Hino à lei de 28 de setembro de 1871

Emancipação da prole das escravas

Quebrou-se a tremenda algema,

Que o pulso do homem prendia,

E resolveu-se um problema,

Que tanto horror infundia.

Esta data gloriosa

Em letras de ouro grava:

-- Em nossa pátria formosa

Não nasce mais prole escrava.

Na terra da liberdade

Destrui-se o jugo vil;

Onde impera a cristandade,

Não há mais raça servil.

Esta data gloriosa, etc.

Graças ao sábio Monarca,

Da nação chefe eminente,

Não há mais do escravo a marca

No Brasil independente.

Esta data gloriosa, etc.

De Rio Branco à memória

Rendamos eterno culto;

Ergam-se hosanas de glória

A seu venerando vulto.

Esta data gloriosa, etc.

Ao Estadista eminente

Erga a pátria este padrão:

-- No Brasil independente

Extirpou a escravidão

Esta data gloriosa, etc.

Destruiu cruel vexame,

Que tanto nos humilhava;

Apagou labéu infame,

Que a fonte nos malsinava.

Esta data gloriosa, etc.

Da liberdade ao ruído,

Ante a nova geração,

É uma voz sem sentido

A palavra -- escravidão.

Esta data gloriosa, etc.

Não mais nascerão escravos

Sobre o solo brasileiro;

Não mancha a terra dos bravos

O estigma do cativeiro.

Esta data gloriosa

Em letras de ouro grava:

-- Em nossa pátria formosa

Não nasce mais prole escrava.

Ouro Preto, 28 de setembro de 1822