Atitude e Comportamento

Perguntas e Respostas

1) Qual o conceito de atitude? 

É uma maneira organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a grupos, questões e outros seres humanos. 

2) Qual o conceito de comportamento? 

Designa a mudança, o movimento ou a reação de qualquer entidade ou sistema em relação a seu ambiente ou situação. Mudar significa tornar-se diferente do que era, física e moralmente. 

3) Qual a diferença entre atitude e comportamento? 

A atitude é intenção; o comportamento é ação. 

4) Como estudar cientificamente o comportamento? 

Em Psicologia, o comportamento constitui o seu próprio objeto; em Biologia, designa todas as ações e reações dos seres vivos relativamente ao meio; em Sociologia, as atividades dos grupos humanos. 

5) O que é percepção? 

A Percepção é uma atividade do espírito que organiza os dados sensoriais pelo qual conhecemos a “presença atual de um objeto exterior”. 

6) Quais são os problemas da distorção perceptiva? 

Um dos grandes problemas da percepção é a distorção perceptiva, ou seja, vemos as pessoas de uma forma bem diferente das que elas são, ou daquelas como estas nos são objetivamente apresentadas. São: estereotipagem, efeito halo e expectativas.

7) Quais são os componentes básicos das atitudes? 

As atitudes possuem três componentes básicos: componente cognitivo, que são os nossos pensamentos e crenças; componente afetivo, que são os nossos sentimentos e emoções; componente comportamental, que são as nossas tendências para reagir. 

8) Como resumir os processos inerentes à aquisição das atitudes? 

Os processos condizentes à aquisição de atitudes podem ser resumidos em: 1) pelos resultados de nossa própria experiência; 2) nossas tendências e preconceitos perceptivos; 3) nossas observações das reações de uma outra pessoa a uma situação específica; 4) nossa observação dos resultados das experiências de outra pessoa. 

9) Mudar atitudes consiste em mudar comportamentos? 

Como a atitude é uma intenção de se comportar de uma certa maneira, a intenção pode ou não ser consumada, dependendo da situação ou das circunstâncias. 

10) O que é mais fácil: aprender ou modificar atitudes? 

Embora as tentativas de modificar ou substituir “atitudes” assentem nos mesmos princípios de aprendizagem, é evidentemente muito mais difícil mudar ou esquecer “atitudes” do que aprendê-las. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/atitude-e-comportamento?authuser=0 )


Texto Curto no Blog 

Atitude e Comportamento

Atitude - Do latim aptitudinem significa uma maneira organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a pessoas, grupos, questões e acontecimentos ocorridos em nosso meio circundante. Comportamento. Porto, em latim, significa levar. Em português passou a forma reflexiva: portar-se. O prefixo "com" denota um modo global de levar-se, portar-se. É o conjunto organizado das operações selecionadas em função das informações recebidas do ambiente através das quais o indivíduo integra as suas tendências.

A Percepção é uma atividade do espírito que organiza os dados sensoriais pelo qual conhecemos a "presença atual de um objeto exterior". Ao captarmos os dados, enfrentamos um grande problema, ou seja, a distorção perceptiva: vemos as pessoas de uma forma bem diferente das que elas são, ou daquela como estas nos são objetivamente apresentadas. A estereotipagem (uso da impressão padronizada do grupo para influenciar a percepção de um indivíduo), o efeito halo (deixar que uma característica do grupo encubra todas as demais características) e as expectativas ("ver" e "ouvir" o que se espera ver e ouvir e não o que realmente está acontecendo) são as distorções mais freqüentes.

Num estudo mais detalhado das atitudes, podemos dizer que elas possuem três componentes básicos: componente cognitivo, que são os nossos pensamentos e crenças; componente afetivo, que são os nossos sentimentos e emoções; componente comportamental, que são as nossa tendências para reagir. De acordo com a Psicologia Social, somente quando esses três componentes se encontrarem perfeitamente inter-relacionados é que poderemos afirmar que uma atitude foi realmente formada.

Uma atitude pode ser formada: a) pelos resultados de nossa própria experiência; b) pelas nossas tendências e preconceitos perceptivos; c) pelas nossas observações das reações de outras pessoas. A teoria dos reflexos condicionados de Pavlov fornece-nos subsídios valiosos para a compreensão das atitudes e comportamentos dos indivíduos. Contudo, os estudos do Espírito André Luiz sobre a herança e o automatismo, adquiridos ao longo das várias encarnações, têm uma explicação mais convincente, pois, ao nos remeter às outras vidas, fala-nos também de todas as informações registradas no nosso subconsciente.

Por que é difícil mudar atitudes e comportamentos? 1) Como a atitude é uma intenção e o comportamento uma ação, nem sempre os dois coincidem; 2) embora as tentativas de modificar "atitudes" assentem nos mesmos princípios de aprendizagem, é evidentemente muito mais difícil mudar ou esquecer "atitudes" do que aprendê-las; 3) ao buscarmos uma sensação de equilíbrio entre nossas crenças, fazemos uso da dissonância cognitiva, ou seja, reduzimos os nossos conflitos internos e não enfrentamos o problema como realmente deveria ser enfrentado.

Apesar de todos os empecilhos à mudança comportamental, os Espíritos superiores exortam-nos constantemente à prece, à leitura de mensagens e à reformulação do nosso modo de pensar, fatores essenciais para a manutenção de nossa fortaleza moral.

Fonte de Consulta

BOWDITCH, J. L. e BUONO, A. F. Elementos de Comportamento Organizacional. São Paulo, Pioneira, 1992.

KARDEC. A. A Obsessão. 3. Ed., São Paulo, O Clarim, 1978. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/06/atitude-do-latim-aptitudinem-significa.html)

Atitude

Atitude é uma reação avaliativa quanto ao posicionamento do indivíduo diante de um objeto. É um dos conceitos básicos da Psicologia Social. Segundo Jean Meynard, “É uma disposição ou ainda uma preparação para agir de uma maneira de preferência a outra. As atitudes de um sujeito dependem da experiência que tem da situação à qual deve fazer face”. É a “Predisposição a reagir a um estímulo de maneira positiva ou negativa”.

Parecer de alguns pensadores sobre a atitude: Dewey, em Conduta e Natureza Humana, considera essa palavra um sinônimo de hábito e de disposição. Lewis, em Uma Análise do Conhecimento e Valor, diz que na atitude o que está presente é captado em seu significado prático e antecipador, como um indício daquilo que está além, no futuro. Stevenson, em Ética e Linguagem, chama de atitude o impulso para a ação que, não se sabe por que, é qualificada de "emotiva", mas acha difícil demais definir precisamente a atitude e, por isso, assume-a no significado mais genérico de disposição para a ação. 

Um estudo das atitudes inclui:

Características fundamentais: 1) intensidade – a mesma atitude favorável a um determinado objeto varia de intensidade, de indivíduo para individuo; 2) conteúdo cognitivo – pessoas com atitudes de rejeição a um determinado objeto podem ter conhecimentos distintos sobre o objeto; 3) Diferenciação – uma atitude frente a um objeto pode ser clara (ou nebulosa) para o seu possuidor; 4) Isolamento – uma atitude tomada pelo indivíduo pode estar conectada (ou isolada) das demais atitudes do sujeito. 

Fatores que atuam sobre o desenvolvimento das atitudes: 1) Determinantes culturais - a cultura marca os limites para a atitude se desenvolver, mas dentro desses limites há muito espaço para a diversidade individual. 2) Influência dos pais e dos familiares - contribuem com a orientação e o exemplo. 3) Personalidade - uma personalidade autoritária poderá descambar para as atitudes extremas. 

A mudança das atitudes pode ser feita: 1) Pela mudança de posição do indivíduo dentro do grupo. 2) Pela mudança da situação social do indivíduo. 3) Pelo maior contato com o objeto da atitude. 4) Pelo maior conhecimento do objeto através de informações de outros. 

A preservação das atitudes pode ser feita: 1) Afastamento - evitar toda a informação contrária à opinião já estabelecida, através do afastamento físico. 2) Seletividade da percepção - quando o afastamento não é possível, o indivíduo pode passar a só perceber a informação que confirma sua atitude prévia. 3) Reinterpretação dos dados - a informação será reinterpretada de modo a tornar-se favorável à atitude já estabelecida. 

Fonte de Consulta

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro: M.E.C., 1967. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2014/09/atitude.html)


Em Forma de Palestra

Atitude e Comportamento

1. Introdução

O objetivo deste estudo é fornecer subsídios para uma reflexão mais acurada sobre a tão propalada reforma íntima, entendida por nós como uma mudança comportamental. Veremos o conceito de atitude e comportamento, desenvolveremos idéias sobre a percepção, a formação das atitudes e comportamentos e a possibilidade de mudança do nosso modo de pensar e de agir.

2. Conceito

Atitude - Do latim aptitudinem atitude, através do italiano attitudine significa uma maneira organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a grupos, questões, outros seres humanos, ou, mais especificamente, a acontecimentos ocorridos em nosso meio circundante. (Kardec, 1978, p. 7) É um dos conceitos fundamentais da psicologia social. Faz junção entre a opinião (comportamento mental e verbal) e a conduta (comportamento ativo) e indica o que interiormente estamos dispostos a fazer. Segundo Jean Meynard, “É uma disposição ou ainda uma preparação para agir de uma maneira de preferência a outra. As atitudes de um sujeito dependem da experiência que tem da situação à qual deve fazer face”. Pode se dizer também que é a “Predisposição a reagir a um estímulo de maneira positiva ou negativa”.

Comportamento. Porto, em latim, significa levar. Em português passou a forma reflexiva: portar-se. O prefixo “com” denota um modo global de levar-se, portar-se. É o conjunto organizado das operações selecionadas em função das informações recebidas do ambiente através das quais o indivíduo integra as suas tendências. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo) Em sentido mais geral designa a mudança, o movimento ou a reação de qualquer entidade ou sistema em relação a seu ambiente ou situação.

Em termos científicos, o comportamento pode ser visto:

a) em Psicologia, o comportamento constitui o seu próprio objeto;

b) em Biologia, designa todas as  ações e reações dos seres vivos relativamente ao meio;

c) em Antropologia, são os aspectos da cultura necessariamente referíveis ao organismo humano;

d) em Economia, além das decisões dos agentes econômicos, a ações previstas pela teoria da racionalidade;

e) em Sociologia, as atividades dos grupos humanos;

f) em Ergonomia, as atividades dos sistemas homem-máquina. (Polis Enciclopédia)

Mudar significa tornar-se diferente do que era, física e moralmente.

3. Percepção

3.1. Significado

A Percepção é uma atividade do espírito que organiza os dados sensoriais pelo qual conhecemos a “presença atual de um objeto exterior”.

Mecanismo: as informações nos chegam através das percepções sensoriais e das extra-sensoriais. Passam, primeiramente, pelo corpo físico; depois, pelo corpo perispiritual, e, por último, chegam ao Espírito propriamente dito. O senso crítico está localizado no Espírito, que faz a seleção de tudo o que lhe chega, enviando de volta, como crítica conceituada. 

3.2. Personalidade e Autoconceito

Personalidade. Os psicólogos utilizam o termo num sentido neutro e universal, como representando aquilo que caracteriza o indivíduo. Embora haja uma infinidade de definições, o ponto central é a consistência das reações que uma pessoa tem em diversas situações.

Autoconceito. A maneira como vemos a nós mesmos está intimamente relacionada à noção de personalidade. Consciente ou não, cada um de nós tem uma imagem de si mesmo que influencia tudo o que dizemos ou fazemos ou percebemos em relação ao mundo. São os nossos valores, as nossas crenças, a nossa habilidade de lidar com o mundo e os objetivos que temos em mente.  (Bowditch, 1992, p. 62 a 76)

3.3. Distorção Perceptiva

Um dos grandes problemas da percepção é a distorção perceptiva, ou seja, vemos as pessoas de uma forma bem diferente das que elas são, ou daquela como estas nos são objetivamente apresentadas.

Entre tais distorções, citamos:

estereotipagem - É o processo de usar uma impressão padronizada de um grupo de pessoas para influenciar a nossa percepção de um indivíduo em particular. Estigma.

efeito halo - Consiste em deixar que uma característica de um indivíduo ou grupo encubra todas as demais características daquele indivíduo ou grupo.

expectativas - Consiste em "vermos" e "ouvirmos" o que esperamos ver e ouvir e não o que realmente está acontecendo. (Bowditch, 1992, p. 62 a 76)

4. Atitude e Comportamento

4. 1. Componentes Básicos das Atitudes

Num estudo mais detalhado das atitudes, podemos dizer que elas possuem três componentes básicos: componente cognitivo, que são os nossos pensamentos e crenças; componente afetivo, que são os nossos sentimentos e emoções; componente comportamental, que são as nossa tendências para reagir.

“Diz-se que uma atitude está formada quando esses componentes se encontram de tal maneira inter-relacionados que os sentimentos e tendências reativas específicas ficam coerentemente associadas com uma maneira particular de pensar em certas pessoas ou acontecimentos. Desenvolvemos nossas “atitudes” ao enfrentarmos e ajustarmo-nos ao meio social e, uma vez desenvolvidas, emprestam regularidade aos nossos modos de reagir e de facilitar o ajustamento social”. (Kardec, 1978, p. 7)

4.2. Formação das Atitudes e dos Comportamentos

Observações Experimentais 

Os processos condizentes à aquisição de atitudes podem ser resumidas em:

1) pelos resultados de nossa própria experiência;

2) nossas tendências e preconceitos perceptivos;

3) nossas observações das reações de uma outra pessoa a uma situação específica;

4) nossa observação dos resultados das experiências de outra pessoa.

Pavlov

Ivã Pavlov (1849-1936), fisiologista russo, ficou famoso pela descoberta dos reflexos condicionados ou da reação condicionada. A sua teoria dos reflexos condicionados é extraída dos experimentos que fizera com os cães. Profundo conhecedor das glândulas e suas secreções, resolve por em prática o conteúdo dos seus conceitos. Para isso, amarra um cão, isola-o de todo o barulho externo, e dá-lhe uma substância sialogênica; ao mesmo tempo, faz retinir um som, por exemplo, o de uma campainha. Depois de várias repetições, suspende a substância sialôgenica, permanecendo tão somente com o som da campainha. Resultado: o cão, sem o estímulo inicial, emite suco gástrico, associando-o apenas ao som da campainha.

Disto depreende-se que há um reflexo, denominado congênito, isto é, aquele que vem com a espécie, e outro, o condicionado, aquele que a espécie adquire.  

Os operadores de marketing, aqueles que querem vender os seus produtos, utilizam o processo de reação condicionada (de compra), baseado em Pavlov. As condições são: repetição, intensidade e clareza (ou simplicidade) dos estímulos. Observe que os anúncios são cheios de cores, rápidos e repetitivos. Quantas vezes não vemos uma mesma informação? Ou um mesmo comercial? Além do mais, os psicólogos sociais observam a questão do comportamento refletido, que se aproxima do homo aeconomicus e o comportamento semi-refletido ou irrefletido, que deste se distancia.

Doutrina Espírita 

No âmbito da Doutrina Espírita, podemos nos reportar à herança e ao automatismo adquiridos ao longo das várias encarnações. Diz o Espírito André Luiz  “Se, no círculo humano, a inteligência é seguida pela razão e a razão pela responsabilidade, nas linhas da civilização, sob os signos da cultura, observamos que, na retaguarda do transformismo, o reflexo precede o instinto, tanto quanto o instinto precede a atividade refletida que é  base da inteligência nos depósitos do conhecimento” (Evolução em Dois Mundos, p. 39). Este mesmo pensamento é retratado de forma romântica por Léon Denis ao dizer que a alma “dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem”.

4.3. Diferença entre Atitude e Comportamento

A atitude é intenção; o comportamento é ação.

5. Mudança de Atitudes e de Comportamentos

1) Como a atitude é uma intenção de se comportar de uma certa maneira, a intenção pode ou não ser consumada, dependendo da situação ou das circunstâncias. Mudanças nas atitudes de uma pessoa podem demorar muito para causar mudanças de comportamento que, em alguns casos, podem nem chegar a ocorrer. No meio espírita, diz-se que no umbral há uma multidão de espíritas de boa intenção.

2) Embora  as tentativas de modificar ou substituir “atitudes” assentem nos mesmos princípios de aprendizagem, é evidentemente muito mais difícil mudar ou esquecer “atitudes” do que aprendê-las. (Kardec, 1978, p. 15)

3) Basicamente, as pessoas buscam uma sensação de equilíbrio entre suas crenças, atitudes e comportamentos. A isso damos o nome de dissonância cognitiva.

A teoria da dissonância cognitiva procura explicar como as pessoas reduzem os conflitos internos quando enfrentam um choque entre seus pensamentos e seus atos.

Exemplo: alguém que ache importante apoiar a indústria automobilística nacional, mas pensa que os carros importados são de melhor qualidade, poderá sentir alguma dissonância depois de ter comprado um carro nacional. Ele acaba raciocinando da seguinte forma: os carros nacionais são tão bons ou melhores que os importados. (Bowditch, 1992, p. 62 a76)

4) Os investigadores sociais descobriram que, quando um componente da “atitude” é experimentalmente modificado, os outros parecem sofrer um realinhamento coerente. (Kardec, 1978, p. 15)

5) O Espiritismo, para auxiliar a mudança, prescreve leituras evangélicas, preces, vibrações e diálogos em sessões espíritas. Contudo não deixa de nos informar que a reforma íntima esquematizada não nos leva muito longe. Importa desenvolver o Espírito, fazê-lo crescer em conhecimento e moral.

6. Conclusão

Empenhemo-nos na autoconsciência. Quem sabe se essa busca de nós mesmos não seja o principal estímulo de nossa evolução espiritual, das mudanças para o bem que o nosso Espírito imortal almeja?

7. Bibliografia Consultada

ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro, M.E.C., 1967.

BOWDITCH, J. L. e BUONO, A. F. Elementos de Comportamento Organizacional. São Paulo, Pioneira, 1992.

KARDEC. A. A Obsessão. 3. Ed., São Paulo, O Clarim, 1978.

Polis - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado. Lisboa/São Paulo, Verbo, 1986.

XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

São Paulo, abril de 2002.



Notas do Blog

Dogmatismo e Espiritismo

Os dogmas católicos, aliados à dificuldade de elaborarmos o nosso pensamento de forma lógica e racional, propiciam o surgimento do "comportamento" cognominado "dogmático". Por "comportamento dogmático", entende-se a crença nos conhecimentos herdados de nossos antepassados, as nossas atitudes voltadas para o fazer técnico e as nossas ações cristalizadas na tradição. Isso mantém-nos acomodados à nossa aparente segurança interior. Temos de romper essa estrutura do pensamento.

O "comportamento não dogmático", centrado nas atitudes críticas, é a ruptura do modelo anterior. Como o homem passa do estado pré-crítico ao crítico? O que caracteriza essa mudança? Podemos vê-la sob dois ângulos: 1.º) mudança espontânea, pelo fato das crenças tradicionais se chocarem com as antagônicas e o indivíduo ser obrigado a fazer nova escolha; 2.º) mudança provocada, pelo fato do indivíduo procurar conscientemente um novo paradigma para a realidade em que está inserido. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/dogmatismo-e-espiritismo.html)

"Homo Novus", Cérebro Novo

Como transformar, então, o homem velho no homem novo de que nos reporta o evangelho? Buscando refletir sobre o velho, sem o intuito de mudá-lo bruscamente. Quando a vontade age, ela fragmenta o próprio homem. Eu quero me tornar perfeito, eu quero ser grande e mundialmente reconhecido, eu quero que as coisas saiam sempre ao meu gosto. Nesse caso, há uma imposição sobre uma ideia, sobre um comportamento, sobre uma atitude. Essas resoluções não nos deixam espaço para outras acepções, as acepções do homo novus de que nos fala Paulo nas suas pregações.

O cérebro velho está acostumado com um tipo de resposta, com um tipo de comportamento. O novo causa-lhe incômodo. Quando propomos ao cérebro outro tipo de resposta, fazemo-lo agir em nosso beneficio. Façamos uma analogia com a prece, cujos estímulos enviamos a Deus, com a intenção de nos livrarmos de alguma dificuldade, de algum problema. Na realidade, esses estímulos enviados a Deus não modificam o problema, a dificuldade, mas fazem-nos pensar de forma diferente a respeito de uma dada dificuldade. Este é o homem novo com cérebro novo. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/11/homo-novus-cerebro-novo.html)

Mudança Comportamental

A mudança do comportamento, mais especificamente o vicioso, não é tarefa fácil. Por que? É que todo o esforço para vencer os condicionamentos acabam por formar novos condicionamentos. Observe o indivíduo que quer parar de fumar. Para isso, ele começa a chupar bala; depois, não consegue para de chupar bala. Além do mais, a mudança exige um esforço hercúleo para não violentar o nosso eu. É que influenciado pelo que nos falam, não percebemos que o que importa é o crescimento do Espírito, as qualidades intrínsecas que vamos lhes acrescentando, o que naturalmente irá expulsar os vícios, pois eles não mais farão parte de nossos automatismos. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/mudana-comportamental.html)

Comportamento

Em se tratando do comportamento, devemos ter em mente os valores essenciais, que são aqueles sem os quais não podemos viver. Sócrates referiu-se ao conhecimento ou autoconhecimento; Aristóteles, à felicidade. De um modo geral, podemos dizer que os valores essenciais são: verdade, justiça, paz, felicidade. Lembremo-nos da advertência de Aristóteles: “Não agimos corretamente porque temos virtude ou excelência, mas as temos porque agimos corretamente.” (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2014/09/comportamento.html)


Sites e Blogs

Atitude e Comportamento

O homem sempre poderia vencer suas más tendências mediante seus próprios esforços?

Sim, e às vezes com pouco esforço. O que lhe falta é a vontade. Ah! Como são poucos os que se esforçam entre vós! (O livro dos espíritos, q. 909).

Os dois monges

Dois monges em peregrinação chegaram à margem de um rio, quando avistaram uma garota que precisava atravessá-lo. Mas por que a correnteza estava muito forte, ela ficou com medo. Um dos monges vendo a jovem naquela situação, pegou-a nos braços e atravessou o rio, colocando-a em solo seco do outro lado.

Os dois monges continuaram a peregrinação. Porém, o outro monge, depois de duas horas, ficou a reclamar:

– Como você pode ter tocado em uma mulher sabendo que é contra os mandamentos ter contato íntimo com ela?… Como pode ir contra as leis da nossa ordem? Você pecou fortemente!…

 O monge que carregara a jovem prosseguia em silêncio. E, finalmente, observou:

– Eu a deixei no rio há duas horas. Por que você ainda a está carregando?

 Anotações

O ideal é que não tivéssemos preocupação alguma na vida. Mas, como o ideal é o que se pretende alcançar, mas que ainda não se atingiu, devemos nos contentar com nossos recursos e possibilidades, trabalhando nossa intimidade para superação de fortes vícios que, por enquanto, trazemos arraigados em nosso ser e insistimos em alimentar.

A preocupação é, como o próprio termo expressa, a ocupação antecipada com qualquer coisa, acontecimento, pessoa… Quando nos preocupamos, temos a tendência de criar um mundo irreal, peculiar, que gira em torno de pensamentos que emitimos e que, consequentemente, refletem em nossos comportamentos e atitudes.

Esse comportamento nos mantém presos a situações complicadas que provavelmente poderiam ser evitadas. E, talvez, não apresentem a dimensão que lhe damos decorrentes de nossas reações antecipadas diante do que poderia acontecer.

         É bom que estejamos atentos para a realidade de que se algo nos incomoda ou nos chama a atenção, se somos “tocados” por algum acontecimento ou sobretudo se temos a tendência de reagir a um comportamento alheio, é porque, de certa forma, aquela ocorrência desperta-nos para atitudes que ainda precisamos adotar diante da vida.

É como se fosse um espelho projetado à nossa frente: quando observamos algum comportamento a ser corrigido em nosso semelhante é provável que também precisemos corrigir em nós tendências semelhantes às notadas na personalidade alheia.

Diante da vida e das relações humanas, esforcemo-nos pela adoção de atitudes condizentes com os princípios de caridade preconizados pelo Evangelho de Jesus. Busquemos o equilíbrio íntimo, alimentando a casa mental com ideais superiores que, mediante esforço constante, refletirão em nosso comportamento ações concretas no bem do próximo e de nós mesmos.

Extratos do livro Anotações espíritas, ditado por Espíritos diversos e psicografado por Divaldo Pereira Franco. Ed. FEB. (https://www.febnet.org.br/blog/geral/atitute-e-comportamento/ )

Coerência do Comportamento

Valores como a honestidade, a decência, a compostura e naturalmente que a plena identificação deles com as crenças que dizemos defender, revelam a coerência no comportamento social. Como conciliar atitudes indecorosas, violentas ou de atentado aos bons costumes em homens e mulheres que se dizem cristãos?

Sim, imagine o leitor um cidadão – seja qual for a religião a que se filie  que age em discordância com os ensinos que diz seguir. Existe aí uma grande incoerência entre o que “prega” e o que vive. Por sua vez, as religiões não podem responder pelo comportamento de seus seguidores. Todo comportamento contrário aos ensinos da religião, da moral, deve ser creditado à insânia humana que insiste em burlar a própria consciência.

Vários exemplos podem ser citados: a) Bêbados que fazem arruaças e responsabilizam o governo ou justificam-se reclamando da sorte; b) Violências de toda ordem, espancamentos em casa, traições conjugais ou gritos incontroláveis, levados a conta de gênio ruim; c) Desordens sociais, roubos e vandalismos considerados como meros divertimentos. Na verdade, nada é falta de sorte, culpa do governo ou de quem quer que seja. Age-se dessa ou daquela forma porque se permite a si mesmo adotar este ou aquele comportamento. Nada justifica um gesto de violência, de desrespeito ou de imoralidade senão a própria decisão individual marcada de desequilíbrio. (https://espirito.org.br/artigos/a-coerencia-do-comportamento-3/)


Mensagem Espírita

Três Atitudes 

Entendendo-se que o egoísmo e o orgulho são qualidades negativas na personalidade mediúnica, obscurecendo a palavra da Esfera Superior, e compreendendo-se que o bem é a condição inalienável para que a mensagem edificante seja transmitida sem mescla, examinemos essas três atitudes, em alguns dos quadros e circunstâncias da vida.

Na sociedade:

O egoísmo faz o que quer.

O orgulho faz como quer.

O bem faz quanto pode, acima das próprias obrigações.

No trabalho:

O egoísmo explora o que acha.

O orgulho oprime o que vê.

O bem produz incessantemente.

Na equipe:

O egoísmo atrai para si.

O orgulho pensa em si.

O bem serve a todos.

Na amizade:

O egoísmo utiliza situações.

O orgulho clama por privilégios.

O bem renuncia ao bem próprio.

Na fé:

O egoísmo aparenta.

O orgulho reclama.

O bem ouve.

Na responsabilidade:

O egoísmo foge.

O orgulho tiraniza.

O bem colabora.

Na dor alheia:

O egoísmo esquece.

O orgulho condena.

O bem ampara.

No estudo:

O egoísmo finge que sabe.

O orgulhoso não busca saber.

O bem aprende sempre, para realizar o melhor.

Médiuns, a orientação da Doutrina Espírita é sempre clara.

O egoísmo e o orgulho são dois corredores sombrios, inclinado-nos, em toda parte, ao vício e à delinquência, em angustiantes processos obsessivos, e só o bem é capaz de filtrar com lealdade a Inspiração Divina, mas para isso, é indispensável não apenas admirá-lo e divulgá-lo; acima de tudo, é preciso querê-lo e praticá-lo com todas as forças do coração.  (XAVIER, Francisco Cândido. “Seara dos Médiuns”, pelo Espírito Emmanuel, FEB, lição 15)

Atitudes Essenciais

“Qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser meu discípulo.” Jesus. (LUCAS, 15:27.) 

Neste passo do Novo Testamento, encontramos a verdadeira fórmula para o ingresso ao Sublime Discipulado. 

“Qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser meu discípulo” – afirma-nos o Mestre. 

Duas atitudes fundamentais recomenda -nos o Eterno Benfeitor se nos propomos desfrutar-lhes a intimidade – tomar a cruz redentora de nossos deveres e seguir-lhe os passos. 

Muitos acreditam receber nos ombros o madeiro das próprias obrigações, mas fogem ao caminho do Cristo; e muitos pretendem perlustrar o caminho do Cristo, mas recusam o madeiro das obrigações que lhes cabem. 

Os primeiros dizem aceitar o sofrimento, todavia, andam agressivos e desditosos, espalhando desânimo azedume por onde passam. 

Os segundos creem respirar na senda do Cristo, mas abominam a responsabilidade e o serviço aos semelhantes, detendo-se no escárnio e na leviandade , embora saibam interpretar as lições do Evangelho, apregoando-as com arrazoado enternecedor. 

Uns se agarram à lamentação e ao aviltamento das horas. 

Outros se cristalizam na ironia e na ociosidade, menosprezando os dons da vida. 

Não nos esqueçamos, assim, de que é preciso abraçar a cruz das provas indispensáveis à nossa redenção e burilando, com amor e alegria,marchando no espaço e no tempo, com o verdadeiro espírito cristão de trabalho infatigável no bem, se aspiramos a alcançar a comunhão com o Divino Mestre. 

Não vale apenas sofrer.É preciso aproveitar o sofrimento. 

Nem basta somente crer e mostrar o roteiro da fé. É imprescindível viver cada dia, segundo a fé salvadora que nos orienta o caminho. (XAVIER, F. C. Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel. 8. ed., Minas Gerais: CEC, 1986, capítulo 18)

Renova-te sempre 

“Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova, dia a dia." - Paulo (II Coríntios, 4:16). 

Cada dia tem a sua lição. 

Cada experiência deixa o valor que lhe corresponde. 

Cada problema obedece a determinado objetivo. 

Há criaturas que, torturadas por temores contraproducentes, proclamam a inconformação que as possui à frente da enfermidade ou da pobreza, da desilusão ou da velhice. 

Não faltam, no quadro da luta cotidiana, os que fogem espetacularmente dos deveres que lhes cabem, procurando, na desistência do bom combate e no gradual acordo com a morte, a paz que não podem encontrar. 

Lembra-te de que as civilizações se sucedem no mundo, há milhares de anos, e que os homens, por mais felizes e por mais poderosos, foram constrangidos a perda do veiculo de carne para acerto de contas morais com a eternidade. 

Ainda que a prova te pareça invencível ou que a dor se te afigure insuperável, não te retires da posição de lidador, em que a Providência Divina te colocou. 

Recorda que amanhã o dia voltará ao teu campo de trabalho. 

Permanece firme, no teu setor de serviço, educando o pensamento na aceitação da Vontade Deus. 

A moléstia pode ser uma intimação transitória e salutar da Justiça Celeste. 

A escassez de recursos terrestres é sempre um obstáculo educativo. 

O desapontamento recebido com fervorosa coragem é trabalho de seleção do Senhor, em nosso benefício. 

A senectude do corpo físico é fixação da sabedoria para a felicidade eterna. 

Sê otimista e diligente no bem, entre a confiança e a alegria, porque, enquanto o envoltório de carne se corrompe pouco a pouco, a alma Imperecível se renova, de momento a momento, para a vida imortal. (XAVIER, F. C. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, Lição 141)