Lei Divina ou Natural

Perguntas e Respostas

1) O que é uma lei?

Norma, preceito, princípio, regra; obrigação imposta pela consciência e pela sociedade. Em sentido geral, é a expressão de uma relação causal de caráter necessário, que se estabelece entre dois eventos ou fenômenos. Exemplo: aumento de temperatura dilata os corpos.

2) O que é uma lei natural?

Refere-se tanto à lei física quanto à lei moral. Ela regula todos os acontecimentos no universo. São leis eternas, imutáveis, não estão sujeitas ao tempo, nem à circunstância, embora tenham em si o elemento do progresso. Todos nós intuímos, mais ou menos claramente, um tipo ideal de homem perfeito que encarna em si, num grau esplêndido, todas as virtudes sem jaças de defeitos. Uma dessas intuições é fazer o bem e evitar o mal.

3) O que os grandes pensadores falaram sobre a lei natural?

Sócrates reconhece também, acima das leis mutáveis e escritas, a existência de uma lei natural - independente do arbítrio humano, universal, fonte primordial de todo direito positivo, expressão da vontade divina promulgada pela voz interna da consciência. O homem devia agir de acordo com a sua consciência: escolher com justiça o bem e se apartar do mal.

Thomas Hobbes (1588-1679) — A República, de acordo o próprio autor, nada mais é do que a aplicação da lei natural, conhecida como lei áurea: "Não fazermos aos outros o que não gostaríamos que fosse feito a nós".

John Locke (1632-1704) — Sobre o Governo Civil. Começa o seu discurso reportando-se ao estado natural, em que viviam Adão e Eva. Naquela época, a Lei Natural e a Razão eram os elementos necessários para direcionar os atos de cada um.

John Stuart Mill (1806-1873) — Na introdução do seu ensaio, On Liberty, dizia que a única liberdade que merece o nome de liberdade é aquela em que cada um procurando o seu próprio interesse não prejudica o próximo a conquistar o dele.

4) O que é a Lei Natural segundo o Espiritismo?

De acordo com o Espiritismo, a Lei Natural é a Lei de Deus, por isso se diz natural ou divina. Nela há o aspecto físico e o aspecto moral.

5) Que parte cabe à ciência? Que parte cabe ao espiritismo?

Cabe à ciência, com o seu método teórico-experimental, identificar e descobrir as leis da matéria. Para isso desenvolveu o método científico em que hipóteses são levantadas e testadas empiricamente. Ao Espiritismo cabe desvendar as leis morais, que representam a conduta do homem frente a ele mesmo, ao próximo e ao mundo em que está inserido.

6) Leis morais e leis naturais são a mesma coisa?

Não, as leis morais são parte da lei natural. Como dissemos, a lei natural é dividida em lei física e lei moral. O homem de bem estuda as leis morais e as segue, sem cessar, na sua caminhada rumo à imortalidade.

7) O que se deve entender por moral? Há diferença entre ética e moral?

Moral é a regra da boa conduta e, portanto, da distinção entre o bem e mal.

Há que se distinguir moral do falso moralismo, que apregoa uma conduta não racional do ser humano.

Ética – do grego ethos significa comportamento; Moral – do latim mores, costumes. Embora utilizamos os dois termos para expressarmos as noções do bem e do mal, convém fazermos uma distinção: a Moral é normativa, enquanto a Ética é especulativa. A Moral, referindo-se aos costumes dos povos nas diversas épocas, é mais abrangente; a Ética, procurando o nexo entre os meios e os fins dos referidos costumes, é mais específica. Pode-se dizer, que a Ética é a ciência da Moral.

Ética e Moral distinguem-se, essencialmente, pela especulação da Lei. A Ética, refere-se à norma invariante; a Moral, à variante. Contudo, há uma relação entre ambas, pois a sistematização da segunda tem íntima relação com a primeira.

O caráter invariante da Lei possibilita-nos questionar: de onde veio? Quem a ditou? Por que? Com que fim? A resposta dos transcendentalistas é que ela é heterônoma, isto é, veio de fora do "eu". Deus seria o autor da norma. Liga-se, assim, Filosofia e Religião. Para os cristãos, as normas éticas estão centradas nos Dez Mandamentos; a resposta dos imanentistas é que ela é autônoma, isto é, surge das tensões das circunstâncias.

8) Como se pode distinguir o bem do mal?

O bem é tudo o que está de acordo a lei de Deus e o mal é tudo o que dela se afasta. Quanto mais nos predispusermos a praticar o bem mais livre estaremos; a pratica do mal torna-nos escravos dos próprios vícios. Embora a sociedade nem sempre pune culpados, a lei moral é um juiz implacável, pois está no centro de nossa consciência. Quando o homem toma consciência do mal e começa a ver que poderia agir de forma diferente, aí começa a crescer o "homem novo".

9) Quais são as leis morais? Qual é a mais importante? Por que?

P rogresso

I gualdade

L iberdade

A doração

S ociedade

T rabalho

R eprodução

A Justiça, Amor e Caridade

D estruição

C onservação

A lei de Justiça, Amor e Caridade é a mais importante porque resume todas as demais leis e possibilita ao homem avançar mais rapidamente na vida espiritual.

10) Que nota, de 1 a 10, você daria a si mesmo, quanto à prática das leis morais?

Subsídios: tratamos o próximo como a nós mesmos? Quando ajudamos alguém, a nossa mão esquerda não sabe o que a direita faz? Dispensamos igual tratamento para todas as pessoas?

(Reunião de 15/09/2007)

Bibliografia Consultada

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/lei-divina-ou-natural?authuser=0 )


Texto Curto no Blog

Lei Divina e Natural

A lei é uma norma, um preceito, um princípio, uma regra, uma obrigação imposta pela consciência e pela sociedade. De forma geral, expressa um dever ser ou ter de ser. A lei é modelo, medida e diretriz da conduta humana. A lei é um imperativo básico da sociedade. Sócrates, na sua época, chegou a afirmar que obedecia até às más leis, para não estimular outros seres humanos a desobedecer às boas.

A Enciclopédia Verbo da Sociedade e Estado destaca três espécies de lei: a Lei Eterna, a Lei Natural e a Lei Positiva. A Lei Eterna, também chamada de "lei das leis" consiste na ordenação por Deus de todos os seres do Universo ao seu fim. A Lei Natural é a participação das leis eternas na criatura racional. A Lei Positiva é a lei estabelecida historicamente, mediante a qual a razão divina (lei divina positiva) ou humana (lei humana positiva) regulam a conduta dos seres humanos.

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, diz-nos que a Lei Divina é a Lei de Deus, eterna e imutável como o próprio Deus. Acrescenta que: "Entre as leis divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: são as leis físicas; seu estudo pertence ao domínio da Ciência. As outras concernem especialmente ao homem e às relações com Deus e com os seus semelhantes. Compreendem as regras da vida do corpo e as da vida da alma: são as leis morais". Por isso, diz-se que "A lei moral é uma lei ideal e a lei física uma lei real".

Em se tratando da lei moral, cabe-nos distinguir o bem do mal, o que não é uma tarefa muito fácil. Na antiguidade, o demônio de Sócrates não tinha por norma dizer o que ele devia fazer, mas adverti-lo do que ele não devia fazer. Os "Dez Mandamentos", do Velho Testamento, tinham também por objetivo evitar o mal, com os dizeres: "não faça isso", "não faça aquilo". Mas o que é o bem? Sempre que o vemos, vemo-lo como uma ausência do mal, como bem expressa Wilheim Busch: "O bem – este é o princípio incontestável – nada mais é do que o mal não consumado".

Allan Kardec, na pergunta 630 de O Livro dos Espíritos, esclarece-nos que o bem é tudo aquilo que está de acordo com a lei de Deus e o mal é tudo o que dela se afasta. Mas o que significa a lei de Deus? Expressamo-la melhor por intuição do que por palavras. Essa intuição mostra-nos um imperativo básico da lei natural, ou seja, o de "fazer o bem e evitar o mal" (bonum est faciendum, malum vitandum). A sua prática está em seguir a lei áurea: "Fazer aos outros o que gostaríamos que nos fosse feito".

Seguir o caminho do bem requer uma análise acurada da consciência. A consciência, que significa etimologicamente um saber testemunhado ou concomitante, isto é, simultâneo, apresenta-se de duas formas: espontânea e reflexiva. A consciência espontânea é aquela que capta o objeto; a consciência reflexiva é aquela que se separa do objeto para vê-lo sob um outro ponto de vista, sob uma outra visão. O conhecimento de si mesmo, que é uma ação reflexiva da consciência, não é um simples estado de contemplação, mas uma tomada de consciência para o cumprimento do dever.

A Lei Divina ou Natural é intuída por todos os viventes porque foi escrita por Deus em nossa consciência. Às vezes nos esquecemos dela e nos chafurdamos no mal. Contudo, a misericórdia divina é infinita e está sempre nos enviando Espíritos de luzes – os profetas – para nos direcionar novamente no caminho do bem. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/08/lei-divina-e-natural.html)


Em Forma de Palestra

Lei Divina ou Natural

1.  Introdução

O objetivo deste estudo é mostrar que o conhecimento da Lei Natural é requisito necessário para que possamos atualizar as nossas potencialidades no bem, tornando-nos virtuosos, pois é somente pela virtude que nos preparamos para a obtenção do sumo bem.

2. Conceito 

Noção de Lei — Aurélio, no seu Dicionário, anota vários sentidos, entre os quais: norma, preceito, princípio, regra; obrigação imposta pela consciência e pela sociedade. De acordo com Santo Tomás de Aquino "É uma ordenação da razão, promulgada em mira ao bem comum, por aquele que tem o encargo da comunidade."

Lei Natural — O nome da lei natural serve para designar uma lei que é conhecida pela luz natural da razão como derivando da natureza das coisas, que procede de Deus como autor da natureza, e que governa a atividade do homem para seu fim último natural. Por isto recebe ela também, por essa mesma razão, o nome de direito natural (jus naturae). Pode, pois, ser definida como sendo uma participação da lei eterna na criatura racional. (Jolivet, 1966, p. 93 a 116)

3. Histórico

As Leis Naturais sempre existiram: elas são tão velhas quanto o próprio Deus. Na Antiguidade, embora os grandes filósofos não a expressassem textualmente, podemos lê-las nas entrelinhas dos seus discursos. Sócrates e Platão falavam que o homem devia agir de acordo com a sua consciência, ou seja, praticar as virtudes que nada mais é do que escolher com justiça o bem e se apartar do mal. No campo político, Platão falava de um estado ideal, em que os mais sábios deviam governar por serem os mais conhecedores dessas leis da natureza.

Na Idade Média temos os contributos de Santo Tomás de Aquino, que fala de uma lei eterna, proveniente do próprio Deus.

Na Idade Moderna lembramos os contributos de Thomas Hobbes (1588-1679), John Locke (1632-1704), John Stuart Mill (1806-1873) e Adam Smith (1723-1790). Cada qual em suas obras específicas deixa entrever o aspecto precioso da lei Natural. Hobbes, por exemplo, em A República diz que o governo é o elemento mais importante para a aplicação da lei natural, conhecida como lei áurea: “Não fazermos aos outros o que não gostaríamos que fosse feito a nós”. John Locke (1632-1704), por outro lado, em Sobre o Governo Civil começa o seu discurso reportando-se ao estado natural, em que viviam Adão e Eva. Naquela época, a Lei Natural e a Razão eram os elementos necessários para direcionar os atos de cada um. John Stuart Mill (1806-1873) em On Liberty defende que a única liberdade que merece o nome de liberdade é aquela em que cada um procurando o seu próprio interesse não prejudica o próximo a conquistar o dele. Já Adam Smith (1723-1790) em A Riqueza das Nações queria dar uma resposta mais coerente às indagações levantadas na sua Teoria sobre os Sentimentos Morais, ou seja,  como o interesse próprio pode gerar o bem-estar da sociedade. Tenta, também, partindo de uma confusão inicial visualizar o todo harmônico. (COMMINS, 1947.)

4. Doutrinas sobre a Lei Natural 

Desde a Grécia Antiga, passando pela Palestina e pelo Egito, sempre tivemos contribuições para a compreensão da Lei Natural. Assim, há pelo menos quatro doutrinas que concernem à lei natural:

1) A Doutrina da Lei como imanente significa que a ordem da natureza expressa os caracteres das coisas reais, as quais, conjuntamente, compõe as existências encontradas na natureza. Quando compreendemos as essências dessas coisas, conhecemos, também, as mútuas relações de umas para com as outras. Se há elementos comuns em alguns padrões parciais de identidade, supõe-se também que os há em outros padrões. É evidente que essa doutrina prega a negação do “Ser Absoluto”, pois mostra somente as várias interdependências de todas as essências da natureza.

2) A Doutrina da Lei imposta adota a alternativa da doutrina metafísica das relações externas entre as existências que são fundamentos constitutivos da natureza. Os caracteres dessas coisas fundamentais são concebidos como tendo qualificação própria. Assim, uma existência é entendida em completa desconexão com outras existências. O problema é que mesmo não requerendo a participação das outras existências, há uma imposição no sentido de que esta existência necessite estar relacionada com as outras.

3) A Doutrina da Lei como mera observação parcial das coisas naturais. Aqui a Lei é meramente descritiva: observa-se a regularidade das coisas e a partir daí estabelecem-se regras. Como se vê, esta doutrina tem atrativo muito forte de simplicidade. Enquanto as duas primeiras doutrinas levam-nos à dificuldade para compreender a Lei e a natureza de Deus, esta liberta-nos de qualquer entrave, pois tudo gira em função da simples observação dos padrões de identidade da natureza.

4) A mera descrição não é suficiente para a compreensão da Lei. É preciso acrescentar-lhe uma interpretação convencional, ou seja, além da descrição, devemos estudar os fatos e inferir novas leis. O papel da ciência nada mais é do que observar, formular hipóteses, testá-las e tirar conclusões. Caso esteja em erro, voltar, reformular as hipóteses até atingir um grau maior de veracidade dos fatos. É um trabalho de infatigável perseverança na busca da verdade. (WHITEHEAD, 1942)

5. Caracteres da Lei Natural 

Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois Deus é o autor de todas as coisas. São leis eternas, imutáveis, não estão sujeitas ao tempo, nem à circunstância,  embora tenham em si o elemento do progresso. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem, as da alma e segue-as.

Entre as Leis Divinas:

a) umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: são as leis físicas; seu estudo pertence ao domínio da Ciência;

b) outras concernem especialmente ao homem e às suas relações com Deus e com os seus semelhantes. Compreendem as regras da vida do corpo e as da vida da alma: são as leis morais. (Kardec, 1995, perguntas 614 a 618)

Embora a Lei Natural refira-se tanto ao aspecto físico quanto ao aspecto moral, é o aspecto moral que deve ser enfatizado, pois é ele que dá referência ao nosso estado de evolução espiritual.

Mas como o homem faz para conhecê-la? 

Há dois elementos básicos: unidade e universalidade.  A lei matemática em que dois mais dois são quatro existe em todo o lugar do universo. Independe de tempo e espaço.

6. Conhecimento da Lei Natural 

Na pergunta 621 de O Livro dos Espíritos - Onde está escrita a lei de Deus? Os Espíritos respondem que está escrita na consciência do ser. E em seguida dizem que há necessidade de sermos lembrados porque havíamos esquecidos.

Como entender que a lei está escrita em nossa consciência? De acordo com os princípios doutrinários, codificados por Allan Kardec, fomos criados simples e ignorantes, sujeitos ao progresso. Nesse sentido, o Espírito André Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, explica-nos que no reino mineral recebemos a atração; no reino vegetal a sensação; no reino animal  o instinto; no reino hominal o pensamento contínuo, o livre-arbítrio e a razão. São os pródomos da lei moral, cujo objetivo é transformar os homens em “anjos”, “arcanjos” e “querubins”. É a potencialização das virtualidades de cada ser.

Poderíamos, também, dizer de outro modo:

nos seres inanimados, é uma força cega que está em ação: a relação entre o fim e os meios é puramente mecânica. Nos seres brutos reina o instinto, graças ao qual  a lei se cumpre sob o influxo de uma necessidade interna. Não há pois, em ambos os casos, nem mérito, nem demérito e, por conseqüência, nem dever nem direito.

Em relação ao homem, a lei já não é mecânica nem instintiva, senão moral. Obriga a vontade, mas deixando ao livre-arbítrio a escolha entre o bem e o mal: de outro modo não compreenderiam nem o mérito nem o demérito. A lei moral natural nada mais é, pois, do que a lei eterna, enquanto esta tem por objeto a regulação da atividade humana.

É por isso que SANTO AGOSTINHO E SANTO TOMÁS afirmam que Deus "concriou" ao mesmo tempo a lei natural e os seres que chamou à existência. De maneira que se pode dizer que de alguma sorte, a lei eterna está "transcrita" ou "inscrita" na razão humana: ela é a razão divina a irradiar em nós por modo de participação". (Jolivet, 1966,  p. 93 a 116)

7. O Bem e o Mal 

A experiência propicia-nos condições de conhecer o bem e o mal. Se Adão e Eva  não tivessem provado a maçã, não saberiam o que é o bem e o que é o mal. O fato bíblico,  nesse contexto, pode ser analisado da seguinte forma: Adão, estimulado pela Eva e esta,  pela serpente, comem o fruto proibido - cometem o  pecado. Adão poderia  escusar-se  dizendo que a culpa era da Eva e da serpente. Mas é justamente nesse ponto que a divindade intervém e dá-lhe a noção de responsabilidade.

A responsabilidade pode ser visualizada espiritualmente. O Espírito André Luiz, no livro  Evolução em Dois Mundos, psicografado por Francisco Cândido Xavier,  traça-nos  a  trajetória do princípio inteligente, através dos vários reinos da natureza. Diz-nos que, desde a nossa criação,  estamos sendo  conduzidos pelos “Operários Espirituais”. A  diferença  é que, uma vez adquirido o livre-arbítrio no reino  hominal,  o princípio, agora denominado Espírito, é deixado ao sabor de  suas próprias forças, porém com a responsabilidade  pelos atos praticados.

O estudo ora encetado comporta a  seguinte  pergunta: onde  está  a origem do mal? Deus, que é sabedoria,  justiça  e bondade,  não pode ser a sua causa. Mas o mal existe e, portanto, deve ter uma causa. Excluindo-se os males que não podemos evitar, tais como os flagelos destruidores, a maioria deles tem sua causa no orgulho, na ambição e no egoísmo humanos.

Podemos, ainda, levantar outra questão: como distinguir o bem do mal? Allan  Kardec, em  O  Livro  dos  Espíritos, esclarece-nos  que o bem é agir de acordo com a lei de Deus. Diz-nos, também, que se tivermos dúvida sobre o ato, devemos reportar-nos à regra áurea, ensinada por Jesus: "não fazer aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem". (Kardec, 1995, perguntas 629 a 646)

8. Divisão da Lei Natural 

PILASTRA_DC — Sigla para lembrarmos das dez Leis Naturais. P da Lei do Progresso, I da Lei de Igualdade, L da Lei de Liberdade, A da Lei de Adoração, S da Lei de Sociedade, T da Lei do Trabalho, R da Lei de Reprodução, A da Lei de Justiça, Amor e Caridade, D da Lei de Destruição e C da Lei de Conservação.

Na pergunta 648 de O Livro dos Espíritos — Que pensais da divisão da lei natural em dez partes? — “Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés e pode abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. Podes segui-la, sem que ela tenha entretanto nada de absoluto, como não o têm os demais sistemas de classificação, que dependem sempre do ponto de vista sob o qual se considera um assunto. A Lei de Justiça, Amor e Caridade é a mais importante; é por ela que o homem pode avançar mais na vida espiritual, porque resume todas as outras”. (Kardec, 1995. Perguntas 647 e 648)

9. Conclusão 

Tomar consciência da Lei Natural é o melhor caminho que devemos seguir na vida. Saber ouvir, saber falar e principalmente saber refletir, a fim de não desprezarmos os deveres da consciência impostos por nós mesmos no íntimo de nosso coração.

10. Bibliografia Consultada 

COMMINS, S. e LINSCOTT, R. N. The World’s Great Thinkers - Man and the State: the Political Philosophers. New York, EUA, Random House, 1947.

JOLIVET, R. Tratado de Filosofia (Volume IV - Moral). Rio de Janeiro, Agir, 1966.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. São Paulo, FEESP, 1972.

WHITEHEAD, A. F. Adventures of Ideas. Cambridge, University Press, 1942.

XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.