Alcino Lagares*
Por volta do ano 508 a. C., na Grécia, Clístenes, através de uma revolução, derrotou o tirano Hípias. Dividiu Atenas em dez distritos (“Demos”), cada um desses devendo ser representado por cinquenta homens, cujo conjunto constituía um conselho, a “Assembleia dos 500”.
O governo (“Cratos”) passou a ser exercido pelo povo dos distritos: Demos + Cratos = “democracia”.
De trinta em trinta dias, revezavam-se os 50 representantes de cada distrito na administração da “Polis” (a cidade-estado) e, quando necessária uma decisão sobre uma situação complexa, reuniam-se os 500.
Ninguém recebia remuneração para a prestação de um serviço de interesse geral, eis que o ideário daquela sociedade estava contido na “Paidéia” (a formação do homem para a vida política).
Era apenas um começo. Era uma democracia que excluía as mulheres; uma democracia só de homens, e de homens livres, já que havia escravos em Atenas.
Mas, a democracia "floresceu" de diferentes modos em nosso planeta: através de monarquias ou de repúblicas, de presidencialismo ou de parlamentarismo, e de formas mistas.
A DEMOCRACIA pode ser exercida DIRETAMENTE pelo povo, ou... através de representantes eleitos.
No Brasil, são eleitos "representantes". Nos 67 anos da minha existência neste planetinha azul e branco, nunca fui perguntado pelo "meu representante" sobre qualquer coisa a me representar.
Então, lamento, acreditar que os "representantes" só representam a si próprios. Que Pena!
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* Coronel da reserva e presidente do Conselho Superior da Academia de Letras "João Guimarães Rosa" da Polícia Militar de Minas Gerais.
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