Formas de Caridade

1. O que se entende por caridade?

Caridade é o amor a Deus e ao próximo. É uma virtude cristã ao lado da fé e da esperança. Tem relação com a justiça, porque implica em exercer deveres e obrigações na sociedade. Nesse caso, regula o procedimento moral do homem para com os outros seres e, especialmente, para com os outros homens.

2. Onde está a origem da caridade?

A origem da caridade está na vida e nos exemplos de Jesus Cristo. Antes de Jesus, os pais vendiam os seus filhos, as mulheres eram tratadas como alimárias, os velhos eram abandonados. Depois de sua vinda, o quadro se alterou e o cuidado para com os semelhantes foi se acentuando cada vez mais. Jesus não se limitou a ensinar o bem, não mandou substituto. Ao contrário, utilizou o próprio esforço.

3. A caridade é uma obrigação?

De acordo com o cristianismo, Deus é o pai, o Criador do universo. Após Deus, vem Jesus; depois todos nós. Esta é família universal. Como cada um de nós faz parte desta família universal, amar a Deus não pode ser feito sem que amemos o nosso próximo. Por isso, a definição de caridade como amor a Deus e ao próximo.

4. A caridade pode ser vista isoladamente?

Didaticamente, sim. Contudo, ela deve ser vista em consonância com a justiça, pois há deveres e obrigações a serem cumpridos em sociedade. Além do mais, teologicamente, temos a trindade expressa pela fé, pela esperança e pela caridade.

5. Quais são as formas de caridade?

A caridade pode ser vista de diversas formas: material (doação de alimentos, dinheiro, roupas, remédios); espiritual (esquecimento da ofensa, audição de uma reprimenda, calar ante o interlocutor perturbado). Todas elas, porém, devem convergir para o aspecto moral, que é o esforço de suplantar uma limitação, uma falha de personalidade.

6. Como interpretar a esmola?

A esmola faz parte da tradição cristã. Vendo uma pessoa estendendo a sua mão, tiramos uma moeda do bolso e damos ao nosso próximo. Este dinheiro é útil porque pode aliviar a sua fome. É preciso verificar, entretanto, se a doação do dinheiro não está queimando a mão de quem o recebe.

7. O que falar da doação de roupas, alimentos, dinheiro?

A doação de recursos financeiros, roupas e alimentos é meritória, porque pode satisfazer uma necessidade do próximo. Devemos, contudo, tomar cuidado para que essas ações não aumentem o nosso amor-próprio, a nossa ostentação, dificultando a nossa caminhada espiritual.

8. Devemos doar o nosso tempo e esquecermos de nós mesmos?

Suprir alguém com dinheiro, roupas e alimentos não é tarefa complicada; basta que tenhamos de sobra. Doar tempo em beneficio do próximo, com o esquecimento do "eu" já exige abnegação. Quantas não são as vezes que nos requisitam para uma atividade caritativa e alegamos que temos outra coisa para fazer?

9. A verdadeira caridade é sacrifício de si mesmo?

A verdadeira caridade implica o sacrifício total da liberdade humana. Tal qual Jesus se sacrificou na cruz, o mesmo deveríamos fazer em nossos dias. É o sacrifício de uma indolência, de uma má recepção, de uma reprimenda. Há um grande mérito em saber calar para deixar falar um mais tolo; saber ser surdo quando uma palavra de zombaria escapa da boca escarnecedora; saber obedecer aos imperativos da vontade de Deus, quando nos obrigam a fazer algo despropositado.

10. Como retratar a caridade através de um exemplo?

O Espírito Néio Lúcio, no capitulo 20, de Jesus no Lar, relata a história de um indivíduo, pai de família, que tencionava praticar caridade, mas não tinha dinheiro. Contudo, em sua jornada terrestre auxiliava prazerosamente a quantos se achavam em sofrimento e dificuldade. Procurava sempre extinguir os pensamentos inferiores. Recolhia até detritos da rua para não prejudicar os transeuntes. Desencarnou. Estava com medo dos juizes, mas foi aureolado com um diadema.

(Reunião de 03/10/2009)