Vontade

Perguntas e Respostas

1) O que se entende por pensamento?

Do latim pensare, pensar, refletir.  Atividade da mente através da qual esta tematiza objetos ou toma decisões sobre a realização de uma ação. É uma palavra fácil de ser intuída, mas difícil de ser explicada com palavras.

2) Por que é difícil descrever o pensamento?

A cultura grega deu ênfase à razão. A razão fazia o indivíduo raciocinar e aplicar-se ao conhecimento das virtudes. Acontece que o pensamento dos pré-socráticos e dos orientais não são interrogativos, mas poéticos-noemáticos, em que o racional é deixado em segundo plano. Mesmo assim, esses pensamentos poéticos-noemáticos não são superficiais, mas essenciais à própria elaboração do pensável. 

3) Qual o conceito de vontade?

É a faculdade de perseguir o bem conhecido pela razão.

4) Como o conceito de vontade foi tratado no curso da história?

a) Psicologicamente (ou antropologicamente), falou-se da vontade como de uma certa faculdade humana, como expressão de um certo tipo de atos; 

b) moralmente, tratou-se da vontade em relação com os problemas da intenção e com as questões concernentes às condições requeridas para alcançar o Bem; 

c) teologicamente, o conceito de vontade foi usado para caracterizar um aspecto fundamental e, segundo alguns autores, o aspecto básico da realidade, ou personalidade, divina; 

d) metafisicamente, considerou-se às vezes a vontade como um princípio das realidades e como motor de todas as mudanças.

5) Qual a função da disciplina?

A disciplina indica a submissão da vontade e da inteligência a normas de pensamento, da ação, de conduta, sob os vários aspectos que apresenta a vida humana.

6) Qual a concepção de Schopenhauer?

Para Schopenhauer, a vontade, ao contrário da razão, não têm limites. Para controlar a vontade, ao contrário do budismo, procura uma saída estética: concentrar-se num quadro ou numa música anula a vontade.

7) De que forma podemos relacionar pensamento e vontade?

Os atos dependem da vontade e a vontade da ideia. Para que o ato seja moral, o indivíduo precisa distinguir entre o bem e o mal. A pessoa que rouba parte de uma ideia, ou seja, que ele consegue com mais facilidade aquilo que deseja.

8) Como exemplificar a relação entre ideia e ação?

Karl Marx dizia: "Até hoje, os filósofos só fizeram interpretar o mundo; devemos, agora, transformá-lo".  A consequência é partir diretamente para a ação sem os cuidados da teoria. A ideia assemelha-se a uma semente. Passa por diversos tratamentos até dar o fruto esperado. 

9) Como purificar a vontade

A vontade pode ser fortalecida no indivíduo através da educação esclarecedora e, principalmente, através do combate ao capricho e à obediência passiva, bem como pela formação do hábito de propor a si mesmo tarefas difíceis e de trabalhar até conseguir alcançar o objetivo.

https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/vontade

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Pensamento e Vontade

Pensamento. Do latim pensare, pensar, refletir.  Atividade da mente através da qual esta tematiza objetos ou toma decisões sobre a realização de uma ação. Palavra fácil de ser intuída, mas difícil de ser explicada com palavras. Vontade. É a faculdade de perseguir o bem conhecido pela razão. Disciplina. Submissão da vontade e da inteligência a normas de pensamento, da ação, de conduta, sob os vários aspectos que apresenta a vida humana.

Dificuldade de descrever o pensamento. A cultura grega deu ênfase à razão. A razão fazia o indivíduo raciocinar e aplicar-se ao conhecimento das virtudes. Acontece que o pensamento dos pré-socráticos e dos orientais não são interrogativos, mas poéticos-noemáticos, em que o racional é deixado em segundo plano. Mesmo assim, esses pensamentos poéticos-noemáticos não são superficiais, mas essenciais à própria elaboração do pensável.

Conceito de vontade no curso da história. Na história da filosofia, foi tratado da seguinte forma: 1) Psicologicamente (ou antropologicamente), falou-se da vontade como de uma certa faculdade humana, como expressão de um certo tipo de atos; 2) moralmente, tratou-se da vontade em relação com os problemas da intenção e com as questões concernentes às condições requeridas para alcançar o Bem; 3) teologicamente, o conceito de vontade foi usado para caracterizar um aspecto fundamental e, segundo alguns autores, o aspecto básico da realidade, ou personalidade, divina; 4) metafisicamente, considerou-se às vezes a vontade como um princípio das realidades e como motor de todas as mudanças. Das quatro abordagens a que mais predominou foi a psicológica. (1)

Relação entre pensamento e vontade. Dizemos com razão que um homem de força de vontade é aquele que persegue com firmeza alguma coisa. É a vontade que nos leva à ação. Os atos dependem da vontade e a vontade da ideia. Para que o ato seja moral, o indivíduo precisa distinguir entre o bem e o mal. A pessoa que rouba parte de uma ideia, ou seja, que ele consegue com mais facilidade aquilo que deseja. (2)

Relação entre ideia e ação. Observe a frase de Karl Marx: "Até hoje, os filósofos só fizeram interpretar o mundo; devemos, agora, transformá-lo". Não são poucos os que creem firmemente nessa ideia tendo, como consequência, um total desprezo pela teoria. Muitos preconizam a excelência da ação, como a única solução a ser procurada, a única verdadeiramente eficaz. A ideia assemelha-se a uma semente. Passa por diversos tratamentos até dar o fruto esperado. (2)

A vontade pode ser fortalecida no indivíduo através da educação esclarecedora e, principalmente, através do combate ao capricho e à obediência passiva, bem como pela formação do hábito de propor a si mesmo tarefas difíceis e de trabalhar até conseguir alcançar o objetivo.

(1) MORA, J. Ferrater. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2004.

(2) MENDONÇA, Eduardo Prado de. O Mundo Precisa de Filosofia. Rio de Janeiro: Agir, 1988. (https://sbgfilosofia.blogspot.com/2023/12/pensamento-e-vontade.html)

Vontade Humana e Vontade Divina

Agimos de conformidade com atos automáticos e atos voluntários. A vontade humana situa-se no âmbito dos atos voluntários. É o poder que tem o espírito de se determinar, com consciência e reflexão, a uma ação de sua escolha. Sua natureza prende-se ao fato de que quando tomamos uma decisão, obedecemos, não apenas a nossos motivos, tendências e impulsos, mas, antes e sobretudo, a uma força interior que nos é própria. De acordo com esta definição, cada um de nós deveria fazer esforços no sentido de suplantar os automatismos do cotidiano.

A vontade humana é extremamente versátil, porque às vezes é débil, outras enérgica e muitas vezes apática. Dentre os defeitos da vontade estão os seguintes fatos: tendência para evadir-se do real, a dispersão mental, o descontrole da imaginação e principalmente a ociosidade como consequência da preguiça. É bom esclarecermos que nem sempre a energia significa vontade, isto porque, se estivermos usando muita energia nos atos automáticos, é possível que a vontade esteja adormecida.

Para que possamos adquirir uma vontade enérgica, porém refletida, convém desenvolver algumas capacidades de nossa mente, tais como: atenção, concentração, meditação e principalmente a perseverança, o fator decisivo de nossa evolução espiritual. Uma vista de olhos na literatura psicológica nos adverte que devemos fazer "esforços" contínuos, se quisermos vencer na vida; sem sacrifício nada chega às nossas mãos; a dor é o aguilhão de nosso progresso e a ociosidade cansa mais do que o trabalho. Para a consolação de nossos espíritos, diz-nos que os bons nadadores desenvolvem-se mais nadando contra a correnteza do que a favor dela.

Estamos desenvolvendo ideias acerca da vontade humana. Como relacioná-la com a vontade divina? A nossa consciência tem algo de divino? Como ter a certeza de que agindo de livre e espontânea vontade, estamos obedecendo à vontade divina? Allan Kardec em O Livro dos Espíritos oferece-nos uma luz quando desenvolve os capítulos relacionados com as leis divinas ou naturais. Diz-nos que a Lei Divina ou Natural está inscrita na consciência do ser. Portanto, se forjarmos a nossa consciência de acordo com as leis naturais, estaremos encaminhando as nossas ações para a prática do bem, o que implica na aproximação de nossa vontade com a vontade divina.

O entrave entre ser humana e divina dissipa-se quando tivermos uma percepção exata do que sejam essas leis naturais, porque os nossos atos livres estarão sendo encaminhados para a prática das virtudes, o que trará como consequência uma ampliação de nossa liberdade e um maior conhecimento da divindade, que nos permitirá agir de acordo não só com os avisos de nossa consciência, mas sobretudo com os ditames de nossa consciência bem formada.

Cair, sim, porque é da natureza débil do homem; esmorecer, jamais, porque podemos pedir força a Deus através da prece. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/vontade-humana-e-vontade-divina.html)

Educação da Vontade

Vontade - do latim voluntate significa a faculdade de representar um ato que pode ou não ser praticado. A vontade tende para a apreensão, pelo intelecto, dos bens que são apresentados através da cognição subjetiva. Portanto, a vontade é um grau mais perfeito do intelecto, pois o intelecto tem como objeto o ser enquanto ser, mas a vontade tende para o objeto enquanto apetecível.

Ação refletida é o ponto central da educação da vontade. Urge termos plena consciência de cada ação praticada. Somente depois de sopesarmos os prós e os contras de um ato é que devemos tomar uma decisão a favor ou contra. O esforço de transformar esse pensamento em hábito capacita-nos a disciplinar nosso querer.

Toda mudança de rotina é difícil. Uma vez iniciada, não são poucas as sugestões negativas a desencorajar-nos. Se mantivermos uma postura otimista, embora sofrendo as investidas contrárias, tal atitude fortalecer-se-á por si mesma. É que forças insuspeitas que estavam arquivadas no subconsciente emergem e quebram a casca da inércia.

São essenciais os exercícios para a disciplina da vontade. Afirmam os psicólogos que todo o esforço despendido na mudança dos automatismos, por mínimo que seja, produz resultados inesperados. Observe que a disposição de nos mantermos sóbrios diante de uma dada situação cria a ideia de sobriedade para o conjunto de nossos atos; a eliminação de uma atitude de preguiça deixa o corpo alerta para a maioria de nossas atitudes.

A evolução moral e a evolução espiritual não se dão aos saltos. A vigilância dos nossos desejos é de vital importância para o progresso do nosso querer. Nesse sentido, muito contribuirá para o bom êxito dos nossos propósitos a melhoria de nosso comportamento: postura correta, roupas adequadas e isenção de cacoetes.

Tenhamos em mente o dinamismo da vida. Nada de pusilanimidade, quando as circunstâncias obrigarem-nos a mudar de conduta, pois somente assim eliminaremos os últimos resquícios da rotineira comodidade. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/educao-da-vontade.html)


Notas de Livro

O problema dos Ser, do Destino e da Dor, Léon Denis

De que forma podemos orientar essas potências interiores? Pela Vontade.

É pela vontade que nos distanciamos das coisas corriqueiras e nos pomos em consonância com o pensamento divino.

Em sua ação, a vontade pode ser comparada a um ímã. A vontade de estudar, de aprender, de evoluir atrai para nós novos recursos vitais, que não surgiriam se não nos esforçássemos para obtê-los. O princípio de evolução não está na matéria; está na vontade, cuja ação se estende à ordem invisível das coisas, como à ordem visível e material.

O próprio fato de olhar de frente aquilo que chamamos de mal, perigo, dor, a resolução de afrontá-los, de vencê-los, diminui-lhes a importância e o efeito.

O método do mind-cure resume-se na seguinte fórmula: “O pessimismo enfraquece; o otimismo fortalece”.

Uma sociedade é um agrupamento de vontades que, quando unidas, voltadas para um mesmo objetivo, constituem um centro de forças irresistíveis. As humanidades são focos ainda mais poderosos, que vibram na imensidão.

Pela educação e pelo treinamento da vontade, certos povos chegam a resultados que parecem milagres.

O homem consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente que suas forças crescem proporcionalmente a seus esforços. “A fé transporta montanhas”.

Sou uma consciência e uma vontade livres; construí-me a mim mesmo, inconscientemente, através dos tempos; edifiquei lentamente minha individualidade e minha liberdade e, agora, conheço a grandeza e a força que estão em mim.

Michelangelo havia adotado, como regra de conduta, os preceitos seguintes: “Entra em ti mesmo e faze o que faz o escultor com a obra que quer tornar bela; suprime tudo o que é supérfluo, torna nítido o que é obscuro, leva a luz a toda parte e não para de burilar tua própria estátua”. (Capítulo 20 — "A Vontade" [3.ª Parte, "As Potencias da Alma"].


Norberto R. Keppe, da Trilogia Analítica, diz que realizar a própria vontade é aceitar o Mal. Afirma, ainda, que a vontade do homem está invertida por causa da inveja. De acordo com Kant, o homem quer ser livre para fazer o Mal. 

A Trilogia Analítica é o desenvolvimento da Psicanálise Integral, criada por Norberto R. Keppe, psicanalista, filósofo, cientista social e físico (amador) que unificou a ciência à filosofia e à teologia. Keppe denominou seu método de Trilogia pois ela é o resultado do estudo: No ser humano: Sentimento (amor), Pensamento (razão) e Ação (consciência) Na sociedade: Teologia, Filosofia e Ciência; Em Deus: Trindade Divina – Pai ( Bondade), Filho (Verdade) e Espírito Santo (Beleza). E Analítica pois é uma ciência experimental e realiza um trabalho científico analítico.