Mullet, E. e Neto, F. (1997). A percepção dos riscos: Uma perspectiva internacional. Revista Portuguesa de Psicologia, 32, 133-143.

Resumo

Apresentam-se neste artigo um certo número de comparações sobre a gravidade dos riscos em pessoas de oito países, incluindo Portugal. Compararam-se, em particular, as pontuações médias observadas em diferentes países, e é feita uma análise item por item das diferenças de pontuações observadas entre países. As pontuações médias observadas em Portugal de diversos riscos mostram que os sujeitos não se baseiam apenas no conhecimento que poderiam ter nas estatísticas de mortalidade para julgar o grau de gravidade dos riscos associado a cada item. Em matéria de risco, os portugueses partilham geralmente a mesma preocupação que os franceses, os americanos, os noruegueses, os polacos e os habitantes de Burkina Faso. Distinguem-se sensivelmente dos ex-soviéticos. São feitas sugestões em vista a enriquecer o conhecimento que se pode ter da percepção dos riscos por pessoas não peritas.

Abstract

An impressive body of research in psychometric tradition has demonstrated systematic biases in the way Americans perceive risks associated with technologies, substances, and activities. The consistency of the of the findings has raised the question of wether these biases are culturally specific or reflective of more fundamental human thought processes. Do people in different cultures perceive technological and other risks differently or similarly? Mean risk magnitude judgement expressed by Portuguese subjects on hazardous activities are reported and compared with findings in seven countries. In many respects, rating of perceived risk in the Portuguese sample is hightly comparable to rating in French, American, Norwegian, Polish and Burkina Faso subjects. Risk perception in Portugal differs markedly from risk perception in ex-URSS.

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