Cérebro e Mente

Perguntas e Respostas

1) O que é o cérebro?

O cérebro é apenas uma parte do sistema nervoso central — embora seja a mais complexa. Consiste de uma massa de tecidos nervosos que ocupa a maior parte do crânio e que desempenha, entre outras funções, a do raciocínio e a da linguagem.

2) O que é a mente?

Mente é a potência intelectual da alma. É um fenômeno complexo que se associa ao pensamento. É uma faculdade do cérebro que permite ao ser humano compilar informação, analisá-la e extrair conclusões.

3) Como está o conhecimento sobre a mente e o cérebro?

Nos últimos 25 anos, a ressonância magnética funcional desempenhou um papel de liderança. Baseia-se no registro das variações de oxigenação cerebral em resposta a diferentes tipos de estímulos. Pressupõe-se que o aumento local na demanda de oxigênio reflita o aumento na atividade das células nervosas. (1)

4) O que acontece no cérebro de uma pessoa cega?

A visão não é necessária para “enxergar” o mundo, para formar uma representação efetiva do que nos cerca. Nesse sentido, a percepção pode, em parte, ser independente da estimulação visual. (1)

5) Como são formadas as expectativas?

Os registros inseridos em nossa memória funcionam como um banco de dados para ações futuras. A dor que o nosso vizinho sente entra em conexão com aquilo que já sentimos antes e podemos nos solidarizar com ele. (1)

6) Como interpretar a frase mente sã em corpo são?

Na mente, temos os processos e atividades que, na sua maioria, são de caráter cognitivo; no corpo, as condições, os meios para ela se expressar, principalmente por meio do cérebro. Cuidar bem do cérebro ajuda enormemente a manifestação de nossa mente. 

7) Exercitar o cérebro ajuda a mente?

Sim. O cérebro tem preguiça de algo novo, algo que saia da rotina. Por isso, muitos pensadores incentivam-nos a fazer sempre coisas diferentes, como por exemplo, nunca seguir pela mesma calçada.

8) Como relacionar cérebro e mediunidade?

Quanto mais recheado for o cérebro, os Espíritos comunicantes terão mais material para poderem se expressar.

(1) NICHELLI, Paolo. O Cérebro e a Mente. Tradução de Raquel Tonini Schneider. São Paulo: Edições Loyola, 2023.

(Reunião de setembro de 2023)

https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/c%C3%A9rebro-e-mente


Texto Curto no Blog

Cérebro e Mente

O cérebro é apenas uma parte do sistema nervoso central — embora seja a mais complexa. Consiste de uma massa de tecidos nervosos que ocupa a maior parte do crânio e que desempenha, entre outras funções, a do raciocínio e a da linguagem. Mente é a potência intelectual da alma. É um fenômeno complexo que se associa ao pensamento. É uma faculdade do cérebro que permite ao ser humano compilar informação, analisá-la e extrair conclusões.

Buscando novos conhecimentos sobre o cérebro e a mente, deparamo-nos com o livro de Paolo Nichelli, com esse mesmo título, em que, como neurologista, utiliza a sua experiência no ramo, revelando vários casos de pessoas que passaram pelo seu consultório. Revela que o conhecimento adquirido sobre o cérebro e sua relação com a mente é fruto das anomalias que pessoas tiveram.

A título de exemplo, eis algumas ideias extraídas desse livro:

Nos últimos 25 anos, a ressonância magnética funcional desempenhou um papel de liderança. Baseia-se no registro das variações de oxigenação cerebral em resposta a diferentes tipos de estímulos. Pressupõe-se que o aumento local na demanda de oxigênio reflita o aumento na atividade das células nervosas.

Quanto ao cérebro de uma pessoa cega, diz que a visão não é necessária para “enxergar” o mundo, para formar uma representação efetiva do que nos cerca. Nesse sentido, a percepção pode, em parte, ser independente da estimulação visual.

Em outra parte do livro, explica-nos como as expectativas são formadas. Os registros inseridos em nossa memória funcionam como um banco de dados para ações futuras. A dor que o nosso vizinho sente entra em conexão com aquilo que já sentimos antes e podemos nos solidarizar com ele.

Para que o cérebro esteja sempre leve, plástico e maleável, ele precisa de novidade, dificuldade, regularidade e, também, de bons alimentos. Pense em algo rotineiro: que tipo de sensação advém? Que tal coisa é simples; que somos levados a ajustar nosso comportamento ao mais prático, àquilo que não exige muito esforço. A coisa difícil requer mais tempo, mais dedicação do intelecto, do pensamento.

O cérebro não tem necessidade de muita informação. Para ele, o que vale é a justa medida, aquela que fornece matéria prima para o seu dono, o espírito, se expressar. O cérebro é um meio, uma ferramenta de trabalho, por onde o Espírito se comunica, entra em contato com os demais seres humanos. Um cérebro oco, sem conteúdo, comunicará nada mais do que a aquilo que possui em si mesmo, que são os pensamentos superficiais, pensamentos fracos ou inautênticos, como diriam os filósofos.

Mais:

Como podemos interpretar a frase “mente sã em corpo são”? Na mente, temos os processos e atividades que, na sua maioria, são de caráter cognitivo; no corpo, as condições, os meios para ela se expressar, principalmente por meio do cérebro. Cuidar bem do cérebro ajuda enormemente a manifestação de nossa mente. 

Como relacionar cérebro e mediunidade? Quanto mais recheado for o cérebro, os Espíritos comunicantes terão mais material para poderem se expressar.

Fonte de Consulta

NICHELLI, Paolo. O Cérebro e a Mente. Tradução de Raquel Tonini Schneider. São Paulo: Edições Loyola, 2023.

https://sbgespiritismo.blogspot.com/2023/06/cerebro-e-mente.html


Em Forma de Palestra

Mente Rígida e Autocrítica

1. Introdução

O que é a mente? Quais são os tipos de mente? Como situar a autocrítica? Somos preconceituosos? A nossa mente é aberta ou fechada?

2. Considerações Iniciais

Desde tempos remotos, o ser humano se move para pensar bem. Sócrates utilizava a ironia e a maiêutica para construir os seus conceitos.

O principal zelo desses primeiros filósofos era a busca da verdade. O conhecimento de si mesmo também tem grande peso. Hoje, fala-se muito em pensar fora da caixa.

3. Conceito

Mente. Não existe uma definição da mente aceite por todos. Contudo, a maioria associará a mente aos processos de percepção, pensamento, recordação e comportamento inteligente.

Mente rígida. É uma mente petrificada, dura, que resiste a mudanças, embora a evidência e os fatos demonstrem o erro.

Autocrítica. Examinar as próprias crenças, valores e comportamentos e descobrir, se houver, o inútil, o absurdo ou o perigoso na nossa maneira de pensar. Nada de preconceitos: só ouvir ativamente.

4. Mente Rígida

4.1. Resistência a Mudanças

A característica básica das pessoas rígidas é a resistência a mudar comportamentos, crenças ou opiniões, embora os fatos observados demonstrem que estão erradas. As mentes fechadas, excessivamente ancoradas ao passado, atrapalham o progresso da sociedade em que vivem.

4.2. O Problema da Apatia

Apatia tem relação com as mentes líquidas. Líquida: que escapa, que derrama, que toma a forma do recipiente que a contém ou permanece indefinida e inconsciente. Vazia de toda ideia, a mente líquida flerta com o niilismo, não fixa posições nem se compromete.

4.3. Preconceito

Preconceito é um conceito formado antecipadamente. São distorções da mente. Nesse caso, as mentes rígidas são petrificadas, ou seja, depois de formada uma opinião não há quem faça essa pessoa mudar de ideia.

O jurista e filósofo Norberto Bobbio dizia: "Quem estiver livre de preconceitos que atire a primeira pedra".

No filme "A lista de Schlinder", uma prisioneira do campo de concentração chama a atenção do coronel alemão de plantão sobre um erro que está sendo cometido numa construção. O nazista pergunta como sabe tanto sobre o tema e ela responde que é engenheira. O coronel agradece a ajuda e imediatamente manda matá-la. E acrescenta: "Não podemos deixar que eles tenham razão; é melhor eliminar os inteligentes... Mas façamos o que ela sugeriu".

5. Mente Flexível

5.1. Habilidade ou Virtude?

Enquanto a mente rígida está petrificada e fechada à mudança e a mente líquida é gasosa, a mente flexível tem um corpo modificável. Pode-se dizer que é uma virtude, muito mais que habilidade, em que define um modo de vida e permite resistir às pressões do meio.

5.2. Exceção à Regra

As regras existem para facilitar as operações. A perseverança requer um limite para que não se torne fanatismo. Nem tudo que é legal é ético e nem tudo que é ético é legal.

Guarda de um banco de jardim. Fazia 31 anos que um oficial tinha mandado montar guarda junto ao banco, que estava recém-pintado, para que ninguém tivesse a ideia de sentar sobre a tinta fresca.

5.3. Caminho do Meio

Para o Budismo, uma explicação do nirvana (perfeita iluminação), um estado no qual fica claro que todas as dualidades aparentes no mundo são ilusórias. Diz-se também do processo dinâmico de observação e auto avaliação permanente. É a prática de não-extremismo: um caminho de moderação e distância entre a autoindulgência e a morte.

6. Autocrítica

6.1. Espírito Crítico e Espírito de Crítica

O espírito crítico distingue-se do espírito de crítica. No primeiro, procura-se a verdade de forma amadurecida, ou seja, estimula-se o progresso mental, pela ponderação de razões e discussão de motivos. No segundo, desenvolve-se o espírito de contradição, não no sentido positivo, mas no sentido de que, uma vez estabelecida a inquietação pessoal, passa-se à inquietação de muitos. Há que se evitar a crítica contumaz e leviana.

6.2. Senso Crítico

A filosofia ajuda-nos a desenvolver o senso crítico, que implica a superação das concepções ingênuas e superficiais sobre os homens, a sociedade e a natureza; concepções essas forjadas pela “ideologia” social dominante. O resultado é a ampliação da consciência reflexiva.

6.3. Conhecimento de Si Mesmo

Sócrates, na antiguidade, falou-nos do conhecimento de si mesmo, que é nada mais é do que autoconsciência de nada saber. As questões 919 e 919A de O Livro dos Espíritos auxiliam-nos a praticá-la. Santo Agostinho sugere que todas as noites devíamos revisar o dia para ver como fomos em pensamentos, palavras e atos.

7. Conclusão

Façamos uma reflexão sobre o nosso modo de pensar e busquemos aqueles pensamentos retrógrados, obsoletos que insistem em permanecer no fundo do nosso ser.

8. Bibliografia Consultada

RISO, Walter. A Arte de Ser Flexível: de uma mente rígida a uma mente livre e aberta à mudança. Tradução de Marcelo Barbão. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018.



Mente Humana

1. Introdução

O objetivo deste estudo é refletirmos sobre os nossos sentimentos de amor e de ódio, de piedade e de inveja, de alegria e de tristeza etc., no sentido de tomarmos consciência de nossos estados mentais e, com isso, melhorarmos o nosso relacionamento em sociedade.

2. Conceito de Mente

Embora a Psicologia tenha sido tradicionalmente definida como a ciência que lida com as atividades mentais, não existe uma definição da mente aceite por todos. Uma mão-cheia de auscultações de opiniões de vários psicólogos dará como resultado o mesmo número de diferentes definições. Apesar disso, um grande número — a maioria — associará a mente aos processos de percepção, pensamento, recordação e comportamento inteligente. (Chaplin, 1981)

3. Histórico

A mente (mind em inglês), no processo histórico, pode ser analisada em termos da relação entre o Espírito e a Matéria. Assim, temos a mente como matéria, a mente como imaterial, o imaterialismo e a teoria neutra.

A mente como matéria. A principal argumentação do Materialismo é que nada existe além da matéria e das suas propriedades. Tales de Mileto, há 2500 anos, falava-nos das quatro substâncias em que tudo se originava: a água, o ar, o fogo e a terra. Anaxágoras definiu o Nous (Mind) como "a mais pura e refinada de todas as coisas" que ocupa lugar no espaço.

A mente como imaterial. Platão foi o primeiro a defender explicitamente a doutrina de que a mente é inteiramente não material — sem as definições das propriedades da matéria como tamanho, forma ou impenetrabilidade. Platão usou a palavra psyche (traduzida como "alma")

O imaterialismo. Alguns filósofos adotaram a doutrina do imaterialismo, chamada assim por Berkeley, um dos clássicos empiristas britânicos, em que na sua visão tudo o que existe é mental. Adota o modelo da Mente divina e a multiplicidade de mentes finitas em que inclui todos os homens. O idealismo de Kant e de Hegel são classificados como um tipo de imaterialismo.

Teorias neutras. Há um outro tipo de abordagem em que nem a visão material nem a visão mental é realmente fundamental. Cada uma é um aspecto da realidade que não é nem mental nem física mas neutra entre ambas. Há muitas variantes de tal visão. Entre tais pensadores estão Hume, Spinoza, William James etc. (Enciclopédia Britânica)

4. Mente Versus Cérebro

4.1. O Cérebro

O cérebro é apenas uma parte do sistema nervoso central — embora seja a mais complexa. Consiste de uma massa de tecidos nervosos que ocupa a maior parte do crânio e que desempenha, entre outras funções, a do raciocínio e a da linguagem. Tem a forma de um ovoide com a porção mais alargada voltada para trás. Pesa em média 1.100 gramas. O lado esquerdo do cérebro comanda o lado direito do corpo e o lado direito do cérebro comanda o lado esquerdo do corpo. O lado esquerdo do cérebro é lógico enquanto o lado direito é intuitivo.

O cérebro, de acordo com o Espírito André Luiz, em No Mundo Maior, pode ser descrito como um castelo de três andares. O 1.º andar — subconsciente — é a "residência de nossos impulsos automáticos", simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados. O 2.º andar — consciente — é o "domínio das conquistas atuais", onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando. O 3.º andar — superconsciente — é a "casa das noções superiores", indicando as eminências de que nos cumpre atingir. Para que nossa mente prossiga na direção do alto, é indispensável o equilíbrio destas três zonas de nosso cérebro. (Xavier, 1977, p. 47)

4.2. Mente

Enquanto a Psicologia movimentar apenas os materiais da ciência humana não conseguirá penetrar no âmago da mente humana — as causas —, permanecendo, assim, na superfície dos efeitos. De acordo com o Espírito Emmanuel, somente o Espiritismo poderá lhe oferecer os meios necessários para esse aprofundamento e compreensão da dimensão espiritual do homem.

O Espírito André Luiz, em No Mundo Maior, amplia-nos o conceito de mente, dizendo-nos: "A mente é a orientadora desse universo microscópio (o cérebro), em que bilhões de corpúsculos e energias multiformes se consagram a seu serviço. Dela emanam as correntes da vontade, determinando vasta rede de estímulos, reagindo ante as exigências da paisagem externa, ou atendendo às sugestões das zonas interiores. Colocada entre o objetivo e o subjetivo, é obrigada pela Divina Lei a aprender, verificar, escolher, repelir, aceitar, recolher, guardar, enriquecer-se, iluminar-se, progredir sempre. Do plano objetivo, recebe-lhe os atritos e as influências da luta direta; da esfera subjetiva, absorve-lhe a inspiração, mais ou menos intensa, das inteligências desencarnadas ou encarnadas que lhe são afins, e os resultados das criações mentais que lhe são peculiares. Ainda que permaneça aparentemente estacionária, a mente prossegue o seu caminho, sem recuos, sob a indefectível atuação das forças visíveis ou das invisíveis". (Xavier, 1977, p. 55 e 56)

No âmbito da Doutrina Espírita, o cérebro é o centro das ondulações da mente. Ele funciona como um intermediário das oscilações da vontade, da perseverança, das emoções e das inspirações. Há, contudo, uma dificuldade, ou seja, de achar a fronteira em que termina o cérebro material e entra o espírito.

4.3. Relação Mente-Cérebro

A glândula pineal ou epífise, um minúsculo cone de células nervosas situado acima da raiz do cérebro, é o elemento de ligação com o mundo espiritual. De acordo com André Luiz em Missionários da Luz, no exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e de recepção de raios peculiares à nossa esfera. É nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grande maioria deles, a potência divina dorme embrionária. (Xavier, 1970, cap. 2)

4.4. Estados Mentais

Os estados mentais, a curto prazo, nada mais são do que os diversos tipos de humor pelos quais passamos num mesmo dia. Se nos observarmos com atenção, distinguiremos os momentos de tristeza e de alegria, de receio e de coragem, de dor e de prazer, de queda e de júbilo.

5. Usina Mental

5.1. Associação de Ideias

O fenômeno de associação de ideias é inerente à mente humana. Dado um estímulo atual (imagem ou ideia) há evocação de uma imagem ou ideia anterior. Por exemplo: à palavra perfume, podemos associar flor, jardim, felicidade etc.

O encadeamento de ideias não é um ato automático. Ele depende de um estado subjetivo, como por exemplo, da vivacidade do espírito, do estoque de conhecimentos adquiridos, e da qualidade de memória de cada um de nós.

O Espírito André Luiz diz-nos que "Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir". (Xavier, 1977, p. 48)

5.2. Reflexão de Ideias

O fenômeno de reflexão de ideias caracteriza-se pela volta da mente sobre o conteúdo de uma mesma ideia. É por isso que o fluxo energético de nosso pensamento acaba levando-nos para os caminhos que desejamos percorrer. De tanto refletir sobre o mesmo teor de ideias ou imagens, forma uma espécie de campo mental que nos leva para a concretização de nosso desejos. Muitas vezes parece que não alcançamos o que desejamos. É preciso ver se a demora não é um auxílio de Deus, que ou está nos preparando para o efeito ou está nos livrando de um mal maior.

Talvez não percebamos de pronto, mas cada um se dá por aquilo que se troca. Se estivermos nos trocando por bagatelas, elas virão ao nosso encontro. Se estivermos nos trocando por questões superiores do espírito, elas virão ao nosso encontro. É a filosofia encontrada na frase" "A semeadura é livre, mas a colheita obrigatória"

5.3. A Imaginação

Damos o nome de imaginação à faculdade de se representar ou de combinar imagens de objetos ausentes, reais ou possíveis. Pela imaginação, podemos, não só evocar coisas anteriormente percebidas, como também inventar ou criar, em nosso espírito, coisas que, na realidade, não existem.

A imaginação tem um valor considerável em todas as formas de atividade humana. Sua influência se faz sentir, imperiosamente, em todas as ações do homem, mesmo naquelas, na aparência, desprovidas de contribuição imaginativa, como o trabalho manual ou as ocupações comerciais e industriais.

Na arte e na literatura, seu valor é imenso, pois é ela que cria a ficção, concebe o ideal, e dá vida; na ciência, ajuda nas hipóteses.

6. Atitude Mental

6.1. O Reino de Deus está dentro de Ti

Nosso impulso instintivo é culpar os outros pelos nossos fracassos. Porém, se tomarmos a iniciativa de nos culparmos primeiro, muito ganharemos com isso. Nesse sentido, quando dizemos que o reino de Deus está dentro de nós, queremos dizer que o exterior reflete o interior, pois só podemos expressar aquilo que carregamos conosco. Convém, assim, não subestimarmos as nossas capacidades, porque operando conforme a Lei Divina, o êxito tornar-se-á uma evidência matemática. É que atraímos para nós o que está dentro de nós, aquilo que estivermos arquitetando em nossa mente.

6.2. Perdão como Lei Científica do Equilíbrio Mental

Os que não perdoam guardam o rancor dentro de seus corações. Nesse estado de espírito, ofendido e ofensor ficam ligados pelos pensamentos sombrios: ódio, vingança, malquerença etc. Quando, porém, predispomo-nos não só a perdoar como também a esquecer, libertamo-nos do nosso ofensor, e abrimos caminho para os horizontes mais vastos da transcendência de nosso espírito imortal.

Jesus disse que deveríamos perdoar não sete, mas setenta vezes sete vezes. Com esta frase ele quis dizer que o exercício do perdão não tem limites, ou seja, sempre que o motivo da injúria ou da ofensa nos visitar a mente, devemos enviar ao ofensor vibrações de paz e harmonia como um contra fluxo aos pensamentos sombrios. O exemplo de Gandhi é muito sugestivo: indagado sobre o perdão, dissera que nunca havia perdoado, porque nunca recebera ofensa de quem quer que seja.

6.3. Complexo de Inferioridade

Um complexo é um sentimento arraigado em nosso subconsciente. De tanto as expectativas darem resultados contrários, acabamos pensando que a próxima tentativa também vai dar errado. A repetição das respostas negativas cria em nosso subconsciente o complexo de inferioridade. O complexo de inferioridade é um complexo que existe em quatro quintos da população. Não podemos estar livre dele, mas podemos administrá-lo sob o influxo de nossa energia mental: enaltecer nossa autoestima, nossos valores, nossas responsabilidades etc. (Custer, 1962)

6.4. Esforço e Vontade

Esforço - do it. sforzo é o modo de atividade de um ser consciente que procura ultrapassar uma resistência quer exterior, quer interior. Em Filosofia, fala-se do esforço do pensamento, único instrumento que dispõe o filósofo em sua atividade intelectual com o fim de vencer os obstáculos, as razões das coisas, para alcançar o pleno esclarecimento, que é o saber.

O esforço pertence essencialmente ao ser consciente. Num sentido amplo, o esforço fundamenta-se na realização plena do bem. O bem, por sua vez, é a atualização das virtualidades do ser. Nesse sentido, a coragem de não nos desviarmos do nosso próprio caminho na vida, adquire valor transcendental. É que toda a nossa energia interior alocada na concretização de nossa vocação produz frutos sazonados, tanto para nós como para aqueles que convivem conosco.

7. Conclusão

Estejamos constantemente enviando à nossa mente pensamentos de paz, de serenidade e de tranquilidade. No tempo oportuno, eles nos servirão de anteparo aos influxos das ideias menos edificantes.

8. Bibliografia Consultada

CHAPLIN, J. P. Dicionário de Psicologia. Lisboa, Dom Quixote, 1981.

CUSTER, D. La Mente en las Relaciones Humanas. Mexico, Editorial Continental, 1962.

Encyclopaedia Britannica

XAVIER, F. C. Mecanismos da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 8. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

XAVIER, F. C. Missionários da Luz, pelo Espírito André Luiz. 8. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1970.

XAVIER, F. C. No Mundo Maior, pelo Espírito André Luiz. 7. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.



Notas do Blog

Cérebro e Mediunidade

A educação mediúnica reveste-se de substancial importância. Educar-se mediunicamente é encher o cérebro de informações para que os Espíritos possam melhor expressar as suas ideias. Os Espíritos, ao usarem o cérebro do médium, não tiram as ideias dos médiuns, mas o material que podem formalizar as ideias a serem transmitidas. Quer dizer, quanto mais recheado de bons pensamentos, de boa cultura, de bons hábitos, mais estaremos colaborando para uma perfeita comunicação mediúnica. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/06/crebro-e-mediunidade.html)

"Homo Novus", Cérebro Novo

De acordo com Krishnamurti, em O Mistério da Compreensão, o cérebro se torna novo quando há uma distância entre um fato e a reação do sujeito em relação a este mesmo fato. Quando reagimos imediatamente, estamos apenas confirmando o nosso ponto de vista, as nossas opiniões, o nosso preconceito, a nossa superficialidade. Para que um cérebro se torne novo, devemos conceder-lhe um tempo para refletir, para pensar, para sopesar, para meditar. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/11/homo-novus-cerebro-novo.html)

Mente Sã em Corpo São

Exercitar o cérebro ajuda a mente. No livro Um Cérebro para a Vida Inteira, há diversos exercícios para fortalecer o cérebro e, com isso, auxiliar a mente: respiração, flexões, posturas etc. Além disso, há algumas resoluções diárias que poderiam nos ajudar substancialmente: substituir o elevador pela escada, fazer curtas e longas caminhadas etc.  (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2017/04/mente-sa-em-corpo-sao.html)

Cérebro e Lei de Ação e Reação

O Espírito André Luiz, no capítulo 4 "Estudando o Cérebro" do livro No Mundo Maior, discorre sobre a análise do cérebro feita por Calderaro, quando se vê diante de um caso em que um Espírito havia posto fim ao corpo físico de seu atual verdugo. Disse: "Iniciei o serviço de assistência a ele, só há três dias; no entanto, já me inteirei da sua comovente história". (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2021/04/cerebro-e-lei-de-acao-e-reacao.html)

Cérebro e Alimentação

Um cérebro jovial precisa de diversidade; a monotonia deixa-o meio atrofiado, pois os seus detectores sensoriais acabam se acostumando com o mesmo tipo de informação. Não percebendo nenhuma surpresa, não faz esforço para aprender, para captar o novo. É por isso que se diz que não devíamos comprar o jornal sempre na mesma banca e nem comer sempre no mesmo restaurante. (http://sbgadministra.blogspot.com/2011/08/cerebro-e-alimentacao.html)

Abrir a Mente para Aprender Mais

Em nosso cérebro foram automatizadas diversas reações, que se tornaram regras, quase que obrigatórias. Quando nos propomos a aprender algo novo, a primeira reação é frear essa atitude, essa disposição, pois o cérebro está acomodado com o velho, com o tradicional, com o mecânico. É preciso que o aprendiz faça um esforço para o novo, para a novidade. (http://sbgadministra.blogspot.com/2011/04/abrir-mente-para-aprender-mais.html)

Notas de Livro

Conhece-se, perfeitamente, o trajeto dos estímulos na substância nervosa, até chegar ao cérebro. Sabe-se a que regiões cada sensação vai ter. O que não se sabe é como essa sensação se transforma em percepção; como o influxo nervoso se torna conhecimento; como se dá enfim, aquilo que se costuma denominar “espiritualização de sensação”. Nesse ponto, reside grave falha da explicação mecanicista dos processos mentais: fica-se obrigado a atribuir a uma célula, mutável e instável, a capacidade de espiritualizar as sensações e elaborar as ideias, juízos e raciocínios. É como se quiséssemos atribuir às teclas de um piano a capacidade de compor e executar as mais finas melodias, só para poder negar a presença do pianista. (Capítulo II — "Evolução do Pensamento Humano", de Pureza Doutrinária, de Ary Lex)




Dicionário

1. Por trás debate protagonizado acerca da sede da alma que foi discutido em círculos filosóficos, ergue-se uma fisiologia pré-filosófica que tinha, com efeito decidido a questão e que, apoiada pela sólida autoridade de Homero, tendia a dominar até as crescentes provas médicas em contrário. Para Homero, o ser humano sente e pensa com o diafragma.

2. Um grande número de pensadores percorreram o mesmo caminho, sem dúvida encorajados pelas teorias médicas do valor vital que é transportado através do sistema pelo sangue. A teoria térmica do pensamento encontra o seu principal divulgador em Heráclito que identificou a alma com o fogo e a relacionou com a consciência. Em Empédocles, o sangue apareceu com um fator ligado à percepção e a sede da percepção é localizada no coração.

3. A outra escola de pensamento que localizava a sede da percepção no cérebro (enkephalos), teve sua origem nos círculos médicos pitagóricos.

4. Sócrates ouvira falar da teoria do cérebro quando era jovem e interessou-se por ela. Deve ter contagiado Platão com este seu interesse, o qual, no Timeu localiza a parte racional (logistikon) da alma humana na cabeça faz do cérebro a fonte dos poderes reprodutores.

5. Aristóteles, porém, avançando nesse estudo, achava mais convincente é que não há sensação no próprio cérebro.

6. Plotino, todavia, segundo a tradição platônica, continua localizar a arche da sensação no cérebro, como ele tem cuidado de dizer “o ponto de partida [arche] da operação [energeia] da faculdade [dynamis], uma vez que é a arche da kinesis do instrumento [organon]”.

Fonte de Consulta

PETERS, F. E. Termos Filosóficos Gregos: Um Léxico Histórico. Tradução Beatriz Rodrigues Barbosa. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouse Gulbenkian, 1983.