinito e eterno; depois, no decurso de sua história, foi o povo alcançando gradualmente uma idéia mais adequada e estável acerca da natureza e dos atributos de Deus;
2) como resultado de um desenvolvimento puramente natural. Enquanto o homem se manteve no nível meramente animal não houve nele a idéia de Deus, se bem que existisse uma tendência para a religião. As suas necessidades e aspirações não encontravam satisfação no Mundo ambiente; conheceu as dificuldades e a dor. Em tais circunstâncias, surgiram no seu espírito "por necessidade psicológica" a idéia de encontrar auxílio que de algures lhe viesse, bem como a de algum poder ou poderes capazes de lho ministrar. Uma vez introduzida a idéia de Deus, observa-se a tendência para a multiplicação dos deuses ( e daí o politeísmo). Com o alargamento da família para a nação, a esfera de deus também ia se ampliando, e as vitórias sobre outras nações, assim como um mais largo entendimento no que concerne ao Mundo, teriam produzido enfim a idéia de um deus único além do qual todos os outros deuses seriam somente pretensos deuses, sem existência real. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)
2. 2. Etimologia
Deus é um dos conceitos mais antigos e fecundos do patrimônio cultural da humanidade. Deriva do indo-europeu deiwos (resplandecente, luminoso), que designava originariamente os celestes (Sol, Lua, estrelas etc.) por oposição aos humanos, terrestre por natureza. Psicologicamente corresponde ao objeto supremo da experiência religiosa, no qual se concentram todos os caracteres do numinoso ou sagrado. (Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado).
2.3. Significado de Deus
Tomou esta palavra a significação de princípio de explicação de todas as coisas, da entidade superior, imanente ou transcendente ao mundo (cosmos), ou princípio ou fim, ou princípio e fim, ser simplicíssimo, potentíssimo, único ou não, pessoal ou impessoal, consciente ou inconsciente, fonte e origem de tudo, venerado, adorado, respeitado, amado nas religiões e nas diversas ciências. Deste modo, em toda a parte onde está o homem, em seu pensamento e em suas especulações, a idéia de Deus aflora e exige explicações. É objeto de fé ou de razão, de temor ou de amor, mas para ele se dirigem as atenções humanas, não só para afirmar a sua existência, como para negá-la. (Santos, 1965)
Para o Espiritismo, Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
3. Deus e Divindade: Monoteísmo e Politeísmo
Os termos monoteísmo e politeísmo surgem no processo de identificação ou de distinção entre Deus e a divindade.
No politeísmo há uma hierarquia de deuses, de modo que não há uma identidade entre Deus e Divindade. A não observância dessa distinção acaba por confundir muitas mentes. Platão, Aristóteles e Bergson, por exemplo, são qualificados como monoteístas, quando na realidade não o são. No Timeu de Platão, o Demiurgo delega a outros deuses, criados por ele próprio, parte de suas funções criadoras; o Motor de Aristóteles, pressupõe a existência de outros motores menores. Em outros termos, a substância divina é participada por muitas divindades. Convém, assim, não confundir a unidade de Deus com um reconhecimento da unicidade de Deus. A unidade pressupõe a multiplicidade. Quer dizer, Deus sendo uno, ele pode multiplicar-se em vários deuses, formando uma hierarquia. Mas justamente por isso não é único: a unidade não elimina a multiplicidade, mas a recolhe em si mesma. Obviamente a multiplicidade de deuses em se multiplica e se expande a divindade, não exclui a hierarquia e a função preemintente de um deles (o Demiurgo de Platão, o Primeiro Motor de Aristóteles, o Bem de Plotino); mas o reconhecimento de uma hierarquia e de um chefe da hierarquia não significa absolutamente a coincidência de Divindade e Deus e não é, portanto, monoteísmo.
O monoteísmo é caracterizado não pela presença de uma hierarquia, mas pelo reconhecimento de que a divindade é possuída só por Deus e que Deus e divindade coincidem. Nas discussões Trinitárias da Idade Patrística e da Escolástica, a identidade de Deus e da divindade foi o critério dirimente para reconhecer e combater aquelas interpretações que se inclinavam para o Triteísmo. Certamente, a Trindade é apresentada constantemente como um mistério que a razão mal pode roçar. Mas o que importa relevar é que a unidade divina só é considerada abalada quando, com a distinção entre Deus e a divindade, se admite, implícita ou explicitamente, a participação da mesma divindade por dois ou mais seres individualmente distintos. (Abbagnano, 1970)
Para o Espiritismo, Deus é o Criador do Universo. Portanto, admite a tese monoteísta. Contudo, os Espíritos por Ele criado, conforme o grau de evolução alcançado, podem ser classificados como Espíritos Co-Criadores em plano maior e Espíritos Co-Criadores em plano menor. De acordo com o Espírito André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, os Espíritos Co-Criadores em plano maior "tomam o plasma divino e convertem-no em habitações cósmicas, de múltiplas expressões, radiantes e obscuras, gaseificadas ou sólidas, obedecendo a leis predeterminadas, quais moradias que perduram por milênios e milênios, mas que se desgastam e se transformam, por fim, de vez que o Espírito Criado pode formar ou co-criar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade"..."Em análogo alicerce, as Inteligências humanas que ombreiam conosco utilizam o mesmo fluido cósmico, em permanente circulação no Universo, para a Co-Criação em plano menor, assimilando os corpúsculos da matéria com a energia espiritual que lhes é própria, formando assim o veículo fisiopsicossomático em que se exprimem ou cunhando as civilizações que abrangem no mundo a Humanidade Encarnada e a Humanidade Desencarnada". (Xavier, 1977, p.20 a 23).
4. A Revelação de Deus
A revelação de Deus aos homens pode ocorrer de três modos:
1) a que atribui à iniciativa do homem e ao uso das capacidades naturais de que dispõe, o conhecimento que o homem tem de Deus;
2) a que atribui à iniciativa de Deus e à sua revelação o conhecimento que o homem tem de Deus;
3) a que atribui à mescla das duas anteriores: a revelação não faz senão por concluir e levar à plenitude o esforço natural do homem de conhecer a Deus.
Desses três pontos de vista, o primeiro é o mais estritamente filosófico, os outros dois são predominantemente religiosos. O segundo ponto de vista pode ser visto em Pascal, quando afirma que "É o coração que sente a Deus, não a razão". O terceiro ponto de vista foi encarnado pela Patrística, que considerou a revelação cristã como complemento da filosofia grega. (Abbagnano, 1970)
De acordo com o Espiritismo, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo sua elaboração fruto do trabalho do homem. E como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental: formula hipóteses, testa-as e tira conclusões. (Kardec, 1975, p. 19 e 20)
5. Provas da Existência de Deus
A prova da existência pode ser encontrada no axioma que aplicamos à ciência: não há efeito sem causa. Se o efeito é inteligente, a causa também o é. Diante deste fato, surge a questão: sendo o homem finito, pode ele perscrutar o infinito? Santo Tomas de Aquino dá-nos uma explicação, que é aceita com muita propriedade. A desproporcionalidade entre causa e efeito não tira o mérito da causa. Se só percebemos parte de uma causa, nem por isso ela deixa de ser verdadeira. Allan Kardec, nas perguntas 4 a 9 de O Livro dos Espíritos,
diz-nos que para crer em Deus é suficiente lançar os olhos às obras da Criação. O Universo existe; ele tem, portanto, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo o efeito tem uma causa, e avançar que o nada pode fazer alguma coisa. A harmonia que regula as forças do Universo revela combinações e fins determinados, e por isso mesmo um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso seria uma falta de senso, porque o acaso é cego e não pode produzir efeitos inteligentes. Um acaso inteligente já não seria acaso.
6. Deus da Fé e Deus da Razão
Descartes, no âmago da sua lucubração racionalista, descobre Deus através da razão. Pascal, por outro lado, fala-nos que só podemos conhecer Deus através da Fé. A dicotomia entre fé e razão sempre existiu ao longo do processo histórico. Aceitar Deus pela razão é um atitude eminentemente filosófica; enquanto aceitar Deus pela fé é uma atitude preponderantemente religiosa.
De acordo com o Espiritismo, a fé é inata no ser humano, ou seja, ela é um sentimento natural, que precisa, contudo, ser raciocinado. Não adianta apenas crer; é preciso saber porque se crê. É nesse sentido que Allan Kardec elaborou a codificação. Observe que junto ao título de O Evangelho Segundo o Espiritismo, o Codificador colocou uma frase lapidar: "Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade". Quer dizer, nunca aceitar nada sem o crivo da razão.
7. Atributos da Divindade
Allan Kardec, nas perguntas 10 a 13 de O Livro dos Espíritos, explica-nos que se ainda não compreendemos a natureza íntima de Deus, é porque nos falta um sentido. Esclarece-nos, contudo, que Deus deve ter todas as perfeições em grau supremo, pois se tivesse uma de menos, ou que não fosse de grau infinito, não seria superior a tudo, e por conseguinte não seria Deus. Assim:
DEUS É ETERNO. Se Ele tivesse tido um começo, teria saído do nada, ou, então, teria sido criado por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos ao infinito e à eternidade.
É IMUTÁVEL. Se Ele estivesse sujeito a mudanças as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.
É IMATERIAL. Quer dizer, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, pois de outra forma Ele não seria imutável, estando sujeito às transformações da matéria.
É ÚNICO. Se houvesse muitos Deuses, não haveria unidade de vistas nem de poder na organização da matéria.
É TODO-PODEROSO. Porque é único. Se não tivesse o poder-soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto Ele, que assim não teria feito todas as coisas. E aquelas que ele não tivesse feito seriam obra de um outro Deus.
É SOBERANAMENTE JUSTO E BOM. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nos menores como nas maiores coisas, e esta sabedoria não nos permite duvidar da sua justiça nem da sua bondade.
8. Imagem de Deus
Imaginar Deus como um velhinho de barbas brancas, sentado em um trono, é tomá-Lo como um Deus antropomórfico. Damo-Lhe a extensão de nossa visão. Quer dizer, quanto mais primitivos formos, mais associamo- Lo às coisas palpáveis, como trovão, tempestade, bosque etc. À medida que progredimos no campo da espiritualidade, damo-Lhe a conotação de energia, de criação, de infinito, de coisa indefinível etc. O homem cria Deus à sua imagem e semelhança. Não se trata de criar Deus, mas sim uma imagem de Deus à nossa imagem e semelhança. Observe que a imagem oriental é uma imagem de aniquilação. No Espiritismo, devemos lembrar sempre que Deus não tem forma, pois difere de tudo o que é material. Devemos, sim, intuí-Lo, simplesmente, como a causa primária de todas as coisas.
9. Conclusão
Lembremo-nos de que encontramos Deus em nossa experiência mais íntima. Quer sejamos crentes ou ateus — estamos sempre procurando transcender-nos rumo a metas cada vez mais novas e nunca completamente realizáveis. Nesse sentido, a experiência superficial é alienante. Somente num constante esforço de aprofundamento de tudo o que nos rodeia é que podemos alcançar a riqueza da vida. Desse modo, convém sempre nos dirigirmos a Deus alicerçados na humildade e simplicidade de coração, com o bom ânimo de atender primeiramente à Sua vontade e não à nossa.
10. Bibliografia Consultada
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo, Mestre Jou, 1970.
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d. p.
KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.
Polis - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado.
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
São Paulo, dezembro de 1995.
(https://sites.google.com/view/palestraespirita/deus?authuser=0)
Conceito de Deus
A origem da ideia de Deus está presa à revelação cristã e ao desenvolvimento puramente natural da evolução do ser humano. Ela é, porém, anterior à revelação cristã ou muçulmana. Allan Kardec, por exemplo, explica-nos que a ideia de Deus não é efeito da educação ou produto de ideia adquirida, mas um sentimento natural do ser humano, pelo fato de se considerar filho de Deus.
A problematização do conceito de Deus pode ser visto de quatro modos: 1) Deus como causa do mundo; 2) Deus como ordem moral (Bem); 3) Deus como divindade; 4) Deus como revelação. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/05/conceito-de-deus.html)
Jesus Cristo
Jesus é Deus? É Filho de Deus? É Filho do homem? Jesus não pode ser Deus, porque são duas coisas distintas. Deus é o criador, o ponto de partida. Todos nós somos, juntamente com Jesus, filhos desse Pai. Filho de Deus é, porque todos nós o somos. Filho de Deus, contudo, tem outra acepção: no Antigo Testamento, é todo o povo escolhido que Iavé ama como um pai ama o seu filho. Em se tratando do Novo Testamento, constitui uma atribuição feita pela Igreja nascente ao ressuscitado. Filho do homem quer dizer simplesmente um homem ou alguém. É uma das poucas designações em que Jesus atribuiu a si mesmo. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/06/jesus-cristo.html)
Revelação
A revelação pode ser humana e divina. É divina quando feita por Deus; humana quando o é pelo homem. A revelação divina pode ser natural ou sobrenatural. A revelação natural está inscrita na própria ordem da criação, em que Deus dota o homem de faculdades para elevar-se do domínio das coisas visíveis ao das invisíveis. No entanto, como faz parte da natureza, não é esta a revelação em sentido próprio. A revelação divina, propriamente dita, é de ordem sobrenatural. Consiste na manifestação de uma verdade, feita por Deus, fora da ordem da natureza. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/revelao.html)
Notas de Rodapé - Um Curso de Filosofia Espírita Comparada
P. 621 (L. E.) Onde está escrita a lei de Deus?
— Na consciência.
JHP — Descartes, na terceira de suas Meditações Metafísicas, declara que a ideia de Deus está impressa no homem "como marca do obreiro impressa na sua obra". Essa ideia de Deus é inata no homem e o impele à perfeição. Embora as escolas modernas de psicologia neguem a existência de ideias inatas, o Espiritismo sustenta essa existência, através do princípio da reencarnação. Por outro lado, as ideias de Deus, da sobrevivência, do bem e do mal existem e existiram sempre entre todos os povos. A lei de Deus está escrita na consciência do homem como a assinatura do artista na sua obra. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2018/05/notas-de-rodape-um-curso-de-filosofia.html)
Divindade
Filosoficamente, divindade designa, em abstrato, a natureza ou essência de Deus, o ser de Deus enquanto Deus. Sendo sinônimo de Deus, é um ser supremo idolatrado pelos humanos que exerce algum poder sobre eles. No sentido amplo, aplica-se ao politeísmo primitivo e ao nominalismo cristão. Em sentido estrito, significa aquele atributo que, segundo o nosso modo de conhecer, exprime mais profundamente a essência de Deus: não se deduz de nenhum outro e todos se fundamentam nele. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2018/03/divindade.html)
Deus Segundo Alguns Filósofos
Para Aristóteles, Deus é o motor imóvel. Este motor não é uma divindade criadora do mundo; é a causa final. Segundo Aristóteles, como para todos os Gregos, o mundo sempre existiu e de modo algum foi criado. Deus é o ponto de chegada, meta final para a qual tende a inteira realidade. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2012/02/deus-segundo-alguns-filosofos.html)
"É impossível proceder ao infinito na série dos seres que se geram sucessivamente. Deve-se admitir, por isso, que existe um ser necessário que tenha em si toda a razão de sua existência, e do qual procedam todos os outros seres. A este chamamos Deus."(S. Tomás de Aquino)
"Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta." (Santa Teresa de Ávila)
"O homem que compreendesse Deus seria outro Deus." (François Chateaubriand)
"Faz tudo como se alguém te contemplasse." (Epicuro)
"Deus é a lei e o legislador do Universo." (Albert Einstein)
"Acreditar em algo e não o viver é desonesto." (Gandhi)
"Deus não fala, mas tudo fala de Deus." (Julien Green)
"Deus disse: Eu era um tesouro que ninguém conhecia e quis tornar-me conhecido. Então criei o homem." (H. von Hofmannsthal)
"O coração humano recusa-se a acreditar num universo sem uma finalidade." (Kant)
"Do meu telescópio, eu via Deus caminhar! A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta." (Isaac Newton)
"Há dois tipos de pessoas: as que têm medo de perder Deus e as que têm medo de O encontrar." (Pascal)
"Para o crente, Deus está no começo; para o físico, Deus está no ponto de chegada de toda a sua reflexão." (Max Plank)
"Quem procura a verdade procura Deus, ainda que não o saiba." (Edith Stein)
"Cada criança, ao nascer, traz-nos a mensagem de que Deus ainda não perdeu a esperança nos homem." (Tagore)
"Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo." [Voltaire, epístola do auto do livro Os Três Impostores (1768)]
Diante de Deus
“Pai nosso...” – Jesus. (Mateus, 6:9.)
Para Jesus, a existência de Deus não oferece motivo para contendas e altercações.
Não indaga em torno da natureza do Eterno.
Não pergunta onde mora.
Nele não vê a causa obscura e impessoal do Universo.
Chama-lhe simplesmente “nosso Pai”.
Nos instantes de trabalho e de prece, de alegria e de sofrimento, dirige-se ao Supremo Senhor, na posição de filho amoroso e confiante.
O Mestre padroniza para nós a atitude que nos cabe, perante Deus.
Nem pesquisa indébita.
Nem inquirição precipitada.
Nem exigência descabida.
Nem definição desrespeitosa.
Quando orares, procura a câmara secreta da consciência e confia-te a Deus, como nosso Pai Celestial.
Sê sincero e fiel.
Na condição de filhos necessitados, a Ele nos rendamos lealmente.
Não perguntes se Deus é um foco gerador de mundos ou se é uma força irradiando vidas.
Não possuímos ainda a inteligência suscetível de refletir-lhe a grandeza, mas trazemos o coração capaz de sentir-lhe o amor.
Procuremos, assim, Nosso Pai, acima de tudo, e Deus, Nosso Pai, nos escutará. (XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 164)
Espera por Deus
"Mas o Pai que está em mim é quem faz as obras." - Jesus
Saibamos buscar o Pensamento Divino, atuante em todas as formas da vida, trabalhando na construção do bem, mesmo que os quadros da luta humana se nos mostrem tisnados pela sombra do mal.
Observa a planta frágil, muita vez desfigurada pelo bote de insetos daninhos, ao surgir da semente. Parece uma excrescência no barro de que se envolve; entretanto, encerra consigo as potencialidades que a transformarão em árvore vigorosa.
Fita a criança recém-nata, em muitas circunstâncias tocada por enfermidade inquietante. Vagindo nos braços maternos, mais se assemelha a pobre farrapo humano, guardado pela morte; todavia, traz na própria formação orgânica, aparentemente comprometida, a força que a transfigurará, talvez, num condutor de milhões de pessoas.
Não julgues o sofrimento por mal.
A tempestade carreia a higiene da atmosfera.
A doença do corpo é renovação do espírito.
Em todos os sucessos desagradáveis e em todas as condições adversas da existência, acalma-te e aguarda a intervenção da Infinita Bondade.
Disse Jesus: "Mas o Pai que está em mim é quem faz as obras".
O criador está igualmente na Criação.
Diante do nevoeiro não condenes as trevas.
Acende a luz do serviço e espera por Deus. ((XAVIER, Francisco Cândido. Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 117)