Alcino Lagares*
POR QUE NÃO REALIZAR CONCURSOS PÚBLICOS EM LUGAR DE ELEIÇÕES?
Quando você está doente (especialmente se vai submeter-se a uma cirurgia), quer saber se o médico que vai exercer os necessários cuidados com sua vida é um profissional competente e não apenas “bom de conversa”.
Se você vai viajar, quer saber se o motorista que vai cuidar de sua vida na estrada é um profissional sóbrio, que respeita o próprio ciclo biológico, não se envolve em acidentes e não apenas “bom de conversa”.
Então, por que, para cuidar da vida de uma sociedade inteira, deveríamos ouvir aqueles que apenas são “bons de conversa”?!
Em lugar das eleições, o concurso público! Eis como substituir os "mágicos reis" por funcionários qualificados.
Fala-se numa “reforma política”. No entanto, o conteúdo do que se propõe nessa “reforma” não reformará nada de interesse do povo!
_ Financiamento de campanhas? Por quê? Qual é o “retorno” que esperam os financiadores, uma vez eleito o financiado? Então, os jovens foram para as ruas porque estão preocupados em conseguir dinheiro para campanhas de políticos profissionais?
_ Mais ou menos partidos? E daí? Para que servem esses partidos? Essa é apenas uma forma de distribuição das fatias do “bolo” entre os “reis” comensais!
O povo não precisa de “partidos”. O povo precisa da soberania por “inteiro”.
A reforma política que o povo precisa e quer tem nome: democracia direta!
Como exercer, em lugar de eleições diretas, a democracia direta?
Pelos computadores. Pela Internet. Declarando diretamente o que queremos, e não através de “representantes” que não representam ninguém a não ser a si mesmos.
Soberania não pode ser objeto de representação!
As grandes questões sociais têm sido tratadas como se estivéssemos no século XIX. Ocorre que estamos no século XXI!
Podemos substituir as humilhantes filas, por terminais de computadores.
Quando você, ao conquistar ou renovar sua Carteira Nacional de Habilitação põe sua impressão digital numa dessas “máquinas pensantes”, fica ali registrada a sua necessária passagem.
Podem ser, a baixo custo, instalados tais terminais em agências lotéricas, agências de correios, estabelecimentos públicos, e agências bancárias para a realização do “voto” eletrônico. Talvez esse processo possa até mesmo ser estendido pela “Internet”, diretamente de sua casa.
O voto deve ser um direito de cidadãos livres, um dever cívico, e nunca uma obrigação legal.
O “sufrágio” _ a parcela do povo que tem direito de votar _ seria verdadeiramente universal.
As questões de interesse nacional seriam rotineiramente submetidas a um “plebiscito” por esse processo tão simples de escolha num processo informatizado e, aquelas que requeiram decisões em regime de urgência, uma vez postas em execução, seriam submetidas a um “referendo” pela mesma forma simplificada.
Podemos substituir os mágicos “reis” por funcionários qualificados.
_ Em lugar das eleições, o concurso público.
_ Em lugar de falastrões, aqueles que demonstrarem conhecimento e competência para o exercício das funções públicas em todos os níveis e em todos os poderes. No Brasil, todas as pessoas _ desde que tenham qualificações _ poderão se candidatar aos cargos públicos e submeter-se aos concursos, extinguindo-se os privilégios dos mágicos.
Ao término do governo de poucos instituído em nosso País em 1964, o povo foi às ruas e pediu “DIRETAS JÁ!”.
Tivesse ele um pouco mais de maturidade política, certamente o grito das ruas poderia ter sido “DIRETA JÁ!”
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*Coronel da reserva e presidente do Conselho Superior da Academia de Letras "João Guimarães Rosa" da Polícia Militar de Minas Gerais.
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