Animismo

Perguntas e Respostas

1) O que se entende por animismo?

Em sentido restrito, explica-se a vida pela presença, em cada organismo, de uma alma. Opõe-se ao materialismo, que a explica pela matéria inanimada.

Em sentido mais amplo, é imaginar uma alma (anima) em todos os seres, inclusive naqueles privados de sensibilidade, tais como, florestas, rios e estrelas.

2) Como distinguir animismo de vitalismo?

Tanto o animismo quanto o vitalismo pressupõem que a alma é o princípio ou causa de todos os fenômenos vitais. Para os vitalistas, há dois princípios explicativos da vida, formando um duplo dinamismo. Os animistas atribuem a uma causa única, a alma, os fenômenos vitais e os de ordem intelectual e moral.

3) Quem criou a teoria do animismo?

Foi o etnólogo inglês Tylor (E. B. Tylor), na segunda metade do século XIX. Ele extraiu esta palavra das concepções dos filósofos da antiguidade, em que, para a mente do selvagem, as almas e espíritos animam todas as coisas, vivas e inertes, do Universo.

4) O que é o animismo para o Espiritismo?

É o estado em que opera o Espírito do médium, e não o do desencarnado. O médium, sob a influência da própria faculdade ou da assistência, fala e obra por si mesmo sem interferência de Espírito desencarnado.

5) Por que se diz que animismo é a influência do médium na comunicação mediúnica?

Porque a mediunidade não existe sem animismo. Sempre que houver uma comunicação mediúnica, haverá a influência do médium, que empresta o seu veículo físico para a manifestação do Espírito desencarnado.

6) Kardec utiliza o termo animismo?

Não. Contudo, um estudo apurado do capítulo 19 de O Livro dos Médiuns esclarece-nos que nas comunicações... “O Espírito do médium é interprete e exerce influência sobre as comunicações que deve transmitir. Nunca é completamente passivo. É passivo quando não mistura suas próprias idéias à do Espírito estranho, porém, jamais é absolutamente nulo, seu concurso é sempre necessário como intermediário, mesmo nos que vocês chamam de médiuns mecânicos” (1).

7) Como se explica a coexistência entre animismo e mediunidade?

O Espírito André Luiz, em Mecanismos da Mediunidade, diz-nos que “se os vivos da terra e os vivos do além respirassem climas evolutivos fundamentalmente diversos, a comunicação entre eles resultaria de todo impossível, pela impraticabilidade do ajuste mental” (2).

8) No que o animismo difere da mistificação?

Animismo é a influência do médium na comunicação do Espírito. Poderá haver contradições, e até erro na comunicação. A mistificação, pelo contrário, é enganar, é abusar na credulidade de alguém fazendo-o crer como verdadeiro o que é falso. É agir de má fé. 

9) Como diminuir o grau de influência do médium na comunicação mediúnica?

Estudando, procurando se aperfeiçoar e educando a sua mediunidade. Quando o natural se torna consciente, podemos emprestar o nosso veículo sem medo de que Espíritos menos felizes venham se comunicar através dele. 

(Reunião de 13/08/2011)

(1) KARDEC, A. O Livro dos Médiuns, cap. XIX e XXVII.

(2) LUIZ, A. Mecanismos da Mediunidade, cap. XXIII. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/animismo-e-espiritismo?authuser=0 )


Texto Curto no Blog

Animismo e Espiritismo

O termo animismo foi criado pelo etnólogo inglês Tylor (E. B. Tylor), na segunda metade do século XIX. Comporta muitas interpretações. Em sentido restrito, explica-se a vida pela presença, em cada organismo, de uma alma. Opõe-se ao materialismo, que a explica pela matéria inanimada. Em sentido mais amplo, é imaginar uma alma (anima) em todos os seres, inclusive naqueles privados de sensibilidade, tais como, florestas, rios e estrelas.

Tanto o animismo quanto o vitalismo pressupõem que a alma é o princípio ou causa de todos os fenômenos vitais. Para os vitalistas, há dois princípios explicativos da vida, formando um duplo dinamismo. Os animistas atribuem a uma causa única, a alma, os fenômenos vitais e os de ordem intelectual e moral.

Para o Espiritismo, o animismo é o estado em que opera o Espírito do médium, e não o do desencarnado. O médium, sob a influência da própria faculdade ou da assistência, fala e obra por si mesmo sem interferência de Espírito desencarnado. Diz-se, assim, que o animismo nada mais é do que a influência do médium na comunicação mediúnica. Isto porque, sempre que houver uma comunicação mediúnica, haverá a influência do médium, que empresta o seu veículo físico para a manifestação do Espírito desencarnado.

Allan Kardec não utilizou o termo animismo. Contudo, um estudo apurado do capítulo 19 de O Livro dos Médiuns esclarece-nos que nas comunicações... “O Espírito do médium é interprete e exerce influência sobre as comunicações que deve transmitir. Nunca é completamente passivo. É passivo quando não mistura suas próprias idéias à do Espírito estranho, porém, jamais é absolutamente nulo, seu concurso é sempre necessário como intermediário, mesmo nos que vocês chamam de médiuns mecânicos”.

A coexistência entre animismo e mediunidade é, também, explicada pelo Espírito André Luiz, no capítulo 23 de Mecanismos da Mediunidade. Diz-nos: “Se os vivos da terra e os vivos do além respirassem climas evolutivos fundamentalmente diversos, a comunicação entre eles resultaria de todo impossível, pela impraticabilidade do ajuste mental”.

Não depreciemos e nem menosprezemos o animismo. Ele é fundamental em todas os nossos contatos com os Espíritos desencarnados.

Complemento:

ATÉ UMA ROCHA TEM ALMA: Animismo nas sociedades primitivas 

Tudo no mundo tem uma alma. ==>

Mesmos os seres humanos são apenas recipientes para a alma. ==>

As almas são imortais. ==>

As almas mais importantes são os deuses. ==>

Cerimônias, músicas e oferendas dão aos deuses status no outro mundo. ==>

Se tratarmos bem os deuses, eles nos darão comida. (1)

(1) O Livro das Religiões. Tradução de Bruno Alexander. São Paulo: Globo Livros, 2014.  (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/07/animismo-e-espiritismo.html)


Notas de Aula

Animismo: Aula do 3.º Ano do Curso de Educação Mediúnica do Centro Espírita Ismael

DEFINIÇÃO DE ANIMISMO: a palavra animismo tem sido usada com vários significados. Uma delas, para designar a crença primitiva de que todas as coisas naturais são animadas por Espíritos, numa concepção que é produto evolutivo das crenças tribais - as totêmicas. Um outro significado está ligado ao conceito filosófico de vida... As concepções que sustentam a existência da alma (as espiritualistas), podem ser divididas em dois grandes grupos: o animismo, no qual a alma é tida como responsável por tudo que caracteriza a vida, o pensamento e os fenômenos vitais no homem; e o Vitalismo, no qual os fenômenos vitais são considerados regidos por um princípio, o princípio vital.

O ANIMISMO, SEGUNDO BOZZANO: as faculdades supra normais subconscientes independem da lei de evolução biológica, isto é, não podem ser frutos da evolução. Toma a palavra animismo no mesmo sentido de Aksakof, ou seja, fenômenos produzidos fora dos limites da esfera corpórea do médium (1).

O ANIMISMO, SEGUNDO O ESPIRITISMO: Kardec não utiliza o termo animismo. Contudo, um estudo apurado do capítulo 19 do Livro dos Médiuns esclarece-nos o assunto: nas comunicações... o Espírito do médium é interprete e exerce influência sobre as comunicações que deve transmitir. Nunca é completamente passivo. É passivo quando não mistura suas próprias idéias à do Espírito estranho, porém, jamais é absolutamente nulo, seu concurso é sempre necessário como intermediário, mesmo nos que vocês chamam de médiuns mecânicos (2).

SEMELHANÇAS DAS CRIATURAS: somos necessariamente impelidos a perceber que se os vivos da terra e os vivos do além respirassem climas evolutivos fundamentalmente diversos, a comunicação entre eles resultaria de todo impossível, pela impraticabilidade do ajuste mental (3).

ANIMISMO E HIPNOSE: imaginemos que um sensitivo a quem o magnetizador intencionalmente fizesse recuar ao passado pela regressão de memória e o deixasse nessa posição durante semanas, meses, ou anos a fio, e teremos exata compreensão dos casos mediúnicos em que a tese do animismo é chamada para a explicação necessária. O "sujet" nessa experiência, declarar-se-ia como sendo a personalidade invocada pelo hipnotizador, entrando em conflito com a realidade objetiva, mas não deixaria, por isso de ser ele mesmo sob o controle da idéia que o domina (3).

O PROBLEMA DA MISTIFICAÇÃO: entre os meios que os Espíritos empregam os mais frequentes, relacionam-se com a cupidez, como a revelação de pretensos tesouros ocultos, o aviso de heranças ou outras fontes de fortuna. Nunca se deve deixar deslumbrar pelos nomes que tomam os Espíritos para darem uma aparência de verdade a suas palavras (2).

PERGUNTAS

1) O que é animismo?

2) O que é animismo segundo o Espiritismo?

3) No que o animismo se diferencia da mistificação?

4) O médium é completamente passivo? Explique.

BIBLIOGRAFIA

(1) BOZZANO, E. Animismo ou Espiritismo.

(2) KARDEC, A. O Livro dos Médiuns, cap. XIX e XXVII.

(3) LUIZ, A. Mecanismos da Mediunidade, cap. XXIII. (http://www.ceismael.com.br/download/apostila/apost3.htm#ANIMISMO )


Notas do Blog

Resumo Histórico do Espiritismo

J. H. Pires, no livro O Espírito e o Tempo, traça-nos um roteiro histórico da evolução do Espírito. Começa no horizonte tribal (mediunismo primitivo), passa pelo horizonte agrícola (animismo e culto dos ancestrais), pelo horizonte civilizado (mediunismo oracular), pelo horizonte profético (mediunismo bíblico) e termina no horizonte espiritual (mediunidade positiva). (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/08/resumo-historico-do-espiritismo.html)

Crenças Primitivas

1) Animismo nas sociedades primitivas 

Tudo no mundo tem uma alma. ==> Mesmos os seres humanos são apenas recipientes para a alma. ==> As almas são imortais. ==>

As almas mais importantes são os deuses. ==> Cerimônias, músicas e oferendas dão aos deuses status no outro mundo. ==> Se tratarmos bem os deuses, eles nos darão comida.

2) O Poder do xamã

Em mundos invisíveis, seres sobrenaturais controlam o suprimento de animais de caça e o clima. ==> Esses outros mundos são cheios de espíritos também, uma vez que a alma dos seres humanos e dos animais é imortal.==> Alguns indivíduos especiais são capazes de visitar os mundos onde esses espíritos vivem. ==> Esses indivíduos solicitam a ajuda dos espíritos, pedindo animais de caça, bom tempo ou cura para quem está doente. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2015/12/crencas-primitivas.html)


Sites e Blogs

Mediunismo e Animismo

São fenômenos naturais do psiquismo humano, classificados pela Doutrina Espírita em duas categorias básicas: os mediúnicos e os anímicos (do grego, anima=alma), Os primeiros são intermediados pelos médiuns: “médium é toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos. Essa faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte, não constitui um privilégio exclusivo. (…).”[1] Os segundos, mais propriamente denominados de emancipação da alma, pela Codificação Espírita, são produzidos pelo próprio Espírito encarnado.

O intercâmbio entre um plano e outro da vida pode, então, ser regularmente estabelecido por meio de duas vias: a mediúnica e a anímica, Pela via mediúnica o Espírito renasce como médium, pessoa possuidora de uma organização física apropriada, sensível.[2] Pela outra via, a comunicação é realizada pelo próprio encarnado, quando este se encontra no estado de emancipação da alma, vulgarmente conhecido no meio espírita como anímico ou, ainda, de desdobramento espiritual.

As duas vias de comunicação usualmente se sobrepõem, de forma que não é fácil discernir quando um fenômeno é exclusivamente mediúnico ou anímico. A prática mediúnica é denominada mediunismo, a anímica   de animismo.

Todas as manifestações mediúnicas (psicofonia, psicografia, vidência, audiência, intuição, cura, etc.), classificadas por Allan Kardec em fenômenos de efeitos físicos e fenômenos de efeitos inteligentes, trazem o teor anímico do médium, uma vez que este não age como uma máquina, na recepção e transmissão da mensagem do Espírito comunicante. Funciona como um intérprete do pensamento do Espírito, imprimindo naturalmente às comunicações mediúnicas que intermedia características peculiares de sua personalidade: “(…) É por isso que, seja qual for a diversidade dos Espíritos que se comunicam com um médium, os ditados que este obtém, ainda que procedendo de  Espíritos diferentes, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe é pessoal.(…)”[3], afirmam Erasto e Timóteo em mensagem que consta de O Livro dos Médiuns. Allan Kardec, por sua vez, acrescenta: (https://www.febnet.org.br/blog/geral/colunistas/mediunismo-e-animismo/)

Mistificação e animismo 

Apresentamos nesta edição o tema no 110 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.

Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.

Questões para debate

1. Em que consistem as mistificações?

2. É possível evitar as mistificações na prática espírita?

3. Que é animismo?

4. Podemos enquadrar o animismo no quadro da mistificação inconsciente?

5. Que deve fazer o dirigente espírita no caso em que ocorram no seu grupo manifestações anímicas?

Texto para leitura 

A mistificação pode ser provocada por encarnados e desencarnados

1. O verbo mistificar significa “abusar da credulidade de; enganar, iludir, burlar, lograr, embair, embaçar”. Quem quer que se dedique à prática da mediunidade deve estar atento a essa ocorrência. A mistificação pode ser provocada pelo encarnado e também pelos desencarnados. Em ambos os casos, é preciso cautela para não se deixar ludibriar.  

2. As mistificações constituem, segundo Kardec, os escolhos mais desagradáveis do Espiritismo prático. É simples, porém, o meio de evitá-las: basta não pedir ao Espiritismo senão o que ele possa dar. Ora, sabendo que a finalidade maior do Espiritismo é o melhoramento moral da Humanidade, dificilmente seremos enganados se não nos afastarmos desse objetivo, visto que não existem duas maneiras diferentes de se compreender a verdadeira moral.  (http://www.oconsolador.com.br/ano3/110/esde.html)