O Sono e os Sonhos

Perguntas e Respostas 

1) O que é o sono?

Difícil de se chegar a uma definição. Podemos entendê-lo como um estado fisiológico caracterizado por uma interrupção periódica e imediatamente reversível do nível de consciência.

2) Como o Espiritismo define o sono?

É um estado de emancipação parcial da alma (desprendimento do Espírito), ocasião em se aguçam as nossas percepções.

3) O que é o sonho?

Período de sono caracterizado por um enfraquecimento do tônus muscular e do nível mental em que se produzem imagens das quais o sujeito conserva sua lembrança mais ou menos precisa ao despertar.

4) Como o Espiritismo define o sonho?

É Resultado da liberdade do Espírito durante o sono; mais especificamente, a lembrança do que o Espírito viu nesse período.

5) Como o sono e o sonho se apresentam historicamente?

O sono não teve muita novidade. Em se tratando dos sonhos, todas as sociedades sempre consideraram os sonhos como dotados de sentidos, quer premonitórios, quer comuns, como o sonhar com o um bicho e jogar na loteria. A psicologia dos sonhos fornece-nos duas fases importantes: a) a anterior à publicação da Interpretação dos Sonhos de S. Freud, em 1900; b) a posterior à publicação desta obra.

6) Como a ciência estuda os sonhos?

Colocando-se eletrodos na cabeça das pessoas, observou-se: 

a) A pessoa acordada emite ondas curtas e rápidas.

b) A pessoa dormindo passa por cinco fases: 1.ª) ondas curtas e longas; 2.ª) ondas curtas e longas, distintas de 1; 3.ª) ondas curtas e longas, distintas de 2; 4.ª) ondas curtas e longas, distintas de 3; 5.ª) de repente as ondas passam a ser curtas e rápidas (igual às ondas da pessoa acordada). Essas fases realizam-se em aproximadamente 90 minutos. Na 5.ª fase, ou seja, nos 20 minutos finais, surge o chamado sono REM, do inglês Rapid Eyes Moviment (Movimento Rápido dos Olhos) – momento em que se dão os sonhos.

7) Como Freud e Adler explicam o sonho?

Para Freud, os sonhos são expressões disfarçadas de processos psíquicos inconscientes, profundos e extremamente significativos: desejos insatisfeitos, complexos, recalques etc.

Para Adler, o inconsciente trabalha, combina e modela os dados, vindos do consciente e que este já tinha olvidado.

8) Durante o sono a alma repousa como o corpo (pergunta 401 de O Livro dos Espíritos)?

Não, o Espírito jamais fica inativo. Durante o sono, os liames que o unem ao corpo se afrouxam e o corpo não necessita do Espírito. Então ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.

9) Quais são os dois tipos de sonhos apontados pelo Espiritismo?

a) sonho do subconsciente - É o pensamento ensimesmado sobre si mesmo; o reflexo daquilo que se vivenciou durante o dia. Exemplo: se, depois de assistirmos a um filme de terror, formos dormir, poderemos sonhar com algumas dessas imagens.

b) sonho real – É o pensamento entrando em contato com pessoas e coisas do mundo espiritual.

10) Onde podemos encontrar relatos de sonhos na literatura espírita?

No capítulo 38 de Os Mensageiros, capítulo 8 de os Missionários da Luz e capítulo 36 de Nosso Lar.

11) Quais são as doenças do sono?

1) Insônia - Dificuldade de realizar o sono. No início, no meio e no fim.

2) Hipersonolência – Dormir de pé

3) Doença do ciclo – O ciclo tem que fazer 24 horas. Alguns têm um ciclo de 26 horas.

12) Que recomendações são uteis para uma boa noite de sono?

1) Ao deitar, ler, em voz normal, o Evangelho Segundo o Espiritismo.

2) Evitar tensões graves no momento que antecede o sono.

3) Evitar comer em excesso. 

4) No caso de insônia, fazer algum exercício de educação física. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/sono-e-o-sonho-o )


Texto Curto no Blog

O Sono e os Sonhos

Os cientistas, embora tenham se aprofundado no tema sono e sonho, ainda não encontraram uma definição adequada. A mosca dorme ou não dorme? E a ameba? Para o cérebro não precisaríamos descansar; para o corpo físico não precisaríamos dormir para descansar. Não se sabe o que leva uma pessoa a adormecer; ainda não foi descoberta nenhuma substância no sangue ou no cérebro criada ou revigorada durante aquele espaço de tempo.

Para a Ciência, o sono é caracterizado pelos processos inibitórios das células corticais; para o Espiritismo, é o estado de emancipação parcial da alma, ocasião em se aguçam as nossas percepções. Para a Ciência, o sonho é o processo intenso que corresponde aos estados paradoxais do sono, isto é, àqueles momentos durante os quais os registros eletroencefalográficos se aproximam dos que se caracterizam o estado de vigília; para o Espiritismo, é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono, resultado de sua liberdade pela suspensão da vida ativa e de relação.

Distinguem-se, na história da psicologia dos sonhos, duas grandes fases: a) a anterior à publicação da Interpretação dos Sonhos de S. Freud, em 1900; b) a posterior à publicação desta obra. A fase anterior corresponde aos sonhos proféticos, aos sonhos bíblicos e aos sonhos mitológicos. Na Idade Média, por exemplo, os sonhos eram vistos como demoníacos, sendo merecedores de fogueira todos os que tentavam interpretá-los. A fase posterior é caracterizada pela introdução do método de associação, que tornou possível o estudo interpretativo do conteúdo significativo do sonho.

Para a psicanálise, mais especificamente a freudiana, os sonhos são expressões disfarçadas de processos psíquicos inconscientes, profundos e extremamente significativos; revelações diretas, mas veladas, de desejos insatisfeitos. Para oEspiritismo, o inconsciente freudiano denomina-se subconsciente, ou seja, a sede dos hábitos e dos automatismos. Ainda: para uma compreensão mais acurada do sonho, o Espiritismo divide-o em: a) sonho do subconsciente, que é o pensamento ensimesmado sobre si mesmo, o reflexo daquilo que se vivenciou durante o dia; b) sonho real, que é o pensamento entrando em contato com pessoas e coisas do mundo espiritual.

O Espírito André Luiz, no capítulo 38 de Os Mensageiros, anota que os encarnados quando se desprendem do corpo físico revelam boa vontade na recepção dos conselhos, mas grande incapacidade de retenção; no capítulo 8 de os Missionários da Luz, esclarece-nos que durante o sono, o desprendimento não somente nos conduz aos locais de nossos interesses, no convívio de Espíritos afins, mas também a tarefas de estudo e esclarecimento; no capítulo 36 do Nosso Lar, fala-nos do sonho dos desencarnados, que não era propriamente qual se verifica na Terra. Em sua experiência, ele relata que tinha absoluta consciência daquela movimentação em plano diverso.

Quando dormimos, encontramo-nos, momentaneamente, no estado que estaremos de maneira permanente depois da morte. Saibamos, pois, morrer todos os dias, preparando-nos eficazmente para receber as orientações dos nossos mentores espirituais.

Fonte de Consulta

CURTI, Rino. O Passe: Imposição de Mãos. São Paulo, Lake, 1985.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/sono-sonho-e-espiritismo.html)


Em Forma de Palestra

O Sono e os Sonhos 

1. Introdução

O sono e o sonho, embora tenham sido exaustivamente estudados pela Ciência, ainda não se chegou a uma definição. De ponto de vista físico não se sabe o que leva uma pessoa a adormecer. Ainda não foi descoberta nenhuma substância no sangue ou no cérebro criada ou revigorada durante aquele espaço de tempo. Que contribuição o Espiritismo pode oferecer à compreensão deste tema?

2. Conceito

2.1. Sono

Ciência - As células corticais apresentam dois tipos de atividade: o que equivale aos estados de excitação, caracterizado por grande despesa de energia, e o que se define como pensamento inibitório, destinado, basicamente, à reconstituição e reparação da célula. A generalização dos processos inibitórios responde pela instalação do sono (Enciclopédia Mirador)

Espiritismo - É um estado de emancipação parcial da alma, ocasião em se aguçam as nossas percepções. Evasão da alma da prisão do corpo. Desprendimento do Espírito no espaço, onde se encontra com outros Espíritos, antigos conhecidos. (Equipe da FEB, 1995)

2.2. Sonho

Ciência - Processo intenso que corresponde aos estados paradoxais do sono, isto é, àqueles momentos durante os quais os registros eletroencefalográficos se aproximam dos que se caracterizam o estado de vigília. Geralmente é a parte lembrada da sucessão de imagens ou idéias fantásticas e associações, apresentadas de maneira provavelmente contínua à mente durante o sono. (Enciclopédia Mirador)

Espiritismo - É a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Resultado da liberdade do Espírito durante o sono. Efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. (Equipe da FEB, 1995)

3. Histórico

O sono não apresenta grandes novidades ao longo da história. É o sonho que têm mais relevância; na antiguidade, as profecias e a mitologia dão-lhe guarida. Há diversos relatos bíblicos acerca do sonho: a proibição de Moisés de se consultar as pitonisas, supostas interpretadoras dos sonhos; a interpretação  do sonho do Faraó feita por José, em que fala das vacas magras e das vacas gordas. Na Idade Média, o sonho era tido como algo demoníaco, merecedor de fogueira àqueles que o interpretavam.

Distinguem-se, na história da psicologia dos sonhos, duas grandes fases: a) a anterior à publicação da Interpretação dos Sonhos de S. Freud, em 1900; b) a posterior à publicação desta obra. O critério delimitador é plenamente válido, pois foi com a Interpretação dos Sonhos que se introduziu o método de associação que tornou possível o estudo interpretativo do conteúdo significativo do sonho. (Enciclopédia Mirador)

4. O Sono e o Sonho

4.1. O Sono para a Ciência

Difícil de se chegar a uma definição. A mosca dorme ou não dorme? E a ameba? Para o cérebro não precisaríamos descansar. Para o corpo físico não precisaríamos dormir para descansar. O mais importante é o ritmo.

Colocando-se eletrodos na cabeça, observou-se:

a) a pessoa acordada emite ondas curtas e rápidas.

b) a pessoa dormindo passa por cinco fases:

1.ª) ondas curtas e longas;

2.ª) ondas curtas e longas, distintas de 1;

3.ª) ondas curtas e longas, distintas de 2;

4.ª) ondas curtas e longas, distintas de 3;

5.ª) de repente as ondas passam a ser curtas e rápidas (igual às ondas da pessoaacordada).

Essas fases realizam-se em aproximadamente 90 minutos. Na 5.ª fase, ou seja, nos 20 minutos finais, surge o chamado sono REM, do inglês Rapid Eyes Moviment (Movimento Rápido dos Olhos) – momento em que se dão os sonhos.

4.2. O Sono para o Espiritismo

Para o Espiritismo, o sono pode ser explicado através da pergunta 401 de O Livro dos Espíritos – Durante o sono a alma repousa como o corpo? Resposta dos Espíritos: Não, o Espírito jamais fica inativo. Durante o sono, os liames que o unem ao corpo se afrouxam e o corpo não necessita do Espírito. Então ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.

4.3. O Sonho para a Psicanálise

Para Freud os sonhos são expressões disfarçadas de processos psíquicos inconscientes, profundos e extremamente significativos; revelações diretas, mas veladas, de desejos insatisfeitos. Acrescenta que, se os nossos conflitos não encontram solução, encerram-se no subconsciente e convertem-se em complexos. Uma censura, o superego, impede que regressem à consciência. No entanto, podem se manifestar em forma de sonhos, neuroses etc.    

Para Adler, no sonho, o inconsciente trabalha, combina e modela os dados provindos do plano consciente e que este já tenha olvidado. No sono a atividade psíquica passa-se fora da personalidade consciente; pode, pois, representar a realização de um desejo insatisfeito, a resolução de uma questão etc., servindo-se para isso dos elementos afetivos do inconsciente. (Edipe)

4.4. O Sonho para o Espiritismo

Para o Espiritismo, o inconsciente freudiano é o subconsciente, definido pelo Espírito André Luiz, como a sede dos hábitos e dos automatismos.

O sonho se constitui das experiências que o Espírito vive no sono.

Divide-se em:

a) sonho do subconsciente - É o pensamento ensimesmado sobre si mesmo; o reflexo daquilo que se vivenciou durante o dia. Exemplo: se, depois de assistirmos a um filme de terror, formos dormir, poderemos sonhar com algumas dessas imagens.

b) sonho real – É o pensamento entrando em contato com pessoas e coisas do mundo espiritual.

5. Relato de Sonhos na Literatura Espírita

5.1. Capítulo 38 de “Os Mensageiros”

O Espírito André Luiz, no capítulo 38 de Os Mensageiros, anota as observações do orientador espiritual a respeito das instruções que os Espíritos transmitem aos encarnados, quando estão desprendidos parcialmente do corpo (sonho). E, o que mais lhe causava estranheza, era o estado em que eles, aí, se apresentavam: a grande maioria sem entenderem o que se passava, poucos lúcidos “... revelando boa vontade na recepção dos conselhos, mas grande incapacidade de retenção”.

5.2. Capítulo 8 de “Missionários da Luz”

O Espírito André Luiz, no capítulo 8 de os Missionários da Luz, esclarece-nos que durante o sono, o desprendimento não somente nos conduz aos locais de nossos interesses, no convívio de Espíritos afins, mas também a tarefas de estudo e esclarecimento. Fala-nos do Centro de Estudos para encarnados, com um número superior a trezentos associados; no entanto, apenas 32 conseguem romper as teias inferiores das mais baixas sensações fisiológicas, para assimilarem as lições dos benfeitores espirituais. 

5. 3. Capítulo 36 do “Nosso Lar”

O Espírito André Luiz, no capítulo 36 do livro Nosso Lar, fala-nos do sonho dos desencarnados. O sonho, porém, não era propriamente qual se verifica na Terra. Ele diz: “Eu sabia, perfeitamente, que deixara o veículo inferior no apartamento das Câmaras de Retificação, em “Nosso Lar”, e tinha absoluta consciência daquela movimentação em plano diverso. Minhas noções de espaço e tempo eram exatas. A riqueza das emoções, por sua vez, afirmava-se cada vez mais intensa”.

6. Administrando o Sono e o Sonho

6.1. Doenças do Sono (Distúrbios)

1) Insônia - Dificuldade de realizar o sono. No início, no meio e no fim.

2) Hipersonolência – Dormir de pé

3) Doença do ciclo – O ciclo tem que fazer 24 horas. Alguns têm um ciclo de 26 horas.

6.2. Para Dormir Bem, Basta Amortecer o SAR

No centro do bulbo raquidiano e do mesencéfalo, encontra-se o sistema de ativação reticular (SAR), que envia constantes sinais ao córtex cerebral, mantendo-o desperto. Por sua vez, o SAR é estimulado por excitações externas e internas.

Se o Sar estiver adormecido nada chega à consciência, mesmo que existam sinais.

Uma pessoa acordada, que se deita com a cabeça cheia de pensamentos e de problemas por resolver, mantém-se em vigília, apesar da tranqüilidade que o cerca, pois os estímulos internos dificultam o trabalho do SAR.

Um dormitório silencioso e uma cama confortável são, igualmente, soníferos reconhecidamente eficazes.

6.3. Truque para nos Lembrarmos dos Sonhos

- Colocar um despertador suave e que desperte depois de uma hora, momento em que estamos no sono REM.

- Ter à mão um caderno para anotações.

6.4. Recomendações Úteis

1) Leitura evangélica - Ao deitar, ler, em voz normal, o Evangelho Segundo o Espiritismo. Este hábito faz-nos ficar mais calmos e, acalma também, os Espíritos menos felizes que nos acompanham; aqueles que querem nos prejudicar durante o sono.

2) Evitar tensões graves no momento que antecede o sono.

3) Evitar comer em excesso. 

4) No caso de insônia, fazer algum exercício de educação física. 

7. Conclusão

Quando dormimos, encontramo-nos, momentaneamente, no estado que estaremos de maneira permanente depois da morte. Saibamos, pois, morrer todos os dias, preparando-nos eficazmente para receber as orientações dos nossos mentores espirituais.

8. Bibliografia Consultada

CURTI, Rino. O Passe: Imposição de Mãos. São Paulo, Lake, 1985.

EDIPE - Enciclopédia Didática de Informação e Pesquisa Educacional. 3. ed., São Paulo, Iracema, 1987.

Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo, Encyclopaedia Britannica, 1987.

EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro, FEB, 1995.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995. 


Notas do Blog

Graus da Consciência

A consciência pode ser definida. De acordo com Hamilton, "podemos saber perfeitamente o que é consciência, mas não podemos sem confusão comunicar aos outros uma definição do que nós tão bem apreendemos, e a razão disso é bem simples: a consciência está na raiz de todo o conhecimento". Por seu lado, Baldwin explicou: "O que se chama consciência é o que nós somos cada vez menos à medida que caímos num sono sem sonhos, e o que somos cada vez mais à medida que um ruído nos acorda pouco a pouco". (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2008/06/graus-da-conscincia.html)

Sonho, Vigília e Loucura Segundo Alguns Filósofos

Schopenhauer acha que a vida não passa de um sonho muito longo. Para explicitar a sua tese - todo conhecimento não é mais que uma simples representação mental (fenômeno) -, Schopenhauer trata da indistinguibilidade entre sonho e vigília. “Não existem argumentos lógicos para demonstrar que a existência inteira não seja um longo sonho, interrompido (todas as noites) por outros sonhos mais curtos. Acontece a todos, às vezes, sonhar, e existem sonhos tão realistas a ponto de insinuar a dúvida, ao seu final, se está se passando realmente do sonho à vigília e vice-versa.” (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2012/01/sonho-vigilia-e-loucura-segundo-alguns.html)

O Sono dos Cristãos

O verdadeiro cristão deve preferir a meditação ao sono, pois este pode nos levar ao pesadelo. A meditação – ou autoconsciência – como já nos ensinava Sócrates na Antiguidade, nada mais é do que a tomada de consciência das verdades espirituais. Dizer a verdade e mostrar a uma pessoa que ela é injusta pode trazer muitos aborrecimentos para a pessoa que o disse. Pergunta-se: como plantar o Reino dos Céus no coração das pessoas, se não se chamar a atenção para os erros de interpretação das verdades eternas? (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/10/o-sono-dos-cristos.html)

Cartesianismo e Espiritismo

A dez de novembro de 1616, o jovem Descartes teve um sonho premonitório. Sonhou que o Espírito da Verdade o visitara e, reverente, tal como é natural à Entidade de sua estirpe, comunicou-lhe que lhe competia a missão de edificar uma“Ciência Admirável”, cujas coordenadas lhe trouxe em outra visita onírica. Houve, ainda, uma terceira, concluindo o esclarecimento devido. Ao acordar, preocupado com a responsabilidade de tão grande missão, pediu a Deus que o amparasse a fim de que pudesse fielmente cumprir a grande tarefa, tão acima de suas parcas forças. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2010/07/cartesianismo-e-espiritismo.html)


"O Livro dos Espíritos"

I – O Sono E Os Sonhos

      400. O Espírito encarnado permanece voluntariamente no envoltório corporal?

     — E como perguntar se o prisioneiro está satisfeito sob as chaves. O Espírito encarnado aspira incessantemente à libertação, e quanto mais grosseiro é o envoltório, mais deseja ver-se desembaraçado.

     401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo?

     —Não, o Espírito jamais fica inativo. Durante o sono, os liames que o unem ao corpo se afrouxam e o corpo não necessita do Espírito. Então, ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.

     402. Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?

     — Pelos sonhos. Sabei que, quando o corpo repousa, o Espírito dispõe de mais faculdades que no estado de vigília. Tem a lembrança do passado e, às vezes, a previsão do futuro; adquire mais poder e pode entrar em comunicação com os outros espíritos, seja deste mundo, seja de outro.

Freqüentemente dizes: “Tive um sonho bizarro, um sonho horrível, mas que não tem nenhuma verossimilhança”. Enganas-te. E quase sempre uma lembrança de lugares e de coisas que viste ou que verás numa outra existência ou em outra ocasião. O corpo estando adormecido, o Espírito trata de quebrar as suas cadeias para investigar no passado ou no futuro.

      Pobres homens, que conheceis tão pouco dos mais ordinários fenômenos da vida! Acreditais ser muito sábios, e as coisas mais vulgares vos embaraçam.A esta pergunta de todas as crianças: “O que é que fazemos quando dormimos; o que são os sonhos?”, ficais sem resposta.

      O sono liberta parcialmente a alma do corpo. Quando o homem dorme,momentaneamente se encontra no estado em que estará de maneira permanente após a morte. Os Espíritos que logo se desprendem da matéria, ao morrerem, tiveram sonhos inteligentes. Esses Espíritos, quando dormem,procuram a sociedade dos que lhes são superiores: viajam, conversam e se instruem com eles; trabalham mesmo em obras que encontram concluídas, ao morrer. Destes fatos deveis aprender, uma vez mais, a não ter medo da morte, pois morreis todos os dias, segundo a expressão de um santo.

      Isto para os Espíritos elevados; pois a massa dos homens que, com a morte, devem permanecer longas horas nessa perturbação, nessa incerteza de que vos têm falado, vão seja a mundos inferiores à Terra, onde antigas afeições os chamam, seja à procura de prazeres talvez ainda mais baixos do que possuíam aqui; vão beber doutrinas ainda mais vis, mais ignóbeis, mais nocivas do que as que professavam entre vós. E o que engendra a simpatia na Terra não é outra coisa senão o fato de nos sentirmos, ao acordar, ligados pelo coração àqueles com quem acabamos de passar oito ou nove horas de felicidade ou de prazer. O que explica também as antipatias invencíveis é que sentimos, no fundo do coração, que essas pessoas têm uma consciência diversa da nossa, porque as conhecemos sem jamais as ter visto. E ainda o que explica a indiferença, pois não procuramos fazer novos amigos, quando sabemos ter os que nos amam e nos querem. Numa palavra: o sono influi mais do que pensais, sobre a nossa vida.

      Por efeito do sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos, e é isso o que faz que os Espíritos superiores consintam, sem muita repulsa, em encarnar-se entre vós. Deus quis que durante o seu contato com o vício pudessem eles retemperar-se na fonte do bem, para não falirem, eles que vinham instruir os outros. O sono é a porta que Deus  lhes abriu para o contato com os seus amigos do céu; é o recreio após o  trabalho, enquanto esperam o grande livramento, a libertação final que deve restituí-los ao seu verdadeiro meio.

       O sonho é a lembrança do que o vosso Espírito viu durante o sono; mas   observai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais daquilo que vistes ou de tudo o que vistes. Isso porque não tendes a vossa alma em todo o seu desenvolvimento; freqüentemente não vos resta mais do que alembrança da perturbação que acompanha a vossa partida e a vossa volta, a que se junta a lembrança do que fizeste ou do que vos preocupa no estado de vigília. Sem isto, como explicaríeis esses sonhos absurdos, a que estão sujeitos tanto os mais sábios quanto os mais simples? Os maus Espíritos também se servem dos sonhos, para atormentar as almas fracas e pusilânimes.

       De resto, vereis dentro em pouco desenvolver-se uma outra espécie de sonhos; uma espécie tão antiga como a que conheceis, mas que ignorais. O  sonho de Joana, o sonho de Jacó, o sonho dos profetas judeus e de alguns indivíduos indianos: esse sonho é a lembrança da alma inteiramente liberta do corpo, a recordação dessa segunda vida de que há pouco eu vos falava.

      Procurai distinguir bem essas duas espécies de sonhos, entre aqueles de que vos lembrardes; sem isso, cairíeis em contradições e em erros que seriam funestos para a vossa fé.

  Comentário de Kardec: Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de  clarividência indefinida, que se estende aos lugares os mais distantes ou que jamais se viu, e algumas vezes mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que retraça na memória os acontecimentos verificados na existência presente ou nas existências anteriores. A extravagância das imagens referentes ao que se passa ou se  passou em mundos desconhecidos entremeadas de coisas do mundo atual formam esses conjuntos bizarros e confusos que parecem não ter senso nem nexo.

      A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas decorrentes da lembrança incompleta do que nos apareceu no sonho. Tal como um relato ao qual se tivessem truncado frases ou partes de frases ao acaso: os fragmentos restantes sendo reunidos, perderiam toda significação racionai.

      403. Por que não nos recordamos sempre dos sonhos?

     — Nisso que chamais sono só tens o repouso do corpo, porque o Espírito esta em movimento. No sono, ele recobra um pouco de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros, seja neste ou em outros mundos. Mas como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo.

      404. Que pensar da significação atribuída aos sonhos?

      — Os sonhos não são verdadeiros, como entendem os ledores da sorte,pelo que é absurdo admitir que sonhar com uma coisa anuncia outra. Eles são verdadeiros no sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito, mas que, freqüentemente, não têm relação com o que se passa na vida corpórea. Muitas vezes, ainda, como já dissemos, são uma recordação. Podem ser, enfim, algumas vezes, um pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do que se passa no momento em outro lugar a que a alma se transporta. Não tendes numerosos exemplos de pessoas que aparecem em sonhos para advertir parentes e amigos do que lhes está acontecendo? O que são essas aparições senão a alma ou o Espírito dessas pessoas que se comunicam com a vossa? Quando adquiris a certeza de que aquilo que vistes realmente aconteceu, não é isso uma prova de que a imaginação nada tem com o fato,sobretudo se o ocorrido absolutamente não estava no vosso pensamento durante a vigília?

      405. Freqüentemente se vêem em sonhos coisas que parecem pressentimentos e que não se cumprem; de onde vêm elas?

      — Podem cumprir-se para o Espírito, se não se cumprem para o corpo.  Quer dizer que o Espírito vê aquilo que deseja, porque vai procurá-lo. Não se deve esquecer que, durante o sono, a alma está sempre mais ou menos sob a influência da matéria e por conseguinte não se afasta jamais completamente  das idéias terrenas. Disso resulta que as preocupações da vigília podem dar,àquilo que se vê, a aparência do que se deseja ou do que se teme. A isso é que realmente se pode chamar um efeito da imaginação. Quando se está fortemente  preocupado com uma ideia, liga-se a ela tudo o que se vê.

      406. Quando vemos em sonho pessoas vivas, que conhecemos perfeitamente, praticarem atos em que absolutamente não pensam, não é isso  um efeito de pura imaginação?

      — Em que absolutamente não pensam? Como o sabes? Seus Espíritos  podem vir visitar o teu, como o teu pode visitar os deles, e nem sempre sabes o que pensam. Além disso, freqüentemente aplicais, a pessoas que conheceis, e segundo os vossos desejos, aquilo que se passou ou se passa em outras existências.

      407. É necessário o sono completo, para a emancipação do Espírito?

      — Não. O Espírito recobra a sua liberdade quando os sentidos se          entorpecem; ele aproveita para se emancipar, todos os instantes de descanso que o corpo lhe oferece. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, e quanto mais fraco estiver o corpo, mais o Espírito estará livre.

Comentário de Kardec: É assim que o cochilar, ou um simples entorpecimento dos sentidos, apresenta muitas vezes as mesmas imagens do sonho.

     408. Parece-nos, às vezes, ouvir cm nosso íntimo palavras pronunciadas distintamente e que não têm nenhuma relação com o que nos preocupa. De onde vêm elas?

      — Sim, e até mesmo frases inteiras, sobretudo quando os sentidos começam a se entorpecer. É, às vezes, o fraco eco de um Espírito que deseja comunicar-se contigo.

      409. Muitas vezes, num estado que ainda não é o cochilo, quando temos os olhos fechados, vemos imagens distintas, figuras das quais apanhamos os pormenores mais minuciosos. É um efeito de visão ou de imaginação?

      — Entorpecido o corpo, o Espírito trata de quebrar a sua cadeia: ele se  transporta e vê, e se o sono fosse completo, isso seria um sonho.

      410. Têm-se às vezes, durante o sono ou o cochilo, idéias que parecem muito boas e que, apesar dos esforços que se fazem para recordá-las, se apagam da memória. De onde vêm essas idéias?

      — São o resultado da liberdade do Espírito, que se emancipa e goza, nesse momento, de mais amplas faculdades. Freqüentemente, também, são conselhos dados por outros Espíritos.

      410 – a) De que servem essas idéias ou esses conselhos, se a sua recordação se perde e não se pode aproveitá-los?

      — Essas idéias pertencem, algumas vezes, mais ao mundo dos Espíritos que. ao mundo corpóreo, mas o mais freqüente é que, se o corpo as esquece, o Espírito as lembra, e a ideia volta no momento necessário, como uma inspiração do momento.

      411. O Espírito encarnado, nos momentos em que se desprende da matéria e age como Espírito, conhece a época de sua morte?

      — Muitas vezes a pressente, e às vezes tem dela uma consciência bastante clara, o que lhe dá, no estado de vigília, a sua intuição. É por isso que algumas  pessoas preveem, às vezes, a própria morte com grande exatidão.

       412. A atividade do Espírito, durante o repouso ou o sono do corpo, pode fatigar a este?

      — Sim, porque o Espírito está ligado ao corpo, como o balão cativo ao poste. Ora, da mesma maneira que as sacudidas do balão abalam o poste, a atividade do Espírito reage sobre o corpo, e pode produzir-lhe fadiga.


Mensagem Espírita

Sono e Repouso

O sono é uma experiência que faz recordar a desencarnação.

É uma pré-morte ou treinamento para ela, em razão do entorpecimento da consciência, da vontade, e graças à ausência de defesa a que fica exposta a criatura.

No sonho, às vezes, a lucidez espiritual, sintonizando com a vida exuberante, fixa impressões que se incorporam às lembranças em tons agradáveis ou afligentes, representativas dos lugares e pessoas onde e com quem se esteve.

Como ninguém sabe com segurança se, ao dormir, despertará no corpo, mais tarde, dois impositivos se fazem indispensáveis para um bom repouso: a prece e a harmonia mental.

A oração abre as portas da percepção ao indivíduo e o equilíbrio mental o conduz às regiões felizes.

O sono é fenômeno fisiológico de alta magnitude para a vida animal, sem o qual, inúmeros distúrbios se instalam no ser. Não apenas dormir é importante, senão, bem dormir, especialmente para o homem.

O repouso físico aliado ao prazer emocional constitui-lhe fator indispensável à saúde.

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Antes do repouso noturno, deixa as preocupações à margem.

O travesseiro não aconselha a ninguém.

A noite bem repousada, os encontros espirituais durante a fase do sono, são os propiciadores da inspiração que soluciona as questões em pendência.

Assim, lê uma pequena página de otimismo antes de dormir, a fim de que ela te estimule os centros do pensamento sadio.

Ora com íntima confiança em Deus.

Entrega-te em paz ao repouso.

Quando despertares, estarás renovado e, se retornares à Pátria Espiritual, enquanto o corpo dorme, terás melhor condição de compreender e seguir tranqüilo os novos rumos que a vida te concede.

FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 49. (http://www.reflexoesespiritas.org/mensagens-espiritas/2622-sono-e-repouso )