Botelho, A. (2009). Conservação da funcionalidade em idosas portuguesas. Revista Portuguesa de Psicologia, 41, 157-166.

Resumo

A conceptualização do envelhecimento passa pela caracterização de um conjunto de alterações que ocorrem progressivamente nos seres vivos, existindo simultaneamente vulnerabilidade para doença e, consequentemente, incapacidade. No entanto, a maioria dos indivíduos idosos, apresenta autonomia ou independência funcional. Assim, e devido ao conhecido aumento da prevalência das mulheres idosas, é da maior pertinência acompanhar o seu envelhecimento procedendo à avaliação da sua autonomia funcional, de modo a contribuir para um plano de intervenção cuja ênfase seja a da manutenção ou recuperação de capacidades. Neste sentido, foi objectivo do presente trabalho reavaliar o estado biopsicossocial de uma amostra de mulheres idosas portuguesas, com particular ênfase na sua funcionalidade, avaliada com dez anos de intervalo.

Avaliámos a capacidade de locomoção, de autonomia física ou autocuidado, e de autonomia instrumental, e classificámos essa funcionalidade na dicotomia dependente / independente, de acordo com a necessidade de ajuda de terceiros na sua execução.

A amostra tinha uma média de idades de 71,1 ± 5,14 anos, e posteriormente de 81,3 ± 5,27 anos. Muitas idosas estavam ambulatórias, com boa funcionalidade em locomoção e em autocuidado, e algum compromisso em tarefas instrumentais, factores que estavam previamente apenas incipientes ou surgiam posteriormente.

Consideramos que a avaliação biopsicossocial em idosos, que inclua a funcionalidade e factores reconhecidamente a ela associados, pode contribuir para o acompanhamento a longo prazo dos indivíduos à medida que envelhecem e servir como base de evidência para intervenção.

Abstract

One of the notions we can have ageing is that it deals with a series of alterations that progressively accur in living bodies, coexisting with vulnerabilityto disease and its consequente incapacity. All the same, the great majority of elderly people have an autonomous or even independent life. In this context, and due to the known raising number of elderly women, we consider the importance of following their aging process, by evaluating their functional capacity and so contribute to an intervention plan focused on the maintenance and recovery of their capacities. For these reasons, the present work had the goal of performing a bio-psycho-social revaluation in a group of Portuguese elderly women, centred in their functional ability, witch was done with a tem years interval.

We studied their walking ability and basic and instrumental activities of daily living, and classified the functional capacity as the dichotomic approach dependent / independent, according to the need of help in the performance of the tasks that compose those variables.

The mean age of the elderly was 71,1 ± 5,14 years, and lately of 81,3 ± 5,27 years, most of them were ambulatory, had a spared functional capacity in what matters walking ans self-care, and some kind of compromise in instrumental tasks, facts that were minor at the firs evaluation or appeared recently.

We consider that a bio-psycho-social evaluation in the elderly, that includes functional capacity and related determinants, can contribute to the long term follow up of ageing people and sustain an evidence based intervention claim.

Texto integral / Full text