Riqueza e Pobreza

Perguntas e Respostas

1) O que é a riqueza?

Em sentido lato é tudo quanto pode satisfazer uma necessidade ou um desejo. Em sentido restrito, são os bens ou riquezas, que têm um valor econômico, que são, por isso, chamados de bens econômicos.

2) O que é pobreza?

Pessoa que não tem condições básicas para garantir a sua sobrevivência com qualidade de vida e dignidade. 

3) Dinheiro é riqueza?

O dinheiro é meio de troca. Devido ao cosmopolitismo, é identificado também como riqueza.

4) É possível uma igualdade absoluta? Ela já existiu?

A igualdade absoluta só existiria se todos fossem semelhantes e precisassem da mesma quantidade de renda. 

5) Por que todos os homens não são igualmente ricos? 

Em termos matemáticos, a riqueza igualmente repartida daria para cada um uma parte mínima e insuficiente; que, supondo-se essa repartição feita, o equilíbrio estaria rompido em pouco tempo, pela diversidade de caracteres e das aptidões.

6) Qual dessas duas é a mais perigosa para o homem, a da desgraça ou a da riqueza (Pergunta 815 - L.E. )?

Tanto uma quanto a outra. A miséria provoca a lamentação contra a Providência, a riqueza leva a todos os excessos.

7) A riqueza é um mal?

A riqueza não é um mal em si mesma porque, em boas mãos, ela pode promover o desenvolvimento da indústria e do comércio, propiciando melhores condições de vida para os habitantes de uma dada região. 

(Reunião de 27/04/2019)(https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/riqueza-e-pobreza)


Texto Curto no Blog

Riqueza e Pobreza

Riqueza. Em sentido lato é tudo quanto pode satisfazer uma necessidade ou um desejo. Em sentido restrito, são os bens ou riquezas, que têm um valor econômico, que são, por isso, chamados de bens econômicos. Pobreza. Pessoa que não tem condições básicas para garantir a sua sobrevivência com qualidade de vida e dignidade. 

A questão da riqueza e da pobreza, ventilada por muitos pensadores, nunca teve uma solução satisfatória. Por que razão? Porque carecem de uma visão mais ampla, em que se leve em conta a lei da reencarnação. Há explicações paliativas sobre a possível igualdade absoluta, como por exemplo, que a igualdade absoluta só existiria se todos fossem semelhantes e precisassem da mesma quantidade de renda. 

Pensando apenas na vida atual, a riqueza e a pobreza têm solução pífia. Em termos matemáticos, a riqueza igualmente repartida daria para cada um uma parte mínima e insuficiente; que, supondo-se essa repartição feita, o equilíbrio estaria rompido em pouco tempo, pela diversidade de caracteres e das aptidões.O princípio da reencarnação, adotado pelo Espiritismo, é a base para entendermos as questões das desigualdades de riqueza e sociais. A reencarnação mostra a justiça divina. No que tange à riqueza, todos passaremos por ela, quer seja nesta vida ou em outras. 

Deus criou todos os Espíritos iguais, mas cada um viveu mais ou menos tempo e por conseguinte realizou mais ou menos aquisições; a diferença está no grau de experiência e na vontade, que é o livre-arbítrio: daí decorre que uns se aperfeiçoam mais rapidamente, o que lhe dá aptidões diversas. Como os mundos são solidários, a mistura de aptidões é necessária para a evolução da Humanidade: o que um não faz, o outro faz, e é assim que cada um tem a sua função útil.

Ainda: a riqueza não é um mal em si mesma porque, em boas mãos, ela pode promover o desenvolvimento da indústria e do comércio, propiciando melhores condições de vida para os habitantes de uma dada região. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/01/riqueza-e-pobreza.html)


Em Forma de Palestra

Desigualdade das Riquezas

1. Introdução

Por que uns são ricos e outros são pobres? Por que uns ganham 5.000 dólares ao ano enquanto outros 500? Por que a sorte sorri para uns e fecha a cara para os outros? Por que uns nascem em berço de ouro e outros numa choupana? Estas são algumas, das muitas questões, que ainda não encontramos uma resposta satisfatória. Nosso propósito é, pois, refletir sobre estas questões, analisando-as sob a ótica espírita.

2. Conceito

Riqueza - de rico, que vem da raiz gótica riks. É o conjunto de bens, materiais ou imateriais, exteriores ao homem, que contribuem para o seu bem-estar, individual ou coletivo, direta ou indiretamente, para que é indispensável que sejam possuídos, ou, pelo menos, usados pelo homem. (Polis Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado)

Em sentido lato é tudo quanto pode satisfazer uma necessidade ou um desejo.

Em sentido restrito, são os bens ou riquezas, que têm um valor econômico, que são, por isso, chamados de bens econômicos.

Diz-se mais restritamente a abundância de riquezas. (Santos, 1965)

3. Histórico

Ao longo do tempo histórico e até o limiar da época moderna, só era tida como riqueza a posse de bens materiais (como casas, terras e certos objetos mais úteis); com o incremento da atividade comercial dos princípios da Idade Média, o dinheiro adquiriu, também e definitivamente, o estatuto de riqueza a ponto de se tornar o seu sinônimo para a generalidade das pessoas, passando a sua acumulação a ser um dos principais objetivos das atividades econômicas e que mais caracterizou o fenômeno capitalista. É que o dinheiro ganhou uma autonomia de movimento, produtora de toda a espécie de mais-valia, conducentes ao enriquecimento. Em economia, no entanto, nem só o dinheiro e os outros bens materiais são englobados no conceito de riqueza; nela são incluídos, ainda, todos os fatores de produção e o produto acabado, as reservas acumuladas, os recursos naturais, as infra-estruturas etc. (Polis Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado)

Os primeiros economistas davam ao termo riqueza um sentido muito geral. Turgot intitulou o seu tratado Reflexões sobre a Formação e a Distribuição de Riquezas; Adam Smith deu à sua célebre obra (1776) a designação de Pesquisa sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações. No tempo de Turgot e Adam Smith tinha-se em mente enriquecer o povo e formar estados opulentos; modernamente, foi-se substituindo o termo riqueza pelo de "bens".

Assim, o tema a que os antigos economistas chamavam "distribuição de riquezas" é aquilo de que mais tarde se ocuparam os cultores da ciência sob a designação de "distribuição de rendimentos". (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

4. Doutrina Comunista e Igualdade de Renda

Marx, em seu materialismo histórico, prevê o surgimento do comunismo como a síntese perfeita da evolução materialista da sociedade, onde não haverá barreiras de classe, onde não haverá exploração do homem pelo homem, nem mesmo poder estatal sobre o indivíduo; em que os recursos produtivos serão de posse comum; onde a escassez será superada e haverá uma abundância de riqueza material. Em termos do nosso estudo, pressupõe a igualdade da renda.

Mas, será possível essa igualdade absoluta? Ela já existiu?

Auxiliemo-nos, porém, da utilidade marginal da renda para aclarar nossas idéias. De acordo com essa teoria, a igualdade de utilidade marginal não implica rendas iguais. Importa apenas a maximização da utilidade social. Isso significa que cada um de nós, por sermos diferentes, precisamos de diferentes níveis de renda. Para que quer renda o eremita no deserto?

As rendas deveriam ser iguais somente se todos os homens fossem semelhantes. Mas como isso é impossível, precisamos encontrar um grau ótimo de desigualdade, pois à medida que nos afastamos deste ideal imaginário em outra direção, no sentido de maior desigualdade, perdemos a democracia, a fraternidade, o interesse e responsabilidade de todos por todos, que é o que faz a organização tolerável.

Em termos monetários, o princípio evangélico "àquele que tem dar-se-lhe-á" deveria ser substituído por "aquele que mais desfruta o que tem, mais se lhe dará". Numa sociedade em que os indivíduos são dessemelhantes em face das inclinações das curvas de sua utilidade marginal, presumindo que as utilidades marginais de indivíduos diferentes sejam mais ou menos as mesmas para níveis de subsistência de renda, então um aumento na renda total da sociedade resultaria em distribuição mais desigual, visto como o aumento de rendia iria principalmente para aqueles que mais desfrutarão. (Bouding, 1967, p. 107 a 111)

5. Estatística sobre a Distribuição de Renda

Os dados abaixo relacionados (referentes ao período de outubro de 1990 a outubro de 1991) revelam a disparidade de renda existente no Brasil e no mundo:

- o salário no Brasil varia de 1/100; no Japão, de 1/10;

- a renda per capita no Brasil é US$ 2.550; na Suíça é US$ 30.270;

- 20% dos mais ricos, no Brasil, ganham 26 vezes mais do que os 20% mais pobres;

- o Brasil é a 8ª economia em termos de Produto Interno Bruto (PIB) e 70ª quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano;

- os 10% mais ricos, no Leste Europeu, recebem 7 vezes mais do que os 10% mais pobres. (Estado de São Paulo, 1992, p.12)

6. Desigualdade e Reencarnação

De que maneira a Doutrina Espírita pode auxiliar-nos na compreensão da desigualdade de renda apontada acima? O princípio da reencarnação, adotado pelo Espiritismo, é um forte argumento, que pode oferecer-nos alguma pista. É possível que os Espíritos que ora estão encarnados neste país já tenham vivido nos outros países mais desenvolvidos. Como não souberam utilizar a riqueza em favor do próximo, foram enviados para esta região para se reequilibrarem na lei do amor, passando pela prova da pobreza.

A reencarnação mostra a justiça divina. No que tange à riqueza, todos passaremos por ela, quer seja nesta vida ou em outras.

7. Desigualdade e Diversidade de Aptidões

"A desigualdade das riquezas é um desses problemas que se procura em vão resolver, se não se considera senão a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que todos os homens não são igualmente ricos? Não o são por uma razão muito simples: é que eles não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar. Aliás, é um ponto matematicamente demonstrado que a fortuna, igualmente repartida, daria a cada qual uma parte mínima e insuficiente; que, supondo-se essa repartição feita, o equilíbrio estaria rompido em pouco tempo, pela diversidade de caracteres e das aptidões.'' (Kardec, 1984, p. 210)

8. Prova da Riqueza e da Pobreza

Pergunta 815. Qual dessas duas é a mais perigosa para o homem, a da desgraça ou a da riqueza?

— Tanto uma quanto a outra. A miséria provoca a lamentação contra a Providência, a riqueza leva a todos os excessos.

Pergunta 816. Se o rico sofre mais tentações, não dispõe também de mais meios para fazer o bem?

— É justamente o que nem sempre faz; torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável; suas necessidades aumentam com a fortuna e julga não ter o bastante para si mesmo.

Comentário de Kardec: "A posição elevada no mundo e a autoridade sobre os semelhantes são provas tão grandes e arriscadas quanto a miséria; porque quanto mais o homem for rico e poderoso mais obrigações tem a cumprir, maiores são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo uso que faz de seus bens e do seu poder. A riqueza e o poder despertam todas as paixões que nos prendem à matéria e nos distanciam da perfeição espiritual. Foi por isso que Jesus disse: "Em verdade vos digo, é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do um rico entrar no reino dos céus"". (1995, p. 306)

9. Riqueza para o Céu

"Quem se aflige indebitamente, ao ver o triunfo e a prosperidade de muitos homens impiedosos e egoístas, no fundo dá mostras de inveja, revolta, ambição e desesperança. É preciso que assim não seja!

Afinal, quem pode dizer que retém as vantagens da Terra, com o devido merecimento?

Se observarmos homens e mulheres, despojados de qualquer escrúpulo moral, detendo valores transitórios do mundo, tenhamos, ao revés, pena deles.

A palavra do Cristo é clara e insofismável. — "Amontoa tesouros no Céu" — disse-nos o Senhor.

Isso quer dizer "acumulemos valores íntimos para comungar a glória eterna!"

Efêmera será sempre a galeria de evidência carnal.

Beleza física, poder temporário, propriedade passageira e fortuna amoedada podem ser simples atributo da máscara humana, que o tempo transforma, infatigável.

Amealhemos bondade e cultura, compreensão e simpatia.

Sem o tesouro da educação pessoal é inútil a nossa penetração nos céus, porquanto estaríamos órfãos de sintonia para corresponder aos apelos da Vida Superior.

Cresçamos na virtude e incorporemos a verdadeira sabedoria, porque amanhã serás visitado pela mão niveladora da morte e possuirás tão somente as qualidades nobres ou aviltantes que houveres instalado em ti mesmo" (Xavier, cap. 177, s.d.p.)

10. Conclusão

Tenhamos cuidado com o excessivo desejo de posse; reflitamos, primeiro, sobre os pressupostos espíritas. Eles foram codificados para auxiliar o pensamento do homem, a fim de que este se liberte das paixões materiais, conduzindo-o à conquista dos bens espirituais, os únicos que poderá levar ao partir para a vida dos Espíritos.

11. Bibliografia Consultada

Polis - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado. Lisboa/São Paulo, Verbo, 1986.

SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d. p.

BOULDING, K. E. Princípios de Política Econômica. São Paulo, Meste Jou, 1967.

Jornal o Estado de São Paulo, 18/05/92.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.

XAVIER, F. C. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro, FEB, s.d.p.


Notas do Blog

O Rico e o Lázaro

Riqueza e pobreza é um problema secular à espera de uma solução. Somente a reencarnação pode nos oferecer uma luz no fim do túnel. Por quê? Fisicamente, uma vez dividida a riqueza em partes iguais, não demoraria muito para voltar aos níveis atuais. Espiritualmente, o ser humano necessita de passar ora pela prova da riqueza, ora pela prova da pobreza. Aí está a grandiosidade da Lei de Deus. Estar na situação de pobre ou de rico é o menos relevante. Importa mais verificarmos se estamos ou não atendendo à vontade de Deus a nosso respeito. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/06/o-rico-e-o-lazaro.html)

Deus e Mamon

Allan Kardec, no cap. XVI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, traça-nos um roteiro seguro quanto ao uso da riqueza. Diz-nos que a riqueza é uma prova mais difícil do que a pobreza. Orienta-nos para aplicá-la na caridade, não a que estiola o necessitado, mas a que o ergue até o Pai Celestial. Enfim, mostra-nos que a verdadeira propriedade é a soma dos conhecimentos e qualidades morais armazenada em cada um de nós. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/deus-e-mamon.html)

Dinheiro

Embora o dinheiro tenha adquirido o status de riqueza, ele é simplesmente um meio de troca. Em vez de usarmos sal, boi e farinha, optamos pelo dinheiro, pela sua facilidade nas transações de mercadorias. Que necessidade de dinheiro teria o indivíduo numa ilha solitária, como aconteceu com Robinson Crusoe? Uma faca e uma vara de pescar teriam mais utilidade. Foi mais por causa do cosmopolitismo que virou sinônimo de riqueza. Daí, a impressão de que quanto mais dinheiro mais rico o indivíduo é.  (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2012/03/dinheiro.html)

Parábola da Mau Rico

O Espiritismo nos mostra que o Espírito, ao reencarnar, pode escolher a prova da riqueza ou da pobreza. Muitas vezes esta ou aquela provação é sugerida pelos benfeitores espirituais, em função do que o Espírito fez numa reencarnação passada. Nesse sentido, a pobreza é uma prova em que o Espírito iria se conscientizar do que é a falta do necessário para o provento da vida. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/01/parabola-do-mau-rico.html)

Lei de Igualdade

A desigualdade das riquezas é um desses problemas que se procura em vão resolver, se não se considera senão a vida atual. O princípio da reencarnação, adotado pelo Espiritismo, é a base para entendermos as questões das desigualdades de riqueza e sociais. A reencarnação mostra a justiça divina. No que tange à riqueza, todos passaremos por ela, quer seja nesta vida ou em outras. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/08/lei-de-igualdade.html)

Desigualdade das Riquezas

A desigualdade social tem uma causa: provém do orgulho e do egoísmo da pessoa humana. No egoísmo, por exemplo, tenta-se obter tudo para si ou para os seus. Observe os políticos. Eles são eleitos, por um partido, para cuidarem do bem público. Entretanto, no poder, a grande maioria cuida apenas do bem particular ou do próprio partido. O correto, uma vez eleito, seria esquecer as questões partidárias e dedicar-se à coisa pública, que é de todos, independentemente de ser deste ou daquele partido. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/06/desigualdade-das-riquezas.html)


Mensagem Espírita 

Riqueza

Rico é o pântano pelos depósitos de matéria orgânica.

Rica é a enxurrada pelos recursos de adubação.

Rica é a argila pela maleabilidade com que obedece ao oleiro.

Rica é a pedra pela segurança que oferece à construção.

Rica é a ostra que encerra a pérola no próprio seio.

Rica é a árvore pelos tesouros que espalha.

Rico é o serro bruto pelos metais que esconde.

Rica é a areia que defende o leito das águas.

Rica é a fonte que auxilia sem recompensa.

Rica é a forja pelas utilidades que produz.

Rica é a dor pelas lições que ensina.

O Senhor não criou a pobreza.

Além disso, converteu o homem no rei coletivo da definição, permanece detido na posição de chefe dos animais.

Onde há luz de inteligência, não há penúria.

Cada coração pode ser um manancial de bênçãos.

Doar estímulo, fraternidade, alegria, consolo, esperança e amor é mais que transferir as bênçãos dos recursos amoedados.

Estejamos a postos para trabalhar e servir, sem olvidamos que se há grandes benfeitores da Humanidade, que semeiam fortunas incalculáveis na preservação da saúde e da instrução da vida comunitária, Jesus, ainda e sempre, é o maior de todos os redentores da Terra, porque ofereceu ao mundo a própria vida, no sacrifício supremo do próprio coração.

XAVIER, Francisco Cândido. Endereços de Paz. Pelo Espírito André Luiz. CEU.

A Pobreza Feliz

Quem se empobrece de ambições inferiores, adquire a luz que nasce da sede da perfeição espiritual. 

Quem se empobrece de orgulho, encontra a fonte oculta da humildade vitoriosa. 

Quem se empobrece de exigências da vida física, recebe os tesouros inapreciáveis da alma. 

Quem se empobrece de aflições inúteis, em torno das posses efêmeras da Terra, surpreende a riqueza da paz em si mesmo. 

Quem se empobrece da vaidade, amealha as bençãos do serviço. 

Quem se empobrece de ignorância, ilumina-se com a chama da sabedoria. 

Não vale amontoar ilusões que nos enganam somente no transcurso de um dia. 

Não vale sermos ricos de mentira, no dia de hoje, para sermos indigentes da verdade, no dia de amanhã. 

Ser grande, à frente dos homens, é sempre fácil. A astúcia consegue semelhante fantasia sem qualquer obstáculo. Mas ser pequenino, diante das criaturas, para servirmos realmente aos interesses do Senhor, junto da Humanidade, é trabalho de raros. 

Bem aventurada será sempre a pobreza que sabe se enriquecer de luz para a imortalidade, porque o rico ocioso da Terra é o indigente da Vida Mais Alta e o pobre esclarecido do mundo é o espírito enobrecido das Esferas Superiores, que será aproveitado na extensão da Obra de Deus.  (Emmanuel / Chico Xavier)

Ante o Reino dos Céus

Indubitavelmente, a palavra do Mestre, no comentário sobre a dificuldade dos ricos ante o Reino dos Céus, exprime incontestável realidade, porquanto a posse exagerada de bens terrestres é quase sempre a crucificação da alma em pesados madeiros de ouro.

Enquanto a pobreza de recursos materiais vive independente para a amizade e para a fé, para a confiança e para a compreensão, os detentores da fortuna amoedada vivem quase sempre prisioneiros da suspeita e da desilusão, nos tormentos da defensiva...

Mas, existem outros ricos do mundo com infinitos obstáculos no acesso ao paraíso da alegria e da paz.

Vejamos, por exemplo:

os ricos de exigências;

os ricos da cólera a se desvairarem nos conflitos das trevas;

os ricos de melindres pessoais que nunca conseguem elementos de tolerância, necessários à superação das próprias fraquezas;

os ricos da mentira que tecem a rede de sombras em que enleiam a própria alma;

os ricos de tristeza e desânimo, recolhidos à inutilidade em que se acolhem;

os ricos de reclamações e de queixas que atravessam o mundo, entre a insatisfação e a ociosidade;

os ricos de ignorância que se agarram à penúria de espírito;

os ricos de letras e artes que se encarceram em torres de marfim, para o culto ao próprio egoísmo;

os ricos de saúde e de possibilidades que imobilizam o coração na caixa do peito, aguardando que o dinheiro fácil lhes venha ao encontro, para o exercício da caridade;

os ricos de ódio;

os ricos de usura;

os ricos de medo da verdade e do bem;

e os ricos numerosos da vaidade que se trancafiam nas masmorras do próprio “eu”, exigindo que o Céu se converta em propriedade exclusiva dos seus caprichos individuais.

Enriqueçamo-nos de amor e sirvamos sempre.

O dinheiro pode ajudar muitíssimo, mas, só o coração aberto ao esplendor solar do bem pode amparar, libertar, erguer, salvar e aperfeiçoar para sempre. (XAVIER, Francisco Cândido. Instrumentos do Tempo, pelo Espírito Emmanuel, capítulo 17)


Frases

"O homem que ajunta letras e livros, teorias e valores científicos, sem distribuí-los a benefício dos outros, é irmão infortunado daquele que amontoa moedas e apólices, títulos e objetos preciosos, sem ajudar a ninguém." (Espírito André Luiz, Libertação, capítulo 3, p. 75)