Jesus Cristo

Perguntas e Respostas

1) Qual a etimologia da palavra “Jesus”? E “Cristo”? 

Jesus – de Jesoûs, forma grega do hebraico Joxuá, contração de Jehoxuá, isto é, “Jeová ajuda ou é salvador”. 

Cristo - do grego Christós, corresponde ao hebraico Moxiá, escolhido ou ungido. 

2) Quais os tipos de fontes para compor a história de Jesus? 

Os manuscritos do Novo Testamento, as descobertas dos manuscritos do mar Morto, escondidos nas onze grutas do sítio arqueológico de Qumrân, os diversos movimentos (fariseus, essênios...) judeus, as descobertas de Nag Hammadi, os escritos do judaísmo antigo, as escavações arqueológicas e os testemunhos exteriores sobre Jesus. (1) 

3) No que se fundamenta a vinda do Messias? 

Os Judeus, pelas afirmações dos profetas em seus livros sagrados, estavam cientes de que se aproximava a vinda do Messias para salvar o Mundo. A uns e a outros eram fornecidas inspirações, avisos sobre este fato. 

A ideia de um messias geralmente atribuída ao Judaísmo, é historicamente anterior e encontra-se em outras crenças, entre vários povos. Ela é explicada, porém, com base na concepção de um passado remoto em que os homens teriam vivido situação melhor e que voltaria a existir pela mediação entre os homens e a divindade, de um Salvador. 

4) Jesus é Deus? É Filho de Deus? É Filho do homem? 

Jesus não pode ser Deus, porque são duas coisas distintas. Deus é o criador, o ponto de partida. Todos nós somos, juntamente com Jesus, filhos desse Pai. De modo que alçá-lo ao nível de Deus é muita pretensão dos seres humanos. 

Filho de Deus é, porque todos nós o somos. Filho de Deus, contudo, tem outra acepção: no Antigo Testamento, é todo o povo escolhido que Iavé ama como um pai ama o seu filho. Em se tratando do Novo Testamento, constitui uma atribuição feita pela Igreja nascente ao ressuscitado. 

Filho do homem quer dizer simplesmente um homem ou alguém. É uma das poucas designações em que Jesus atribuiu a si mesmo. 

5) A afirmação de que Jesus é filho de Deus resiste à crítica histórica? 

Não. Na atualidade, a ciência histórica moderna quis se desvencilhar da tradição. No âmbito da religião, Lutero quis isolar-se da tradição para atingir o Solus Christos. A sua atitude, porém, não é radical, pois admite a tradição dos primeiros séculos da Igreja. Esta é a questão hermenêutica por excelência: como conciliar o Cristo histórico, se Ele, no presente, não está mais integrado na tradição? (2) 

6) Por que, para a crítica histórica, a perspectiva da cruz é o ponto mais alto para o conhecimento de Jesus Cristo? 

Se quisermos adotar, na perspectiva da crítica histórica atual, o ponto de partida mais sólido, para o conhecimento de Jesus Cristo, teremos de escolher os acontecimentos ligados à sua prisão, julgamento e execução na cruz. Daí, tiramos conclusões hermenêuticas para a sua correta interpretação. Por que aquele desfecho e não outro? A terceira razão, a execução na cruz, recomenda uma cristologia da cruz: a cruz permite-nos entender como o significado e ministério de Jesus Cristo é salvação deste mundo através de um julgamento que abrange todos os responsáveis pela sua morte e se exerce, não pela força das armas que matam, mas pelo testemunho da verdade e do amor que leva à doação da própria vida (martyria). (3) 

7) O que está implícito na mensagem do reino de Deus? 

A sua mensagem do reino de Deus é teocêntrica e teleológica, isto é, centrada em Deus e orientada para o futuro. Em Jesus, o olhar fita Aquele que chama de Pai, e ele se volta para o futuro. (1) 

8) Jesus fez milagres? É correto chamá-lo de taumaturgo, de curandeiro, de exorcista? 

Na época de Jesus, o milagre não designava um fato extraordinário, dito sobrenatural, como violação ou infração das leis da natureza. A palavra “milagre” vem do latim miraculum, cujo radical significa ficar surpreso, espantado. Ela é empregada na Escritura junto com outros termos, como os “altos feitos” de Deus, ou suas “maravilhas”. (1) 

9) Como situar a dimensão espiritual de Jesus? 

O Espírito Emmanuel, no capítulo I de A Caminho da Luz, diz-nos que “Na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias”. 

Acrescenta que Jesus é um dos membros divinos dessa comunidade de seres angélicos e perfeitos. Em outras palavras, Jesus é o governador espiritual do Planeta Terra. Todos os outros Espíritos de luz devem obediência a Ele. É por esta razão que todos os enviados do infinito falaram na China milenar, no Egito, na Pérsia etc. Entre os judeus a ideia do Messias Salvador surge entre os séculos IV e III a.C. pela literatura profética. É o ungido, o enviado de Iavé com a missão de instaurar o reino de Deus no mundo. 

10) Cite alguns dizeres acerca de Jesus? 

“Jesus é o mensageiro divino enviado aos homens para ensinar-lhes a verdade, e, por ela, o caminho da salvação”.

“Jesus era médium de Deus”.

“Jesus é o ser mais puro que até hoje se manifestou na Terra”.

“Jesus é o autêntico Redentor da Humanidade”.

“Jesus Cristo é o Príncipe da paz”.

“Jesus é a pedra angular do Cristianismo”.

“Jesus é o Mestre por excelência”.

“Jesus é a nossa porta: atravessamo-la, seguindo-Lhe as pegadas”.

“Jesus é o nosso Divino Amigo”.

“Jesus é o Messias, o Príncipe da Vida, o Salvador do mundo”.

“Jesus é o Verbo, que “se fez carne e habitou entre nós””. (4) 

11) Relacione Jesus e Deus 

“Jesus sempre esteve com Deus. E Deus, por sua vez, sempre esteve com Jesus. A vontade de um sempre foi a do outro”.

“São um pelo pensamento – uma vez que tudo quanto o Cristo realizava e realiza ainda é sob a inspiração direta de Deus”.

“A alma puríssima de Jesus é o cristalino espelho onde a vontade do Senhor dos Mundos se reflete soberana e misericordiosa”.

“Deus é o Pai, Jesus é o Filho”.

“Deus é o Soberano Universal, Causa Primária de todas as coisas, Inteligência Suprema do Universo, como o define o Espiritismo. Jesus é o seu embaixador na Terra”.

“Deus criou o Universo, que é a soma, a reunião, o conjunto de todos os mundos, galáxias, constelações, sistemas planetários. Jesus, seu enviado, presidiu a formação do orbe terrestre, daí ter afirmado: – “Sou o princípio de todas as coisas, eu que vos falo””.

“Deus governa o Universo, de que a Terra é minúsculo departamento. Jesus é o mandatário do Pai neste mundo”. (4) 

(Reunião de 10/11/2012)

Fonte de Consulta

(1) PERROT, Charles. Jesus. Tradução de Denise Bottmann. Porto Alegre: L&PM, 2010 (Coleção L&PM POCKET; v. 863)

(2) GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]

(3) POLIS - ENCICLOPÉDIA VERBO DA SOCIEDADE E DO ESTADO. São Paulo: Verbo, 1986.

(4) EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/jesus-cristo?authuser=0 )


Texto Curto no Blog

Jesus Cristo

Jesus – de Jesoûs, forma grega do hebraico Joxuá, contração de Jehoxuá, isto é, "Jeová ajuda ou é salvador". Cristo - do grego Christós, corresponde ao hebraico Moxiá, escolhido ou ungido.

Os Judeus, pelas afirmações dos profetas em seus livros sagrados, estavam cientes de que se aproximava a vinda do Messias para salvar o Mundo. A uns e a outros eram fornecidas inspirações, avisos sobre este fato. A idéia de um messias geralmente atribuída ao Judaísmo, é historicamente anterior e encontra-se em outras crenças, entre vários povos. Ela é explicada, porém, com base na concepção de um passado remoto em que os homens teriam vivido situação melhor e que voltaria a existir pela mediação entre os homens e a divindade, de um Salvador.

Jesus é Deus? É Filho de Deus? É Filho do homem? Jesus não pode ser Deus, porque são duas coisas distintas. Deus é o criador, o ponto de partida. Todos nós somos, juntamente com Jesus, filhos desse Pai. Filho de Deus é, porque todos nós o somos. Filho de Deus, contudo, tem outra acepção: no Antigo Testamento, é todo o povo escolhido que Iavé ama como um pai ama o seu filho. Em se tratando do Novo Testamento, constitui uma atribuição feita pela Igreja nascente ao ressuscitado. Filho do homem quer dizer simplesmente um homem ou alguém. É uma das poucas designações em que Jesus atribuiu a si mesmo.

A afirmação de que Jesus é filho de Deus não resiste à crítica histórica. Na atualidade, a ciência histórica moderna quis se desvencilhar da tradição. No âmbito da religião, Lutero quis isolar-se da tradição para atingir o Solus Christos. A sua atitude, porém, não é radical, pois admite a tradição dos primeiros séculos da Igreja. Esta é a questão hermenêutica por excelência: como conciliar o Cristo histórico, se Ele, no presente, não está mais integrado na tradição?

Se quisermos adotar, na perspectiva da crítica histórica atual, o ponto de partida mais sólido, para o conhecimento de Jesus Cristo, teremos de escolher os acontecimentos ligados à sua prisão, julgamento e execução na cruz. Daí, tiramos conclusões hermenêuticas para a sua correta interpretação. Por que aquele desfecho e não outro? A terceira razão, a execução na cruz, recomenda uma cristologia da cruz: a cruz permite-nos entender como o significado e ministério de Jesus Cristo é salvação deste mundo através de um julgamento que abrange todos os responsáveis pela sua morte e se exerce, não pela força das armas que matam, mas pelo testemunho da verdade e do amor que leva à doação da própria vida (martyria).

O Espírito Emmanuel, no capítulo I de A Caminho da Luz, diz-nos que "Na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias". Acrescenta que Jesus é um dos membros divinos dessa comunidade de seres angélicos e perfeitos. Em outras palavras, Jesus é o governador espiritual do Planeta Terra. Todos os outros Espíritos de luz devem obediência a Ele. É por esta razão que todos os enviados do infinito falaram na China milenar, no Egito, na Pérsia etc. Entre os judeus a ideia do Messias Salvador surge entre os séculos IV e III a.C. pela literatura profética. É o ungido, o enviado de Iavé com a missão de instaurar o reino de Deus no mundo.

Há várias afirmações acerca de Jesus:

"Jesus é o mensageiro divino enviado aos homens para ensinar-lhes a verdade, e, por ela, o caminho da salvação".

"Jesus era médium de Deus".

"Jesus é o ser mais puro que até hoje se manifestou na Terra".

"Jesus é o autêntico Redentor da Humanidade".

"Jesus Cristo é o Príncipe da paz".

"Jesus é a pedra angular do Cristianismo".

"Jesus é o Mestre por excelência".

"Jesus é a nossa porta: atravessamo-la, seguindo-Lhe as pegadas".

"Jesus é o nosso Divino Amigo".

"Jesus é o Messias, o Príncipe da Vida, o Salvador do mundo".

"Jesus é o Verbo, que "se fez carne e habitou entre nós"". (Equipe da FEB, 1997)


A relação entre Jesus e Deus pode ser expressa nos seguintes termos:

"Jesus sempre esteve com Deus. E Deus, por sua vez, sempre esteve com Jesus. A vontade de um sempre foi a do outro".

"São um pelo pensamento – uma vez que tudo quanto o Cristo realizava e realiza ainda é sob a inspiração direta de Deus".

"A alma puríssima de Jesus é o cristalino espelho onde a vontade do Senhor dos Mundos se reflete soberana e misericordiosa".

"Deus é o Pai, Jesus é o Filho".

"Deus é o Soberano Universal, Causa Primária de todas as coisas, Inteligência Suprema do Universo, como o define o Espiritismo. Jesus é o seu embaixador na Terra".

"Deus criou o Universo, que é a soma, a reunião, o conjunto de todos os mundos, galáxias, constelações, sistemas planetários. Jesus, seu enviado, presidiu a formação do orbe terrestre, daí ter afirmado: – "Sou o princípio de todas as coisas, eu que vos falo"".

"Deus governa o Universo, de que a Terra é minúsculo departamento. Jesus é o mandatário do Pai neste mundo". (Equipe da FEB, 1997)

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]

POLIS - ENCICLOPÉDIA VERBO DA SOCIEDADE E DO ESTADO. São Paulo: Verbo, 1986. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/06/jesus-cristo.html)


Em Forma de Palestra

Jesus Cristo

1. Introdução

O objetivo deste estudo é analisar a vida e obra de Jesus Cristo, no sentido de melhor compreender a nobre missão desse eminente Espírito reencarnado entre nós.

2. Etimologia

Jesus Cristo (de Jesoûs, forma grega do hebraico Joxuá, contração de Jehoxuá, isto é, "Jeova ajuda ou é salvador", e de Cristo, do grego Christós, corresponde ao hebraico Moxiá, escolhido ou ungido).

3. O Messias

A ideia de um messias geralmente atribuída ao Judaísmo, é historicamente anterior e encontra-se em outras crenças, entre vários povos. Ela é explicada, porém, com base na concepção de um passado remoto em que os homens teriam vivido situação melhor e que voltaria a existir pela mediação entre os homens e a divindade, de um Salvador.

Emmanuel entretanto explica que os Capelinos, ao serem recebidos por Jesus, teriam guardado as reminiscências de seu planeta de origem e das promessas do Cristo, que as fortalecera ao longo do tempo, "enviando-lhe periodicamente os seus missionários e mensageiros.

Os enviados do infinito falaram na china milenar, no Egito na Pérsia etc.

Entre os judeus a ideia do Messias Salvador surge entre os séculos IV e III a. C. pela literatura profética. É o ungido, o enviado de Iavé com a missão de instaurar o reino de Deus no mundo. (Curti, 1980, p. 35)

4. O Nascimento de Jesus Cristo

Jesus nasceu em Belém e morreu no ano 30 de nossa era. O mês e o ano do nascimento de Jesus Cristo são incertos. A era vulgar, chamada de Cristo, foi fixada no séc. VI por Frei Dionísio, que atribui o Natal ao ano de 754 da fundação de Roma.

O texto evangélico correspondente ao seu nascimento é: "Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, prometida por esposa a José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mas José, seu esposo, sendo justo, e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente.

Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.

Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.

Ora, tudo isto aconteceu, para que lhe cumprisse o que fora dito pelo senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). (Mateus, 1, 18 a 23)

Comentário: o nascimento de Jesus por uma virgem engravidada pelo Espírito Santo, Deus na terceira pessoa, é figura mitológica, que se prende a concepções filosóficas sincreticamente associadas mais tarde à interpretação da Revelação Cristã.

A ideia de concepção por um Deus prende-se à concepção aristotélica da substância, em que qualquer substância deve derivar dela mesma. Assim, o homem deve derivar do homem, a planta da planta e o animal do animal. Assim sendo, atribuindo a Jesus, substância divina, por entenderem-no Deus, na pessoa do filho, encarnado, ele só poderia ter sido concebido por um Deus, o Espírito Santo, porque de um homem não poderia ter nascido Deus. (Curti, 1980, p. 38 e 39)

5. A Infância de Jesus

A história de Jesus, tal como se processou sua vida, é muito difícil de se reconstituir hoje, porque os Evangelhos são praticamente a única fonte existente a fornecê-la, e eles descrevem muito mais o que Jesus vem a significar, após a sua morte para a Igreja, do que os fatos tal como aconteceram.

O Evangelho nos diz que para fugir à matança das crianças, a Sagrada Família julgou conveniente fugir para o Egito. Depois da morte de Herodes regressou do exílio e estabeleceu-se em Nazaré, na Galileia. Aí passou Jesus a infância e a juventude, exaltando pelo exemplo, como operário na oficina de José, a dignidade do trabalho, no qual a Antiguidade vira unicamente a função própria do escravo.

Além disso, pouco ou nada se sabe acerca de sua infância. Lucas limita-se a dizer que "...crescia e se fortalecia cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele". (Lucas, 2, 40) Narra-se que certa vez, na Páscoa, quando contava 12 anos, seus pais o perderam, reencontrando-o só após três dias "...assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos que o ouviam admiravam a Sua inteligência e respostas". (Lucas, 2, 46 e 47)

6. João Batista e o Batismo

"João, de fato, partiu primeiro, a fim de executar as operações iniciais para a grandiosa conquista. Vestido de peles e alimentando-se de mel selvagem, esclarecendo com energia e deixando-se degolar em testemunho à Verdade, ele precedeu a lição da misericórdia e da bondade". (Xavier, 1977, p. 24) Dizia às pessoas que deviam se arrepender porque estava próximo o reino dos céus. E todos dirigiam-se ao rio Jordão para ser batizado por ele. Dizia também: "Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo" (Mateus, 3, 11)

Lemos em Mateus, 2, 13 a 17; em Marcos, 1, 9 a11; em Lucas, 3, 21 e 22, que Jesus foi batizado por João Batista.

A respeito do batismo, o Espírito Emmanuel, na pergunta 298 do livro O Consolador, comenta que o espiritista deve entender o batismo como o apelo do seu coração ao Pai de misericórdia para a cristianização dos filhos, no apostolado do trabalho e da dedicação.

7. A Pregação

Contava trinta anos quando começou a pregar a "Boa Nova". Compreende a sua vida pública um pouco mais de três anos (27 a 30 da era cristã). Utilizou-se, na sua pregação, o apelo combinado à razão e ao sentimento, por meio de parábolas ilustrativas das verdades morais.

As duas regiões de sua pregação:

1) Galileia (Nazaré) - as cercanias do lago de Genesaré e as cidades por ele banhadas, e principalmente Cafarnaum, centro a atividade messiânica de Jesus;

2) Jerusalém - que visitou durante quatro vezes durante o seu apostolado e sempre por ocasião da Páscoa.

Na Galileia, percorrendo os campos, as aldeias e as cidades, Jesus anunciava às turbas que o seguem o Reino de Deus; é aí, também, que recruta os seus doze apóstolos e os prepara para serem as suas testemunhas. Ao mesmo tempo, vai realizando milagres.

Em Jerusalém, continuamente perseguido pela hostilidade dos fariseus (seita muito considerada e muito influente, que constituía a casta douta e ortodoxa do judaísmo), ataca a hipocrisia deles e esquiva-se às suas ciladas. Como prova de sua missão divina, apresenta-lhes a cura de um cego de nascença e a ressurreição de Lázaro. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

8. Jesus e o Estado

Rejeitando transformar-se em chefe político, conforme o desejo de muitos dos seus seguidores, Jesus, desde o início do seu ministério, teve de enfrentar a ordem estabelecida, pois o Estado contrariava as suas prédicas do Sermão do Monte. A execução de Jesus pelos romanos, sob o letreiro Rei dos Judeus, indicava que fora legalmente condenado à morte como rebelde contra o Estado romano, isto é, como se fora um zelota. Certas afirmações suas ("não vim trazer a paz, mas a espada"), a expulsão dos vendilhões do templo, as críticas violentas à corte em geral e a Herodes pessoalmente, a que chama "raposa", pareciam colocar Jesus na linha do radicalismo político.

A esfinge da moeda não nega a realidade do poder constituído; mas o que realça, é a preeminência de Deus na vida humana. Dai "a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" significa, antes de tudo, a recusa de dar a César o que é de Deus. Jesus parece defender não a separação das esferas de poder, mas a submissão de todos os poderes à vontade de Deus, a que também César deveria submeter-se. (Enciclopédia Mirador Internacional)

9. A Perspectiva da Cruz

Se quisermos adotar, na perspectiva da crítica histórica atual, o ponto de partida mais sólido, para o conhecimento de Jesus Cristo, teremos de escolher os acontecimentos ligados à sua prisão, julgamento e execução na cruz. Daí, tiramos conclusões hermenêuticas para a sua correta interpretação. Por que aquele desfecho e não outro? A terceira razão, a execução na cruz, recomenda uma cristologia da cruz: a cruz permite-nos entender como o significado e ministério de Jesus Cristo é salvação deste mundo através de um julgamento que abrange todos os responsáveis pela sua morte e se exerce, não pela força das armas que matam, mas pelo testemunho da verdade e do amor que leva à doação da própria vida (martyria). (Enciclopédia Verbo de Sociedade e Cultura)

10. A Missão de Jesus

Moisés trouxe a 1.ª revelação; Jesus a segunda. A primeira revelação dá relevância ao olho por olho e dente por dente; a segunda fala do amor incondicional, estendendo-o até ao amor ao inimigo.

"Jesus não veio destruir a lei, quer dizer, a lei de Deus; ele veio cumpri-la, quer dizer, desenvolvê-la, dar-lhe seu verdadeiro sentido, e apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens; por isso, se encontra nessa lei o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, que constituem a base de sua doutrina. Quanto às leis de Moisés propriamente ditas, ao contrário, ele as modificou profundamente, seja no fundo, seja na forma; combateu constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, e não poderia fazê-las sofrer uma reforma mais radical do que as reduzindo a estas palavras: "Amar a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo". E dizendo: está aí toda a lei e os profetas. (Kardec, 1984, p. 35)

11. Conclusão

Jesus, embora não tenha deixado nada escrito, é o modelo enviado por Deus para nos ensinar a lei do amor. A sua vida de obediência ao Pai, renunciando a própria vida, deve constituir-se, para todos os cristãos, um estímulo constante à prática do bem na Terra.

12. Bibliografia Consultada

CURTI, R. Monoteísmo e Jesus. São Paulo, FEESP, 1980.

Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo, Encyclopaedia Britannica, 1987.

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d. p.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.

Polis - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado.

XAVIER, F. C. Boa Nova, pelo Espírito Humberto de Campos. 11. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

São Paulo, abril de 2000.



Notas do Blog

Jesus Cristo (1-33)

Jesus Cristo ocupa toda a História Universal. Mesmo sem nada escrever, muitos são os escritos sobre sua vida e os seus ensinamentos. No livro Titãs da Religião, há várias referências, tais como, o Cristo dos Evangelhos Apócrifos, o Cristo dos Heterodoxos, o Cristo do Milenarismo, o Cristo, "Mito Pitagórico", Cristo, Líder de Partido, o Cristo de Celso, o Cristo das Catacumbas, o Cristo dos Montanistas, o Cristo dos Adocionistas, o Cristo dos Monarquistas, o Cristo do Arianismo, entre outros. Anotemos alguns deles. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/09/jesus-cristo-1-33.html)

Divindade de Jesus Cristo

Para entendermos a divindade de Cristo, temos que nos reportar à história e recuarmos até Ário (256?-336 d.C.), um sacerdote de Alexandria, no Egito que, por volta de 318 d.C., contesta a doutrina segundo a qual as três Pessoas da Santíssima Trindade Cristã — o Pai, o Filho e o Espírito Santo — são iguais. Para Ário, Deus, o Pai, estava acima do Filho, Jesus Cristo, e ambos estavam acima do Espírito Santo. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/11/divindade-de-jesus.html)

Quem me Segue não Anda nas Trevas

Jesus Cristo, quando esteve encarnado entre nós, procurou disseminar a luz da Boa Nova. A humanidade, porém, preferiu as trevas: em 64, houve a perseguição do Imperador Nero aos cristãos; em 313, Constantino proclamou a liberdade do cristianismo e o fez religião oficial do Império Romano, desfigurando os ensinamentos de Cristo; no século XII foi criada a Inquisição, tribunal eclesiástico da Idade Média, com fogueiras, forcas e pelotões de fuzilamento. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/11/quem-me-segue-nao-amda.html)

Revisão do Cristianismo (Livro)

Revisão do Cristianismo, de José Herculano Pires, foi publicado em 1980, pela Paideia, e trata dos seguintes assuntos: "A Descoberta do Cristo", "A Mitologia Cristã", "A Herança Mágica", "A Revelação", "O Culto Cristão", "O Olimpo Cristão", "Cristo e o Mundo", "A Desfiguração do Cristo", "Os Mandatários de Jesus", "A Existência de Jesus", "A Razão do Mito", "O Mito da Razão" e "Matéria, Mito e Antimatéria". (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/11/revisao-do-cristianismo-livro.html)

"Em Favor da Dúvida": Algumas Notas

A verdade e a loucura algumas vezes são irmãs gêmeas antagônicas porém estranhamente unidas. O psicólogo social Milton Rokeach, no início dos anos 1960, estudou três pacientes mentais em três instituições diferentes, e os três acreditavam ser Jesus Cristo. Rokeach achava que eles poderiam ser curados desse delírio reunindo os três em uma única instituição, com a finalidade de eliminar a dissonância cognitiva, pois o Cristo deve ser único. Um deles aproximou-se da solução: aquilo era um grande absurdo, porque só uma pessoa pode ser Jesus Cristo. Sem dúvida, o Messias cristão não era nenhum dos dois malucos, mas ele próprio. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2015/11/em-favor-da-duvida-algumas-notas.html)


Mensagem Espírita

Jesus

Chegou ao mundo nos braços de uma tecelã e de um modesto carpinteiro, cercado pela moldura da natureza em festa.

A Sua vida se desenvolveu, desde cedo, demonstrando a que viera, quando dialogou com os doutores do templo, aos 12 anos de idade, conforme rezam as tradições. Conviveu com todos os tipos de criaturas, exaltando a simplicidade e a alegria de viver, a fidelidade ao bem e a fraternidade, a responsabilidade nos atos e o amor.

Falou sobre o bem, sentindo-o.

Ensinou o bem, vivenciando-o e a ele se entregando.

Passou pela Terra como a brisa que sopra na primavera, deixando o aroma da Sua passagem, numa verdadeira floração de bênçãos variadas.

Esteve no mundo como um marco de permanente esperança, insuflando coragem nas almas aterradas de pavor ante as próprias deficiências.

Viveu no planeta entre a luz do Céu e as almas umbrosas da Terra, buscando levantar o coração humano para as altitudes felizes, onde vibram os seres angélicos dos quais Ele fazia parte.

Aquilo que afirmou como fundamental à alegria e à paz tratou de expressar em Sua vida, na condição de Modelo e de Guia de todos nós, por isso amou os Seus e por eles deu a própria vida; atendeu às necessidades das almas enfermas que O buscaram; ofereceu a água fresca da Sua dedicação, a fim de que não mais sede tivesse quem dela bebesse; saciou a fome de entendimento, de conhecimento e de carinho, tudo havendo transformado no sublime pão da vida; apresentou-Se atencioso e verdadeiro para com Seus discípulos, ajustado à posição de Mestre inigualável.

Acompanhando os movimentos da Humanidade através das eras, identificamos nobres e respeitáveis almas que, na postura de líderes ou de condutores sociais, pregaram o bem, o bom e o belo para os seus liderados, que os exalçam pelos tempos afora.

Quando, diante da indagação de Allan Kardec aos Imortais acerca de qual era o Espírito mais perfeito oferecido ao mundo, para servir de Guia e Modelo à Humanidade, os Mentores planetários ripostaram dizendo que era Jesus.

Como Ele foi, então, o maior dentre todos os que à Terra foram enviados para anunciar o Reino dos Céus aos aturdidos filhos do Grande Pai, isso significa que todos os demais, por mais dignos e respeitáveis que tenham sido, são, contudo, menores do que Ele. Mensageiros da Divindade, todos os demais vieram atender aos programas do Criador atidos às épocas, às culturas, às inclinações morais. Jesus, porém, trouxe os matizes da Lei que a todos alcança, sem choques essenciais com nenhum deles, embora o formato próprio às realidades psico-antropológico-sociais de cada um.

Somente Jesus Cristo conseguiu ensinar e exemplificar com Seu viver as lições que nos passou, e se hoje, quando evocamos o Seu luminoso Natal, nos vemos engolfados nessas ondas de felicidade, é porque o Senhor de Nazaré, mais e melhor do que qualquer outro, transformou-Se em Caminho, em Verdade e em Vida para todos nós, em todos os tempos e em todas as dimensões da vida terrestre. (J. Raul Teixeira. Pelo Espírito Camilo. Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ. (fonte: www.feparana.com.br).

Na Senda do Cristo

“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.” – Jesus. (Mateus. 5:44.)

O caminho de Jesus é de vitória da luz sobre as trevas e, por isso mesmo, repleto de obstáculos a vencer.

Senda de espinhos gerando flores, calvário e cruz indicando ressurreição...

O próprio Mestre, desde o início do apostolado, desvenda às criaturas o retiro da elevação pelo sacrifício.

Sofre, renunciando ao divino esplendor do Céu, para acomodar-se à sombra terrestre na estrebaria.

Experimenta a incompreensão de sua época.

Auxilia sem paga.

Serve sem recompensa.

Padece a desconfiança dos mais amados.

Depois de oferecer sublime espetáculo de abnegação e grandeza, é içado ao madeiro por malfeitor comum.

Ainda assim, perdoa aos verdugos, olvida as ofensas e volta do túmulo para ajudar.

Todos os seus companheiros de ministério, restaurados na confiança, testemunharam a Boa Nova, atravessando dificuldade e luta, martírio e flagelação.

Inúteis, desse modo, nos círculos de nossa fé, os petitórios de protecionismo e vantagens inferiores.

Ressurgindo no Espiritismo, o Evangelho faz-nos sentir que tornamos à carne para regenerar e reaprender.

Com o corpo físico, retomamos nossos débitos, nossas deficiências, nossas fraquezas e nossas aversões...

E não superaremos os entraves da própria liberação, providenciando ajuste inadequado com os nossos desejos inconsequentes.

Acusar, reclamar, queixar-se, não são verbos conjugáveis no campo de nossos princípios.

Disse-nos o Senhor -"Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”

Isso não quer dizer que devamos ajoelhar em pranto de penitência pé de nossos adversários, mas sim que nos compete viver de tal modo que eles se sintam auxiliados por nossa atitude e por nosso exemplo, renovando-se para a o bem, de vez que, enquanto houver crime e sofrimento, ignorância e miséria no mundo, não podemos encontrar sobre a Terra a luz do Reino do Céu. (XAVIER, Francisco Cândido. Palavras da Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel, capítulo 16)