De Wolf, C. J. (1989). Metodologia em selecção e colocação de pessoal. Revista Portuguesa de Psicologia, 25, 133-142.

Resumo

Existem muitos estudos mostrando que a selecção não se limita à predição do desempenho futuro. O desenvolvimento de quadros constitui um processo complexo em que o indivíduo e a organização interagem no estabelecimento de um contrato legal e psicológico. Trata-se de um processo de exploração em que ambas as partes têm de decidir e descobrir os termos da cooperação, e que exige geralmente adaptação, do candidato e da organização. É também um processo de «rolesending», em que as partes intervenientes comunicam as expectativas mútuas relativamente a tarefas, desempenho e recompensas, e ainda normas e valores.

Este processo é regulado por disposições legais e éticas. As convenções sobre o que é justo, a confidencialidade e a discriminação, têm uma forte implementação social. Os governos impõem regras, e intervêm directamente nos processos e discussões públicas do desenvolvimento de quadros.

Assim, os psicólogos que se dedicam à selecção de pessoal não se podem restringir à predição do desempenho futuro e à aplicação do modelo de Thorndike. Muitas outras questões se põem, e com implicações na estruturação do próprio processo de desenvolvimento de quadros. O seu esclarecimento passa pela investigação científica.

Abstract

There are many studies showing that selection is not restricted to predicting future performance. Staffing is a complex process, whereby the applicant and the organization interact to establish a legal and a psychological contact. It is na exploration process; both partners have to make up their mind and have to find out the terms for cooperation. This usually requires adaptation both from the applicant and the organization. It is also a role sending process, whereby partners communicate about mutual expectations about tasks, performance and rewards, and about norms and values.

Such a process is governed by legal and ethical rules. In society there are strong views about what is fair, about confidentiallity and about discrimination. Governments impose rules, and involve themselves in procedures and discussions about staffing.

So the psychologist engaged in personnel selection cannot restrict himself to predicting future performance and applying the Thorndike model. Many more issues are involved, having consequences for the way the staffing process is structured. This in turn poses many questions for research.

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