Morte

Perguntas e Respostas

1) Que é a morte?

Morte é a exaustão dos órgãos físicos. É a cessação da vida e manifesta-se pela extinção das atividades vitais: crescimento, assimilação e reprodução no domínio vegetativo; apetites sensoriais no domínio sensitivo.

Segundo o Espiritismo, a morte é o desprendimento total do Espírito do corpo físico em conseqüência da ruptura do laço fluídico, que prende ou liga um ao outro.

2) É o corpo que deixa o Espírito ou o Espírito que deixa o corpo?

É o corpo que deixa o Espírito, pois não tendo mais vitalidade se desgarra deste. Assemelha-se à queda da fruta, quando esta está madura. Allan Kardec disse: "Por um efeito contrário, a união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara sob a influência do princípio vital do gérmen, cessa, desde que esse princípio deixa de atuar, em conseqüência da desorganização do corpo. Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito". (Kardec, 1975, cap. XI, item 18)

3) De onde vem o temor da morte?

O temor da morte tem várias causas: o medo do desconhecido, lembranças menos felizes de desencarnes passados, impressões impostas pelas religiões, mancha na consciência etc. Allan Kardec disse: "Este temor é um efeito da sabedoria da Providência e uma conseqüência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura". (Kardec, 1975, cap. II, item 2)

4) Os espíritas temem a morte?

Não. O Espiritismo ensina-nos que a morte não existe. O espírita sabe que o verdadeiro mundo é o mundo dos Espíritos. Este, em que vivemos, é apenas transitório, serve de morada ao Espírito, de apoio à sua evolução moral e espiritual. Assim, ele tem certeza que a vida continua para além do corpo físico. Isso, inclusive, lhe dá garantia de que ao desencarnar vai encontrar seus familiares e amigos.

5) Como se dá a separação do Espírito do corpo físico?

Quando a morte é natural, o desprendimento começa pelos pés, indo progressivamente até a cabeça, onde está situado o centro de força coronário, o último a desatar por causa de sua estreita ligação com o Espírito.

6) Desprendendo-se do corpo, para onde vai a alma?

As religiões ortodoxas dizem que alma vai para o Céu ou para o Inferno. O Espiritismo ensina-nos que a alma vai para onde a levar o peso específico de seu perispírito. Irá para um lugar beatífico, ou cheio de trevas, conforme tiver sido a sua passagem por este mundo de provas e expiações.

Em se tratando das expectativas da vida futura, convém eliminar a visão miraculosa do desencarne. Aquele que só praticou o mal, não espere o paraíso. Lembremo-nos de que o Universo é regido por leis, físicas e morais. No caso, são as leis morais que determinarão a nossa rota no mundo dos Espíritos.

7) É o vivo que está morto ou o morto que está vivo?

Passado o momento de adaptação ao mundo dos desencarnados, somos levados a aceitar que eles estão mais vivos do que nós. Sem o corpo físico, eles têm mais condições de se locomover, pensar e de observar, inclusive os nossos passos aqui na Terra, sem que o saibamos.

8) Por que pensamos na morte dos outros e não na nossa?

É o instinto de conservação falando mais alto. Contudo, devemos pensar numa educação para a morte, como o fez José Herculano Pires, num livro com este título, para que ela não nos pegue desprevenidos, como é o caso do homem rico que não sabia o que fazer com sua riqueza. Depois de construir muitos celeiros, disse à sua alma: "Minha alma, tens de reserva muitos bens para longos anos; repousa, come, bebe, goza. Mas, Deus, ao mesmo tempo, disse ao homem: Que insensato és! Esta noite mesmo tomar-te-ão a alma; para que servirá o que acumulaste? É o que acontece àquele que acumula tesouros para si próprio e que não é rico diante de Deus". (S. LUCAS, cap. XII, vv. 13 a 21)

(Reunião de 13/04/2008)

Bibliografia Consultada

KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.

KARDEC, A. O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/morte?authuser=0 )


Texto Curto no Blog

Morte

"Mors certa sed hora incerta" (A morte é certa, mas a hora é incerta)

Morte – Do lat. mortem – é simplesmente definida como ausência de vida; foi sempre vista como mistério, superstição e fascinação pelo homem. De acordo com o Espiritismo, é o desprendimento total do Espírito do corpo físico, em conseqüência da ruptura do laço fluídico que prende ou liga um ao outro, quando então há o falecimento.

As sociedades modernas negam a morte. Nos Estados Unidos há o "Funeral Home", ou seja, "casa de embelezamento de cadáver". As altas tecnologias desenvolvidas para tratar as doenças dão certa supremacia aos médicos. Atualmente, muitas crianças só vêem o falecimento através de filmes. Isso porque a maioria das pessoas passa os últimos instantes de sua existência em hospitais, que foram construídos para salvar vidas. A morte, em certo sentido, é uma derrota da medicina.

As religiões têm exercido poderosa influência nas "atitudes" dos indivíduos com relação ao passamento. No Catolicismo, há a imagem do fogo eterno queimando nossas entranhas; nas Doutrinas Orientais, a volta do Espírito em um corpo animal. Além da questão religiosa, há os erros de abordagem: tudo termina com a morte; imersão no desconhecido; excesso de preparação para o desenlace; dúvidas com relação à imortalidade e ilusão de sermos indispensáveis à família.

Allan Kardec, no livro O Céu e o Inferno, trata exaustivamente do problema da morte. Diz-nos que o temor da morte decorre da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total. Segundo o seu ponto de vista, o espírita não teme a morte, porque a vida deixa de ser uma hipótese para ser realidade. Ou seja, continuamos individualizados e sujeitos ao progresso, mesmo na ausência da vestimenta física.

Nós, os chamados civilizados, deveríamos aprender a morrer. É possível que o desenvolvimento econômico e industrial tenha obscurecido nossa mente sobre o fato. Contudo, cedo ou tarde, teremos de enfrentar o problema. Sócrates, filósofo grego da Antiguidade, já nos alertava que a Filosofia nada mais é do que o estudo da morte. Pergunta-se: como anda o nosso treino para o desenlace?

A transição serena exige tranquilidade de consciência. Desapeguemo-nos, assim, dos nossos familiares, de nossos bens materiais e de tudo aquilo que possa dificultar a nossa partida. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/morte.html)


Em Forma de Palestra

Desencarne

1. Introdução 

O objetivo deste estudo é refletir sobre a morte, um dos problemas mais difíceis de ser enfrentado, pois foi sempre vista como mistério, superstição e fascinação. Anotaremos alguns dados históricos, seus aspectos culturais e religiosos e a contribuição que o Espiritismo pode oferecer para uma melhor compreensão do tema.

2. Conceito 

Do lat. mortem - é a cessação da vida e manifesta-se pela extinção das atividades vitais: crescimento, assimilação e reprodução no domínio vegetativo; apetites sensoriais no domínio sensitivo.

No âmbito da Doutrina Espírita, é o desprendimento total do Espírito do corpo físico em consequência da ruptura do laço fluídico, que prende ou liga um ao outro, quando então há o falecimento.

3. Aspectos Históricos da Morte 

Na Antiguidade prevalecia o sentimento natural e duradouro de familiaridade com a morte. Sócrates, por exemplo, ensinava-nos que a filosofia nada mais era do que uma preparação para a morte. Nas sociedades tribais, o problema da morte não existia porque o indivíduo tinha um peso muito diminuto com relação à coletividade. Deixando de viver, a pessoa imediatamente fazia parte da "sociedade dos mortos", inclusive, com a possibilidade de se comunicar com os vivos.

Durante a Idade Média, marcada pela forte influência da religião, a população era educada no sentido de aceitar a morte como um destino inexorável dos deuses. Dentro desse contexto, cada qual esperava passivamente a sua passagem deste para o outro mundo. Além disso, esse período caracterizava-se também pelo sentimento de respeito ao morto, inclusive com as cerimônias religiosas, a observância do tempo de luto, as visitas ao cemitério etc. Como as pessoas morriam em casa, as crianças podiam passar e brincar junto ao féretro, que geralmente ocupava o lugar mais destacado da casa.

Na Idade Moderna, depois de Revolução Industrial, e com o desenvolvimento do consumismo, vemos que a morte começa a ser interdita, ou seja, proibida. Como não temos mais tempo de cuidar dos velhos e dos doentes, deixamos essa incumbência para os hospitais, que estão preparados para salvar vidas e não cultuar a morte. Em certo sentido, a morte é um fracasso da medicina. Depois de morto, o defunto é encaminhado ao necrotério, onde se faz o velório. Tudo isso longe das crianças. Para elas diz-se que teve um sono duradouro e está descansando nos jardins do Éden. A sofisticação chega ao ponto de se criar o "Funeral Home", casa de embelezamento de cadáveres. (Aries, 1977)

4. A Morte: Cultura e Religião 

4.1. Cultura Americana Versus a Cultura Micronésia 

O Dr. Frank Mahoney, professor de Antropologia da Universidade do Havaí, mostrou a diferença entre a cultura americana e a da sociedade Micronésia, a dos Trukeses. Os americanos negam a morte e o envelhecimento; os habitantes das ilhas Truk (Pacífico) ratificam-na. Relutamos em revelar nossa idade; gastamos fortunas para esconder nossas rugas; preferimos enviar nossos velhos aos asilos. Para os Trukeses, a vida termina aos 40 anos de idade: aí começa a morte. (Kübler-Ross, s.d.p.)

4.2. A Influência da Religião nas Atitudes dos Indivíduos 

As religiões têm exercido poderosa influência nas atitudes dos indivíduos com relação ao passamento para a outra dimensão de vida.

Para os judeus, a lei permite ao moribundo que vai morrer por sua casa em ordem, abençoar a família, enviar mensagem aos que lhe parecem importantes, e fazer as pazes com Deus. A confissão in extremis é considerada importante elemento na transição para o outro mundo.

Para o hinduísmo, na morte a alma ou essência espiritual (atman) do indivíduo é eterna. Como tal, não é atingida pelas várias alterações no estado de existência porque passa o fenomenal eu ou ego (jiva) em cada período de vida.

Para o Budismo, a vida depois da morte é um problema sobre o qual nada pode ser dito. Não nega nem afirma a vida após a morte. Deixa essa questão em aberto.

Para o Catolicismo, a vida depois da morte está inserida na crença de um Céu, de um Inferno e de um Purgatório. Dependendo de seus atos, ele se dirige para cada um desses lugares circunscritos nos espaço. . (Kübler-Ross, s. d. p.)

Para o Espiritismo, a vida depois da morte reveste-se de substancial significado, pois iremos tanto para lugares iluminados como para trevosos, dependendo do estado de nossa consciência.

5. A Vida após a Morte 

5.1. O Existencialismo Sartreano 

De acordo com Sartre, filósofo francês, na sua teoria sobre o Existencialismo, o indivíduo tem uma única existência, que corresponde aos seus 5... 10... 20... ou mais anos de idade. Para ele, não há vida nem antes do nascimento e nem depois da morte. Acha que cada um nasce como uma tabula rasa e vai impregnando o seu o seu ser com as experiências provenientes das escolhas efetuadas. Como conseqüência, a angústia passa a ser a sua ferramenta de análise.

5.2. O Temor da Morte 

Allan Kardec, no livro O Céu e o Inferno, trata exaustivamente do problema da morte. Diz-nos que o temor da morte decorre da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total. Segundo o seu ponto de vista, o espírita não teme a morte, porque a vida deixa de ser uma hipótese para ser realidade. Ou seja, continuamos individualizados e sujeitos ao progresso, mesmo na ausência da vestimenta física.

5.3. As Concepções de Mundo e a Vida após a Morte

Os pensadores da humanidade desenvolveram, ao longo do tempo, três concepções de mundo: Materialista, Idealista e Religiosa. De acordo com essas concepções, construíram as diversas doutrinas. As mais importantes para o propósito de nossos estudos dizem respeito ao Niilismo, ao Panteísmo, ao Dogmatismo Religioso e ao Espiritismo.

Para o Niilismo, a matéria sendo a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo. Para o Panteísmo, o Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal; individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, por efeito da morte, à massa comum. Para o Dogmatismo Religioso, a alma, independente da matéria, é criada por ocasião do nascimento do ser; sobrevive e conserva a individualidade após a morte. A sua sorte já está determinada: os que morreram em "pecado" irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso. Para o Espiritismo, o Espírito, independente da matéria, foi criado simples e ignorante. Todos partiram do mesmo ponto, sujeitos à lei do progresso. Aqueles que praticam o bem, evoluem mais rapidamente e fazem parte da legião dos "anjos", dos "arcanjos" e dos "querubins". Os que praticam o mal, recebem novas oportunidades de melhoria, através das inúmeras encarnações. (Kardec, 1975 p. 193 a 200)

5.4. Algumas Sensações Descritas pelos Espíritos Desencarnados 

1) Todos afirmam se terem encontrado novamente com a forma humana, nessa existência.

2) Terem ignorado, durante algum tempo, que estavam mortos.

3) Haverem passado, no curso da crise pré-agônica, ou pouco depois, pela prova da reminiscência sintética de todos os acontecimentos da existência que se lhes acabava.

4) Acolhidos pelos familiares e amigos.

5) Haverem passado por "sono reparador".

6) Meio espiritual radioso e maravilhoso ou tenebroso.

7) Terem passado por um túnel. (Bozzano, 1930)

6. Preparação para a Morte

6.1. Vida bem Aplicada

O excesso de preparação para a morte é um erro. A única preparação verdadeiramente útil para uma boa morte é uma vida bem aplicada. Assim, o perdão aos inimigos, o sentimento de dever cumprido e a clareza de consciência têm um peso bem maior do que toda a preparação formal. Observe a morte de Sócrates: obrigado a beber cicuta, partiu com a consciência tranquila, enquanto os seus juízes deveriam sofrer as consequências daquela injustiça.

6.2. Treino para a Morte

O Espírito Irmão X, no capítulo 4 do livro Cartas e Crônicas, lembra-nos de alguns detalhes sumamente valiosos para enfrentarmos a morte com tranqüilidade. Diz-nos ele:

Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer carne dos animais;

Os excitantes largamente ingeridos constituem outra perigosa obsessão. Não se renda à tentação dos narcóticos;

Deixe os testamentos em dia;

Não se apegue demasiado aos laços consanguíneos.

Convença-se de que se você não experimenta simpatia por determinadas pessoas, há muita gente que suporta você com muito esforço. (Xavier, 1974)

6.3. Perseverar até o Fim

Para contratarmos casamento, obtermos um cargo e aspirarmos a uma posição social vantajosa recorremos aos conselhos, precauções e dietas. E para alcançar o Reino de Deus, o que fazemos? Que procedimento seguimos? Pouco ou quase nada.

Persuadamo-nos, pois, que a felicidade eterna é para nós o negócio mais importante, o negócio único, o negócio irreparável se não o pudermos realizar.

Francisco Hazzera, assim se expressou: "Tu, meu filho, terás carreira brilhante: serás bom advogado, depois prelado, a seguir cardeal, quem sabe? Talvez papa... mas e depois? E depois?" É sobre "o depois" que devemos posicionar o nosso pensamento. Quais são as consequências de nossas escolhas? Elas servem para a nossa evolução ou para a nossa ruína?

7. Conclusão

Enfrentemos a morte com a mesma determinação com a qual enfrentamos a vida. Se, todas as noites, pudermos "morrer" tranquilos, o passamento definitivo não nos acarretará problema algum, pois o desprendimento fará parte de nossa natureza.

8. Bibliografia Consultada 

ARIES, P. História da Morte no Ocidente: da Idade Média aos nossos Dias. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1977.

BOZZANO, Ernesto. Crise da Morte. Rio de Janeiro: FEB, 1930.

KARDEC, A. Obras Póstumas. 15. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.

KUBLER-ROSS, E. Morte - Estágio Final da Evolução. Rio de Janeiro: Record, [s.d. p.]

XAVIER, F. C. Cartas e Crônicas, pelo Espírito Irmão X. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1974.

São Paulo, 18/05/1996 .


Notas do Blog

A Alma e a Imortalidade

A imortalidade da alma exprime a noção essencialmente positiva, de vida-sem-fim, daquilo que não é submetido à morte. Excetuando-se o seu uso metafórico, em que uma pessoa pode ser imortal pelas suas idéias ou por seus livros, a imortalidade é a crença de que a alma prossegue viva no além-túmulo. Esta hipótese é sustentada não só pelas religiões como também pelo conjunto da filosofia espiritualista desde a Antiguidade. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2006/09/alma-e-imortalidade.html)

Reflexões sobre a Morte e o Morrer

A morte é necessária, pois precisamos de renovação tanto do corpo como do Espírito. Observe que o grande benefício dos Mistérios Gregos era o de libertar seus iniciados do temor da morte, caracterizado pela apreensão ao desconhecido ou pela separação daqueles a quem amamos. Sócrates, por exemplo, ensinava que a filosofia nada mais era do que uma preparação para a morte. A posição dos pensadores da antiguidade era totalmente diferente da de alguns da sociedade moderna, que negam e interditam a morte. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/reflexes-sobre-morte-e-o-morrer.html)

No Momento da Morte

O transe da morte é sempre crise, pois retrata a passagem do mundo da matéria para o mundo do Espírito. Quer dizer, deixamos este mundo e penetramos no mundo dos Espíritos. Léon Denis, em Crise da Morte (primeiro caso), diz-nos que há afirmações de que o indivíduo revê instantaneamente toda sua vida que acaba de deixar. Espírito Peckam disse: "No momento da morte, revi, como num panorama, os acontecimentos de toda a minha existência". Desprendendo do corpo, a alma segue o peso específico de seu perispírito, ou seja, irá para lugares felizes ou infelizes, conforme foi a sua atuação neste mundo.  (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/04/no-momento-da-morte.html)

Sócrates e a Morte

Para Sócrates, o filósofo deseja morrer. A sua tese: a morte é um bem. Sócrates supunha duas alternativas para a morte: o nada e a transmigração da alma. Sendo nada, uma espécie de sono profundo, ela é preferível à vida. Se a morte, porém, é a passagem da alma para o além-túmulo, é uma grande oportunidade para encontrar homens ilustres, e continuar aprendendo com eles. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2011/06/socrates-e-morte.html)


Notas de Livros

Mal

Não há uma definição única de mal usada no mundo inteiro, embora todas as línguas tenham palavras que é esperado, moral ou "bom", da mesma maneira que têm palavras para aquilo que é repulsivo, imoral ou "mau". Para os mesopotâmicos, demônios maléficos causavam conflito e sofrimento. Assim, para a proteção das pessoas contra essas forças do mal, realizavam-se rituais religiosos e exorcismos. A ideia de ser punido por forças maléficas na vida após a morte se originou com a religião dos zoroastristas, no segundo milênio antes de Cristo, na qual os pecadores acreditavam que seriam mandados para a Casa do Mal por toda a eternidade, enquanto os justos seriam mandados para a Casa da Música. (ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014, item "Mal" (c.5000 a.C.) [Mesopotâmia])

O Dia do Juízo Final

O Dia do Juízo Final costuma ser entendido como uma referência a um dia no futuro quando indivíduos serão julgados com base na moralidade das suas ações por uma autoridade divina. A ideia de um Dia de Juízo Final pode ser atribuído aos antigos egípcios no terceiro milênio a.C. Eles acreditavam que após a morte a alma de uma pessoa entraria no submundo e percorreria o caminho até o seu próprio Dia do Juízo Final no Salão das Duas Verdades. Após o julgamento, a alma das pessoas boas seguiria para um pós-vida bem-aventurado, enquanto as almas más seriam entregues ao Devorador dos Mortos. (ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014, item "Dia do Juízo Final" (c. 3000 a. C.) [Egito antigo])

A arte Funerária Egípcia

A arte funerária egípcia foi motivada pela crença religiosa e cultural segundo a qual a vida continua após a morte, característica presente naquela sociedade desde aproximadamente 3000 a.C. Práticas como a mumificação, a criação de sarcófagos e a construção de pirâmides e tumbas eram executadas com a intenção de honrar e preservar o cadáver do falecido de forma a facilitar sua transição para a vida após a morte. Além disso, diversos objetos escolhidos com cuidado costumavam ser enterrados junto com o morto, incluindo posses ou itens mais valiosos de acordo com a riqueza e o status da pessoa em vida. (ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014, item "Arte Funerária Egípcia" (c. 3000 a.C.) [Egito antigo])


Pensamentos

Quando chegar a hora de morrer não quero perder nem um segundo: morre-se apenas uma vez." (A. Amurri)

"A morte é o descanso das repercussões sensórias, do titerear dos impulsos, das divagações do intelecto e dos serviços à carne." (Marco Aurélio)

"Não temas tanto a morte, mas antes a vida inadequada." (Bertolt Brecht)

"Webster era obcecado pela morte / e via a caveira sob a pele." (Th. S. Eliot)

"Há quem esteja disposto a morrer para fazer com que morram os seus inimigos." (Esopo)

"Minha mãe me gerou infeliz. / Invejo os mortos, amo-os ardentemente, / aspiro a morar em suas casas." (Eurípides)

"A morte é de certa maneira uma impossibilidade, que de repente se torna realidade." (Goethe)

"Nenhum jovem acredita que um dia morrerá." (W. Hazlitt)

"A pálida morte bate com força igual nos casebres dos pobres e nos palácios dos reis." (Horácio)

"A morte não surpreende o sábio: Ele sempre está pronto para partir." (J. de La Fontaine)

"Todo homem deve fazer duas coisas sozinho: sua própria crença e sua própria morte." (Martinho Lutero, 95 Teses [1517])

"Se eu fosse fabricante de livros, faria um registro comentado das diversas mortes. Quem ensinasse os homens a morrer, ensiná-los-ia a viver." (Michel de Montaigne)

"Morrer, se for preciso; matar nunca." (Marechal Rondon [1865-1958], divisa de sua campanha de pacificação indígena)

"A morte, árbitro equânime de todas as misérias humanas." (Just death, kind umpire of men's miseries). (Shakespeare)

"Pois bem, é hora de ir: eu para morrer, e vós para viver. Quem de nós irá para o melhor é obscuro a todos, menos a Deus." (Sócrates)

"Um dia vem o fim comum a todos os mortais." (Sófocles)


Mensagem Espírita

Não te Perturbes

“E o mandamento que era para a vida, achei eu que me era para a morte.” Paulo. (Romanos, 7:10.)

Se perguntássemos ao grão de trigo que opinião alimenta acerca do moinho, naturalmente responderia que dentro dele encontra a casa de tortura em que se aflige e sofre; no entanto, é de lá que ele se ausenta aprimorado para a glória do pão na subsistência do mundo.

Se indagássemos da madeira, com respeito ao serrote, informaria que nele identifica o algoz de todos os momentos, a dilacerar-lhe as entranhas; todavia, sob o patrocínio do suposto verdugo, faz-se delicada e útil para servir em atividades sempre mais nobres.

Se consultarmos a pedra, com alusão ao buril, certo esclarecerá que descobriu nele o detestável perseguidor de sua tranquilidade, a feri-la, desapiedado, dia e noite; entretanto, é dos golpes dele que se eleva aos tesouros terrestres, aperfeiçoada e brilhante.

Assim, a alma. Assim, a luta.

Peçamos o parecer do homem, quanto à carne, e pronunciará talvez impropriedades mil. Ouçamo-lo sobre a dor e registraremos velhos disparates verbais. Solicitemos-lhe que se externe com referência à dificuldade, e derramará fel e pranto.

Contudo, é imperioso reconhecer que do corpo disciplinado, do sofrimento purificador e do obstáculo asfixiante, o Espírito ressurge sempre mais aformoseado, mais robusto e mais esclarecido para a imortalidade.

Não te perturbes, pois, diante da luta, e observa.

O que te parece derrota, muita vez é vitória. E o que se te afigura em favor de tua morte, é contribuição para o teu engrandecimento na vida eterna. (XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 16)

Treino para a Morte

Preocupado com a sobrevivência além do túmulo, você pergunta, espantado, como deveria ser levado a efeito o treinamento de um homem para as surpresas da morte. 

A indagação é curiosa e realmente dá que pensar. 

Creia, contudo, que, por enquanto, não é muito fácil preparar tecnicamente um companheiro à frente da peregrinação infalível. 

Os turistas que procedem da Ásia ou da Europa habilitam futuros viajantes com eficiência, por lhes não faltarem os termos analógicos necessários. Mas nós, os desencarnados, esbarramos com obstáculos quase intransponíveis. 

A rigor, a Religião deve orientar as realizações do espírito, assim como a Ciência dirige todos os assuntos pertinentes à vida material. Entretanto, a Religião, até certo ponto, permanece jungida ao superficialismo do sacerdócio, sem tocar a profundez da alma. 

Importa considerar também que a sua consulta, ao invés de ser encaminhada a grandes teólogos da Terra, hoje domiciliados na Espiritualidade, foi endereçada justamente a mim, pobre noticiarista sem méritos para tratar de semelhante inquirição. 

Pode acreditar que não obstante achar-me aqui de novo, há quase vinte anos de contado, sinto-me ainda no assombro de um xavante, repentinamente trazido da selva matogrossense para alguma de nossa Universidades, com a obrigação de filiar-se, de inopino, aos mais elevados estudos e às mais complicadas disciplinas. 

Em razão disso, não posso reportar-me senão ao meu próprio ponto de vista, com as deficiências do selvagem surpreendido junto à coroa de Civilização. 

Preliminarmente, admito deva referir-me aos nossos antigos maus hábitos. A cristalização deles, aqui, é uma praga tiranizante. 

Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros. 

Os excitantes largamente ingeridos constituem outra perigosa obsessão. Tenho visto muitas almas de origem aparentemente primorosa, dispostas a trocar o próprio Céu pelo uísque aristocrático ou pela nossa cachaça brasileira. 

Tanto quanto lhe seja possível, evite os abusos do fumo. Infunde pena a angústia dos desencarnados amantes da nicotina. 

Não se renda à tentação dos narcóticos. Por mais aflitivas lhe pareçam as crises do estágio no corpo, aguente firme os golpes da luta. As vítimas da cocaína, da morfina e dos barbitúricos demoram-se largo tempo na cela escura da sede e da inércia. 

E o sexo? Guarde muito cuidado na preservação do seu equilíbrio emotivo. Temos aqui muita gente boa carregando consigo o inferno rotulado de “amor”. 

Se você possui algum dinheiro ou detêm alguma posse terrestre, não adia doações, caso esteja realmente inclinado a fazê-las. Grandes homens, que admirávamos no mundo pela habilidade e poder com que concretizavam importantes negócios, aparecem, junto de nós, em muitas ocasiões, à maneira de crianças desesperadas por não mais conseguirem manobrar os talões de cheque. 

Em família, observe cautela com testamentos. As doenças fulminatórias chegam de assalto, e, se a sua papelada não estiver em ordem, você padecerá muitas humilhações, através de tribunais e cartórios. 

Sobretudo, não se apegue demasiado aos laços consanguíneos. Ame sua esposa, seus filhos e seus parentes com moderação, na certeza de que, um dia, você estará ausente deles e de que, por isso mesmo, agirão quase sempre em desacordo com a sua vontade, embora lhe respeitem a memória. Não se esqueça de que, no estado presente da educação terrestre, se alguns afeiçoados lhe registrarem a presença extraterrena, depois dos funerais, na certa intimá-lo-ão a descer aos infernos, receando-lhe a volta inoportuna. 

Se você já possui o tesouro de uma fé religiosa, viva de acordo com os preceitos que abraça. É horrível a responsabilidade moral de quem já conhece o caminho, sem equilibrar-se dentro dele. 

Faça o bem que puder, sem a preocupação de satisfazer a todos. Convença-se de que se você não experimenta simpatia por determinadas criaturas, há muita gente que suporta você com muito esforço.

Por essa razão, em qualquer circunstância, conserve o seu nobre sorriso. 

Trabalhe sempre, trabalhe sem cessar. 

O serviço é o melhor dissolvente de nossas mágoas. 

Ajude-se, através do leal cumprimento de seus deveres. 

Quanto ao mais, não se canse nem indague em excesso, porque, com mais tempo ou menos tempo, a morte lhe oferecerá o seu cartão de visita, impondo-lhe ao conhecimento tudo aquilo que, por agora, não lhe posso dizer. (XAVIER, Francisco Cândido. Cartas e Crônicas, pelo Espírito Irmão X. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 4)