Lopes da Silva , A. e Sá, I. (1997). Uma leitura sociocultural do estilo atribucional em situações de aprendizagem. Revista Portuguesa de Psicologia, 32, 7-19.

Resumo

O empenhamento, a persistência e a orientação para as tarefas escolares depende, em parte, do facto de os estudantes assumirem a responsabilidade pelos seus sucessos e fracassos em situações de aprendizagem.

Esta responsabilização é influenciada pelas crenças atribucionais que os indivíduos desenvolvem ao longo da escolaridade. Muitos estudos têm realçado a importância da atribuição dos sucessos e fracassos a factores internos e controláveis, nomeadamente, ao esforço, para favorecer uma maior autonomia e responsabilização pela aprendizagem. Paralelamente, alguns programas que visam o desenvolvimento da auto-regulação na aprendizagem, procuram promover um estilo atribucional que valorize o papel do esforço pessoal. No entanto, este tipo de intervenção pode ter efeitos paradoxais se contrariar crenças implícitas partilhadas pela comunidade em que os estudantes estão inseridos.

Nesta perspectiva, as autoras analisam e discutem os resultados obtidos com um questionário de estilo atribucional (ASISE), aplicado a uma amostra de estudantes dos 7º e 8º anos de escolaridade, e que contribuem para uma melhor compreensão desta questão.

Abstract

The involvement, persistence and task orientation in school is, in part, dependente on students` belief that they are responsable for their successes and failures in achievement situations.

This sense of responsability is determined by attribucional beliefs that individuals develop during schooling. Many studies emphasize the relevance of attributing successes and failures to internal and controlable causes, namely effort, to promote students` autonomy and responsability for learning. Some intervention programs aiming the development of self-regulated learning, try to promote na attributional style that values the role of personal effort. However, this kind of intervention may have paradoxal effects if it goes against the implicit beliefs shared by the community wich the students belong.

In this perspective the authors analyse and discuss the results from a study with a attributional questionnaire (ASISE), applied to 7 and 8 grade students, that contribute to a better comprehension of this issue.

Texto integral / Full text