Reencarnação

Perguntas e Respostas

1) Qual o conceito de reencarnação? 

Reencarnação (re + encarnação) significa voltar a entrar na carne. A reencarnação é a volta do Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. 

2) Há diferença entre encarnação e reencarnação? 

A diferença entre encarnação e reencarnação, caso fosse necessária, seria esta: a encarnação é ato de o Espírito tomar a carne; a reencarnação, a doutrina do fato.

3) Podemos reencarnar em outros mundos? O que acontece com o perispírito?

Sim. Baseando-nos na teoria da pluralidade das existências e dos mundos habitados, o Espírito pode reencarnar em qualquer um desses mundos. Emigrando da Terra, o Espírito deixa aí o seu invólucro fluídico (perispírito) e forma outro apropriado ao mundo onde vai habitar.

4) Qual o limite da encarnação?

O limite da encarnação é a perfeição do Espírito. Enquanto não o conseguir, fará tantas encarnações quantas forem necessárias, pois a benevolência de Deus é infinita. Importa-nos aproveitar bem esta encarnação.

5) Quais são os objetivos da encarnação dos Espíritos?

Os objetivos da reencarnação são: expiação, prova, missão, cooperação na obra do Criador e ajudar a desenvolver a inteligência. 

6) Há diferença entre reencarnação e palingenesia?

A palingenesia – não é apenas reencarnação –, pois não se aplica somente à vida orgânica. A reencarnação, por seu turno, refere-se à vida orgânica, principalmente a vida humana.

7) É possível provar a reencarnação de um Espírito? Como?

Sim. O Dr. Ian Stevenson, diretor do Departamento de Psiquiatria e Neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos da América, catalogou mais de 2.000 casos, principalmente de crianças, que espontaneamente manifestavam as suas recordações. 

8) Como interpretar a frase: "Aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus"?

Esta frase comporta duas posições: reencarnação e mudança comportamental. 

9) A partir de quando o cristianismo deixou de dar crédito à reencarnação?

Até o Concílio de Niceia, em 325, quando o imperador Constantino esforçou-se por fazer condenar esta crença, pois tinha muitos pecados na consciência, a reencarnação era norma vigente. São Justino fala, inclusive, que "a alma habita mais de uma vez um corpo humano".

10) A reencarnação é um dos princípios fundamentais do Espiritismo? Por quê?

Se Deus não existisse, teríamos de criá-lo. Do mesmo modo, se a reencarnação não existisse, teríamos de inventá-la. Sem a reencarnação, como poderíamos responder às seguintes questões: Por que uns nascem sãos e outros doentes? Por que uns são inteligentes e outros ignorantes? Por que uns são ricos e outros pobres?


Texto Curto no Blog

Reencarnação

A reencarnação significa a volta do Espírito em sucessivos corpos, diferentes uns dos outros. A reencarnação é o enclausuramento do Espírito, uma prisão, a qual fornece subsídios valiosos para a sua purificação. É uma espécie de auto-aniquilamento das paixões, uma depuração moral que facilita a iluminada oportunidade de entendimento. De re + encarnar, ou seja, entrar novamente na carne, encarnar novamente.

A reencarnação é um dos princípios fundamentais da Doutrina Espírita. Ela não é uma invenção moderna do Espiritismo; já existia na Antiguidade, especificamente na Índia (o Budismo e o Hinduísmo são um exemplo). Embora fosse característica das religiões orientais, aparece também nas religiões primitivas e nos mistérios órficos dos gregos. Mais recentemente, há menção dela no maniqueísmo e no gnosticismo, como também, nos movimentos teosóficos. O ponto central é a lei do karman (efeito), ou seja, a lei de causa e efeito, em que mostra que o que fizermos nesta vida terá consequência na próxima, isto é, na vida futura.

A reencarnação pode ser vista sob diferentes ângulos, inclusive como metempsicose, que é a volta do Espírito num corpo animal, e mesmo em plantas. Embora as religiões orientais defendam a tese moral da metempsicose (punição pelos erros cometidos), a Doutrina Espírita, sob a orientação dos Espíritos superiores, não aceita tal teoria, afirmando que a reencarnação propriamente dita diz respeito apenas aos seres humanos, aqueles Espíritos que adentraram no reino hominal, e não podem mais retrogradar.

Muitos escritores espíritas usam o termo reencarnação como sinônimo de palingenesia. Há que se esclarecer: a palingenesia, de palin (de novo) e genese (nascer) é um termo amplo que se refere a todo e qualquer renascimento, quer se trate da biologia, da matéria bruta ou da vida social. O correto seria usar a palingenesia como um caso particular de reencarnação. Em outras palavras, a reencarnação somente será sinônima de palingenesia quando as duas se referirem ao ser humano. Nesse sentido, José Herculano Pires, em Introdução à Filosofia Espírita, diz que a palingenesia pode ser mais bem visualizada no final da pergunta 540 de O Livro dos Espíritos: "É assim que tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou do átomo".

A reencarnação é a única que está de acordo com a justiça divina. Sem ela, não saberíamos explicar por quê viemos a este mundo, por quê uns são ricos e outros pobres, por quê que uns nascem sãos e outros doentes. Ela mostra que o ser humano deve fazer a sua evolução espiritual e moral e, uma vez iniciada, não pode mais retroagir, porque a lei do progresso é compulsória.

Há muitas pessoas que não concordam com a justiça da reencarnação. Acham que nossa existência serve apenas para pagar dívidas passadas. A reencarnação, porém, não é punição, mas oportunidade de reajuste às Leis Divinas. Como reflexão, suponha que tivéssemos passado esta encarnação somente fazendo mal ao nosso próximo. Desencarnamos. Isso fica incólume? Não. É preciso que tenhamos uma outra oportunidade para refazer o que fizemos de errado e dar continuidade ao nosso progresso moral. Nesse caso, a reencarnação é um sofrimento, que devemos suportar com coragem e resignação, pois o mal sofrer pode acarretar novos débitos para o futuro.

Agradeçamos a oportunidade da reencarnação. Quem estiver cansado de reencarnar que se purifique. (http://sbgespiritismo.blogspot.com.br/2008/07/reencarnao.html)


Em Forma de Palestra

Reencarnação

1. Introdução

O objetivo deste estudo é mostrar que a alma é imortal e ao corpo físico retorna quantas vezes for necessário.

2. Conceito

Reencarnação significa a volta do Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, sem qualquer espécie de ligação com o antigo. Usa-se também o termo Palingenesia, proveniente de duas palavras gregas — Palin, de novo; genesis, nascimento.

Metempsicose - do grego metempsykhosis, embora empregada no mesmo sentido da reencarnação, tem um significado diferente, pois supõe ser possível a transmigração das almas, após a morte, de um corpo para outro, sem ser obrigatoriamente dentro da mesma espécie. Ou seja, a alma que atingiu a fase humana poderia reencarnar em um animal. Plotino (205-270 a. C.) sugeriu que se substituísse por metensomatose, uma vez que haveria na realidade, mudança de corpo (soma) e não de alma (psykhe) (Andrade, 1984, p. 194 e 195)

Ressurreição - do lat. ressurrectione - significa ato ou efeito de ressurgir, ressuscitar. Segundo o Catolicismo e o Protestantismo, retorno à vida num mesmo corpo.

3. Reencarnação e Ressurreição

A confusão entre o conceito de ressurreição e o de reencarnação é porque os judeus tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo. Por isso, a reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição. Eles acreditavam que um homem que viveu podia reviver, sem se inteirarem com precisão da maneira pela qual o fato podia ocorrer. Eles designavam por ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente chama reencarnação.

A ressurreição segundo a idéia vulgar é rejeitada pela Ciência. Se os despojos do corpo humano permanecessem homogêneos, embora dispersados e reduzidos a pó, ainda se conceberia a sua reunião em determinado tempo; mas as coisas não se passam assim, uma vez que os elementos desses corpos já estão dispersos e consumidos. Não se pode, portanto, racionalmente admitir a ressurreição, senão como figura simbolizando o fenômeno da reencarnação.

O princípio da reencarnação funda-se, a seu turno, sobre a justiça divina e a revelação. Dessa forma, a lei de reencarnação elucida todas as anomalias e faz-nos compreender que Deus deixa sempre uma porta aberta ao arrependimento. E para isso, Deus, na sua infinita bondade, permite-nos encarnar tantas vezes quantas forem necessárias ao nosso aperfeiçoamento espiritual, utilizando-se deste e de outros orbes disseminados no espaço. (Kardec, 1984, cap. IV, it. 4, p. 59)

4. Finalidade da Encarnação

4.1. Expiação 

— Expiar significa remir, resgatar, pagar. A expiação, em sentido restrito consiste em o homem sofrer aquilo que fez os outros sofrerem, abrangendo sofrimentos físicos e morais, seja na vida corporal, seja na vida espiritual.

4.2. Prova 

— Em sentido amplo, cada nova existência corporal é uma prova para o Espírito. A prova, às vezes, confunde-se com a expiação, mas nem todo sofrimento é indício de uma determinada falta. Trata-se freqüentemente de simples provas escolhidas pelo espírito para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento. Assim, a expiação serve sempre de prova mas a prova nem sempre é uma expiação.

4.3. Missão

 — A missão é uma tarefa a ser cumprida pelo Espírito encarnado. Em sentido particular, cada Espírito desempenha tarefas especiais numa ou noutra encarnação, neste ou naquele mundo. Há, assim, a missão dos pais, dos filhos, dos políticos etc.

4.4. Cooperação na Obra do Criador 

— Através do trabalho, os homens colaboram com os demais Espíritos na obra da criação.

4.5. Ajudar a Desenvolver a Inteligência 

— a necessidade de progresso impele o Espírito às pesquisas científicas. Com isso a sua inteligência se desenvolve, sua moral se depura. É assim que o homem passa da selvageria à civilização.

A encarnação ou reencarnação tem outras finalidades específicas para este ou aquele Espírito. Citam-se, por exemplo, o restabelecimento do equilíbrio mental e o refazimento do corpo espiritual. (FEESP, 1991, 7.ª Aula, p. 73 a 76)

5. Justiça da Reencarnação

A doutrina da reencarnação, que consiste em admitir para o homem muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia da justiça de Deus com respeito aos homens de condição moral inferior; a única que pode explicar o nosso futuro e fundamentar as nossas esperanças, pois oferece-nos o meio de resgatarmos os nossos erros através de novas provas. A razão assim nos diz, e é o que os Espíritos ensinam. (Kardec, 1995, pergunta 171)

6. Limites da Encarnação

A encarnação não tem, propriamente falando, limites nitidamente traçados, se se entende por isso o envoltório que constitui o corpo do Espírito, já que a materialidade desse envoltório diminui à medida que o Espírito se purifica. Nesse sentido, o limite máximo seria a completa depuração do Espírito, quando o perispírito estaria totalmente diáfano. Mas mesmo assim, há trabalho a realizar, pois podem vir em missões para ajudar os outros a progredirem. (Kardec, 1984, cap. IV, it. 24, p. 67 e 68)

7. Enfoque Científico

O Dr. Ian Stevenson, Diretor do Departamento de Psiquiatria e Neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos da América, conseguiu catalogar cerca de 2000 casos, tendo publicado cinco livros versando sobre esses relatos. Em um de seus livros, o 20 Casos Sugestivos de Reencarnação, reúne 7 casos na Índia, 3 no Ceilão, 2 no Brasil, 7 no Alasca e 1 no Líbano.

O Método empregado pelo Dr. Ian Stevenson consiste em descobrir pessoas, principalmente crianças, que espontaneamente manifestem recordações. Na maioria dos casos espontâneos, os principais acontecimentos já ocorreram quando o investigador entra em cena.

Possíveis ocorrência erros:

1) tradução;

2) os registros no ato da transcrição das testemunhas;

3) as observações quanto ao comportamento do entrevistado;

4) falhas de memória por parte das testemunhas

5) Além disso, embora acreditem na reencarnação, as pessoas envolvidas adotam atitudes bem diferentes. Existe uma crença generalizada de que a lembrança de vidas pretéritas condena à morte prematura, e muitas vezes os pais usam de medidas enérgicas e mesmo cruéis, para evitar que uma criança fale sobre uma vida anterior.

Stevenson, em suas observações conclusivas, não opta com firmeza por nenhuma teoria como explanatória de todos os casos. Diz ele que alguns casos podem ser explicados melhor como sendo devido à fraude, à criptomnésia ou à percepção extra sensorial com personificação (talvez com misto de telepatia e retrocognição).

Complementando diz: "Na medida em que nos preocupamos com a evidência da sobrevivência, não nos sentimos obrigados a supor que todo caso sugestivo de renascimento deve ser explicado como um caso de reencarnação. Nosso problema é antes, saber se há algum caso (ou mesmo somente um) em que nenhuma outra explicação pareça melhor do que a reencarnação, na explanação de todos os fatos. (Stevenson, 1971, p. 506)

8. Outros Tópicos

O tema reencarnação, por ser amplo, comportaria vários outros tópicos, ou seja: planejamento da reencarnação, mapas cromossômicos, reencarnação na Bíblia, encarnação nos diferentes mundos etc.

9. Conclusão

A reencarnação fundamenta todo o nosso desenvolvimento moral e intelectual. Sem ela, a existência física perderia a perspectiva de uma vida futura, o que nos levaria ao materialismo; com ela, todo o sofrimento encontra a sua explicação lógica, reacendendo, assim, a esperança num futuro mais promissor.

10. Bibliografia Consultada

ANDRADE, H. G. Espírito, Perispírito e Alma: Ensaio sobre o Modelo Organizador Biológico. São Paulo, Pensamento, 1984.

AUTORES DIVERSOS. Curso Básico de Espiritismo (1.º Ano). 3. ed., São Paulo, FEESP, 1991.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.

STEVENSON, I. 20 Casos Sugestivos de Reencarnação. São Paulo, Difusora Cultural, 1971.



Notas do Blog

Ressurreição e Reencarnação

A confusão entre o conceito de ressurreição e o de reencarnação é porque os judeus tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo. Por isso, a reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição. Eles acreditavam que um homem que viveu podia reviver, sem se inteirarem com precisão da maneira pela qual o fato podia ocorrer. Eles designavam por ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente chama reencarnação. (http://sbgespiritismo.blogspot.com.br/2008/07/ressurreio-e-reencarnao.html)

Dogma da Reencarnação

O dogma da reencarnação é algo que não podemos rejeitar. E se a reencarnação não existisse, nós a teríamos que inventar. Por quê? Porque somente ela é capaz de nos fornecer uma luz aos diversos fenômenos, considerados inexplicáveis. Pergunta-se: de onde vêm a inteligência e a arte das crianças prodígios? Por que há seres sãos convivendo com seres doentes? Por que uns nascem na pobreza e outros na riqueza? Por que uns são inteligentes e outros ignorantes? (http://sbgespiritismo.blogspot.com.br/2008/07/dogma-da-reencarnao.html)

Resumo da Doutrina dos Espíritos

A Reencarnação é, depois da existência de Deus, um dos pilares básicos da Doutrina. A reencarnação permite-nos refletir sobre a nossa condição de relatividade diante do Universo. Por ela, tomamos consciência que estamos num mundo transitório, onde Deus nos dá oportunidade de progresso, seja para refazermos nossos atos impensados do passado, seja para nos fortificarmos para o futuro. Aprendemos também que o verdadeiro mundo é o mundo espiritual. A Terra poderia nem existir que nada afetaria o mundo dos Espíritos. (http://sbgespiritismo.blogspot.com.br/2006/09/resumo-da-doutrina-dos-espritos.html)