Santos, A. e Lopes, J. (2016). Tomada de decisão de profissionais sobre a retirada de menores à família em situações de maus-tratos físicos. Revista Portuguesa de Psicologia, 45, 21-39.

Resumo

O presente estudo tem como objetivo compreender de que forma grupos de profissionais (psicólogos, professores, educadores sociais e assistentes sociais) ponderam uma eventual retirada de crianças e jovens em risco à família. A amostra é constituída por 68 participantes que responderam a um questionário online. Após a apresentação de casos de maus-tratos físicos em formato de vinheta, foi solicitado que respondessem a um conjunto de questões sobre: (a) os profissionais que envolveriam na tomada de decisão, (b) os serviços que recomendariam e (c) a importância atribuída a um conjunto de características específicas de situações de maus-tratos. Foram ainda desenvolvidas análises para compreender o papel preditivo da profissão e local de trabalho dos participantes nas tomadas de decisão. Os resultados mostraram associações significativas entre diversas variáveis em estudo. Características como a gravidade, duração e recorrência do abuso foram consideradas muito importantes pelos participantes, ao contrário do nível socioeconómico das famílias.

Abstract

This study focused on understanding how groups of professionals (psychologists, teachers, social educators and social workers) think about a possible removal of children from their families. A sample of 68 participants answered an online questionnaire. A number of physical abuse cases were presented in a vignette format and then participants were asked a set of questions about: i) professionals they think should be involved in decision making, ii) services they would recommend and iii) the importance they attribute to a set of characteristics specific to abuse situations. A study about the predictive power of professionals’ affiliation and professionals’ was also conducted. Results showed significant associations between several variables in study. Features such as severity, duration and recurrence of abuse were considered very important by participants, unlike families SES.