Dedicatórias

I

Já que por terras estranhas

Acompanhar-vos não posso,

Deste fraco amigo vosso

Levai o fiel retrato.

Tem o nariz muito chato

E a boca um pouco torta...

Mas isto bem pouco importa.

Para que ninguém veja,

Ponde-o a tomar cerveja

Por detrás de alguma porta...

II

Amigo, não faças caso

Deste retrato tão feio

Ele é meu, e não alheio;

Eu sou um soldado raso;

Porém, se feio é o vaso,

O conteúdo é bonito.

Eu sou um pobre proscrito,

Que só, no meio da calma,

Solto o brado de minha alma:

- Independência! - eis meu grito.