Caro amigo Lagares,
Parabenizá-lo pelos seus escritos é pecar pela redundância. Mas, devo ressaltar que a leitura do seu artigo “Espinheiro, Vem Tu e Reina Sobre Nós” encontrou total comunhão com o que venho refletindo e defendendo nos últimos meses. Notadamente no que diz respeito aos principais responsáveis por jogar o nosso país nesse constrangedor mar de lama, a nos envergonhar perante a opinião pública internacional: OS INTEGRANTES DA CLASSE POLÍTICA BRASILEIRA. Todos, sem distinção de partido político! É o que tenho defendido em minhas conversas com alguns amigos.
Houve quem discordasse, sob a alegação de que nem todos são ruins ou desonestos, com o que também concordo. No entanto, esses (poucos) que escapam (mas que nunca aparecem) foram, até hoje, IRRELEVANTES. Não conseguiram evitar absolutamente nada, o que os tornam DISPENSÁVEIS. Aliás, eles sempre aparecem por ocasião das eleições, com discursos repletos de frases de efeito, mas, inteiramente vazios de conteúdo, COMO SE NÃO FIZESSEM PARTE DO “SISTEMA” QUE DEIXOU O NOSSO PAÍS À BEIRA DO ABISMO.
A gestão da coisa pública exige, não apenas honestidade, probidade, transparência e inteiro compromisso para com o interesse público, mas também COMPETÊNCIA. Entendo mesmo que a função pública não é um emprego, mas um sacerdócio, uma missão.
Realmente, caro amigo, as experiências conquistadas no decorrer da nossa já longa caminhada nos deram o domínio dos impulsos, mas não nos embaçou a capacidade de manifestar a nossa indignação. Sobretudo, com o poderoso uso do verbo, de que você é mestre. Apenas lamentamos que a força das palavras somente tem valor diante daqueles que ainda são capazes de se envergonhar ante suas falhas e seus erros.
Finalmente, comungo inteiramente com suas referências aos juízes da Suprema Corte. Quem ouviu as palavras do Ministro Luis Roberto Barroso, ao fazer restrições ao PMDB, e o Ministro Marco Aurélio Melo declarar publicamente que “impeachment não é a solução”, ficou perplexo (se refletir com independência). Foram declarações públicas e de caráter eminentemente político de dois ministros da mais alta corte do país sobre questões que poderão ser, em futuro muito breve, objeto de julgamento naquele colegiado. Na verdade um “juízo de valor” antecipado. A liturgia do cargo que ocupam EXIGE uma postura discreta e inteiramente afastada dos holofotes, sobretudo quando se trata de assuntos que poderão ser levados à apreciação da Instância Suprema do Judiciário, repetimos.
Mas, como você bem afiançou: “tudo muda”, “tudo pode mudar”! Eu acrescento: TUDO PASSA, NA JORNADA EVOLUTIVA DA HUMANIDADE.
Perdoe-nos a ousadia...!
Abraços.
Marcílio Fernandes Catarino