TEXTOS APROPRIADOS 03

O Papa fala aos sacerdotes e seminaristas. 

Na segunda-feira (24/10) o Papa Francisco encontrou na Sala Paulo VI os seminaristas e sacerdotes que estudam em Roma, na ocasião abordou numerosos tópicos: do estilo compassivo dos padres, chamados a estar perto do povo e não arrivistas, à direção espiritual, do uso das novas tecnologias ao discernimento, do diálogo entre ciência e fé ao papel da Igreja nas guerras

Vatican News

No longo do diálogo do Papa na segunda-feira (24) na Sala Paulo VI com seminaristas e sacerdotes que estudam em Roma, foram feitas dez perguntas ao Pontífice.


O bom sacerdote e o estilo de Deus

A uma pergunta feita sobre a concretude da misericórdia, o Papa respondeu que é necessário aprender a linguagem dos gestos que expressam proximidade e ternura. E isto também se aplica nas homilias: "deixar que a expressão seja total". "Se você não é humano com gestos, a mente também endurece e no sermão você dirá coisas abstratas que ninguém entende, e alguém será tentado a sair para fumar um cigarro". Francisco falou de três linguagens que revelam "a maturidade de uma pessoa: a linguagem da cabeça, a linguagem do coração e a linguagem das mãos" e encorajou a aprender a se expressar "nestas três linguagens: pensar o que sinto e faço; sentir o que penso e faço; fazer o que sinto e penso”. E também é preciso assumir o estilo de Deus, que é a proximidade. Deus "se tornou próximo na encarnação de Cristo. Ele está perto de nós". “Um bom sacerdote é um próximo compassivo e terno", esclareceu Francisco, reiterando novamente que o estilo de Deus "é sempre proximidade, compaixão e ternura. E você está próximo com paixão e ternura".


Manter o contato com o povo de Deus

Aos que lhe perguntavam como viver o sacerdócio sem perder aquele cheiro de ovelhas que deve ser próprio do ministério sacerdotal, Francisco respondeu que, mesmo que se esteja empenhado nos estudos ou em trabalhos na Cúria "é importante manter contato com o povo, com o povo fiel de Deus, porque há a unção do povo de Deus: são as ovelhas". Perdendo o cheiro das ovelhas, ao se distanciar delas, pode-se tornar "um teórico, um bom teólogo, um bom filósofo, um bom curial que sabe fazer todas as coisas" mas foi perdida "a capacidade de sentir o cheiro das ovelhas". "Pelo contrário, sua alma perdeu a capacidade de se deixar despertar pelo cheiro das ovelhas", observou o Papa, que recomendou manter experiências pastorais "em uma paróquia, em um lar de crianças e jovens, ou idosos: seja o que for", para que o contato com o povo de Deus não se perca. E Francisco novamente reiterou o que ele chama de princípio das quatro proximidades dos sacerdotes: proximidade com Deus - oração -, proximidade com o bispo, proximidade com outros sacerdotes e proximidade com o povo de Deus: 'Se não há proximidade com o povo de Deus, você não é um bom sacerdote'.


Sacerdócio não é comodismo ou carreirismo

O Papa falou então de sacerdotes que vivem o sacerdócio como se fosse um trabalho, com horários estabelecidos, sacerdotes funcionários, que buscam tranquilidade - não perturbar o padre, o padre está ocupado - e uma vida cômoda; ou seja, comodismo. "O sacerdócio é um serviço sagrado a Deus", explicou Francisco, "o serviço do qual a Eucaristia é o mais alto grau, é um serviço à comunidade". Em seguida, ele abordou o tema dos "padres arrivistas", aqueles que visam fazer carreira, convidando-os a parar com isso: "O arrivista é, em última análise, um traidor, não é um servidor. Ele busca o que lhe interessa e não faz nada pelos outros". Em seguida, ele contou uma história de sua própria avó, migrante italiana na Argentina - como tantos outros italianos que se mudaram para as Américas para construir casa e família - que gostava de dar ensinamentos simples, como a 'catequese' normal. "Nossa avó costumava nos ensinar: 'Na vida vocês devem progredir', isto é, conseguir logo tijolos, a terra, a casa, progredir, ou seja, ter uma posição, uma família, e ela nos ensinava isto. Mas cuidado para não confundir progredir com arrivismo, porque o arrivista é alguém que sobe, sobe, sobe e quando está no alto mostra aquilo ... a avó costumava dizer a palavra! Continuou o Pontífice. Te mostra, ele é assim, ele te mostra aquilo. A única coisa que os arrivistas fazem é o ridículo, eles são ridículos. Isso me fez bem na vida". Para um padre, por outro lado, o importante é a comunhão, a participação e a missão, servir aos outros, "o perigo de buscar o próprio prazer e a própria tranquilidade, é o perigo de arrivismo, e infelizmente na vida há muitos carreiristas".


O acompanhamento espiritual

No longo e aberto diálogo realizado na Sala Paulo VI, Francisco também enfatizou a importância da direção espiritual - confiando, porém, que ele preferia o termo "acompanhamento espiritual" - que não é obrigatório, mas ajuda no caminho da vida e é bom confiá-lo a uma pessoa que não seja o confessor. O Papa sublinhou que o importante é que se trate de dois papéis distintos. "Você vai ao confessor para que ele lhe perdoe seus pecados e você vai se preparar para os pecados. Você vai ao diretor espiritual para contar-lhe as coisas que estão acontecendo em seu coração, as emoções espirituais, as alegrias, as raivas e o que está acontecendo dentro de você". O Pontífice explicou que relacionando-se "somente com o confessor e não com o diretor espiritual", não se cresce, "não vai dar certo", se se relaciona "somente com um diretor espiritual, um companheiro" e não vai confessar seus pecados "também não dá certo", " são dois papéis diferentes". Em seguida esclareceu que a direção espiritual não é um carisma clerical, um carisma sacerdotal, mas um carisma batismal, e que "os sacerdotes que fazem a direção espiritual têm o carisma não porque são sacerdotes", mas "porque são batizados".  "A pessoa que não é acompanhada na vida", continuou Francisco, "gera ‘mofos’ na alma, os mofos mais tarde o molestam". Doenças, solidão triste, tantas coisas ruins". E ao invés disso, é importante estar acompanhado, reconhecer que há necessidade de estar acompanhado, "esclarecer as coisas", reconhecer que há necessidade de alguém que ajude a compreender as próprias emoções espirituais, "o que o Senhor quer com isto, onde está a tentação". "Encontrei alguns estudantes de teologia que não sabiam distinguir uma graça de uma tentação", relatou o Pontífice, lembrando que o acompanhamento espiritual pode ser feito por um padre, um bispo, mas também por uma religiosa ou mesmo um leigo ou uma leiga desde que seja uma pessoa sensata.



O diálogo entre ciência e fé: não há respostas para todas as perguntas

Partindo de uma pergunta sobre o diálogo entre ciência e fé, o Papa convidou antes de tudo a estar abertos às questões dos estudiosos e às ansiedades das pessoas ou dos estudantes universitários, a escutar e a manter sempre uma atitude positiva, aberta e humilde: 'Ser humilde, ter fé não é ter a resposta para tudo'. Esse método de defesa da fé não funciona mais, é um método anacrônico. Ter fé, ter a graça de acreditar em Jesus Cristo é estar a caminho". E é isso que o outro deve entender: que se está a caminho, que não há "todas as respostas para todas as perguntas". Voltando ao passado, Francisco recordou que houve uma época que estava na moda "uma teologia de defesa e havia livros com perguntas para defender". "Quando eu era menino, esse era o método de se defender", disse, "são respostas, algumas boas, outras limitadas, mas não são boas para o diálogo". Como se dar uma resposta decretasse uma vitória. "Não, não é assim", enfatizou o Pontífice, que também recomendou manter sempre aberto o diálogo com a ciência, mesmo não tendo respostas e, de direcionar a pessoa a quem você não soube responder para alguém que possa oferecer mais esclarecimentos. Diálogo é dizer: "Isso eu não sei explicar, mas você deve ir a estes cientistas, a estas pessoas que talvez o ajudarão". Por outro lado, devemos "fugir da contraposição religião e ciência", insistiu o Papa, "porque este é um espírito ruim, não é o verdadeiro espírito do progresso humano. O progresso humano fará a ciência avançar e também preservará a fé".


A vida, caminhar entre muitas dificuldades, cair e levantar

Respondendo a outra pergunta, o Pontífice descreveu a vida como "um desequilíbrio contínuo", porque é caminhar entre muitas dificuldades, caindo e se levantando, e encorajou a não ter medo e a fazer um discernimento neste desequilíbrio diário, porque "no desequilíbrio há as moções de Deus que convidam a algo, ao desejo de fazer o bem". "Saber viver no desequilíbrio" leva a "um equilíbrio diferente", um "equilíbrio dinâmico" governado por Deus, salientou Francisco, que também se deteve sobre esses conceitos falando também de discernimento correto. "O discernimento é sempre desequilibrado", disse, esclarecendo que "o discernimento correto é procurar como este desequilíbrio encontra o caminho de Deus - não encontra 'equilíbrio'". Talvez, o desequilíbrio seja "resolvido em um plano superior, não no mesmo plano". E esta é uma graça de oração, uma graça da experiência espiritual". É a busca de fazer a vontade de Deus, que leva a resolver o desequilíbrio, mas em outro nível. Na prática, o Papa acrescentou, "o desequilíbrio entra em oração, entra no caminho do Espírito Santo" que "leva a uma nova situação harmoniosa". Depois o Pontífice reiterou a importância da formação dos seminaristas, especialmente a espiritual, e recomendou a vida comunitária, "aprendendo a viver em comunidade e a não cair depois em críticas uns aos outros, nos partidos dentro do presbitério".


Os perigos da Internet

Durante o encontro com os sacerdotes e os seminaristas que estudam na capital, o Papa também falou sobre sua relação com a tecnologia e seu desconforto com as modernas ferramentas digitais. Ele contou que logo que foi ordenado bispo na Argentina recebeu de presente um telefone celular, e que usou para uma única chamada telefônica para sua irmã e imediatamente devolveu. "Não é o meu mundo, mas vocês devem usá-lo", disse ele aos presentes, embora com prudência. Francisco enfatizou os perigos da internet, como a pornografia digital, que infelizmente é uma tentação para muitos, incluindo os religiosos: "É algo que enfraquece a alma. O diabo entra por ali: enfraquece o coração sacerdotal".


A Igreja diante da guerra

Por fim, respondendo a um sacerdote ucraniano, o Papa disse que a Igreja, como uma mãe, sofre diante das guerras "porque as guerras são a destruição dos filhos": "Deve sofrer, chorar, rezar. Deve ajudar as pessoas que foram atingidas, que perderam suas casas ou ficaram feridas pela guerra, mortes... A Igreja é mãe, e o papel antes de tudo é a proximidade com as pessoas que sofrem". Então Francisco acrescentou que a Igreja "é também uma mãe criativa da paz: ela tenta fazer a paz em certos momentos... Neste caso, não está sendo muito fácil".  Mas a Igreja tem um coração aberto. E falando do papel dos cristãos, acrescentou: "É verdade que existe a própria pátria e isto é verdade, devemos defendê-la", observou o Papa, "mas ir além, muito além disto: um amor mais universal". É por isso que "a Igreja Mãe deve estar perto de todos, de todas as vítimas". Uma atitude cristã é "rezar pelo pecado dos agressores, por este que vem aqui para arruinar minha pátria, para matar a minha família". Dirigindo-se depois diretamente ao jovem sacerdote que lhe havia feito a pergunta, o Pontífice continuou: "Vocês sofrem tanto, seu povo, eu sei, eu estou próximo. Mas rezem pelos agressores, pois eles são mais vítimas como vocês. Não se pode ver as feridas em suas almas, mas rezem, rezem para que o Senhor as converta e para que venha a paz ".


DADOS DA IGREJA NO MUNDO



Igreja Católica apresenta panorama da sua missão no mundo

PorRedação

22 de outubro de 2021

Anualmente, Santa Sé atualiza as estatísticas sobre a ação evangelizadora da Igreja no mundo (foto: Arquivo/Vatican Media)

Por ocasião do 95º Dia Mundial das Missões, celebrado no domingo, 24, a Agência Fides, organismo vinculado à Congregação para a Evangelização dos Povos, divulgou, como de costume, algumas estatísticas atualizadas que apresentam uma visão panorâmica da Igreja no mundo.

Os dados são retirados do último Anuário Estatístico da Igreja (atualizado em 31 de dezembro de 2019) e dizem respeito aos membros da Igreja, às estruturas pastorais, às atividades nos campos da saúde, do bem-estar e da educação. A variação, aumento (+) ou diminuição (-) em relação ao ano anterior (2018) é indicada entre parênteses, de acordo com a comparação feita pela Agência Fides. Por fim, é relatado o quadro atualizado das circunscrições eclesiásticas confiadas à Congregação para a Evangelização dos Povos.

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Católicos

Em 31 de dezembro de 2019, a população mundial era de 7.577.777.000 pessoas, com um aumento de 81.383.000 unidades em relação ao ano anterior. O aumento global também afeta todos os continentes neste ano, incluindo a Europa. Mais uma vez, os aumentos mais consistentes são na Ásia (+40.434.000) e África (+33.360.000), seguidos pela América (+6.973.000), Europa (+157.000) e Oceania (+459.000).

No mesmo período apurado, o número de católicos era de 1.344.403.000 pessoas, com um aumento global de 15.410.000 unidades em relação ao ano anterior. O aumento afeta todos os continentes, exceto Europa (-292.000). Como no passado, é mais pronunciado na África (+8.302.000) e na América (+5.373.000), seguido pela Ásia (+1.909.000) e Oceania (+118.000).

Dioceses

As circunscrições eclesiásticas –(arqui)dioceses, prelazias, administrações apostólicas, eparquias etc. – praticamente não sofreram alterações, registrando um acréscimo de apenas 1 unidade em relação ao ano anterior, chegando a 3.026. As unidades missionárias com sacerdotes residentes são 3.217 (+301), aumentando em todos os continentes. As unidades missionárias sem padre residente diminuíram em geral 5.836 unidades, atingindo o número de 131.407.

Clero

O número total de bispos no mundo diminuiu em 13, chegando a 5.364. Bispos diocesanos aumentaram (+12) e bispos religiosos diminuiram (-25). O número total de padres no mundo aumentou para 414.336 (+271). A queda substancial mais uma vez está a Europa (-2,608) à qual se somam a América (-690) e a Oceania (-69). Os aumentos são registrados na África (+1.649) e na Ásia (+1.989).

Religiosos

Os religiosos não sacerdotes diminuíram pelo sétimo ano consecutivo, em 646, atingindo o número de 50.295. A tendência de diminuição global das religiosas também se confirma, em 11.562. Há um total de 630.099. Os aumentos são, mais uma vez, na África (+835) e na Ásia (+599), os decréscimos na Europa (-7,400), América (-5,315) e Oceania (-281).

Missionários leigos

O número de Missionários Leigos no mundo é igual a 410.440, com um aumento global de 34.252. Os catequistas em todo o mundo diminuíram em geral 2.590, chegando a 3.074.034.

Seminaristas

Seminaristas maiores, diocesanos e religiosos, este ano diminuiu, ao todo, em 1822 unidades, e assim atingiu o número de 114.058. Os aumentos são registrados apenas na África (+509), diminuem na Ásia (-898), Oceania (-53), Europa (-630) e América (-750).

O número total de seminaristas menores, diocesanos e religiosos, pelo quarto ano diminuiu, este ano em 3.174 unidades, atingindo o número de 96.990. Eles diminuíram em todos os continentes, exceto Oceania (+22): na América (-914), África (-1.519), Europa (-743) e Ásia (-20).

Educação

No campo da educação e instrução, a Igreja administra 72.667 creches em todo o mundo, frequentadas por 7.532.992 alunos; 98.925 escolas primárias para 35.188.771 alunos; 49.552 escolas secundárias para 19.370.763 alunos. Também acompanha 2.395.540 alunos do ensino médio e 3.833.012 estudantes universitários.

Caridade

As instituições de caridade e assistência administradas pela Igreja em todo o mundo incluem: 5.245 hospitais com o maior número na África (1.418) e na América (1.362); 14.963 dispensários, principalmente na África (5.307), América (4.043); 532 hospitais de leprosos distribuídos principalmente na Ásia (269) e na África (201); 15.429 lares para idosos, doentes crônicos e deficientes, principalmente na Europa (8.031) e na América (3.642); 9.374 orfanatos, principalmente na Ásia (3.233) e na Europa (2.247); 10.723 jardins de infância com o maior número na Ásia (2.973) e América (2.957); 12.308 conselheiros matrimoniais, principalmente na Europa (5.504) e na América (4.289); 3.198 centros de educação ou reeducação social e 33.840 outras instituições.

Ajuda missionária

As circunscrições eclesiásticas dependentes da Congregação para a Evangelização dos Povos somam 1.117, de acordo com a última variação registrada. A maior parte das circunscrições eclesiásticas confiadas à Propaganda Fide estão na África (517) e na Ásia (483). Seguem-se a América (71) e a Oceania (46).

Fonte: Agência Fides



Dados eclesiásticos da Igreja Católica no Brasil – data: 17/10/2021.

 

Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior,

PUC-SP - 17/10/2021.

 

 

RESUMO - Dados eclesiásticos da Igreja Católica no Brasil – data: 17/10/2021.  

 

Pesquisa do Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior – Departamento de Ciências Sociais da PUC-SP. Email: fajr@pucsp.br  

 

No Brasil atualmente contamos com 278 circunscrições eclesiásticas: 45 arquidioceses ou sedes metropolitanas, uma arquieparquia de rito oriental, 217 dioceses, três eparquias orientais, oito prelazias territoriais, um exarcado, um ordinariato para fieis de rito oriental sem ordinário próprio, um ordinariato militar do Brasil e uma Administração Apostólica pessoal.  

 

O episcopado católico organizado na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB tem atualmente 462 membros vivos:  

 

A composição inclui 77 arcebispos metropolitanos: seis cardeais arcebispos (três cardeais arcebispos na ativa no Brasil + três cardeais arcebispos eméritos), somados a 71 arcebispos metropolitanos (44 na ativa e 27 arcebispos eméritos). Há cardeal atuando no Vaticano não contado como membro da CNBB, que é dom João Braz de Aviz. Há dois exarcas do rito armênio atuando na Argentina e toda a América Latina (um na ativa e outro emérito). 

                                                              

Os bispos diocesanos são 385 bispos (257 na ativa e 128 bispos eméritos). Os 257 bispos diocesanos na ativa exercendo as funções de: 205 bispos diocesanos de rito latino, três bispos das eparquias orientais (rito greco-melquita, rito maronita e rito ucraniano), um exarca apostólico para toda America Latina do rito armênio que vive em Buenos Aires e atende aos armênios em São Paulo, um administrador apostólico permanente para São João Maria Vianney, 39 bispos auxiliares e oito prelados atuantes.  

                                    

Os 128 bispos eméritos somam 111 bispos diocesanos eméritos, sete bispos auxiliares eméritos, dois eparcas eméritos e oito prelados eméritos.  

                                 

TOTAL DE BISPOS em comunhão fraterna na CNBB: 462 pastores, sendo 304 na ativa e 158 eméritos (aposentados). Os bispos oriundos do clero diocesano são 285 pessoas, e os que pertenceram a uma ordem ou congregação de vida consagrada são 177 pessoas. Cardeais: quatro diocesanos + dois religiosos. Arcebispos: 42 diocesanos + 27 religiosos. Bispos ou prelados ou auxiliares: 239 diocesanos + 148 religiosos. 

 

Em 17/10/2021 dos atuais 462 bispos vivos no Brasil:  

24 nomeados no governo do papa São Paulo VI;  

Nenhum bispo foi nomeado para o Brasil pelo bem-aventurado papa João Paulo Primeiro.  

195 bispos nomeados pelo papa São João Paulo II;  

121 nomeados durante o pontificado do papa Bento 16, bispo emérito de Roma;  

122 nomeados desde 19/03/2013 até 17/10/2021 pelo papa Francisco.  

                                                                                                                                                                     

Há hoje 304 bispos ativos na hierarquia católica no Brasil – voz e voto na CNBB: 

74 nomeados pelo papa São João Paulo II; 

108 nomeados pelo papa Bento XVI, hoje emérito; 

122 nomeados pelo atual papa Francisco. 

 

Há 158 bispos eméritos na Igreja do Brasil: 

24 nomeados durante o papado de São Paulo VI (Claudio Hummes, Geraldo Majella, Pedro Fedalto, Gilberto Pereira Lopes, Gonçalves Amaral, Heitor Araujo Sales, Alano Pena, Edmilson da Cruz, Silva Chaves, Jayme Chemello, Orlando Dotti, Aldo Gerna, Moretto, Maimone, Antonio de Sousa, Mauro Morelli, Angelico Sandalo Bernardino, Paulo da Silva, Alves da Rocha, Antonio Celso de Queiros, Karl Romer, Emilio Pignoli, Sinésio Bohn e Freire Régis). 

121 nomeados pelo papa São João Paulo II; 

13 nomeados pelo papa Bento XVI, hoje papa emérito; 

Nenhum nomeado pelo atual papa Francisco. 

O Brasil teve nomeados 1.194 bispos, entre 25/02/1551 e 17/10/2021. No mundo atualmente 5.575 bispos vivos. 

Em 17/10/2021 há ONZE dioceses brasileiras vacantes: 

1. Diocese de Alagoinhas, BA: vacante desde 13 de janeiro de 2021. Administrador diocesano Padre Antônio Ederaldo de Santana. 

2. Diocese de Colatina, ES: vacante desde 13 de janeiro de 2021. Administrador diocesano Padre Antônio Wilson Almança. 

3. Diocese de Crato, CE. Vacante desde 02 de junho de 2021. Administrador padre José Vicente Pinto de Alencar da Silva.   

4. Diocese de Estância, SE, vacante desde 11 de agosto de 2021. Administrador.? 

5. Diocese de Iguatu, CE, vacante desde 24 de fevereiro de 2021. Administrador diocesano Pe. João Batista Moreira Gonçalves. 

6. Diocese de Amargosa, BA, vacante desde 18 de agosto de 2021. Administrador: ? 

7. Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, MT, vacante desde 28 de março de 2021. Administrador diocesano Pe. José Eder Ribeiro Lima 

8. Diocese de São Carlos, SP. Vacante desde 21 de outubro de 2020. Administrador diocesano dom Eduardo Malaspina.  

9. Diocese de São José do Rio Preto, SP, vacante desde 18 de agosto de 2021. Adm. Apostólico dom Moacir da Silva, arcebispo de Ribeirão Preto.  

10. Prelazia de Tefé, AM – administrador diocesano ? – vacante desde 09/06/2021 

11. Diocese de Cruz Alta, RS – administrador diocesano ? 

 

Resumo: Alagoinhas-BA; Amargosa, BA; Colatina-ES; Crato, CE; Cruz Alta, RS; Estância, SE; Iguatu, CE; Rondonópolis-Guiratinga, MT; São Carlos, SP; São José do Rio Preto-SP e prelazia de Tefé, AM

 

Bispos que já fizeram 75 anos e aguardam sucessor em breve:  

18/11/1945 75,9 Bispo João Carlos Petrini, Bispo de Camaçari, BA (italiano).  

25/11/1945 75,9 Bispo Luiz Antônio Guedes, Bispo de Campo Limpo, SP (paulista). 

 

Detalhes das circunscrições eclesiásticas no BRASIL durante a história: 

1551 – uma diocese, São Salvador da Bahia. 

1667 – três circunscrições eclesiásticas. 

1870 – 12 circunscricões eclesiásticas.  

1899 – 17 circunscricões eclesiásticas.  

1930 – 80 circunscrições eclesiásticas. 

1955 – 115 circunscricões eclesiásticas.  

1960 – 147 circunscricões eclesiásticas.  

1968 – 183 circunscricões eclesiásticas.  

1979 – 214 circunscricões eclesiásticas.  

1992 – 251 circunscricões eclesiásticas.  

1997 – 254 circunscricões eclesiásticas.  

2007 – 268 circunscricões eclesiásticas.  

2021 – 278 circunscrições eclesiásticas. 

 

ESTATISTICAS CATOLICAS DO BRASIL 

Padres diocesanos = 14.690. 

Padres do clero religioso = 7.121. 

Total de presbíteros = 21.812. 

Diáconos permanentes = 4.770 

Membros de institutos seculares = 2.073 

Missionários leigos 122.170. 

Seminaristas maiores = 5.317 diocesanos + 2724 religiosos = 8041 total.  

Irmãos de votos religiosos = 11.816 

Religiosas de vida consagrada = 27.182 

Catequistas e ministras da palavra = 120.130. 

 

Paróquias no Brasil = 12.013. 

294 catedrais, estão incluidas as co-catedrais. 

71 Basílicas. 

SEIS Santuários Nacionais. 

Centros de atendimento pastoral = 50.159.  

Institutos de ensino no Brasil = 4.687 

Institutos de Beneficência = 6.070. 

 

 

Quadro da Igreja Católica no Brasil, particularmente CNBB – radiografia completa.  


Atualizado em 17/10/2021 - Pesquisa e coleta de dados feita pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior, Chefe do Departamento de Ciências Sociais da PUC-SP. Email:fajr@pucsp.br   

 

· Regional Norte 1 (quase todo o Amazonas e Roraima) + Regional Noroeste (Rondônia, Acre e parte do Amazonas) – 16 circunscrições com 28 bispos, sendo 17 na ativa e 11 eméritos. Vacante: Prelazia de Tefé. 

· Regional Norte 2 (Pará e Amapá) – 14 circunscrições com 20 bispos, sendo 15 na ativa e 5 eméritos. 

· Regional Norte 3 (Tocantins+1 de PA + 1 de MT São Felix) – 7 circunscrições com 8 bispos, sendo 7 na ativa e um emérito. 

· Regional Nordeste 1 (Ceará) – 9 circunscrições com 19 bispos, sendo 10 na ativa e 9 eméritos. VACANTES: Iguatu e Crato. 

· Regional Nordeste 2 (Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas) – 21 circunscrições com 33 bispos, sendo 22 na ativa e 11 eméritos.  

· Regional Nordeste 3 (Bahia e Sergipe) – 26 circunscrições com 37 bispos, sendo 26 na ativa e 11 eméritos. VACANTES: Alagoinhas-BA, Amargosa, BA e Estância, SE. 

· Regional Nordeste 4 (Piauí) – 8 circunscrições com 10 bispos, sendo 8 na ativa e 2 eméritos. 

· Regional Nordeste 5 (Maranhão) – 12 circunscrições com 19 bispos, sendo 12 na ativa e 7 eméritos. 

· Regional Leste 1 (Rio de Janeiro) – 11 circunscrições com 28 bispos, sendo 19 na ativa e 09 eméritos. 

· Regional Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo) – 33 circunscrições com 55 bispos, sendo 36 na ativa e 19 eméritos. VACANTE: Colatina-ES. 

· Regional Sul 1 (São Paulo) – 45 circunscrições com 82 bispos, sendo 50 na ativa e 32 eméritos. VACANTES: São Carlos-SP e São José do Rio Preto-SP. 

· Regional Sul 2 (Paraná) – 20 circunscrições com 28 bispos, sendo 20 na ativa e 8 eméritos.   

· Regional Sul 3 (Rio Grande do Sul) – 18 circunscrições com 36 bispos, sendo 20 na ativa e 16 eméritos. Vacante: Cruz Alta, RS. 

· Regional Sul 4 (Santa Catarina) – 10 circunscrições com 16 bispos, sendo 10 na ativa e 6 eméritos.  

· Regional Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal) – 13 circunscrições com 27 bispos, sendo 18 na ativa e 8 eméritos.  

· Regional Oeste 1 (Mato Grosso do Sul) – 7 circunscrições com 9 bispos, sendo 8 na ativa e um emérito. 

· Regional Oeste 2 (Mato Grosso) – 8 circunscrições com 9 bispos, sendo 7 na ativa e 2 eméritos. VACANTE: Rondonópolis-Guiratinga-MT.  

 

O atual episcopado católico do Brasil conta com 462 bispos vivos sendo 304 na ativa e 158 bispos eméritos. Há onze administradores diocesanos/apostólicos em onze vacantes.  

 

 

Completaram 75 anos em 2020:  

 

75,91 anos - Bispo João Carlos Petrini Bispo de Camaçari, BA 

75,89 anos - Bispo Luiz Antônio Guedes Bispo de Campo Limpo, SP 

 

Ano 2021 – bispos que completam 75 anos.   

 

75,51 anos - Arcebispo Orlando Brandes Arcebispo de Aparecida, SP 

75,39 anos - Arcebispo Washington Cruz, C.P. Arcebispo de Goiânia, GO 

75,24 anos - Arcebispo Fernando José Monteiro Guimarães, C.SS.R. Arcebispo do Ordin. Militar  

75,06 anos - Arcebispo Mílton Antônio dos Santos, S.D.B. Arcebispo de Cuiabá, MT 

 

75,36 anos - Bispo Antonino Migliore Bispo de Coxim, MS 

75,34 anos - Bispo Zeno Hastenteufel Bispo de Novo Hamburgo, RS 

 

75,28 anos - Bispo Armando Bucciol Bispo de Livramento de Nossa Senhora, BA 

75,11 anos - Bispo Manoel João Francisco Bispo de Cornélio Procópio, PR 

75,05 anos - Bispo Manuel Parrado Carral Bispo de São Miguel Paulista, SP 

75,03 anos - Bispo Luís Flávio Cappio, O.F.M. Bispo de Barra, BA 

74,93 anos - Bispo Fernando Antônio Brochini, C.S.S. Bispo de Itumbiara, GO 

74,86 anos - Bispo Ângelo Pignoli Bispo de Quixadá, CE 

75,29 anos – bispo Paulo Dionisio Lachovicz OSBM, exarca apostoliuco para os fieis de rito ucraniano na Itália. Ele é nascido no Brasil.  

 

Lista atual dos 304 bispos católicos na ativa no Brasil

 

Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior, da PUC-SP.

17/10/2021

 

Lista atual dos 304 bispos católicos na ativa no Brasil em 17/10/2021 Pesquisa do Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior, da PUC-SP. 

 

1. Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, SP , criado cardeal em 24/11/2007 pelo papa Bento XVI, eleitor (gaúcho, *21/09/1949). 

2. Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist., Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ,, criado 22/02/2014 pelo papa Francisco, eleitor (paulista, *23/06/1950). 

3. Cardeal Sérgio da Rocha, Arcebispo de São Salvador da Bahia, BA, criado 19/11/2016 pelo papa Francisco, eleitor (paulista, *21/10/1959). 

4. Arcebispo Adelar Baruffi, arcebispo de Cascavel, PR (gaúcho, *19/10/1969).  

5.    Arcebispo Airton José dos Santos, Arcebispo de Mariana, MG (mineiro, *25/06/1956). 

6.    Arcebispo Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo de Belém do Pará, PA (mineiro, *26/05/1950). 

7.    Arcebispo Antônio Fernando Saburido, O.S.B., Arcebispo de Olinda e Recife, PE (pernambucano, *10/06/1947). 

8.    Arcebispo Antônio Muniz Fernandes, O. Carm., Arcebispo de Maceió, AL (paraibano, *11/08/1952). 

9. Arcebispo Darci José Nicioli, C.SS.R.., Arcebispo de Diamantina, MG (mineiro, *01/05/1959).  

10. Arcebispo Dario Campos, O.F.M., arcebispo de Vitória, ES (capixaba, *09/06/1948). 

11. Arcebispo Dimas Lara Barbosa, Arcebispo de Campo Grande, MS (mineiro, *01/04/1956). 

12. Arcebispo Fernando José Monteiro Guimarães, C.SS.R., Arcebispo de Ordinariato Militar do Brasil (pernambucano, *19/07/1946). 

13. Arcebispo Geremias Steinmetz, Arcebispo de Londrina, PR (paranaense, *26/02/1965). 

14. Arcebispo Gil Antônio Moreira, arcebispo de Juiz de Fora, MG (mineiro, *09/10/1950). 

15. Arcebispo Gilberto Pastana de Oliveira, arcebispo de São Luís do Maranhão, MA (paraense, * 29/07/1956).  

16. Arcebispo Irineu Roman, C.S.I., arcebispo de Santarém, PA (gaúcho, *10/08/1958).  

17. Arcebispo Jacinto Bergmann, Arcebispo de Pelotas, RS (gaúcho, *29/10/1951). 

18. Arcebispo Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, Arcebispo de Teresina, PI (maranhense, *16/06/1947). 

19. Arcebispo Jaime Spengler, O.F.M., Arcebispo de Porto Alegre, RS (catarinense, *06/09/1960). 

20. Arcebispo Jaime Vieira Rocha, Arcebispo de Natal, RN (potiguar, *30/03/1947). 

21. Arcebispo João Inácio Müller, O.F.M., arcebispo de Campinas, SP (gaúcho, *15/06/1960). 

22. Arcebispo João José Costa, O. Carm., Arcebispo de Aracajú, SE (sergipano, *24/06/1958).  

23. Arcebispo João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Montes Claros, MG (mineiro, *22/12/1966).  

24. Arcebispo Josafá Menezes da Silva, Arcebispo de Vitória da Conquista, BA (baiano, *02/01/1959).  

25. Arcebispo José Antônio Aparecido Tosi Marques, Arcebispo de Fortaleza, CE (paulista, *13/05/1948) 

26. Arcebispo José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba, PR (paranaense, *19/04/1960). 

27. Arcebispo José Francisco Rezende Dias, arcebispo de Niterói, RJ (mineiro, *02/04/1956). 

28. Arcebispo José Luiz Majella Delgado, C.SS.R., Arcebispo de Pouso Alegre, MG (mineiro, *19/10/1953). 

29. Arcebispo Julio Endi Akamine, SAC, Arcebispo de Sorocaba, SP (paulista, *30/11/1962).  

30. Arcebispo Leomar Antônio Brustolin, arcebispo de Santa Maria, RS (gaúcho, *15/08/1967). 

31. Arcebispo Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M., arcebispo de Manaus, AM (catarinense, *06/11/1950). 

32. Arcebispo Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFM Cap, arcebispo de Paraíba, PB (baiano, *10/07/1954). 

33. Arcebispo Maurício Grotto de Camargo, Arcebispo de Botucatu, SP (paulista, *26/09/1957). 

34. Arcebispo Milton Antônio dos Santos, S.D.B., Arcebispo de Cuiabá, MT (paulista, *23/09/1946).  

35. Arcebispo Moacir Silva, Arcebispo de Ribeirão Preto, SP (paulista, *16/07/1954).  

36. Arcebispo Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida, SP (catarinense, *13/04/1946).  

37. Arcebispo Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasilia, DF (carioca, *20/07/1967).  

38. Arcebispo Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba, MG (mineiro, *25/02/1951).  

39. Arcebispo Pedro Brito Guimarães, Arcebispo de Palmas, TO (piauiense, *22/02/1954).  

40. Arcebispo Rodolfo Luís Weber, Arcebispo de Passo Fundo, RS (gaúcho, *30/08/1963). 

41. Arcebispo Roque Paloschi, Arcebispo de Porto Velho, RO (gaúcho, *05/11/1956).  

42. Arcebispo Severino Clasen, O.F.M., arcebispo de Maringá, PR (catarinense, *10/06/1954).  

43. Arcebispo Valdomiro (Volodomer) Koubetch, O.S.B.M., Arc. Exarca de São João Batista em Curitiba (Rito ucraniano) (paranaense, *27/03/1953), PR. 

44. Arcebispo Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, MG; exerce concomitante o encargo de Ordinário para os fieis de rito oriental sem ordinário próprio no Brasil (baiano, *26/04/1954). 

45. Arcebispo Washington Cruz, C.P., Arcebispo de Goiânia, GO (baiano, *25/05/1946).  

46. Arcebispo Wilson Tadeu Jönck, S.C.I., Arcebispo de Florianópolis, SC (catarinense, *10/07/1951). 

47. Arcebispo Zanoni Demettino Castro, Arcebispo de Feira de Santana, BA (baiano, *23/01/1962).  

 48. Bispo Adair José Guimarães, Bispo de Formosa, GO (goiano, *16/06/1960). 

49. Bispo Adilson Pedro Busin, CS, bispo titular de Guardialfiera, auxiliar de Porto Alegre, RS (gaúcho, *20/05/1965). 

50. Bispo Adimir Antonio Mazali, bispo de Erexim, RS (paranaense, *16/05/1966). 

51. Bispo Adolfo Zon Pereira, S.X., Bispo de Alto Solimões, AM (espanhol, *23/01/1956). 

52. Bispo Adriano Ciocca Vasino, Prelado de São Félix, MT (italiano, *08/07/1949).  

53. Bispo Ailton Menegussi, Bispo de Crateús, CE (capixaba, *05/11/1962).  

54. Bispo Aldemiro Sena dos Santos, bispo de Guarabira, PB (baiano, *26/06/1964). 

 



Dados atualizados de todos os bispos eméritos vivos da Igreja Catolica no Brasil

 

Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior PUC-SP

17/10/2021

 

Dados atualizados de todos os bispos eméritos vivos da Igreja Catolica no Brasil – 17/10/2021  

Pesquisa do Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior – Depto. de Ciências Sociais PUC-SP 

 

Há 158 bispos eméritos na Igreja do Brasil + um cardeal em Roma: 

24 nomeados pelo santo papa Paulo VI. 

121 nomeados pelo papa São João Paulo II; 

13 nomeados pelo papa Bento XVI, hoje papa emérito; 

Nenhum nomeado pelo atual papa Francisco. 

 

A composição dos eméritos inclui três cardeais arcebispos eméritos, somados a 27 arcebispos eméritos. Os bispos são 128 eméritos, sendo 111 bispos diocesanos, sete auxiliares eméritos, dois eparcas eméritos e oito prelados eméritos.  

 

Perfil dos 158 bispos eméritos 

28 mineiros  

27 paulistas  

24 gaúchos  

21 italianos  

9 catarinenses  

4 espanhóis  

7 pernambucanos  

3 cearenses  

6 cariocas           

3 alagoanos  

3 alemães  

1 amazonense  

2 austríacos  

2 baianos 

2 capixabas  

1 paranaense  

1 português  

2 potiguares 

2 suíços  

1 francês  

1 maranhense  

1 mato-grossense  

1 paraguaio  

1 paraibano  

1 piauiense  

1 libanês 

1 holandês  

1 goiano  

1 belga 

 

EMÉRITOS – Atualmente 158 bispos eméritos vivos 17/10/2021 



1.       Cardeal Cláudio Aury Affonso Hummes, O.F.M., Prefeito Emérito da Congregação para o Clero e arcebispo emérito de São Paulo, SP.  

2.       Cardeal Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo Emérito de São Salvador da Bahia, BA 

3.       Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo Emérito de Aparecida, SP 

4.       Arcebispo Alano Maria Pena, O.P., Arcebispo Emérito de Niterói, RJ 

5.       Arcebispo Antônio Carlos Altieri, S.D.B., Arcebispo Emérito de Passo Fundo, RS 

6.       Arcebispo Anuar Battisti, Arcebispo emérito de Maringá, PR (gaúcho).  

7.       Arcebispo Dadeus Grings, Arcebispo Emérito de Porto Alegre, RS 

8.       Arcebispo Eduardo Benes de Sales Rodrigues, Arcebispo emérito de Sorocaba, SP,  

9.       Arcebispo Edvaldo Gonçalves Amaral, S.D.B., Arcebispo Emérito de Maceió, AL 

10.    Arcebispo Eurico dos Santos Veloso, Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG 

11.    Arcebispo Farès Maakaroun, Eparca Emérito de Nossa Senhora do Paraíso em São Paulo, SP (Rito greco-melquita), arcebispo a titulo pessoal (Arquieparca) 

12.    Arcebispo Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo emérito de Mariana, MG. 

13.    Arcebispo Gilberto Pereira Lopes, Arcebispo Emérito de Campinas, SP 

14.    Arcebispo Helio Adelar Rubert, arcebispo de Santa Maria, RS (gaúcho) 

15.    Arcebispo Heitor de Araújo Sales, Arcebispo Emérito de Natal, RN 

16.    Arcebispo Itamar Navildo Vian, O.F.M. Cap., Arcebispo Emérito de Feira de Santana, BA 

17.    Arcebispo João Bosco Oliver de Faria, Arcebispo emérito de Diamantina, MG 

18.    Arcebispo José Alberto Moura, C.S.S., arcebispo emérito de Montes Claros, MG 

19.    Arcebispo José Belisário, arcebispo emérito de São Luís, MA (mineiro) 

20.    Arcebispo José Cardoso Sobrinho, O. Carm., Arcebispo Emérito de Olinda e Recife, PE 

21.    Arcebispo José Palmeira Lessa, Arcebispo Emérito de Aracajú, SE 

22.    Arcebispo Lúcio Ignácio Baumgaertner, Arcebispo Emérito de Cascavel, PR 

23.    Arcebispo Luís Gonzaga Silva Pepeu, O.F.M. Cap., Arcebispo emérito de Vitória da Conquista, BA (pernambucano, *18/02/1957). 

24.    Arcebispo Luiz Mancilha Vilela, SS.CC., Arcebispo emérito de Vitória, ES (mineiro).  

25.    Arcebispo Luiz Soares Vieira, Arcebispo Emérito de Manaus, AM 

26.    Arcebispo Matias Patrício de Macêdo, Arcebispo Emérito de Natal, RN 

27.    Arcebispo Murilo Sebastião Ramos Krieger, S.C.I., Arcebispo emérito primaz de São Salvador, BA (catarinense, *19/09/1943). 

28.    Arcebispo Osvino José Both, Arcebispo Emérito do Ordinariato Militar 

29.    Arcebispo Pedro Antônio Marchetti Fedalto, Arcebispo Emérito de Curitiba, PR 

30.    Arcebispo Vitório Pavanello, S.D.B., Arcebispo Emérito de Campo Grande, MS 

31.    Bispo Adalberto Paulo da Silva, O.F.M. Cap., B. auxiliar Emérito de Fortaleza, CE 

32.    Bispo Adélio Giuseppe (José) Tomasin, P.S.D.P., Bispo Emérito de Quixadá, CE 

33.    Bispo Aldo Gerna, F.S.C.J., Bispo Emérito de São Mateus, ES 

34.    Bispo Alessandro Alessio Ruffinoni, CS, bispo emérito de Caxias do Sul, RS 

35.    Bispo Alessio Saccardo, S.J., Bispo Emérito de (os dados não vieram).  


ASSEMBLEIA ECLESIAL DA IGREJA DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE

"TODOS SOMOS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS EM SAÍDA"

MENSAGEM PARA O POVO DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE


Nós, membros da Assembleia Eclesial, estivemos reunimos virtualmente e  pessoalmente, na sede da Conferência Episcopal Mexicana, de 21 a 28 de  novembro de 2021, sob o olhar amoroso de Nossa Senhora de Guadalupe, e  queremos cumprimentar o Povo de Deus a caminho, os homens e mulheres da  nossa amada América Latina e do Caribe. 

Estamos unidos pelo desejo de reviver o espírito da V Conferência Geral do  Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada em Aparecida em 2007, em  sintonia com as Conferências Gerais anteriores e tendo no horizonte o Jubileu  Guadalupense em 2031 e o Jubileu da Redenção em 2033. 

Confessamos que o Cristo Jesus Ressuscitado que nos convocou mais uma  vez e, como em Aparecida, nos fez reconhecer como discípulos missionários de seu  Reino, nos envia para comunicar, por transbordamento de júbilo, a alegria do  encontro com Ele, para que possamos ter uma vida plena Nele (cf. DAp 14). Assim,  Jesus nos acompanha na tarefa empreendida para repensar e relançar a missão  evangelizadora nas novas circunstâncias latino-americanas e caribenhas. Uma  tarefa que nos comprometeu a uma jornada de conversão que é decididamente  missionária, a fim de submeter tudo ao serviço do estabelecimento do Reino da  Vida (cf. DAp 366). Propósito este em que avançamos e que requer maior  responsabilidade pastoral. Sonho profético ao qual o Senhor hoje confirma e nos  encoraja a viver caminhando juntos, guiados por seu Santo Espírito. 

Com grande alegria vivemos essa Assembleia como uma verdadeira  experiência de sinodalidade, em escuta mútua e no discernimento comunitário do  que o Espírito Santo quer dizer à sua Igreja. Caminhamos juntos, reconhecendo  nossa diversidade poliédrica, mas acima de tudo, reconhecendo o que nos une, e  nesse diálogo, nossos corações como discípulos se voltaram para as realidades que  o continente está vivenciando, em suas dores e esperanças. 

Constatamos e denunciamos a dor dos mais pobres e vulneráveis que  enfrentam o flagelo da miséria e da injustiça. Sofremos com o grito da destruição  do lar comum e da "cultura do descartável", que afeta especialmente mulheres,  migrantes e refugiados, idosos, povos indígenas e afrodescendentes. Sofremos  com o impacto e as consequências da pandemia, que aumenta ainda mais a  igualdade social, comprometendo inclusive a segurança alimentar de grande parte  da nossa população. Fere o grito daqueles que sofrem por causa do clericalismo e do autoritarismo nas relações, o que leva à exclusão dos leigos, especialmente das  mulheres nos casos de discernimento e tomada de decisão na missão da Igreja,  constituindo um grande obstáculo à sinodalidade. Também estamos preocupados  com a falta de profetismo e com a falta de empenho em uma verdadeira  solidariedade com os mais pobres e vulneráveis. 

Por outro lado, estamos cheios de esperança pela presença dos sinais do  Reino de Deus, que nos levam a novos caminhos para a escuta e o discernimento.  O caminho Sinodal é um espaço significativo de encontro e abertura para a  transformação de estruturas eclesiais e sociais que possibilitam renovar o impulso  missionário e a proximidade com os mais pobres e excluídos. Vemos com  esperança a Vida Religiosa; mulheres e homens que vivem contra a maré e  testemunham a boa nova do Evangelho, bem como a experiência da piedade  popular em nossos povos. 

Essa Assembleia é um kairós, um momento propício para a escuta e  discernimento que nos conecta de forma renovada com as orientações pastorais  de Aparecida e com o magistério do Papa Francisco, e nos impele a abrir novos  caminhos missionários para as periferias geográficas e existenciais e para lugares  próprios de uma Igreja em saída. 

Quais são, então, esses desafios e orientações pastorais que Deus nos chama  a assumir com maior urgência? A voz do Espírito Santo ressoou em meio ao diálogo  e ao discernimento, apontando-nos vários horizontes que inspiram nossa  esperança eclesial: a necessidade de trabalhar para um encontro renovado de  todos com Jesus Cristo encarnado na realidade do continente; acompanhar e  promover o protagonismo dos jovens; atenção adequada às vítimas de abusos  ocorridos em contextos eclesiais e comprometimento com a sua prevenção; a  promoção da participação ativa das mulheres nos ministérios e em espaços de  discernimento e decisão eclesial. A promoção da vida humana, desde a sua  concepção até o seu fim natural; a formação na sinodalidade para erradicar o  clericalismo; a promoção da participação dos leigos em espaços de transformação  cultural, política, social e eclesial; a escuta e o acompanhamento do clamor dos  pobres, excluídos e descartados. A renovação dos programas de formação nos  seminários para que assumam a ecologia integral, o valor dos povos indígenas, a  inculturação e a interculturalidade, e o pensamento social da Igreja como temas  necessários, e tudo o que contribui para a formação adequada da sinodalidade.


Renovar à luz da Palavra de Deus e do Vaticano II nosso conceito e experiência do  Povo de Deus; reafirmar e dar prioridade à experiência dos sonhos da Querida  Amazônia; e acompanhar povos indígenas e afrodescendentes na defesa da vida,  da terra e de suas culturas. 

Com grande gratidão e alegria reafirmamos nessa Assembleia Eclesial que o  caminho para viver a conversão pastoral discernida em Aparecida é o da  sinodalidade. A Igreja é sinodal em si mesma, a sinodalidade pertence à sua  essência; portanto, não é uma moda passageira ou um lema vazio. Com a  sinodalidade estamos aprendendo a caminhar juntos como a Igreja do Povo de  Deus, envolvendo todos sem exclusão, na tarefa de comunicar a todos a alegria do  Evangelho, como discípulos missionários em saída. 

O transbordar do poder criativo do Espírito Santo nos convida a continuar  discernindo e promovendo os frutos deste evento eclesial sem precedentes para  as nossas Igrejas e comunidades locais que peregrinam na América Latina e no  Caribe. Comprometemo-nos a continuar no caminho que o Senhor nos aponta,  aprendendo e criando as mediações adequadas para gerar as transformações  necessárias nas mentalidades, relacionamentos, práticas e estruturas eclesiais (cf.  DSD 30). 

O itinerário pastoral que temos a nossa frente nos guiará no processo de  conversão missionária e sinodal. 

Agradecemos ao Senhor da Vida e a todas as pessoas que tornaram possível  a realização dessa Assembleia e as colocamos sob a proteção da Virgem de  Guadalupe que acompanha com sua ternura como mãe a caminhada da Igreja  neste continente. Confiamos a ela os frutos deste evento eclesial, e pedimos sua  intercessão para que com coragem e criatividade possamos nos tornar a Igreja em  saída, sinodal e missionária que o Senhor espera de nós, porque somos todos  discípulos missionários em saída. 

Dado na Cidade do México, 27 de novembro, do Ano do Senhor de 2021


Última entrevista do Cardeal Martini

(Texto nos enviado pelo Pe. José de Anchieta Moura lima - 10 de set. de 2012, semana em que o Cardeal Martini falecera).


''A Igreja retrocedeu 200 anos. Por que temos medo?'' A última entrevista de Martini



O padre Georg Sporschill, o coirmão jesuíta que entrevistou o cardeal em Diálogos noturnos em Jerusalém, e Federica Radice se encontraram com Martini no dia 8 de agosto: "Uma espécie de testamento espiritual. O cardeal Martini leu e aprovou o texto".


A entrevista é de Georg Sporschill e Federica Radice Fossati Confalonieri, publicada no jornal Corriere della Sera, 01-09-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto. O cardeal morreu no dia 31 de agosto. 


Eis a entrevista.


Como o senhor vê a situação da Igreja?


A Igreja está cansada na Europa do bem-estar e na América. A nossa cultura envelheceu, as nossas igrejas são grandes, as nossas casas religiosas estão vazias, e o aparato burocrático da Igreja aumenta, os nossos ritos e os nossos hábitos são pomposos. Essas coisas expressam o que nós somos hoje? (...)

O bem-estar pesa. Nós nos encontramos como o jovem rico que, triste, foi embora quando Jesus o chamou para fazer com que ele se tornasse seu discípulo. Eu sei que não podemos deixar tudo com facilidade. Menos ainda, porém, poderemos buscar pessoas que sejam livres e mais próximas do próximo, como foram o bispo Romero e os mártires jesuítas de El Salvador. Onde estão entre nós os nossos heróis para nos inspirar? Por nenhuma razão devemos limitá-los com os vínculos da instituição.


Quem pode ajudar a Igreja hoje?


O padre Karl Rahner usava de bom grado a imagem das brasas que se escondem sob as cinzas. Eu vejo na Igreja de hoje tantas cinzas sobre as brasas que muitas vezes me assola uma sensação de impotência. Como se pode livrar as brasas das cinzas de modo a revigorar a chama do amor? Em primeiro lugar, devemos procurar essas brasas. Onde estão as pessoas individuais cheias de generosidade como o bom samaritano? Que têm fé como o centurião romano? Que são entusiastas como João Batista? Que ousam o novo como Paulo? Que são fiéis como Maria de Mágdala? Eu aconselho o papa e os bispos a procurar 12 pessoas fora da linha para os postos de direção. Pessoas que estejam perto dos pobres e que estejam cercadas por jovens e que experimentam coisas novas. Precisamos do confronto com pessoas que ardem, de modo que o espírito pode se difundir por toda parte.


Que instrumentos o senhor aconselha contra o cansaço da Igreja?


Eu aconselho três instrumentos muito fortes. O primeiro é a conversão: a Igreja deve reconhecer os próprios erros e deve percorrer um caminho radical de mudança, começando pelo papa e pelos bispos. Os escândalos da pedofilia nos levam a tomar um caminho de conversão. As questões sobre a sexualidade e sobre todos os temas que envolvem o corpo são um exemplo disso. Estes são importantes para todos e, às vezes, talvez, são até importantes demais. Devemos nos perguntar se as pessoas ainda ouvem os conselhos da Igreja em matéria sexual. A Igreja ainda é uma autoridade de referência nesse campo ou somente uma caricatura na mídia?


O segundo é a Palavra de Deus. O Concílio Vaticano II restituiu a Bíblia aos católicos. (...) Somente quem percebe no seu coração essa Palavra pode fazer parte daqueles que ajudarão a renovação da Igreja e saberão responder às perguntas pessoais com uma escolha justa. A Palavra de Deus é simples e busca como companheiro um coração que escute (...). Nem o clero nem o Direito eclesial podem substituir a interioridade do ser humano. Todas as regras externas, as leis, os dogmas nos foram dados para esclarecer a voz interior e para o discernimento dos espíritos.


Para quem são os sacramentos? Estes são o terceiro instrumento de cura. Os sacramentos não são uma ferramenta para a disciplina, mas sim uma ajuda para as pessoas nos momentos do caminho e nas fraquezas da vida. Levamos os sacramentos às pessoas que precisam de uma nova força? Eu penso em todos os divorciados e nos casais em segunda união, nas famílias ampliadas. Eles precisam de uma proteção especial. A Igreja sustenta a indissolubilidade do matrimônio. É uma graça quando um casamento e uma família conseguem isso (...).


A atitude que temos com relação às famílias ampliadas irá determinar a aproximação à Igreja da geração dos filhos. Uma mulher foi abandonada pelo marido e encontra um novo companheiro que cuida dela e dos seus três filhos. O segundo amor prospera. Se essa família for discriminada, não só a mãe é cortada fora, mas também os seus filhos. Se os pais se sentem fora da Igreja, ou não sentem o seu apoio, a Igreja perderá a geração futura. Antes da Comunhão, nós rezamos: "Senhor, eu não sou digno...". Nós sabemos que não somos dignos (...). O amor é graça. O amor é um dom. A questão sobre se os divorciados podem comungar deve ser invertida. Como a Igreja pode ajudar com a força dos sacramentos aqueles que têm situações familiares complexas?


O que o senhor faz pessoalmente?


A Igreja ficou 200 anos para trás. Como é possível que ela não se sacuda? Temos medo? Medo ao invés de coragem? No entanto, a fé é o fundamento da Igreja. A fé, a confiança, a coragem. Eu sou velho e doente e dependo da ajuda dos outros. As pessoas boas ao meu redor me fazem sentir o amor. Esse amor é mais forte do que o sentimento de desconfiança que às vezes eu percebo com relação à Igreja na Europa. Só o amor vence o cansaço. Deus é Amor. Eu ainda tenho uma pergunta para você: o que você pode fazer pela Igreja?,_.

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Cardeal Martini: um intelectual e pastor no diálogo

Em 31 de agosto de 2012 falecia o cardeal Carlo Maria Martini, arcebispo de Milão de 1980 a 2002 e ex-reitor do Pontifício Instituto Bíblico e da Universidade Gregoriana, no lar para idosos jesuítas. Entrevista com o padre Virginio Colmegna, ex-diretor da Cáritas Ambrosiana nos anos de Martini e atualmente diretor da Casa da Caridade: "Martini foi um pai-pastor, que educou minha consciência como a consciência de tantos outros crentes"

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

Mestre e amigo. É assim que o padre Virginio Colmegna, conhecido como o "padre das comunidades", milanês de 77 anos, recorda o cardeal Carlo Maria Martini, dez anos após sua morte, e 20 anos após a comovedora despedida na Catedral de Milão. Dom Martini convidou padre Colmegna a dirigir a Cáritas Ambrosiana em 1993 e em 2004 ele fundou a Casa da Caridade, o legado que o arcebispo jesuíta deixou a Milão. Padre Colmegna considera o Cardeal Martini "um professor e um amigo", que, afirma na entrevista concedida ao Vatican News, "educou minha consciência, assim como tantas outras consciências de crentes".

Entrevista

Qual é a sua recordação mais viva de Carlo Maria Martini? Qual encontro, quais de suas palavras ainda ressoam no seu coração?

São muitas as palavras que ressoam, especialmente do início, quando Martini chegou a Milão (em fevereiro de 1980, n.d.r.) e eu lhe escrevi pela primeira vez. Eram tempos difíceis, de grandes tensões, inclusive sociais, e eu pedi para falar com ele. Ele até propôs que eu fosse ao episcopado para passar com ele três dias, e então, juntos, descobriríamos o mandato que ele havia pensado para mim. Após um momento de oração, me disse: 'Vá e colabore no bairro Sesto San Giovanni com os deficientes'. Daí nasceu todo o sentido da minha vida sacerdotal, a descoberta de que até mesmo as escolhas de compromisso, de solidariedade, de proximidade, nascem desta escuta do Espírito que ilumina. Martini me ensinou desta maneira. Quando o conheci, o conceito de autoridade mudou para mim: ele não era autoritário, mas tinha autoridade, uma pessoa que ensina, ele realmente se tornou um professor, que também educou minha consciência. Como tantas outras consciências de crentes, marcadas pela Palavra ouvida, vivida, rezada.



O senhor disse que não seria um sacerdote tão alegre se não tivesse conhecido o Cardeal Martini, que lhe devolveu a alegria de ser sacerdote. Por que o encontro com ele o marcou tanto?

Porque realmente me deu o sentido de uma vocação, que é capaz de encontrar suas raízes na totalidade da resposta, em um Evangelho que fala. Principalmente nesta época em que a palavra é uma palavra com um 'p' minúsculo, que todos a usam, não lhe dão o devido crédito, o encanto, o envolvimento essencial. Isso, ser marcado pela beleza do Evangelho, que depois envolve a própria vida. Falo isso pela minha primeira experiência com ele, mas também quando me enviou para o bairro Sesto San Giovanni, na Comunidade Parpagliona para deficientes, em uma igreja suburbana, lembro que ele ia lá, na minha comunidade: chegava à noite, de improviso. E também com os últimos, os frágeis que estavam ali, marcados pela fadiga, ele tinha palavras capazes de abrir espaços para a credibilidade do Evangelho. Eis então a alegria de ser sacerdote, mesmo jovem, que dava tudo, não era apenas para uma operação social de ajuda, era também isto, mas sobretudo para descobrir a vitalidade do Evangelho, a beleza de ser - uso esta palavra forte - "consagrados ao Evangelho". Fui chamado muitas vezes de "sacerdote dos últimos": não, somos sacerdotes marcados pela beleza do Evangelho, por este lugar teológico, que é a pobreza, que são os pobres, os últimos. Este frescor da Igreja conciliar, creio ter experimentado como um grande dom.

O senhor falou do Evangelho, da Palavra de Deus, que era o centro do magistério do Cardeal Martini. Para ele, o diálogo era "fundamental como parte constitutiva da busca da verdade". Este ensinamento ele sempre extraía da Palavra de Deus?

Sim, esta Palavra de Deus que depois se tornava palavra viva em um diálogo. Ele preferia sempre, ao invés da distinção entre "crentes e não crentes", a dos "pensadores e não pensadores". A fecundidade do Evangelho a ser anunciado, que neste tempo de sofrimento vive o Papa Francisco, e que Martini viveu em profundidade, é de uma Igreja que deixa espaços de profecia. Mas esta é a Palavra vivida, cantada, celebrada. Afinal, todos nós aprendemos Lectio divina com Martini: naquela Catedral cheia de jovens lendo, meditando com ele. E também o compromisso de refazer estratégias. Aprendi muito com o cardeal Martini na última fase da vida, o da fraqueza, o da fragilidade. Às vezes se esquece disso. Ele me ensinou o sentido dos limites: quando ia visitá-lo em Gallarate (Milão), ele apertava minha mão afetuosamente. Padre Damiano Modena, seu secretário e assistente de 2009 até sua morte, me ensinou precisamente isto, ele que o acompanhou nos últimos tempos de sua vida: que em Martini havia ternura. Dele, recebi uma grande amizade... Lembro-me quando os migrantes ocuparam uma igreja pela primeira vez, Martini me telefonou imediatamente, dizendo: 'Não chame a polícia, tente dialogar até o fim com eles, para convencê-los a não forçar um confronto'. Foram dias de diálogo e, no final, conseguimos. E sua felicidade foi que conseguimos esvaziar a igreja, como tínhamos que fazer, mas deixando-a com maior capacidade de diálogo. Um diálogo que atravessa também fronteiras, que traz mansidão e capacidade de resposta.

Sim, uma alegria e um sentido ao sofrimento que ele conseguiu encontrar mesmo nos últimos anos difíceis da sua doença, desde 2008, como lembra também o padre Damiano...

Quando fui visitá-lo em Gallarate, mas também quando fomos a Jerusalém, onde viveu depois de Milão, com dois ônibus da Casa da Caridade, que estava no início, ele ficou muito impressionado, deu-nos uma lição extraordinária sobre a excedência da caridade, uma caridade que vai além dos limites e entra em você com a alegria da gratuidade. Que não tem idade, mas que respeita a fragilidade das diferentes estações da vida. Muitas vezes esquecemos o Martini dos últimos tempos: não é o Martini conhecido. Era o cardeal que, quando o Papa Bento XVI veio a Milão em 2 de junho de 2012, quis ir ao seu encontro, uma última vez, com tanto esforço, e já não se entendia bem as suas palavras, como me contou o padre Damiano. No entanto, ele queria entregar a Bento XVI, quase profeticamente, este amor pela Igreja que precisava de mudanças, e o sofrimento que vivia. E acredito que o Papa Francisco acolheu este sinal e deu continuidade a este desejo culto, cotidiano e laborioso que Martini vivia dentro de si mesmo. Ele me ensinou muito.


 C.N.B.B.= MENSAGEM EM 2022



AO POVO BRASILEIRO SOBRE O MOMENTO ATUAL 

“Se nos esforçamos e lutamos, 

é porque pusemos a nossa esperança no Deus vivo,  

que é o salvador de todos” (1 Tm 4,10). 

Reunidos no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, de  28 de agosto a 2 de setembro, para a etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da Conferência  Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, nós, bispos católicos, em colegialidade e comunhão, nos  dirigimos a todos os homens e mulheres de boa vontade. 

Como pastores, temos presente a vida e a história de nossas comunidades, o rosto de  nossa de gente, marcado pela fé, esperança e capacidade de resiliência. Nossas alegrias e  esperanças, tristezas e angústias (cf. Gaudium et Spes, 1) são as mesmas de cada brasileira e  brasileiro. Com esta mensagem, queremos falar ao coração de todos. 

Nossa fé comporta exigências éticas que se traduzem em compaixão e solidariedade  concretas. O compromisso com a promoção, o cuidado e a defesa da vida, desde a concepção  até o seu término natural, bem como, da família, da ecologia integral e do estado democrático  de direito estão intrinsicamente vinculado à nossa missão apostólica. Todas as vezes que esses  compromissos têm sido abalados, não nos furtamos em levantar nossa voz. “A Igreja é  advogada da justiça e dos pobres, exatamente por não se identificar com os políticos nem com  os interesses de partido” (Bento XVI, Discurso Inaugural da Conferência de Aparecida).  

Com a esperança que nos vem do Senhor e que não nos decepciona (Cf Rm 5,5),  reconhecemos o tempo difícil em que vivemos. Nosso País está envolto numa complexa e  sistêmica crise, que escancara a desigualdade estrutural, historicamente enraizada na sociedade  brasileira. Constatamos os alarmantes descuidos com a Terra, a violência latente, explícita e  crescente, potencializada pela flexibilização da posse e porte de armas que ameaçam o convívio  humano harmonioso e pacífico na sociedade. Entre outros aspectos destes tempos estão o  desemprego e a falta de acesso à educação de qualidade para todos. A fome é certamente o mais 

SE/Sul Quadra 801 Conj. B / CEP 70200-014 - Brasília - DF – Brasil Fone:(61) 2103 8300 / 2103 8200 / 98173 5967 / 98173 5958 e-mail: secpresidente@cnbb.org.br Site: cnbb.org.br 

cruel e criminoso deles, pois a alimentação é um direito inalienável (cf. Papa Francisco, Fratelli  Tutti, 189). Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a  Agricultura (FAO, 2022), a quantidade de brasileiras e brasileiros que enfrentam algum tipo de  insegurança alimentar ultrapassou a marca de 60 milhões. 

Como se não bastassem todos os desafios estruturais e conjunturais a serem enfrentados,  urge reafirmar o óbvio: Nossa jovem democracia precisa ser protegida, por meio de amplo pacto  nacional. Isso não significa somente “um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta  aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos [...] se não há um consenso  sobre tais valores, se perde o significado da democracia e se compromete a sua estabilidade”  (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 407).  

Ao comemorarmos o bicentenário da Independência do Brasil, é fundamental ter  presente que somos uma nação marcada por riquezas e potencialidades, contudo, carente de um  projeto de desenvolvimento humano, integral e sustentável. Vítimas de uma economia que  mata, celebramos as conquistas desses 200 anos de independência conscientes de que condições  de vida digna para todos ainda constituem um grande desafio. É necessário o compromisso  autêntico com a verdade, com a promoção de políticas de Estado capazes de contribuir de forma  efetiva para a diminuição das desigualdades, a superação da violência e a ampliação do acesso  a teto, trabalho e terra. Comprometidos com essas conquistas e inspirados pela cultura do  diálogo e do encontro, podemos ser uma nação realmente independente e soberana. 

É motivo de preocupação a manipulação religiosa e a disseminação de fake News que têm o poder de desestruturar a harmonia entre pessoas, povos e culturas, colocando em risco a  democracia. A manipulação religiosa, protagonizada por políticos e religiosos, desvirtua os  valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e  enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com o Evangelho e  com a verdade. 

A corrupção, histórica, contínua e persistente, subtrai o que pertence aos mais pobres.  A Lei da Ficha Limpa, que proíbe que condenados por órgãos colegiados possam se candidatar  a cargos políticos é uma conquista popular e democrática, que deve ser promovida, juntamente  com outros mecanismos de controle que garantam a ética na política. 

Mesmo com todos esses desafios, a dinâmica da democracia nos coloca, mais uma vez,  num processo eleitoral. Tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas,  buscam colocar em xeque a lisura desse processo, bem como, a conquista irrevogável do voto. 

Pelo seu exercício responsável e consciente, a população tem a capacidade de refazer caminhos,  corrigir equívocos e reafirmar valores. Reiteramos nosso apoio incondicional às instituições da  República, responsáveis pela legitimação do processo e dos resultados das eleições. 

Assim, conclamamos, mais uma vez, toda a sociedade brasileira a participar ativa e  pacificamente das eleições, escolhendo candidatos e candidatas, para o executivo (presidente e  governadores) e o legislativo (senadores e deputados federais, estaduais e distritais), que  representem projetos comprometidos com o bem comum, a justiça social, a defesa integral da  vida, da família e da Casa Comum. 

Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude a buscar sempre a melhor  política, uma das formas mais eminentes da caridade. 

Aparecida - SP, 31 de agosto de 2022 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo de Belo Horizonte - MG Presidente da CNBB 

Dom Mário Antônio da Silva Arcebispo de Cuiabá - MT 

2º Vice-Presidente 

Dom Jaime Spengler 

Arcebispo de Porto Alegre - RS 1º Vice-Presidente 

Dom Joel Portella Amado 

Bispo auxiliar do Rio de Janeiro - RJ



Hino ao Amor- D. Edson

1 Cor 12,31 – 14,1a

 Enviado por Dom Edson Damian, bispo de S. Gabriel da Cachoeira, AM.

O Papa João Paulo I não escreveu nenhuma Carta Encíclica ou Exortação Apostólica. Os trinta e três dias de seu pontificado não lhe deram tempo para grandes discursos programáticos. Existem, porém, quatro alocuções por ocasião do Angelus Domini que são muito preciosas pela simplicidade da linguagem em que anuncia as mais profundas verdades. Especialmente emocionante é o último “Angelus Domini” de 24 de setembro de 1978. Quatro dias depois partiu inesperadamente para a Pátria definitiva.

 

João Paulo I conta a história das dezesseis carmelitas do Mosteiro da Encarnação de Compiègne, condenadas à morte “por fanatismo”.[1] Uma das Irmãs pergunta ao Juiz: “Por favor, o que quer dizer fanatismo?”. Responde o juiz: “É pertencerdes tolamente à religião”. “Ó irmãs!”  exclama então a religiosa, “ouvistes, condenam-nos pelo nosso apego à fé. Que felicidade morrer por Jesus Cristo!”. Na carreta que as leva ao cadafalso cantam hinos religiosos. Chegando ao palco da guilhotina, uma atrás da outra ajoelha-se diante da Priora e renova seus votos. Depois entoam o “Veni Creator”. O canto se torna cada vez mais débil, à medida que caem, uma a uma, na guilhotina, as cabeças das pobres irmãs. Ficou para o fim a Priora, Irmã Teresa de Santo Agostinho. Antes de ser executada exclama: “O amor sempre vencerá, o amor tudo pode”. E o Papa João Paulo I acrescenta: “Eis a palavra exata: não é a violência que tudo pode, é o amor que tudo pode!” Foram as últimas palavras do Papa “sorriso de Deus”, dirigidas “urbi et orbi”.

 

O Documento de Aparecida afirma: “A vida social em convivência harmônica e pacífica está se deteriorando gravemente (...) pelo crescimento da violência, que se manifesta em roubos, assaltos, seqüestros e, o que é mais grave, em assassinatos que cada dia destroem mais vidas humanas e enchem de dor as famílias e a sociedade inteira” (DA   78). O documento, porém, não registra apenas as desgraças do mundo em que vivemos, mas nos ensina o caminho como devemos enfrentar essa dura realidade: “A radicalidade da violência só se resolve com a radicalidade do amor redentor”. Evangelizar sobre o amor de plena doação, como solução ao conflito, deve ser o eixo cultural “radical” de uma nova sociedade. Só assim o Continente da esperança pode chegar a tornar-se verdadeiramente o Continente do amor” (DA 543)

 

Há poucos anos faleceu Chiara Lubich, sem dúvida uma das figuras femininas mais expressivas das últimas décadas. Não só o Papa, mas também representantes de outras religiões, políticos e artistas enalteceram essa mulher extraordinária. O cenário em que Chiara Lubich ouviu o chamado de Deus é a cidade de Trento destruída pelo mais violento bombardeio que sofreu em 13 de maio de 1944. Entre os escombros ela abraça uma mulher enlouquecida pela dor. Uma mãe brada todo o desespero causado pela morte de seus quatro filhos. Neste contexto de extrema aflição Chiara Lubich, estreitando nos seus braços mais uma “Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, pois não existem mais” (Mt 2,18), se sente chamada a abraçar os sofrimentos da humanidade e descobre que a mais poderosa revolução, capaz de incendiar tudo com um só fogo, é o amor.

O tema da primeira Encíclica do Papa Bento XVI, como já revelam as primeiras palavras “Deus Caritas est”, é o Deus-Amor. O Papa afirma que 1 Cor 13 resume todas as reflexões que ele faz ao longo da sua Carta Encíclica. Este Hino ao Amor “deve ser a Magna Carta de todo o serviço eclesial” (34) diz o Papa. “São Paulo ensina-nos que a caridade é sempre algo mais do que mera atividade. A ação prática resulta insuficiente se não for palpável nela o amor pelo ser humano, um amor que se nutre do encontro com Cristo”. Bento XVI insiste ainda que o amor não se deve restringir a dar ao próximo alguma coisa, o amor é muito mais: trata-se de um dar-se a si mesmo, de “estar presente no dom como pessoa” (34). Santa Teresa do Menino Jesus intuiu esta verdade. Quatro meses antes de morrer escreve num lindo poema:  “Aimer, c’est tout donner et se donner soi même!” (Amar é doar tudo e doar-se a si mesmo)[2]

A vocação desta Santa Doutora da Igreja, sem dúvida alguma, uma das maiores santas dos últimos séculos, é visceralmente ligada ao Hino ao Amor. Ela mesma conta a sua história: Encontrei esta frase sublime: “Aspirai aos melhores carismas. E vos indico um caminho ainda mais excelente” (1 Cor 12,31). O Apóstolo esclarece que os melhores carismas nada são sem o AMOR e este amor é o caminho mais excelente que leva com segurança a Deus. (...) O amor deu-me o eixo da minha vocação (...) Entendi que a Igreja tem um coração e este coração está inflamado de amor. Compreendi que os membros da Igreja são impelidos a agir por um único amor, de forma que, extinto este, os apóstolos não mais anunciariam o Evangelho, os mártires não mais derramariam o sangue. Percebi e reconheci que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo, abraça todos os tempos e lugares, numa palavra, o amor é eterno. (...) Encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. (...) No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor.”[3]

 

O Hino ao Amor é geralmente circunscrito ao capítulo 13 da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios. No entanto, o versículo anterior ao capítulo 13 é introdutório e faz compreender melhor o que segue: “Aspirai aos dons mais altos. Aliás, passo a indicar-vos um caminho que ultrapassa a todos” (1 Cor 12,31). O “caminho” de que Paulo fala, são “as normas[4] de vida em Cristo Jesus” que ele ensina “em toda parte, em todas as Igrejas” (1 Cor 4,17). A esta introdução corresponde também o imperativo enfático na conclusão do hino no versículo 14,1a: “Procurai o amor” ou então melhor traduzido “Empenhai-vos pelo amor” [5]. Neste sentido o Papa Bento XVI insiste em afirmar que 1 Cor 13 deve ser a Magna Carta de todo o serviço eclesial, sem dúvida, de modo especial, do serviço que os bispos prestam ao Povo de Deus.

 

O Hino ao Amor é escrito numa prosa ritmada com muitos verbos e figuras retóricas. É uma página toda especial da Primeira Carta aos Coríntios, depois das exortações e advertências sobre as assembléias (1 Cor 11,2 ss), a “Ceia do Senhor” que exige uma convivência de amor (1 Cor 11,17 ss) e ainda os dons do Espírito, a diversidade dos carismas na unidade do “Corpo de Cristo” (1 Cor 12). De repente, Paulo muda de estilo e eleva seu ensinamento a um tom muito solene.

São três partes distintas:

 

1 - Não há carisma sem amor (13,1-3);

2 - O que é e o que não é o amor (13,4-7);

3 - O amor é eterno (13,8-13).

 

Não há carisma sem amor.

Paulo é categórico. Sem o Amor nenhum carisma se legitima. Pelo contrário, deixa até de ser carisma. O que faz um carisma ter valor, para toda a comunidade, é que seja exercido com amor. Não adianta falar as línguas dos anjos, nenhuma profecia faz sentido, se não tiver Amor. Ajudar os pobres e dar de comer aos famintos não conta, nem sequer o próprio martírio, se não for fruto, consequência do Amor. O Amor aparece aqui quase que “personificado”. Paulo não conjuga o verbo “amar”, mas enuncia o substantivo “agaph” e usa a expressão “ter Amor”. Esse Amor que inspira e acompanha todas as obras, é reflexo de Deus! Amar é fazer Deus presente no mundo. “Amar o próximo” está intrinsecamente ligado ao “amar a Deus”. São João se expressará assim: “Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós” (1 Jo 4,12). Considera uma mentira existencial desligar o amor a Deus do amor ao irmão. “Quem não ama seu irmão, a quem vê, a Deus, a quem não vê, não poderá amar” (1 Jo 4,20). “O nosso Amor a Deus se mede pelo amor ao próximo” resume Edith Stein. Seria sacrilégio desvincular o amor ao próximo do Amor a Deus, louvar a Deus com ”as línguas dos anjos”, mas deixar de “contemplar os rostos daqueles que sofrem“, para citar o Documento de Aparecida (DA 65): “Entre eles estão as comunidades indígenas e afro-americanas (...); muitas mulheres são excluídas, em razão de gênero, raça ou situação socioeconômica; jovens que recebem uma educação de baixa qualidade e não têm oportunidades de progredir (...); muitos pobres, desempregados, migrantes, deslocados, agricultores sem terra (...); meninos e meninas submetidos à prostituição infantil (...); dependentes de drogas, as pessoas com limitações físicas, os portadores e vítimas de enfermidades graves (...) que sofrem a solidão (...). Não esquecemos também os seqüestrados e os que são vítimas da violência, do terrorismo (...). Também os anciãos (...) muitas vezes recusados por sua família como pessoas incômodas e inúteis. Sentimos as dores, enfim, da situação desumana em que vive a grande maioria dos presos (...). O que vale “ter conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência“ sem ter a coragem de apontar para as enfermidades estruturais da sociedade e dar-se conta de que “uma globalização sem solidariedade afeta negativamente os setores mais pobres. Já não se trata simplesmente do fenômeno da exploração e opressão, mas de algo novo“, afirma o Documento de Aparecida: “a exclusão social. Com ela a pertença à sociedade (...) fica afetada na raiz, pois já não está abaixo, na periferia e sem poder, mas está fora. Os excluídos não são somente explorados, mas supérfluos e descartáveis“ (DA 65). Só o Amor consegue ver com os olhos de Deus os pobres e condenados à morte antes do tempo. Só o Amor consegue desvendar, a partir do coração de Deus, as causas dessa realidade iníqua que é fruto de estruturas injustas.

 

O que é e o que não é o amor.

Paulo não fornece uma definição de “amor“. Nada de especulação teórica, de floreados românticos sobre o amor. Jesus também não respondeu com um conceito abstrato à pergunta do doutor da lei: “Quem é o meu próximo?“ (Lc 10,29). Passou a contar a linda parábola do Bom Samaritano.

Em cinco versículos Paulo apresenta quinze características do Amor, quinze hábitos a serem cultivados. O que realmente importa são atitudes, comportamentos que o Amor suscita! O Amor tem que ser “concreto“, “pé no chão“!

 

Começa com dois atributos, duas qualidades que o Antigo Testamento reserva para Deus: a “makroqumia“ (paciência, longanimidade) e a “crhstothV“ (bondade, amabilidade). No Antigo Testamento a “paciência“  e “longanimidade“ de Deus está intimamente relacionada à sua misericórdia com os pecadores: “Deus misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel, que conserva a misericórdia por mil gerações e perdoa culpas, rebeldias e pecados“ (Ex 34,6-7) “O SENHOR é paciente e misericordioso“ (Nm 14,18). A “bondade“ também está ligada à misericórdia revela a face “feminina“ de Deus. A palavra equivalente na língua hebraica “rahªmim“, já pela própria raiz, se refere ao amor da mãe (rehem= seio materno)[6]. Da unidade que liga a mãe à criança aninhada debaixo de seu coração, brota o amor totalmente gratuito: a bondade, a ternura, a paciência, a compreensão. O Antigo Testamento atribui a Deus estas características: “Pode porventura a mulher esquecer-se do seu filho e não ter carinho para com o fruto das suas entranhas? Pois ainda que a mulher se esquecesse do próprio filho, eu jamais me esqueceria de ti“ (Is 49,15). Este amor se manifesta de modo especial no perdão: “Eu os curarei das suas infidelidades, amá-los-ei de todo o coração“ (Os 14,5).

 

Paulo coloca estes atributos “divinos“, a paciência-longanimidade e a bondade-misericórdia, como primeira característica do Amor.[7] Assim o Hino recomenda que vivamos a paciência-longanimidade e a bondade-misericórdia para com o próximo como (= na mesma medida, do mesmo jeito) Deus o manifesta para conosco.

Vêm, em seguida, oito enunciados negativos, esclarecendo o que o Amor não é, jamais pode ser, o que não faz e nunca permite que se faça:

 

 “não é invejoso”: O Amor não conhece inveja, ciúme, ambições, carreirismo, rivalidades, paixões que tanto envenenam a convivência humana e tanto mal fazem à nossa Igreja.

 

“não se ostenta“ (“não é presunçoso“, “não é fanfarrão“): O Amor não se preocupa com o que “dá mais IBOPE“! Não procura publicidade, fama, popularidade.

 

“não é orgulhoso“ (“não se incha de orgulho“): O Amor exclui todo tipo de arrogância e ostentação, soberba e vanglória, tirania e prepotência.

 

“nada faz de inconveniente“ (“vergonhoso“): O Amor jamais atenta contra a moral e a honra, a dignidade de quem quer que seja. São invioláveis a intimidade, a vida privada e a honra das pessoas.

 

“não procura o seu próprio interesse“: O Amor não é egoísta, não calcula vantagens pessoais, não pergunta: “o que ganho com isso?“

 

“não se irrita“ (“não se encoleriza“):O Amor é sereno, dialoga e procura entender, não perde o equilíbrio emocional a ponto de causar mágoas ao próximo.

 

“não guarda rancor“ (“não leva em conta o mal sofrido“). O Amor cobre ofensas com o manto do perdão, jamais apela para a vingança, nunca parte para o revide.

 

“não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade“. O Amor sofre com a injustiça que é fruto do ódio, desrespeito e desprezo à dignidade da pessoa humana feita à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26). Mas se regozija com tudo que é verdadeiro, autêntico, inspira confiança, tudo que promove o relacionamento aberto, sincero, transparente entre as pessoas, aposta na fidelidade total, indestrutível e irrevogável. Para Paulo o antônimo de injustiça é a verdade que aqui significa a conduta correta, o reto proceder diante de Deus, o “andar com Deus“ [8]

 

Os oito enunciados negativos que indicam o que o Amor não é, as dissonâncias e cacofonias causadoras de tanto mal-estar e ansiedade na comunidade, de repente, cedem lugar a um quarteto afirmativo. Dissolvem-se as nuvens cinzentas. Raia o sol anunciando, numa harmonia divina, tudo aquilo que o Amor encerra:

 

“Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta“

Mas estes quatro “tudo“ ainda não são o finale da Sinfonia do Amor! São os primeiros acordes que introduzem o tema do último movimento que culminará com a retumbante apologia ao Amor: “a maior delas é o Amor”!

 

O tema logo se apresenta incisivo: “O Amor jamais passará“

Creio que as palavras de Santa Teresa d’Avila dão a este versículo central do hino (13,8) a devida amplitude:

“Nada te turbe, nada te espante! Todo se pasa! Dios no se muda. La paciencia todo lo alcanza. Quien a Dios tiene, nada le falta. Solo Dios basta!“

Tudo passa: poderes e posses, glórias e grandezas, honras e títulos honoríficos, louvores e láureas, profecias e erudição, conhecimento e ciência!

“Ora, o mundo passa“ (1 Jo 2,17) escreve São João. “Nossos dias se dissipam (...), acabam nossos anos como um sopro (...) passam logo e nós voamos“ cantamos no Salmo 90 (Sl 90,9-10).

Mas o Amor jamais passará, porque “Deus é Amor: aquele que permanece no amor, permanece em Deus e Deus permanece nele“ (1 Jo 4,16).

“Solo Dios basta!“, pois ele é Amor. Só ele é capaz de saciar nosso coração. Enquanto peregrinamos neste mundo “permanecem fé, esperança e caridade“. Pela fé, “prova de realidades que não se vêem“ (Hbr 11,1)[9] almejamos um dia ver a Deus “face a face“, conhecê-lo como Ele é, amá-lo sem fim e limites, passar “ex umbris et imaginibus in veritatem“ [10]. Na “visio beatífica“ não há mais fé, pois experimentaremos finalmente na imorredoura felicidade “o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, tudo o que Deus preparou para os que o amam“ (1 Cor 2,9). A Esperança “qual âncora da alma, segura e firme“ (Hbr 6,19) dissipar-se-á no maravilhoso amanhecer da eternidade em que a montanha sagrada aparecerá luminosa e o Amor invadirá e encherá todo nosso ser sem jamais ter fim.

 

“Meizwn h agaph“ – “A maior delas é o amor“.

“Deus é Amor“ – “Deus Caritas est“ – “

Mas ainda estamos a caminho e Santo Agostinho nos aconselha:

“Amando o próximo e cuidando dele, vais percorrendo o teu caminho. E para onde caminhas senão para o Senhor Deus, para aquele que devemos amar de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de toda a nossa mente? É certo que ainda não chegamos até junto do Senhor; mas já temos conosco o próximo. Ajuda, portanto, aquele que tens ao lado enquanto caminhas neste mundo, e chegarás até junto daquele com quem desejas permanecer para sempre“[11].Amém.

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[1] Detidas e presas no dia 24 de junho de 1794 e decapitadas em Paris a 17 de julho de 1794. Pio X, as beatificara em 1906. O saudoso Papa Lucciani recordou no Angelus Domini de 24 de setembro de 1978 o 30º aniversário de morte de Georges Bernanos. Uma das suas obras mais conhecidas é "Diálogos das Carmelitas", tomando como base a narração da escritora alemã Gertrud von Le Fort. Foi publicada um ano depois da sua morte.

 [2] É da poesia “Por que te amo, oh, Maria“ de maio de 1897 (P 54,22).

[3] Santa Teresa do Menino Jesus, Manuscrito ”B“, 3v

[4] No texto original grego: ”taV odouV ”  (os caminhos).

[5] No texto orginal grego: “Diwkete thn agaphn“.O verbo “diwkw“ quer dizer: “por em movimento“, “fazer andar“, “mexer-se“ “sair da inércia“, “estimular“.

[6] Cfr João Paulo II, DIVES IN MISERICORDIA, nota ao pé da página do n. 52

[7] São João insiste em seu Evangelho no mandato do amor como Jesus amou. Esse “como“ no grego não é apenas “wV“, é “kaqwV“, é mais que uma simples comparação, significa “na mesma medida“ “do mesmo jeito“. Depois do lava-pés Jesus explica o seu gesto: “Dei-vos o exemplo para que, como (= na mesma medida, do mesmo jeito) eu vos fiz, também vós o façais“ (Jo 13,15). “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros como (= na mesma medida, do mesmo jeito) eu vos amei“ (Jo 13,34; 15,12).

[8] Da mesma maneira como o livro Gênesis fala de Henoc (Gn 5,22) e de Noé: “Noé era homem justo e íntegro (...) e andava com Deus“ (Gn 6,9).

[9] O capítulo 11 da Carta aos Hebreus apresenta os exemplos de fé no Antigo Testamento como fonte da perseverança e força. Dezessete vezes inicia a frase em que apresenta os patriarcas com as palavras, Foi pela fé....

[10] Palavras que o cardeal John Henry Newman escolheu para o seu epitáfio.

[11] S. Agostinho, Tratado sobre o Evangelho de São João, Tract. 17,9. 



DEPRESSÃO E SUICÍDIO NA IGREJA:

QUANDO OS PADRES PRECISAM DE AJUDA

(atualizado em 19/02/18 com uma carta de um padre da diocese de Brejo, logo após o texto do padre Inácio).


“A dificuldade de relacionamento entre os pares e a impossibilidade de falar de seus desafios pessoais com os leigos. Uma das razões do acometimento da depressão e síndrome de Burnout entre religiosos relacionam-se com variáveis internas, as pressões do ofício e também a imensa solidão destes sujeitos”, diz a especialista no atendimento de religiosos Dra. Luciana Campos (*).


16 de novembro de 2016: o padre Rosalino Santos, de 34 anos, pároco na cidade sul-matogrossense de Corumbá, publica no Facebook uma foto de quando era criança, legendada com frases soltas: “Dei o meu melhor“, “Me ilumine, Senhor“. Dois dias depois, o seu corpo sem vida é encontrado pendendo de uma forca.


Oito dias antes, o padre Ligivaldo dos Santos, de Salvador, se atira de um viaduto aos 37 anos de idade. Dentro do mesmo período de 15 dias, um terceiro sacerdote brasileiro dá fim à própria vida, com apenas 31 anos: o pároco Renildo Andrade Maia, em Contagem, Minas Gerais.


A sequência de suicídios de padres católicos chamou a atenção da mídia e voltou a ser abordado recentemente em uma relevante reportagem da BBC Brasil, que, a respeito desses casos, consultou o psicólogo Ênio Pinto, atuante há 17 anos no Instituto Terapêutico Acolher, em São Paulo. Desde que foi fundado, no ano 2000, o instituto voltado ao atendimento psicoterápico de padres, freiras e leigos a serviço da Igreja atendeu por volta de 3.700 pacientes.


Autor do livro “Os Padres em Psicoterapia“, Ênio observa que “a vida religiosa não dá superpoderes aos padres. Pelo contrário. Eles são tão falíveis quanto qualquer um de nós. Em muitos casos, a fé pode não ser forte o suficiente para superar momentos difíceis”.


Esta visão é compartilhada pelo psicólogo William Pereira, autor do livro “Sofrimento Psíquico dos Presbíteros“. Para William, “o grau de exigência da Igreja é muito grande. Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade. Qualquer deslize, por menor que seja, vira alvo de crítica e julgamento. Por medo, culpa ou vergonha, muitos preferem se matar a pedir ajuda”.


Os especialistas consultados pela reportagem da BBC indicam o excesso de trabalho, a falta de lazer e a perda de motivação entre os possíveis fatores que levam religiosos ao suicídio. De fato, uma pesquisa feita em 2008 pela organização Isma Brasil, voltada a estudar e tratar do estresse, já apontava que a vida sacerdotal era uma das ocupações mais estressantes: dos 1.600 padres e freiras entrevistados naquele ano, 448 (28%) se disseram “emocionalmente exaustos”, um percentual superior ao dos policiais (26%), dos executivos (20%) e dos motoristas de ônibus (15%).


Para Ana Maria Rossi, a psicóloga coordenadora da pesquisa, os padres diocesanos são mais propensos a sofrer de estresse do que os religiosos que vivem reclusos: “Um dos fatores mais estressantes da vida religiosa é a falta de privacidade. Não interessa se estão tristes, cansados ou doentes: os padres têm que estar à disposição dos fiéis 24 horas por dia, sete dias por semana”.


Muito distante da “vida mansa” que os desinformados imaginam, o dia-a-dia da maioria dos sacerdotes é pontuado por celebrações de batizados, casamentos, unções dos enfermos, escuta de confissões e muitas atividades pastorais que incluem a caridade e as atenções a pessoas necessitadas, além da celebração diária da Santa Missa, das orações pessoais ou comunitárias e dos tempos de estudo – sem mencionar os muitos casos em que o padre ainda dá aulas e atende os fiéis em direção espiritual.


Conforme os dados de 2010 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a média nacional é de 1 padre para cada 5.600 fiéis.


Diretor da Âncora, uma casa de repouso no Paraná para padres e freiras com estresse, ansiedade ou depressão, o padre Adalto Chitolina confirma que, para eles, “sobra trabalho e falta tempo. Se não tomar cuidado, o sacerdote negligencia sua espiritualidade e trabalha no piloto automático. Ao longo de 2016, a nossa taxa de ocupação foi de 100%. Em alguns meses, tivemos lista de espera”.


Um dos sacerdotes atendidos pelo centro Âncora foi o padre Edson Barbosa, de Andradina/SP, que, dormindo pouco, comendo mal e se sentindo irritadiço, começou a beber. Ao se dar conta do rumo que estava tomando, pediu dispensa das atividades paroquiais e se internou durante três meses na casa de repouso. Após as consultas médicas, palestras de nutrição e exercícios físicos que o ajudaram a trocar o álcool pelo novo hábito de fazer caminhadas e pedalar, o padre de 36 anos está sóbrio há um ano e nove meses e testemunha: “Não sei o que teria acontecido comigo se não tivesse dado essa parada. Demorei a perceber que não era super-herói”.


O padre Douglas Fontes, reitor do seminário São José, de Niterói, RJ, costuma alertar os futuros sacerdotes sobre a importância de cuidarem mais da própria saúde: “Jamais amaremos o próximo se antes não amarmos a nós mesmos. E amar a si mesmo significa levar uma vida mais saudável. Tristes, cansados ou doentes não cumpriremos a missão que Deus nos confiou”.


O bom conselho é reforçado pelo arcebispo de Porto Alegre, RS, dom Jaime Spengler, que preside a comissão da CNBB voltada à vida pessoal dos padres. Ele afirma que os sacerdotes devem pedir ajuda ao bispo quando sentirem tensão psicológica ou esgotamento físico: “Os padres não estão sozinhos. Fazemos parte de uma família. E, nesta família, cabe ao bispo desempenhar o papel de pai e zelar pelas necessidades dos filhos”.


O Brasil não é exceção no quadro de estresse que afeta os religiosos sobrecarregados. A universidade espanhola de Salamanca ouviu 881 sacerdotes do México, da Costa Rica e de Porto Rico para identificar uma alta incidência, entre eles, de transtornos relacionados à atividade sacerdotal: “Três em cada cinco experimentavam graus médios ou avançados de burnout, a síndrome do esgotamento profissional”, informa Helena de Mézerville, autora da pesquisa. O burnout é conhecido na Itália, entre alguns sacerdotes, como a “síndrome do bom samaritano desiludido”.


Mas os padres católicos estão longe de ser os únicos atingidos. A BBC também ouviu o xeque do Centro Islâmico de Foz do Iguaçu, PR, Ahmad Mazloum, para quem “é preciso satisfazer, de maneira lícita e correta, as necessidades básicas do espírito, da mente e do corpo. Caso contrário, estaremos sempre em perigoso desequilíbrio”. O rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista, concorda e observa que “a natureza do trabalho é a mesma. Logo, estamos sujeitos aos mesmos riscos”.


Fiéis devem ficar atentos, julgar menos e ajudar mais


É oportuno lembrar aos leitores católicos que é dever cristão de todos nós zelar pelo bem das almas – e isto inclui a alma dos nossos sacerdotes, religiosos, seminaristas, freiras e leigos consagrados. Eles contam com especial graça de Deus, certamente, mas Deus sempre deixou claro que confia o acolhimento da Sua graça à nossa liberdade, inteligência e caridade: precisamos fazer a nossa parte por nós próprios e pelos outros, ajudando-os especialmente quando estão sobrecarregados e necessitados da nossa fraternidade. Devemos tomar em especial o cuidado de não cometer injustos julgamentos baseados na visão imatura de que “o que falta a esses padres é vida de oração“. Isto é um reducionismo que pode chegar a ser grave pecado de calúnia ou, no mínimo, maledicência. Mesmo as pessoas que vivem intensamente a fé e uma sólida espiritualidade estão sujeitas, sim, ao esgotamento físico e, portanto, à necessidade de ajuda. Se julgarmos menos e ajudarmos mais, viveremos com mais coerência o cristianismo que dizemos professar e que tanto gostamos de cobrar dos outros.


Diante do quadro depressivo, muita compreensão, sabedoria, respeito, amor e o apoio na busca de um profissional para tratar o depressivo.


Inácio José do Vale


Psicanalista Clínico


Professor e Conferencista


Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea- SOBRAPSICO/RJ. E da Associação Nacional de Psicanálise-ANPC/DF.



CARTA DO PADRE JAMES TEIXEIRA DA COSTA


Cuidar do padre humano


Entre o ano de 2017 a 2018 tivemos morte suicida de 17 padres no Brasil. A sequência de suicídios de padres católicos chama-nos a atenção aos vários motivos que os levaram a tirar a vida (...).


A vida religiosa não dá superpoderes aos padres: pelo contrário, eles são tão falíveis quanto qualquer leigo. Em muitos casos, a fé pode não ser forte o suficiente para superar algum momento difícil da vida. O psicólogo William Castilho, que vai estar em nossa diocese em julho deste ano, autor do livro “Sofrimento Psíquico dos Presbíteros“ destaca que: “o grau de exigência da Igreja é muito grande. Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade. Qualquer deslize, por menor que seja, vira alvo de crítica e julgamento. Por medo, culpa ou vergonha, muitos preferem se matar a pedir ajuda”.


Além disso, eu destaco que o excesso de trabalho, a falta de lazer, a perda de motivação pastoral e a falta de fraternidade presbiteral, são possíveis fatores que podem levar os padres ao suicídio. Segundo os psicólogos, nós, padres diocesanos, somos mais propensos a sofrer de estresse do que os religiosos que vivem reclusos. Um dos fatores mais estressantes da vida religiosa é a falta de privacidade.


Não interessa se estão tristes, cansados ou doentes: os padres têm que estar à disposição dos fiéis 24 horas por dia, sete dias por semana, férias nem pensar, passeio nem se fala, descansar não faz parte da vida do padre.


Meus caríssimos irmãos no sacerdócio, cuidemos mais de nossa vida, de nosso bem estar, como também de nossos trabalhos pastorais. Aconselho- vos que devem pedir ajuda ao bispo sempre quando sentirem tensão psicológica ou esgotamento físico: “Os padres não estão sozinhos. Fazemos parte de uma família.


E, nesta família, cabe ao bispo desempenhar o papel de pai e zelar pelas necessidades dos filhos”. Não se afastem do convívio clerical (amigo de um padre é um outro padre); tire suas férias anuais; procure sempre fazer check-up médico; dar prioridades às suas horas de descanso; intensifique sua orações pessoais; peçam sempre orações aos seus fiéis, cuide de si e do outro também.


Que Deus abençoe nossa vida sacerdotal, nosso clero de Brejo, nosso bispo dom Valdeci, nós que somos esses homens comuns, no corpo e na alma, tão semelhantes a milhares de outros homens, mas que possuímos uma marca, um sinal, uma destinação honrosa e necessária para levar a salvação a todos que nos procuram! Homens acolhidos e ungidos por Deus!


Meus queridos padres, somos uma só família!

Pe. James Teixeira da Costa - Diocese de Brejo


Suicídio Sacerdotal de 2021. Até quando?"

 

 Não sei mais o que escrever, não sei mais como exprimir a dor que eu sinto quando recebo a notícia de suicídio de mais um padre. Rezar e escrever me ajudam, mas ainda não é o suficiente...

 Estamos no início de novembro, e o suicídio do Padre José Alves é o nono padre suicida este ano...

 Cada sacerdote que tirou sua vida esse ano tinha um rosto, uma história, um sofrimento, uma dor, uma vocação, um sonho. O que lhes faltava? O que não foi feito por estes irmãos? Onde erramos? Até onde vai a responsabilidade pessoal? Há uma responsabilidade eclesial? Por que os padres estão se assassinando? Quantos mais precisarão morrer para a Igreja católica no Brasil acordar? Por que continuamos inertes, indiferentes e omissos? Os suicídios sacerdotais em série, no Brasil, revelam em parte, a doença, a ineficiência e a hipocrisia da estrutura clerical.

 A Diocese de Bom Jesus do Gurguéia, havia recebido uma acusação contra o Padre José. O teor da denúncia era de abuso sexual com menor. Nada foi comprovado. O padre foi suspenso de ordens “Ad cautelam” no último dia 6, através de um decreto. Sim, sabemos que após centenas de casos de pedofilias no mundo, desde o Papa Bento XVI, e agora com o Papa Francisco, a cultura do silêncio está sendo quebrada, e as orientações são muito claras. O bispo da Diocese pode ter aplicado a lei pela lei, e apenas com a denúncia da acusação (ainda que não tenha sido provada), o padre tenha sido suspenso. Irmãos padres, qualquer sacerdote, pode passar por isso. Qualquer denúncia, mesmo sem prova, chegando ao bispo diocesano, pode acarretar a mesma suspensão recebida pelo Padre José.

 Penso em irmãos que eu conheci, que foram suspensos sem poderem fazer absolutamente nada. Irmãos que eram e sempre foram inocentes. Temos um caso, de suicídio, aqui no Brasil, de um religioso, em 2013, que sendo acusado injustamente, não conseguiu suportar o peso de tal sofrimento, e se enforcou no quarto com o próprio cíngulo. Quantos de nós fomos acusados levianamente!?

 O Padre José foi encontrado morto, em sua casa paroquial, no último Domingo. Pergunto-me: A Diocese ou Pastoral Presbiteral estava cuidando dele após a suspensão? Se ele não podia mais celebrar por que ficou sozinho na casa? Há algum acompanhamento jurídico, psicológico, espiritual, episcopal ou presbiteral para os padres que são suspensos “ad cautelam”? Antes, da sua morte, Padre José, escreveu em suas redes sociais: “Eu Amo a Igreja”. Ah, padre irmão, eu entendo sua afirmação. Escutamos isso no tempo todo do seminário, né? Amamos a Igreja, padre; mas a grande verdade é que a Igreja não nos ama. O único que nos ama é o Cristo, Cabeça e Esposo da Igreja.

 Na vida de todo padre, há de chegar um momento em que ele ficará sozinho. Teremos apenas Jesus! E, mesmo, Ele nos bastando, ao sermos abandonados, esquecidos, e alguns de nós, caluniados e acusados por bispos, padres e leigos, precisaremos pensar em nós mesmos. O suicídio não vale como martírio, irmãos padres! Sei, porque escuto, que muitos padres pensam em tirar a própria vida. Em um país latino-americano aqui vizinho, padres estão tirando a vida em grupo; mas essa não é a resposta. Esse não é o caminho! Faço uma confissão pública: Quando em um momento de extremo sofrimento, há uns três ou quatro anos atrás, quando eu pedi um tempo de afastamento do exercício do ministério, e tive também o pensamento de morte na cabeça, eu cheguei a seguinte conclusão: “É melhor um sacerdote vivo do que um padre morto”. Sacerdote sempre seremos, exercendo ou não. Padre é outra história...

 Por favor, irmãos padres, pensem em vocês! Parem de pensar na Igreja, em primeiro lugar. Na estrutura da Igreja romana no Brasil, não existe tempo nem prioridade para o cuidado sacerdotal. Somos empresários e empregados de batina. Não é suficiente amar a Igreja. Apenas isso não é possível para continuar vivo diante dos inúmeros desafios sacerdotais que este tempo nos impõe. O máximo que a Igreja consegue fazer é rezar por nós. Ela dificilmente acolhe, raramente escuta, não sabe cuidar, não tem tempo para amar. Não nos procura como filhos, dificilmente a Igreja vai te ajudar. Ela se comunica conosco por decretos, papéis, provisões e excomunhões. Os bispos já nos trocam de paróquia pelo WhatsApp e telefonemas. Os padres viraram funcionários das mitras diocesanas. São conhecidos pelos números dos CNPJ das paróquias que administram. Para os senhores só chegarão os boletos das mitras, os envelopes das campanhas da CNBB e o número da conta do bispo para as espórtulas das crismas...

 O que vale a vida e a história de um padre? O que está escrito no Código de Direito Canônico! Ele vale mais que o Evangelho. Ele é punitivo. O último cânone nunca é aplicado na vida do padre! Padre irmão que ainda não se suicidou, continue amando a Igreja; mas por favor, se ame, primeiro. Se alguma coisa acontecer contigo, justa ou injustamente, você tem grande chance de ser descartado através de um decreto frio e impessoal. Ame a Jesus! Converse com Ele! Não espere o bispo te perguntar como está. Não crie expectativa sobre a fraternidade sacerdotal. Ela existe, na maioria do clero, só no papel. Ame-se! Se ame primeiro. Ame-se antes de amar os superiores e os irmãos padres. Lembre-se, que haverá um momento que será só você e Ele. Todos te deixarão. As acusações e o que podem colocar de ti nas redes, possivelmente, valerão mais do que tudo que Deus lhe deu a graça de realizar fielmente em todos os teus anos de ministério. Os conselhos presbiterais não te conhecem. Para a grande parte deles, você já está até morto...

 Ah, irmão padre, não se mate. Não seja o décimo da lista de 2021! Você sabe que nenhum dos ordinários locais dos outros nove falaram nada? Se você se matar, no outro dia, alguém vai ser mandado para o teu lugar. Você será lembrado apenas nas missas em que alguém colocar teu nome nas intenções. Com alguns dias, o Instagram e o Facebook não mais falarão de ti. Foi assim com o Padre Ruben, Adriano Henrique, Milton, Marco Antônio, Mauro Jorge...e todos esse ano, e todos celebraram, usaram casulas, absolveram pecados, batizaram, assistiram casamentos.

 Padre, não seja o décimo...peça férias, pede um ano sabático. Vai para a casa dos teus pais. Deixe a paróquia. Você não vai morrer de fome. Eu sou testemunha disso. Pede transferência de paróquia ou diocese. Busque a vida religiosa ou se incardine em uma diocese. Mude de rito, de tradição. Mude de país. Vai fazer missão, mas não se mate. Nada vai adiantar com a tua morte. Para alguns bispos, vai ser apenas menos um ‘problema’. A maior parte dos padres nem vão se lembrar de ti quando teu nome for retirado do anuário ou do site da diocese. Padre, por favor, não se mate por amor à Igreja. Essa Igreja não merece nossa morte. Ela precisa de nossa vida, ainda que escondida e insignificante para o alto clero. Não diga sim aos homens, diga sim à Deus! Mude de Estado ou até de estado de vida; mas por favor, não se mate. O Papa Francisco nunca saberá a verdade. A Nunciatura não vai te ajudar. Se um dia a CNBB fizer algo pensando nos potenciais padres suicidas, o senhor vai ser somente um número do passado. Se ame, padre!

 Padre, procure ajuda. Se teu bispo não te ajudar, ligue para um padre. Vai até um confessor, procure um diretor. Vai até o médico, padre. Começa, por favor, uma terapia. Temos muitos padres e consagrados psicólogos. Reze, padre; mas se ame. Se alimente, se divirta, durma, diminua a marcha. Não espere ajuda fora. Primeiro, comece em ti. Mude por dentro. Ame sua humanidade e o ministério sacerdotal. Grite, irmão. Pare. Deixe o celular e vá rezar. Leia, padre. Confesse, padre. Vai ao hospital e brinca com as crianças, visita os casais, escute os idosos, fica diante do sacrário. Não se mate. Não compre remédios nem cordas. Não coloque fim na sua vida antes do tempo. O Bom Pastor te quer vivo. E, lembra da oração: “Na hora da morte, chamai-me, e mandai-me ir à Vossa Presença”. Não vá antes da hora, não antecipe nem um só dia. Precisamos de Ti. Ele te ama! Ele te amou e sempre te amará.

 E, se um dia, eu tiver um lugar aqui para te acolher, vem ficar comigo. Prometo cuidar de ti, com irmãos que te acolherão e te amarão.

 Não se mate, padre, não seja o décimo, por favor!

 Nossa Senhora, coloca a mão nesta lista e cancela ela, por favor. Maria, Mãe dos Sacerdotes, rasgue essa lista dos padres suicidas no Brasil. Agora, e até a hora da nossa morte. Amém! 

 

Padre Simeão do Espírito Santo

Novembro de 2021


O clero do pre - Trento e o clero do século XXI.

Ernest Rennan um dos maiores historiadores franceses tinha muita razão quando afirmava: “ O homem encontra santidade naquilo que crê e beleza naquilo que ama.”

Muito tem se refletido ultimamente sobre o suicídio no clero do Brasil. Vale a  pena afirmar que não só no clero Brasileiro ha suicidas. O suicídio é uma das realidades mas atenuantes da sociedade contemporânea. Seja como for quero me limitar única e exclusivamente ao meio ao qual pertenço. Sou e faço parte do clero. Uma das situações que me levam a pensar na triste realidade que vivemos é que muitos de nós perdemos o encanto, e alegria e ofuscamos a beleza do nosso ministério. Aqui já há um problema de base. Como recuperar aquele primeiro amor do qual o apóstolo Paulo já nos convidava constantemente a resgatar e manter. Presbíteros, diáconos e bispos desencantados. Homens que já não se sentem mais atraídos por nada é muito menos por Ninguém. Neste caso por Cristo. Para muitos fazer parte do clero é muito mais do que um problema um dilema. Homens capazes de pensar e refletir mas incapazes de decidir! Quem não sabe decidir perde o horizonte do fundamental e chega a um ponto no qual situações inesperadas o absorvem se tornando simplesmente alguém que vive segundo as decisões dos outros. Muitos presbíteros, diáconos  e bispos carecem do senso moral da objeção de consciência. Fazem opções contra a sua própria dignidade e capacidade. Para muitos ficar “bem na foto” significa só se adaptarem as ideologias do momento. Há quem use batina porque um padre ou bispo “pop” numa frase do seu Instagram afirme que a batina não é fantasia. Há quem use calça jeans e camiseta justa porque é chamado de padre moderno e bonito, há quem faça regímen  porque precisa reafirmar sua figura e há quem tem pânico de envelhecer  e inventa todos os tratamentos possíveis para fazer parte do mundo dos cosméticos e das propagandas de beleza. Isso sem contar quando como eu; deixamos-nos levar pela moda litúrgica. 

Exageradamente o Brasil se transformou numa plataforma comercial das empresas litúrgicas e do comércio de belos paramentos e objetos. 

Um clero insatisfeito quase que desde o dia da ordenação. “A minha ordenação deve ser diferente a todas aquelas que já assisti”; e então aquele homem prostrado no chão vira motivo de curtidas e aplausos. Meses depois o neo presbítero deve fazer vestibular e ingresar na faculdade mais próxima porque os dez anos de estudo no processo formativo não foram suficientes para que a sua inteligência se desenvolvesse o suficiente. Um

Clero que muitas vezes não quer aceitar a necessidade de se aproximar das realidades do mundo para influenciar e questionar mas um clero que se torna escravo e dependente do mundo para viajar e gastar. 

Muitos criticam a nossa sexualidade. Há quem afirme que somos uma imensa maioria de homens anormais. Já o disseram para mim inúmeras vezes. Penso que a maior doença sexual e afetiva que temos no clero é que nós membros do mesmo clero não acreditamos no dom sobrenatural da amizade. A castidade cristã nos ajudaria a sermos amigos entre nós! “Sacerdos lupi sacerdotum”. Somos lobos nos devorando uns aos outros. Ter amigos sacerdotes é a maior dádiva para os nossos leigos; mas entre nós não é assim. Vivemos sobre a suspeita, não podemos viajar juntos, sair juntos, caminhar juntos e pedimos para rezar juntos! Que anacronismo. Precisamos romper as barreiras dos medos e dos preconceitos e acreditar na castidade. Sem ela não superaremos nosso egoísmo e carreirismo desenfreado. 

Os sacerdotes do século XXI temos muitos mais problemas dos que já tinham os sacerdotes antes do concílio de Trento. Antes de Trento faltava formação acadêmica, algo de disciplina e maior entrosamento com o mundo. Mas antes de Trento os membros do clero eram homens unidos ao seu bispo e aos seus irmãos. Pode ser questionado a situação do alto e do baixo clero vivido antes de Trento; mas o mesmo Carlos Borromeu e posteriormente Jean J. Olier, Jean Eudes, Vincet de Paul nos séculos sucessivos fortaleceram a formação e deram grandes luzes para à internet ajuda do clero. Não serão as confraternizações de natal e de aniversário aquelas que nos tornarão mais irmãos; não serão os retiros anuais ou as reuniões mensais aquelas que nos ajudarão a sermos e permanecermos mais unidos a igreja particular ou ao carisma dos fundadores. Só um encontro constante com Aquele que nos chamou e nos fez membros do seu corpo nos tornará verdadeiros irmãos. Aproximemo-nos uns dos outros em Cristo; só assim não teremos mais suicidios quer em vida ou em fato… nove foram os suicídios do clero no nosso Brasil, mas penso que há mais de nove vivos que já se suicidaram. 

Padre José Rafael Solano Durán 

PhD Teologia Moral.

Clero da Arquidiocese de Londrina - PR

COMENTÁRIOS


1- Jesus mandou que amássemos o outro da mesma forma (não mais nem menos) que amamos a nós mesmos. O mesmo se refere ao amor à Igreja. Devemos amá-la com a mesma intensidade com que amamos a nós mesmos, e não menos ou mais. 

2- Quanto à falta ou não de oração, é o próprio Jesus quem diz que há certos tipos de demônios que só vencemos com jejum e oração. Se o padre tiver uma vida de oração e for muito humilde no reconhecimento de seus limites e necessidades, decerto não cometerá suicídio. A oração e o trabalho pastoral devem estar sempre unidos à humildade de se saber necessitado da ajuda de Deus e dos demais. É claro que se estiver em depressão profunda, a conversa é outra.

3- Muitas vezes não são os outros que nos abandonam, mas nós que nos isolamos, talvez por causa das nossas próprias limitações. Mais uma vez entra aqui a humildade. Se nos conhecermos, sabemos o alcance dessas limitações e não vamos nos preocupar o que os demais pensam ou falam de nós. Ser sempre o que somos diante de Deus. Nada mais do que isso. E nunca desanimarmos em nossa luta contra o pecado. 

4- Um padre nos escreveu dizendo que superou todas as dificuldades com o que dissemos acima nesses comentários. Sobretudo, quando estava no "fundo do poço", imprensa querendo seu sangue, abandonado por todos, colocou-se diante de Jesus e disse com toda simplicidade e confiança: "Senhor, estou em vossas mãos. Aconteça o que acontecer comigo sei que nunca me desamparareis. Vós prometestes muita misericórdia e perdão, porque nos amais. Eu não posso mudar o passado, mas posso reconstruir o meu futuro. Fazei de mim o que quiserdes. Eu confio em vós, sei que sairei desta confusão toda e recomeçarei uma vida nova. Tudo passa, Senhor! Só o vosso amor é eterno e nunca passará!"


5- E sobretudo não ter medo de se confessar com um diretor espiritual e ser plenamente sincero em tudo, nada lhe escondendo. Só esse ato em si já alivia metade do problema. Somos o que somos diante de Deus. O arrependimento e o desejo de uma vida nova deve ser algo constante não só nos que estão pensando em suicídio, mas em todos nós. Todos somos fracos. Os que rezam mais e são mais humildes, vencem. Os que rezam menos e não conseguem assumir suas fraquezas, demoram mais para vencer ou ficam "patinando" sem sair do lugar. Pelo menos, essa é a minha opinião.  


PAPA FRANCISCO: BALANCETE 9 ANOS 


elaborado pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior, Departamento de Ciências Sociais da PUC-SP atualizado em 12/02/2022. Em 19 de março se completam os nove anos. Início do décimo ano de pontificado franciscano.

                                          

Balancete dos NOVE ANOS de governo pastoral do papa Francisco com os dados disponíveis no site www.vatican.va. Sabemos o horizonte de sentido do pontificado reformador, seus limites e suas potencialidades. Em 19/03/2022 o papa Francisco começa o décimo ano como o 266º bispo de Roma. Seu foco é cuidar dos migrantes e refugiados, das periferias do mundo, fazendo ecoar a voz de Francisco em favor da sinodalidade, da Casa Comum e da fraternidade universal. Um novo modo de agir na Igreja como bispo e pastor universal. Suas palavras são esculpidas por experiências existenciais: misericórdia, missão, alegria, reforma, fraternidade universal, cuidado com o planeta, colegialidade e diálogo. A motivação é a missão, o cuidado pastoral dos empobrecidos e o rompimento claro do clericalismo que fez da Igreja uma instituição autocentrada e distante do Evangelho de Jesus. Francisco afirma a tempo e contratempo que é chegada a hora histórica da Igreja em saída, de seguir as intuições e textos do Concílio Vaticano II. Ele começou a delinear o novo rosto episcopal e ministerial incluindo todo o Povo de Deus. Escolhe bispos atentos aos pobres, movidos por amor à humanidade sofredora, lugar teológico privilegiado do Corpo de Cristo na história. Os dados dos oito anos permitem avaliar as tensões das forças integristas e caluniadoras, dentro e fora da Igreja, em parte produzidas por grupos supremacistas norte-americanos e negacionistas europeus e latinoamericanos. Vale lembrar que o papa foi ordenado presbítero faz 52,16 anos, sagrado bispo a 29,62 anos, criado cardeal há 21 anos exercendo o ministério petrino nos últimos nove anos.  Os anos de 2020 e 2021 foram marcados pela pandemia do COVID-19, transformando-se Francisco em farol potente no mar revolto do planeta enfermo. O ano 2021 começou com o sinal abraâmico, na visita do papa ao Iraque. Francisco tem 85,15 anos de idade. Fez recentemente cirurgia para corrigir uma diverticulite. Estão programadas visitas para o ano 2022. Em dois abril ida a Malta.

 

Circunscrições católicas no mundo: 11 patriarcados (oito na Ásia, dois na Europa e um na África), 641 arquidioceses, 2.132 dioceses, 44 prelazias territoriais, onze abadias nullius, 42 exarcados, eparquias ou ordinariatos de ritos orientais, 36 ordinariatos militares, 88 vicariatos apostólicos, 39 prefeituras apostólicas, oito administrações apostólicas, oito missões independentes sui iuris, três ordinariatos pessoais, uma administração de rito extraordinário latino e a rede de 132.642 centros missionários e 222.896 paróquias. O total de circunscrições eclesiásticas católicas é 3.175 unidades.

 

Entidades filantrópicas e de ensino da Igreja Católica: 73.263 creches frequentadas por 7.300.000 crianças; 101.527 escolas de ensino fundamental para 35.100.000 alunos; 48.560 escolas de ensino médio para 20.300.000 alunos e 2.381.337 alunos do ensino superior; e 3.103.072 estudantes participantes das Universidades Católicas. Ainda 5.269 hospitais de confissão católica, 15.900 casas para idosos, 10.124 orfanatos, 11.596 enfermarias, 1646 centros de acolhida e tratamento para hansenianos, 14.744 consultórios de orientação familiar e 115.352 institutos beneficentes e assistenciais. Os batismos registram em média treze milhões de novos membros a cada ano.

 

Número de fieis congregados pela Igreja Católica nos ritos latinos e ritos orientais e número de clérigos: Em 2019 foram contados 1,313 bilhão de batizados, onde labutam em múltiplos ministérios: 3.170.643 catequistas e 362.488 missionários leigos. As pessoas na vida consagrada somam 54.229 irmãos religiosos e 668.729 religiosas com votos perpétuos. O episcopado católico é composto por 5.588 bispos (em 12/03/2022). Os padres somam 415.656 presbíteros sendo 281.514 diocesanos e 134.142 do clero religioso, 45.255 diáconos casados permanentes e como estudantes 116.843 seminaristas maiores e 100.781 seminaristas menores. Entre os bispos estão vivos 214 cardeais sendo 119 eleitores com menos de 80 anos (em 10/01/2022). Os cardeais não votantes são 95 com mais de oitenta anos (em 10/01/2022). No ano 2022 ainda outros nove completam 80 anos e deixam de participar de eventual conclave. Os Patriarcas do Oriente e Ocidente somam doze. Os abades territoriais nullius são dezenove. Os arcebispos são 1130. Os bispos diocesanos (incluídos os prelados e bispos auxiliares) somam 4084. Os monsenhores que desistiram de ser bispos somam nove presbíteros vivos. Administradores apostólicos somam 33. Prefeitos apostólicos são onze. Superiores sui Iuris 13. Atuam na Cúria Romana 23 monsenhores sem possuir a sagração episcopal. Os bispos considerados cismáticos são nove. Os bispos que abandonaram o ministério episcopal ou foram laicizados somam onze vivos. Os ordinários de rito anglicano são atualmente quatro.

Programa reformador do atua bispo de Roma: O Papa Francisco assume o Evangelho no formato do diálogo poliédrico: “Exige-se a toda a Igreja uma conversão missionária: é preciso não se contentar com um anúncio puramente teórico e desligado dos problemas reais das pessoas (AL 201)”. Francisco quer a ação permanente de Igreja em saída: “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação (EG 27)”. A recém lançada Encíclica Social intitulada Fratelli Tutti coloca em seus números finais os grandes desafios para os crentes e fieis das religiões: n. 278. Chamada a encarnar-se em todas as situações e presente através dos séculos em todo o lugar da terra – isto mesmo significa «católica» –, a Igreja pode, a partir da sua experiência de graça e pecado, compreender a beleza do convite ao amor universal. Com efeito, «tudo o que é humano nos diz respeito (...); onde quer que as assembleias dos povos se reúnam para determinar os direitos e os deveres do homem, sentimo-nos honrados, quando no-lo permitem, tomando lugar nelas». Para muitos cristãos, este caminho de fraternidade tem também uma Mãe, chamada Maria. Ela recebeu junto da Cruz esta maternidade universal (cf. Jo 19, 26) e cuida não só de Jesus, mas também do «resto da sua descendência» (Ap 12, 17). Com o poder do Ressuscitado, Ela quer dar à luz um mundo novo, onde todos sejamos irmãos, onde haja lugar para cada descartado das nossas sociedades, onde resplandeçam a justiça e a paz. N. 279. Como cristãos, pedimos que, nos países onde somos minoria, nos seja garantida a liberdade, tal como nós a favorecemos para aqueles que não são cristãos onde eles são minoria. Existe um direito humano fundamental que não deve ser esquecido no caminho da fraternidade e da paz: é a liberdade religiosa para os crentes de todas as religiões. Esta liberdade manifesta que podemos «encontrar um bom acordo entre culturas e religiões diferentes; testemunha que as coisas que temos em comum são tantas e tão importantes que é possível individuar uma estrada de convivência serena, ordenada e pacífica, na aceitação das diferenças e na alegria de sermos irmãos porque filhos de um único Deus». A ser publicada a Constituição Apostólica “Praedicate Evangelium”, para efetivar a Reforma da Cúria Romana, seguindo normas e espírito do Vaticano Segundo. São esperadas profundas mudanças na formação dos clérigos e dos seminários maiores. O tema da sinodalidade apresenta horizontes de mudanças profundas na comunhão das igrejas. A Igreja na Alemanha sugere padres casados, diaconisas e ampla participação do povo de Deus nas decisões eclesiais.

Inscrições no Martiriologium Romanum: Papa Francisco reconheceu publicamente 898 santos (até maio de 2022) e 1.382 beatos (celebrações a realizar-se em 2022), agora inscritos no Martyriologium Romanum.

O papa Bento XVI inscreveu 45 santos e 869 beatos.

O Papa João Paulo II havia incluído na lista canônica 482 santos e 1.341 beatos.

O santo papa Paulo VI canonizou 34 santos.

O santo papa João XXIII canonizou oito santos e inscreveu quatro beatos no livro.

O papa Pio XII canonizou 20 santos.

 

Francisco canonizou o papa Paulo VI e o bispo mártir salvadorenho dom Oscar Romero em outubro de 2018. Tem feito as canonizações de inúmeros mártires da América Latina, África e Ásia perseguidos nas cinco últimas décadas do século XX pelas ditadura de direita e esquerda. Proclamou em 2019 a beatificação do bispo argentino dom Enrique Angel Angelelli, assassinado pela ditadura em 1977. O Brasil celebrou a canonização de irmã Dulce Lopes Pontes em 13 de outubro de 2019, durante o Sínodo da Amazônia. O decreto da Congregação para as Causas dos Santos assinado pelo Papa em 25 de novembro de 2021 autorizou o reconhecimento das virtudes heroicas de seis novos Servos de Deus. Além de ser reconhecidas as virtudes heroicas da brasileira Odette Vidal, fiel leiga; nascida em 18 de fevereiro de 1931 no Rio de Janeiro e falecida em 25 de novembro de 1939, foram também reconhecidas as virtudes heroicas dos seguintes Servos de Deus: Padre Tonino Bello, Bispo de Molfetta; nascido em 18 de março de 1935 em Alessano (Itália) e falecido em 20 de abril de 1993 em Molfetta (Itália); João de Jesus Maria (nome de nascimento: João de San Pedro e Ustarroz), sacerdote professo da Ordem dos Carmelitas Descalços; nascido em 27 de janeiro de 1564 em Calahorra (Espanha) e falecido em 28 de maio de 1615 em Monte Compatri (Itália); Giorgio Guzzetta, Sacerdote da Confederação do Oratório de São Felipe Neri; nascido em 23 de abril de 1682 em Piana dei Greci (hoje Piana degli Albanesi, Itália) e falecido em 21 de novembro de 1756 em Partinico (Itália); Natalina Bonardi (nome de nascimento: Maria), fundadora da Congregação das Irmãs de Santa Maria de Loreto; nascida em 4 de dezembro de 1864 em Cuneo (Itália) e falecida em 25 de julho de 1945 em Vercelli (Itália); Maria Dositea Bottani (nome de nascimento: Maria Domenica), Superiora Geral da Congregação das Irmãs Ursulinas da Imaculada Virgem Maria de Gandino; nascida em 31 de maio de 1896 em Pianca (Itália) e falecida em 2 de setembro de 1970 em Bérgamo (Itália). Também serão declarados Santos pelo reconhecimento do milagre atribuído à sua intercessão: Beato Tito Brandsma (nome de nascimento: Anno Sjoerd), sacerdote professo da Ordem dos Carmelitas; nascido em 23 de fevereiro de 1881 em Bolsward (Holanda) e morto em ódio à fé em 26 de julho de 1942 em Dachau (Alemanha); Beata Maria de Jesus (nome de nascimento Carolina Santocanale), fundadora da Congregação das Irmãs Capuchinhas da Imaculada de Lourdes; nascida em 2 de outubro de 1852 em Palermo (Itália) e falecida em 27 de janeiro de 1923 em Cinisi (Itália); Serão Beatificados por reconhecimento do martírio os Servos de Deus: Henry Planchat, sacerdote professo do Instituto dos Religiosos de São Vicente de Paulo, Ladislau Radigue e 3 Companheiros, sacerdotes professos da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, e da Perpétua Adoração do Santíssimo Sacramento; mortos em ódio à fé em 26 de maio de 1871 em Paris (França).

Evento importante será a canonização do beato Charles de Foucauld e de seis outros beatos em Roma em 15 de maio de 2022 (fonte:http://www.causesanti.va/content/causadeisanti/it.html).

29 + 1 (Firenze) viagens internas na Itália do papa Francisco até fevereiro 2022:

Três visitas em 2013: Lampedusa em 08 de julho; Cagliari em 22 de setembro e Assis em 04 de outubro;

Quatro visitas em 2014: Campobasso e Isernia em 05 de julho; Caserta em 26 de julho; Cassiano all´Ionio em 21 de junho e Redipuglia em 13 de setembro;

Três visitas em 2015: Prato e Firenze em 10 de novembro, Turim, 21 e 22 de junho e Pompeia e Nápoles em 21 de março;

Duas visitas em 2016: Assis em 04 de agosto e Assis em 20 de setembro;

Cinco visitas em 2017: Milão 25 de março, Carpi 02 de abril, Genova 27 de maio, Bozzolo e Barbiana 20 de junho; Cesena e Bolonha 01 de outubro;

Cinco visitas em 2018: Pietrelcina, diocese de Benevento, e San Giovanni Rotondo, diocese de Manfredonia-Vieste-San Giovanni Rotondo, para celebrar os 50 anos da morte de São Pío de Pietrelcina, em 17 de março; Região de Puglia, em Alessano-Lecce, na diocese de Santa Maria de Leuca, e Molfetta, para celebrar os 25 anos da morte de Dom Tonino Bello,em 20 de abril; Nomaldelfia, na Toscana, para encontrar a comunidade fundada por padre Zeno Saltini e Loppiano (Florença) na cidade internacional do Movimento dos Focolares em 10 de maio;  Bari em 07 de julho; diocese de Piazza Armerina e Palermo para celebrar o 25° Aniversário de Morte do Beato Pino Puglisi, em 15 de setembro;

Cinco visitas em 2019: Santuário de Loreto em 25 de março, quando assinou o documento pós-sinodal para a juventude: Cristo vive!; Camerino, 16 de junho; Nápoles, em 20 de junho; Albano em 21/09/2019; e Greccio em 01 de dezembro, onde assinou a carta apostólica Admirabile signum, sobre o valor do presépio.

Duas visitas em 2020: Bari por ocasião do Encontro de Reflexão e espiritualidade: Mediterrâneo, fronteira de paz, em 23 de fevereiro. Havia sido programada a visita em 24 de maio para Acerra, mas foi postergada pela pandemia do COVID-19. Visita realizada para Assis em 03 de outubro, para assinar a Encíclica Fratelli Tutti.  

Nenhuma visita interna em 2021 por conta da pandemia de COVID19.

Programada para 27/02/2022, breve visita a Florença (Firenze) para o encontro entre os bispos e os/as prefeitos/as da Bacia do Mediterrâneo.

 

35 viagens internacionais realizadas pelo papa Francisco até dezembro de 2021: Francisco esteve em 53 países: Brasil (22 a 29/07/2013), Jerusalém-Israel, Palestina-Cisjordânia e Amã na Jordânia (24 a 26/05/2014), Coreia do Sul (13 a 18/08/2014), Albânia (21/09/2014), França (Estrasburgo, Parlamento Europeu, em 25/11/2014), Turquia (28 a 30/11/2014), Sri Lanka e Filipinas (12 a 19/01/2015), Bósnia-Herzegovina, Sarajevo em 06/06/2015, Equador, Bolívia e Paraguai (05 a 13/07/2015), Cuba e Estados Unidos e sede da ONU (19 a 28/09/2015), Quênia, Uganda e República Centro Africana (25 a 30/11/2015), México (12 a 18/02/2016), Lesbos, na Grécia em 16/04/2016, Armênia em 24-26/06/2016, Polônia, durante a JMJ de 27 a 31/07/2016, Geórgia e Azerbaijão de 30/09 a 2/10/2016, Suécia de 31/10 a 01/11/2016, Egito, 28-29 abril de 2017, Fátima, em Portugal, 12-13 de maio de 2017, Colômbia, 06 a 11 de setembro de 2017; Bangladesh e Myanmar, 27/11a 02/12/2017; Chile e Peru, 15 a 21/01/2018; Conselho Mundial de Igrejas em Genebra, Suíça em 21 de junho de 2018; Irlanda, ao Encontro Mundial das Famílias, 25 a 26 de agosto de 2018; Lituânia, Estônia e Letônia, 22 a 25/09/2018; Panamá de 23 a 28 de janeiro de 2019 para a XXXIV Jornada Mundial da Juventude; Emirados Árabes Unidos, 3 a 5 de fevereiro de 2018; Marrocos 30 e 31 de março de 2019; Bulgária e Macedônia do Norte, de 05 a 07/05/2019; Romênia 31/05 a 02/06/2019; Moçambique, Madagascar e Ilhas Mauricio entre 04 e 10 de setembro de 2019; Tailândia e Japão entre 20 a 26 de novembro de 2019. Nenhuma visita em 2020 por conta da Pandemia do COVID-19. Visita ao Iraque de 5 a 8 de março 2021 (a primeira de um papa à terra de Abraão!). Em 12 de setembro de 2021 visita a Budapeste, Hungria para presidir a missa de encerramento do 52º Congresso Eucarístico Internacional e por extensão visita para a Eslováquia de 12 a 15 de setembro. De 2 a 6 de dezembro de 2021, viagem para Chipre e Grécia (é a segunda vez do papa em Lesbos), para visibilizar o tema da migração (35ª. Viagem). Viagens em 2022: dias 2 e 3 de abril programada uma visita Malta visitando as cidades de La Valletta, Rabat, Floriana e a ilha de Gozo; x santuário de Santiago de Compostela, na Espanha e depois talvez Indonésia, Timor Leste e Papua Nova Guine, Congo, Sudão do Sul, Canadá, Coreia do Norte, Montenegro, Argentina e Uruguai. E a depender de convite do Patriarca russo, visita ecumênica a Moscou, na Rússia. Talvez portas se abram em Beijing (Pequim), na China.  

Discursos, homilias e textos até 12/02/2022: Ele pronunciou 1.575 discursos e 414 homilias. Escreveu cinco exortações apostólicas pós-sinodais: Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho) publicada em 24/11/2013; Amoris Laetitia (A alegria do amor) em 08/04/2016; Gaudete et Exsultate em 19/03/2018 sobre a Santidade; Christus Vivit, para a Juventude, em 25/03/2019 e a Querida Amazônia em 12/02/2020. Assinou 36 constituições apostólicas, 232 cartas, uma bula, 50 cartas apostólicas, 438 mensagens pontifícias, 44 motu próprios e convocou sete consistórios para criação de 101 novos cardeais. Acolheu milhares de peregrinos em 390 audiências gerais, presidiu 790 celebrações na Casa Santa Marta com as respectivas meditações cotidianas publicadas – suspensas em 2020 pela pandemia COVID19, ofertou dezesseis bênçãos Urbi et Orbi e rezou 501 Ângelus, direto das janelas do Vaticano. Realizou o Ano da Misericórdia em 2016. Escreveu três encíclicas: Lumen Fidei de 29/06/2013; Laudato Si’ publicada em 18/06/2015 e Fratelli Tutti em 03/10/2020. Presidiu quatro sínodos da Igreja universal, celebrados no Vaticano (Família 2014; Família 2015; Jovens, fé e discernimento vocacional em 2018 e Pan-Amazônia em 2019). Realizou um ano dedicado à Vida Consagrada (2015-2016), e, em 2020, o ano dedicado a São José, com o documento Patris Corde. Os anos 2021-2022 dedicados à família em sintonia com a Exortação Amoris Laetitia. Agendado para 2023 o Sínodo Ordinário dos bispos em Roma com o tema da sinodalidade eclesial, desenvolvido em três etapas para ampla participação de todos os/as fieis católicos junto aos bispos, clérigos e consagrados/as. Lançou importante motu próprio sobre a liturgia Traditionis Custodes em 2021. Convocou um ano santo para 2025.

 

Ecumenismo e diálogo inter-religioso em Francisco: Francisco realizou gestos de grande amor ecumênico junto aos irmãos luteranos, na celebração dos 500 anos da Reforma. Também junto aos ortodoxos russos e ao patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, chamado por ele carinhosamente de “meu irmão André”. Manteve encontros frequentes com o primaz da Igreja Anglicana, Justin Welby. O papa Francisco propôs três chaves para avançar no caminho comum dos cristãos e aprofundar o ecumenismo: oração, testemunho e missão. Houve encontros fecundos com os irmãos menonitas, os pentecostais, os metodistas, os batistas, os reformados. Particularmente fecundo foi o encontro realizado no Vaticano com a atual moderadora do Comitê central do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Agnes Abuom, e o secretário geral do mesmo organismo ecumênico, Rev. Olav Fykse, na manhã de 24/08/2017 em que fez uma oração comum pela unidade, pela paz e reconciliação das igrejas e dos povos. As pontes junto aos judeus, islâmicos, hindus e budistas têm sido edificadas com esmero e sabedoria. Francisco sabe que não haverá paz mundial sem paz entre as religiões. Visita como peregrino ao CMI celebrou os 70 anos da entidade ecumênica mundial. Importante encontro inter-religioso em Abu Dhabi, com os irmãos muçulmanos em fevereiro de 2019. Sua visita ao Reino de Marrocos em março de 2019, estabeleceu um salto qualitativo nas relações entre cristãos e islâmicos. Encontro com o patriarca Ortodoxo da Romênia em junho de 2019. Entrega de algumas relíquias dos ossos do Apóstolo Pedro para o patriarcado ecumênico de Constantinopla em 29 de junho de 2019, como um gesto extraordinário de comunhão entre as Igrejas Católicas e os patriarcados Ortodoxos. Assinatura de documentos inéditos com budistas na visita a Tailândia.  Urge uma atualização dos bispos e clero para estar à altura de um mundo plural e multireligioso. Retomar a Encíclica Ecclesiam Suam, do papa São Paulo VI,  poderia ser muito salutar. As Igrejas cristãs no Brasil deram um salto gigantesco na pregação e oração pela unidade, com a celebração quaresmal em 2021, da Campanha da Fraternidade Ecumênica, coordenada pelo CONIC. Encontro com o líder xiita em 06/03/2021 no Iraque, onde também aconteceu simbólico encontro inter-religioso em Ur, terra do patriarca Abraão.

 

Medidas na Cúria: Francisco alterou inúmeros procedimentos jurídicos ligados à questão da pedofilia entre os clérigos católicos; propôs novas funções dos serviços da Cúria Romana reagrupando dicastérios e alterando os seus diretores ampliando a presença de leigos e mulheres; limitou o número de títulos honoríficos na instituição católica; criou a comissão de controle do Instituto para as Obras de Religião (IOR) e balancetes transparentes das contas da Santa Sé; criou 101 novos cardeais (atuais 69 eleitores); publicou quatro estatutos alterando o formato dos secretariados romanos. Em função de sua firme decisão de reformar a Igreja tem sofrido pressão imensa dos quadros eclesiásticos da Cúria e de alguns episcopados que lhe oferecem resistência e em alguns casos até oposição, entre eles cardeais e alguns poucos bispos dos Estados Unidos da América, na Polônia, Espanha, um cardeal da China, bispos do Cazaquistão e a parcela dos bispos integristas em muitos países capitaneados por dois cardeais aposentados, Burke e Müller. O gesto mais significativo se concentrou na política de tolerância zero com os presbíteros e religiosos acusados de pedofilia em todo o planeta, em especial, nos Estados Unidos, Europa e Austrália e na expulsão do colégio de cardeais do norte-americano Theodore Edgar McCarrick. Caso recente de acobertamento de pedófilos por bispos chilenos resultou no pedido de demissão coletivo de todo o episcopado na ativa (34 bispos). Vários deles aposentados compulsoriamente. Acontecerá em 2021 a mudança de vários cardeais da Cúria. Espera-se uma reconfiguração profunda da Cúria para se tornar um serviço direto à Evangelização do planeta apoiando as igrejas locais. Processo penal para averiguar crimes de corrupção financeira em curso envolvendo alguns membros da Cúria e diretamente o cardeal Becciu. Novamente novo escândalo de pedofilia na Igreja da França com 216 mil vítimas de predadores sexuais do clero e leigos católicos, denunciadas pelo relatório Sauvé. São revelados casos estarrecedores na Nova Zelandia e na Espanha, a exigir comissões de investigação. Haverá a nomeação de um numero expressivo de cardeais para comandar os dicastérios. Proposta de Sinodo em 2023 e Ano Santo em 2025.

 

Expectativas: Entre 21 a 24/02/2019 aconteceu inédito encontro dos 114 presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo, junto aos chefes dos dicastérios romanos, chefes das Igrejas de ritos Orientais, membros da Secretária de Estado, Superiores gerais de religiosos, no Vaticano, para propor e articular novas medidas contra a pedofilia e o acobertamento de crimes pelo clero católico e hierarcas. Em outubro de 2019 o Sínodo Extraordinário para a Amazônia, em Roma.  A Reforma da estrutura burocrática da Cúria Romana desenhada pelo grupo de trabalho de cardeais deve ser promulgada. A questão das diaconisas e dos padres casados no rito latino recebeu uma ducha de água fria. Ainda será preciso rever os seminários de formação de novos padres para favorecer a ordenação de presbíteros missionários rompendo o clericalismo e o carreirismo predominantes. Os escândalos ainda estão presentes em muitos países. Em sentido esperançoso Francisco revisou o cânon que impedia mulheres de exercer os ministérios instituídos de leitor e acólito nas igrejas. A Alemanha avançou ainda mais escolhendo para secretária da Conferencia Episcopal uma mulher. Espera-se ampla mudança de quadros e funções em todos os dicastérios romanos em 2021, depois do escândalo financeiro do cardeal italiano Becciu (em processo judicial no Vaticano). Emergiram questões recalcadas nos últimos sessenta anos pós conciliares: mulheres nos ministérios, homens casados como presbíteros no rito latino, maior liberdade na pesquisa teológica, aprofundamento das questões ligadas à sexualidade humana, bioética e o pós-humano, abertura para o pensamento complexo, a ampla questão ecológica, revisão do processo da escolha de bispos para o rito latino, aprofundamento do diálogo inter-religioso e, sobretudo o multilateralismo como característica diplomática do papa Francisco na construção do poliedro. Francisco tem se empenhado fortemente para evitar a guerra e invasão da Ucrânia pelo governo russo.

 

Papa Francisco e o Episcopado Brasileiro: Em 12/02/2022 dos atuais 467 bispos vivos no Brasil, contamos 305 na ativa e 162 eméritos. O papa Francisco já indicou 127 bispos para a Igreja do Brasil, ou seja, 41,5% dos bispos católicos brasileiros na ativa.

 

Francisco e a composição do colégio de cardeais em 12/02/2022:

Os atuais cardeais eleitores são 119 de 65 países. Os cardeais não eleitores são 95 com mais de oitenta anos. Total de 214 cardeais vivos de 87 países. O cardeal norte-americano McCarrick foi excluído do Colégio de cardeais e do ministério presbiteral (laicizado pelo papa Francisco por escândalos de pedofilia em 16/01/2019). O italiano Angelo Becciu foi retirado do colégio de cardeais por escândalos financeiros em 24/09/2020.

Segundo a indicação dos diferentes papas quando da elevação ao cardinalato temos a atual composição no colégio de cardeais:

Papa São Paulo VI - não há mais nenhum cardeal vivo (o papa emérito Bento XVI foi criado cardeal pelo santo papa Paulo VI). Em todo o pontificado ele criou 143 cardeais. Todos falecidos exceto o papa emérito Bento 16.

Papa São João Paulo II  - 12 eleitores + 44 não eleitores = 56 cardeais vivos. Em todo o pontificado ele criou 231 cardeais. Faleceram 174 cardeais e um foi destituído.

Papa emérito Bento XVI – 38 eleitores + 27 não eleitores = 65 cardeais vivos. Em todo o pontificado ele criou 90 cardeais. Faleceram 25 cardeais.

Papa Francisco – 69 eleitores + 24 não eleitores = 93 cardeais vivos. Até o momento Francisco criou 101 cardeais. Faleceram OITO cardeais criados por Francisco. OBS: não exerce as prerrogativas do cargo o italiano Angelo Becciu destituído em 24/09/2020 que segue em processo judiciário na Santa Sé.

Do total de 214 cardeais vivos temos 49 purpurados oriundos de ordens religiosas ou congregações (29 são cardeais eleitores e 20 não eleitores). Dentre os eleitores: cinco salesianos de dom Bosco, quatro jesuítas, quatro franciscanos, três dominicanos, um espiritano, um carmelita, um lazarista, um do instituto secular Pio X, um agostiniano, um redentorista, um Opus Dei, um do Instituto Voluntas Dei, um de Santo Sulpício, um comboniano, um da Congregação da Santa Cruz, um da ordem cisterciense e um do Sagrado Coração.

Há 14 cardeais bispos sendo seis eleitores, 159 cardeais presbíteros sendo 91 eleitores e 41 cardeais diáconos sendo 22 eleitores. Total de 119 eleitores + 95 não eleitores = 214 cardeais vivos.

 

Resumo da ação do papa Francisco em nove anos de pontificado: Os nove anos do pontificado do papa Francisco são uma fonte de oxigênio para os cristãos, aberto aos demais crentes e mesmo uma ponte feliz de diálogo aos ateus que buscam a verdade e a justiça. Francisco não veio repetir fórmulas. Quer o novo, como pastor de esperanças e alegrias, especialmente fala aos jovens, migrantes e refugiados e tem um compromisso junto ao planeta Terra, nossa Casa Comum. Aguarda-se a aprovação de ministérios femininos, de modo urgente, as diaconisas. Recentemente foi organizado o ministério dos/as catequistas em todas as dioceses do mundo e inúmeros ministérios laicais instituídos.  

Fontes bibliográficas:

www.vatican.va

www.news.va



 RETIRO ESPIRITUAL PARA SEMINARISTAS


A Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas do Brasil promoveu um retiro espiritual para seminaristas nos dias 18 a 22 de julho de 2022, na Casa da Fraternidade - Mosteiro da Anunciação, localizado na cidade de Goiás.

Nestes dias,  a casa ofereceu uma acolhida fraterna, num espaço apropriado, simples e silencioso, bem próximo da natureza, com alimentação simples, a oração do Ofício Divino das Comunidades, meditações inspiradas na vida e no testemunho do Irmão Carlos de Foucauld, Eucaristia diária e adoração eucarística, momentos a sós com Deus e a experiência  da revisão de vida.


 

O retiro foi orientado pelo padre Carlos Roberto dos Santos e teve como lema: “Gritar o Evangelho com a vida”. Sete seminaristas participaram do retiro. Vale lembrar que eles tiveram suas despesas pagas pelos respectivos padres e bispos que os enviaram. 

Os seminaristas chegaram na tardezinha do dia 18 e saíram após o almoço do dia 22. Foram três dias agradáveis, de convívio fraterno, conforme a proposta do retiro. 

A partir da espiritualidade de São Carlos de Foucauld, o retiro aconteceu com leveza e seriedade, buscando ajudar os seminaristas a encontrar, ou reencontrar, o essencial em sua vida e vocação. Todos os dias, celebramos o ofício da manhã, presidido pelo Fernando Carlos da Costa (irmão residente na Casa da Fraternidade). Logo após foi tomado café, seguido de uma hora de trabalho manual. As 9h da manhã aconteceram as palestras, quando os seminaristas conheceram a vida do Irmão Carlos, apresentada pelo padre Carlos Roberto. Nos três dias, após as palestras tivemos um momento de deserto, entre 40 minutos a uma hora, seguido de uma hora de adoração eucarística, onde cada seminarista pode ficar a sós com o Bem-amado Senhor Jesus Cristo, e conversar profundamente com Ele, ressignificando sua vocação. Na parte da tarde os seminaristas ouviram o testemunho de vida do padre Carlos Roberto e do padre Gunther sobre esta espiritualidade em suas vidas. Em seguida, após um tempo de deserto, eles iam para o alpendre onde, orientados pelo padre Carlos, a cada tarde, um ou mais seminarista partilhava sua vida e sua história com os outros. Esta revisão de vida foi um momento muito bom, que, com certeza, marcou a vida dos seminaristas para viverem sua vocação de maneira saudável, partilhando com um diretor espiritual ou com alguém de sua confiança. Na tarde da quinta-feira Dom Eugênio Rixen (bispo emérito a diocese de Goiás e irmão residente na Casa) nos levou a um parque onde todos ficaram em contato com a natureza: rochas, rio e arvores. 

Além da revisão de vida, o que mais marcou os seminaristas foi o encontro pessoal com Cristo na Eucaristia, sempre as 18h30, e os momentos de adoração eucarística, sempre das 11h ao meio dia. Estes momentos, vividos com simplicidade, levaram cada um dos seminaristas a fazer um encontro profundo com Cristo, conforme eles mesmos disseram em suas avaliações. 

Eis, abaixo, alguns trechos do testemunho dos seminaristas: 


A metodologia aplicada no retiro foi muito boa, não foi cansativa, mas sim tranquila, e com linguagem clara... esse retiro nos modificou e restaurou, e por fim nos preencheu aonde precisava ser preenchido, e trouxe força e sabedoria para que possamos seguir em frente, testemunhado a nossa vida em Cristo. Agradeço a todos que colaboraram de forma direta ou indireta para que esse retiro acontecesse, que Deus possa iluminar a cada um de nós! Muito obrigado! (João Pedro)


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O encontro para mim veio num momento em que eu passava por uma crise espiritual forte, e lá, nesse encontro, pude conviver com pessoas excelentes que alimentaram minha fé com suas histórias de vida. Pude observar e rezar num ambiente favorável a oração, com os princípios de Irmão Carlos, de forma forte e descontraída. Um verdadeiro encontro com Jesus, um Deus que está perto de nós, nos momentos felizes e tristes, e lá pude perceber isso. Aprendi a buscar aquilo que essencial, o amor ao bem-amado, a Jesus que está sempre perto de nós, no serviço, nos momentos de lazer, na natureza, nas palestras, na história de cada um cuidando e mostrando o caminho através de pessoas que passam ou passaram por mesmos problemas. (Alvin Aran) 

Jesus é e deve sempre ser a razão e causa de tudo aquilo que somos e queremos nos tornar... Cheguei neste retiro em crise de fé e/ou secura espiritual e retornar ao que de fato é essencial pode me fazer recuperar o que havia perdido e há muito tempo estava buscando. Durante os dias do retiro considerei uma saída da formação sacerdotal por perceber que a minha caminhada estava bem longe do essencial... o retiro da fraternidade mudou a minha vida, renovou a minha vocação e principalmente me fez retornar a única questão que de fato importa: Amar a Jesus onde quer que estejamos. (Andro Hadryem)

Desde a acolhida, passando pelos momentos de meditação, de adoração, das refeições, enfim, tudo contribuiu para um dos momentos que mais me tocaram pela sinceridade com a qual aconteceu. Poder ouvir e poder partilhar numa conversa, sem preconceitos e julgamentos, as rosas e os espinhos que compõem a nossa caminhada realmente faz bem à alma. E fez bem à minha alma poder ouvir a partilha dos irmãos como também poder partilhar com eles as minhas experiências. (Misael)

Gostei muito do cronograma, pois não foi pesado, e com momentos bem pensados. O ambiente por si só nos leva à oração, e o entrosamento de todos os membros da fraternidade para mim foi de grande importância... Espero carregar sempre em meu coração o que vivemos nesta semana, rica em espiritualidade e partilha em fraternidade. Que eu consiga fazer, assim como o fez São Carlos de Foucauld, a opção pelo último lugar, para ir onde ninguém quer ir e pregar o Evangelho com minha vida... muito obrigado e que Deus abençoe o senhor, Padre Carlos, e toda a fraternidade sacerdotal. (Iury Gabriel)

O retiro da Fraternidade para seminaristas foi um momento de experiência muito bom. Conhecemos um pouco mais sobre a Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas. Os momentos de orações foram muito gratificantes, para fortalecer a oração e a vida, na caminhada. Espero que no próximo ano eu possa participar novamente. Que Deus abençoe o seu ministério Padre Carlos que nos ajudou durante esses dias a caminhar mais firmes na fé. (Ewerton)

Este encontro/retiro foi uma oportunidade de revisar a vida à luz de Cristo, tendo olhos fixos nele e descobrir, na simplicidade e entre irmãos, o cuidado e a presença de Deus no cotidiano da nossa existência... O exemplo eloquente de Carlos de Foucauld e sua espiritualidade na busca do último lugar, no encontro e na convivência fraternal entre povos de distinta fé, muito me fez refletir de como lidar com os outros, principalmente no que tange as diferenças, em um contexto de muitas divisões e extremismos no mundo e não obstante na Igreja. Agradeço a todos que se envolveram para idealizar e executar cada detalhe deste retiro, desde a acolhida, hospedagem, alimentação, mas também as orações, missas, partilhas e palestras. Um destaque deve ser dado ao grupo que, muito aberto a proposta e dinâmica do encontro, levou a sério as atividades em que todos se empenharam, envolveram e comprometeram. (Fabiano)

Viver esta experiência com os 7 seminaristas aqui na Casa da Fraternidade foi muito bom para mim também. Num mundo onde aparências falam mais forte, inclusive na vida sacerdotal, e onde estamos vendo um “retorno ao passado”, sentindo falta de uma verdadeira mística, lembro que o Papa Francisco disse: “O evangelho está em nossa frente, não é coisa do passado. A ‘doutrina’ não é algo petrificado, enunciado para sempre”. E agradeço a Deus a oportunidade de viver esta experiência com os seminaristas. Peço a Deus que os mantenha firmes na vocação, e que cada um deles vivam a intimidade com Cristo, e “por causa de Cristo e do Evangelho”, vivam toda sua vocação a serviço de uma Igreja inclusiva, próxima de Deus e dos irmãos mais pobres. (Pe. Carlos Roberto).



Pe. Carlos Roberto dos Santos

Responsável Nacional da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas




QUEM SOMOS NÓS:


A fraternidade que mora na Casa da Fraternidade - Mosteiro da Anunciação, em Goiás, desde o início de 2022, é composta por um bispo, dois padres e um leigo, membros da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas. Fazemos a experiência de viver em fraternidade e oração, segundo as intuições espirituais de São Carlos de Foucauld, no espírito do Concílio Vaticano II e das Conferencias episcopais Latino Americanas, em comunhão com o magistério do Papa Francisco e as orientações da CNBB.  A Casa da Fraternidade é um lugar de oração e de acolhida para todos que querem viver alguns dias de oração e recolhimento, individualmente ou em grupo, e desejam ressignificar sua vida vocacional. Oferecemos a opção de acompanhamento individual ou em  grupo para padres, seminaristas, religiosos e religiosas ou leigos e leigas.


Breve radiografia do episcopado brasileiro 

efetuada pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior, assistente doutor da PUC-SP. Alguns dados são inéditos. Atualizada para 20 de abril de 2023. 


No Brasil vivem 215.461.715 habitantes. Existem organizadas 45 províncias eclesiásticas além da arquieparquia oriental de rito ucraniano. São 315 bispos ativos na CNBB e 157 eméritos totalizando 472 bispos vivos. O Brasil teve nomeados 1.221 bispos, entre 25/02/1551 até 20/04/2023. No mundo atualmente existem 5.557 bispos vivos. A atual idade média dos 315 bispos na ativa no Brasil é de 62,55 anos em 20/04/2023. Em 2018, a média de idade era de 61,09 anos. Em maio de 2019 de 61,5 anos. 

Por faixas etárias: de 47,8 a 54,9 anos são 43 bispos; de 55 a 60,9 anos são 100 bispos; de 61 a 64,9 anos são 56 bispos; de 65 a 69,9 anos são 55 bispos; de 70 a 72,9 anos são 34 bispos; de 73 a 75 anos são 13 bispos; bispos ainda ativos com mais de 75 anos são 11 bispos. Os elegíveis por idade serão 273 bispos. Na Assembleia votam 315 bispos + 9 administradores diocesanos = 324 eleitores.  


TOTAL DE BISPOS em comunhão fraterna na CNBB atualmente vivos: 472 pastores, sendo 315 na ativa e 157 eméritos (ou aposentados). Os bispos oriundos do clero diocesano são 294 pessoas, e os que pertenceram a uma ordem ou congregação de vida consagrada são 178 pessoas. Na ativa contamos 206 bispos oriundos do clero diocesano e 109 oriundos do clero religioso. Entre os eméritos temos 88 oriundos do clero diocesano e 69 oriundos do clero religioso. Diocesanos são 5 cardeais + 44 arcebispos + 245 bispos dioc.aux.prelados.adm.=294. Religiosos são 2 cardeais + 27 arcebispos + 149 bispos dioc.aux.prel.adm=178.  

Há hoje 315 bispos ativos na hierarquia católica no Brasil – voz e voto na CNBB: 

61 nomeados pelo papa São João Paulo II; 

105 nomeados pelo papa Bento XVI; 

149 nomeados pelo papa Francisco até 20/04/2023. 

+ 9 administradores diocesanos com direito a voto. 


Em 20/04/2023 há nove dioceses brasileiras vacantes com administradores até que ocorra a nomeação por Roma de um novo bispo: 

1. Diocese de Amargosa, BA, vacante desde 18 de agosto de 2021. Administrador: diocesano padre Nelson Franca. 

2. Diocese de Jataí, GO – administrador diocesano ????. Vacante desde 29/03/2023. 

3. Diocese de Januária, MG, vacante desde 14/12/2022. Adm. diocesano:? 

4. Diocese de Quixadá, CE; vacante desde 15 de dezembro de 2021. Administrador diocesano padre Eronildo Oliveira. 

5. Diocese de Parnaíba, PI, vacante desde 04/01/2023. Administrador diocesano: ? 

6. Prelazia de Marajó, PA, vacante desde 25 de janeiro de 2023. Administrador Diocesano?.  

7. Diocese de Tubarão, SC, vacante desde 19 de janeiro de 2022. Administrador diocesano padre Lino Brunel. 

8. Diocese de Tocantinópolis, TO, vacante desde 31 de janeiro de 2023, administrador diocesano??? 

  

OITO dioceses vacantes: Amargosa, BA; Jataí, GO; Quixadá, CE; Tubarão, SC; Januária, MG; Parnaíba, PI; prelazia de Marajó, PA; Tocantinópolis, TO. Ainda há dois administradores votando por que os bispos designados ainda não foram sagrados e empossados. 


Informes oficiais da CNBB - site. 

A 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB) acontecerá de 19 a 28 de abril, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP). O principal evento do episcopado brasileiro terá como uma de suas principais marcas, as eleições para a escolha daqueles que desempenharão funções e serviços na Conferência Episcopal nos próximos anos. 

Serão realizadas eleições para 20 funções/serviços à CNBB: os 4 membros da Presidência; 12 presidentes das Comissões Episcopais permanentes; 2 representantes da CNBB no Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), um titular e suplente; e 2 bispos que participarão do processo do Sínodo sobre a Sinodalidade, em Roma. 

Escrutínios 

Essas escolhas devem ser realizadas em até três escrutínios para cada cargo, ou seja, a previsão é de até 60 votações durante o processo eleitoral da Assembleia, o qual será realizado na segunda semana do encontro, após o retiro dos bispos. Os votos são secretos. 

A previsão da quantidade de votações é feita a partir do que está estabelecido no artigo 28 do Estatuto Canônico da CNBB. A norma prevê a realização de votações separadas para cada um dos cargos. É considerado eleito aquele que atingir a maioria de 2/3 dos votos no primeiro ou no segundo escrutínio. 

Caso o mais bem votado não alcance esse número nas duas primeiras votações, o terceiro escrutínio é feito entre os dois candidatos mais votados no segundo, elegendo aquele que obtiver maioria absoluta. Havendo empate, será considerado eleito o mais antigo por tempo de ordenação episcopal. 

Quem pode votar 

O voto deliberativo compete apenas aos bispos diocesanos, aos equiparados a eles no direito e aos bispos coadjutores (cf. cân. 454, § 2). Assim, os administradores diocesanos têm direito a voto, mas não podem ser votados. 

Segundo o artigo 27 do Estatuto da CNBB, a Assembleia Geral só pode deliberar ou eleger se estiverem presentes 2/3 dos membros com voto deliberativo, salvo quórum diferente exigido pelo direito. O parágrafo primeiro reza que “as deliberações decisórias e as eleições serão feitas de acordo com este Estatuto e o Regimento Interno”. 

 Quem pode ser votado 

Segundo o Estatuto da CNBB, apenas bispo diocesano, com idade inferior a 71 anos, pode ser eleito presidente, 1º vice-presidente e 2º vice-presidente da CNBB (cf. Congregação para os Bispos. Carta aos Bispos, de 3 de março de 2022, Prot. N. 42/2022). Para o cargo de secretário-geral, somente bispo pode ser eleito. 

Aqueles que já estiveram na Presidência da CNBB por dois mandatos consecutivos não podem ser votados para um terceiro mandato imediatamente subsquente em qualquer um dos cargos. Assim, os membros da atual Presidência da CNBB estão elegíveis para um segundo mandato no mesmo cargo ou para outra função no mesmo órgão constitutivo. 

Como será a votação 

Os escrutínios da 60ª Assembleia Geral serão realizados com votações secretas em urnas eletrônicas cujo sistema foi desenvolvido pelo Departamento de Tecnologia de Informação da CNBB. Serão 17 urnas instaladas no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, cada uma com dois bispos responsáveis, um presidente e um secretário. Eles vão garantir o sigilo e a privacidade dos eleitores no processo de votação. 

Só será liberado o registro do voto após apresentação da carteira eclesial e a assinatura na lista de presença. Após a aproximação da carteira do bispo no leitor, o sistema será aberto para que seja registrado o voto. 

Após cada escrutínio, o sistema de gerenciamento das urnas fará a apuração dos votos e emitirá um relatório com o nome dos candidatos votados, por ordem decrescente. Este relatório indicará se o candidato mais votado alcançou o percentual de votos exigido para aquele escrutínio, segundo as normas do estatuto. 

As votações vão ocorrer na seguinte ordem: 

1. Presidente 

2. 1º Vice-Presidente 

3. 2º Vice-Presidente 

4. Secretário-Geral 

5. 12 (doze) Presidentes das Comissões Episcopais 

6. Delegado junto ao CELAM 

7. Suplente junto ao CELAM 

8. Delegados para o Sínodo 2023 (2 bispos) 


+

Formação acadêmica dos 315 bispos. 

Doutores =17% do episcopado ativo. 

Mestres e Especialistas = 58% do episcopado ativo.  

Graduados = 25% do episcopado ativo.   


 


por indicação dos pontificados dos bispos ativos e eleitores.

 


por lugar de nascimento dos 315 bispos 

 

315 bispos católicos na ativa em 20/04/2023. 

 

279 bispos brasileiros natos na igreja do Brasil – 88,57% 

55 paulistas  

39 mineiros  

33 gaúchos  

30 paranaenses  

20 baianos 

17 catarinenses  

12 cariocas  

9 capixabas  

8 sergipanos  

7 pernambucanos  

8 cearenses  

6 potiguares 

6 paraibanos  

6 maranhenses  

5 paraenses  

4 goianos  

3 tocantinenses  

3 piauienses  

3 alagoanos  

2 brasilienses  

2 amazonenses  

1 sul mato-grossense  

 

36 bispos católicos na ativa nascidos fora do Brasil – 11,43% 

13 italianos  

6 poloneses  

6 espanhóis  

2 alemães  

1 uruguaio 

1 sírio 

1 português  

1 libanês  

1 francês  

1 egípcio 

1 belga  

1 irlandês  

1 cabo-verdiano 

 

Bispos com 75 anos completos aguardando nomeação de sucessor em 20/04/2023:  

1. Arcebispo Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida, SP (catarinense, *13/04/1946). Atuais 77 anos.  

2. Bispo Luís Flávio Cappio, O.F.M., Bispo de Barra (do Rio Grande), BA (paulista, *04/10/1946). Atuais 76,5 anos. 

3. Bispo Antônio Fernando Brochini, C.S.S., Bispo de Itumbiara, GO (paulista, *10/11/1946). Atuais 76,4 anos.  

4. Bispo Eduardo Zielski, bispo de São Raimundo Nonato, PI (polonês, *12/02/1947). Atuais 76,16 anos.   

5. Arcebispo Jaime Vieira Rocha, Arcebispo de Natal, RN (potiguar, *30/03/1947). Atuais 76 anos.  

6. Cardeal João Bráz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, DF, Prefeito da Congregação dos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de vida Apostólica, Cúria Romana, Vaticano (*catarinense, *24/04/1947). Atuais 76 anos.  

7. Arcebispo Antônio Fernando Saburido, O.S.B., Arcebispo de Olinda e Recife, PE (pernambucano, *10/06/1947). Atuais 75,8 anos. 

8. Bispo Mariano Manzana, Bispo de Mossoró, RN (italiano, *13/10/1947). Atuais 75,5 anos.  

9. Bispo Egídio Bisol, bispo de Afogados de Ingazeira, PE (italiano, *23/12/1947). Atuais 75,3 anos. 

10. Bispo Derek John Christopher Byrne, S.P.S., Bispo de Primavera do Leste - Paranatinga, MT (irlandês, *17/01/1948). Atuais 75,2 anos. 

11. Bispo Edson Taschetto (Tasquetto) Damian, Bispo de São Gabriel da Cachoeira, AM (gaúcho, *04/03/1948). Atuais 75,1 anos.  

12. Bispo Tommaso Cascianelli, C.P., Bispo de Irecê, BA (italiano, *09/03/1948). Atuais 75 anos.  


Bispos que se aposentam em 2023 ao completar 75 anos: 

1. Bispo Emanuel Messias de Oliveira, bispo de Caratinga, MG (mineiro, *22/04/1948). Atuais 74,9 anos. 

2. Arcebispo José Antônio Aparecido Tosi Marques, Arcebispo de Fortaleza, CE (paulista, *13/05/1948). Atuais 74,9 anos.  

3. Bispo Dario Campos, O.F.M., arcebispo de Vitória, ES (capixaba, *09/06/1948). Atuais 74,8 anos.  

4. Bispo Aloísio Alberto Dilli, O.F.M., Bispo de Santa Cruz do Sul, RS (gaúcho, *21/06/1948). Atuais 74,8 anos.   

5. Bispo Antônio Augusto Dias Duarte, Opus Dei, bispo titular de Tuscamia, auxiliar de São Sebastião do Rio de Janeiro-RJ (paulista, *07/11/1948). Atuais 74,4 anos.  

6. Bispo Sérgio Arthur Braschi, Bispo de Ponta Grossa, PR (paranaense, *03/12/1948). Atuais 74,3 anos.   


Quadro da Igreja Católica no Brasil, particularmente CNBB – radiografia completa. Atualizado em 20/04/2023 - Pesquisa e coleta de dados feita pelo Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior, assistente doutor do departamento de Ciências Sociais da PUC-SP. Email: fajr@pucsp.br 

 

Regional Norte 1 (quase todo o Amazonas e Roraima) + Regional Noroeste (Rondônia, Acre e parte do Amazonas) – 16 circunscrições com 28 bispos, sendo 17 na ativa e 11 eméritos.  

Regional Norte 2 (Pará e Amapá) – 14 circunscrições com 21 bispos, sendo 16 na ativa e 5 eméritos. Vacante: prelazia de Marajó. 

Regional Norte 3 (Tocantins+1 de PA + 1 de MT São Felix) – 8 circunscrições com 9 bispos, sendo 7 na ativa e dois eméritos. VACANTE: Tocantinópolis, TO. 

Regional Nordeste 1 (Ceará) – 9 circunscrições com 20 bispos, sendo 10 na ativa e 10 eméritos. Vacante: Quixadá. 

Regional Nordeste 2 (Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas) – 21 circunscrições com 33 bispos, sendo 22 na ativa e 11 eméritos.  

Regional Nordeste 3 (Bahia e Sergipe) – 26 circunscrições com 40 bispos, sendo 28 na ativa e 12 eméritos. Vacante: Amargosa, BA. 

Regional Nordeste 4 (Piauí) – 8 circunscrições com 10 bispos, sendo 7 na ativa e 3 eméritos. Vacante: Parnaíba.  

Regional Nordeste 5 (Maranhão) – 12 circunscrições com 19 bispos, sendo 12 na ativa e 7 eméritos. 

Regional Leste 1 (Rio de Janeiro) – 11 circunscrições com 30 bispos, sendo 20 na ativa e 10 eméritos. 

Regional Leste 2 (Minas Gerais) – 29 circunscrições com 47 bispos, sendo 31 na ativa e 16 eméritos. Vacante: Januária. 

Regional Leste 3 (Espírito Santo) – 4 circunscrições com 7 bispos, sendo 5 na ativa e 2 eméritos.  

Regional Sul 1 (São Paulo) – 45 circunscrições com 84 bispos, sendo 53 na ativa e 31 eméritos. 

Regional Sul 2 (Paraná) – 20 circunscrições com 30 bispos, sendo 22 na ativa e 8 eméritos.   

Regional Sul 3 (Rio Grande do Sul) – 18 circunscrições com 35 bispos, sendo 22 na ativa e 13 eméritos.  

Regional Sul 4 (Santa Catarina) – 10 circunscrições com 13 bispos, sendo 9 na ativa e 4 eméritos. VACANTE: Tubarão, SC.  

Regional Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal) – 13 circunscrições com 26 bispos, sendo 18 na ativa e 8 eméritos. Não contado o cardeal que atua em Roma, dom Braz de Aviz. VACANTE: Jataí, GO.  

Regional Oeste 1 (Mato Grosso do Sul) – 7 circunscrições com 10 bispos, sendo 8 na ativa e dois eméritos. 

Regional Oeste 2 (Mato Grosso) – 8 circunscrições com 10 bispos, sendo 8 na ativa e 2 eméritos.   

 

OITO dioceses vacantes: Amargosa, BA; Jataí, GO; Quixadá, CE; Tubarão, SC; Januária, MG; Parnaíba, PI; prelazia de Marajó, PA; Tocantinópolis, TO.   

 

O atual episcopado no Brasil soma: 472 bispos sendo 315 na ativa e 157 bispos eméritos. Há OITO administradores atuando nas sedes vacantes.  


Curiosidades por Estado ou Regional da CNBB: 

 

Curiosidades sobre o episcopado católico do Estado do Acre (AC) 

Há três bispos vivos, dois na ativa e um emérito. Nenhum deles é nascido no Acre. Origem: um italiano, um espanhol e um mineiro. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e nenhum acreano. Do total de 733.559 habitantes do Estado (CENSO IBGE 2010), os pertencentes à Igreja Católica de rito latino são 381.007, ou seja, 52% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos acreanos estão na média nacional. 

                                                             

Curiosidades do episcopado do Estado de ALAGOAS  

Há quatro bispos vivos, sendo três na ativa e um emérito. São nascidos: um paraibano, um pernambucano, um paraense e um baiano. Há seis bispos alagoanos atuando em vários Estados brasileiros. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e seis bispos nascidos no Alagoas atuando fora do Estado de origem. Do total de 3.332.000 habitantes do Estado (IBGE Censo 2010), os membros da Igreja Católica são 2.399.000, ou seja, 72% do total. A média brasileira é de 50%, portanto acima da média nacional. 

 

Curiosidades sobre o episcopado católico do Estado do Amapá. 

O único bispo é italiano. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e nenhum nascido no Amapá. Do total de 766.679 habitantes do Estado, os pertencentes à Igreja Católica de rito latino são 481.000, ou seja, 62,7% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos do Amapá estão acima da média nacional.  

 

Curiosidades sobre o episcopado católico do Estado do Amazonas 

Há 20 bispos vivos. Dez bispos na ativa e dez eméritos. Dos 20 bispos atuantes dois são amazonenses de nascimento. Os outros 18 são de origem: dois paulistas, três espanhóis, dois italianos, dois mineiros, dois gaúchos, um cearense, um baiano, um alemão, um polonês, um capixaba, um catarinense e um sul mato-grossense. Há um amazonense atuando no Pará. O episcopado brasileiro tem atualmente 472 bispos vivos e três amazonenses. Do total de 3.483.985habitantes do Estado, pertencentes a Igreja Católica de rito latino são 2.071.453, ou seja, 59,4% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos amazonenses estão acima da média nacional. Em 27/08/2022 será elevado ao cardinalato o arcebispo de Manaus, AM, dom Leonardo U. Steiner. 

 

Curiosidades do episcopado do Estado da Bahia  

Há 35 bispos vivos: 25 na ativa e 10 eméritos. Dos 35 bispos do Estado da Bahia, ONZE são baianos. Os outros 24 bispos vivos nasceram em: seis italianos, SEIS mineiros, dois sergipanos, dois catarinenses, um pernambucano, um cearense, um suíço, um alagoano, um gaúcho, dois paulistas, um capixaba. Há outros doze bispos nascidos na Bahia atuantes em outros regionais da CNBB. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e 23 são baianos.  Do total de habitantes do Estado da Bahia (IBGE Censo 2010), os que se declararam da Igreja Católica são 65,2%. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos baianos estão acima da média nacional. Os irmãos protestantes e pentecostais somavam 17,4% e sem religião 12%. VACANTE: Amargosa. 


Curiosidades do episcopado do Estado do Ceará  

Há 20 bispos vivos, sendo 10 bispos na ativa e dez eméritos. Dos 20 bispos vivos, três são cearenses natos. Os outros 17 bispos atuantes no Regional NE1 são nascidos: três italianos, três pernambucanos, dois paulistas, um espanhol, um alemão, um fluminense/carioca, um capixaba, um goiano, um maranhense, um alagoano, um potiguar e um sergipano. Há outros sete cearenses que atuam em outros Estados brasileiros. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e dez são nascidos no Estado do Ceará. Do total de 8.425.381 habitantes do Estado (IBGE Censo 2010), os membros da Igreja Católica são 6.663.512, ou seja, 79% do total. A média brasileira é de 50%, portanto muito acima da média nacional. Vacante: Quixadá. 

 

Curiosidades sobre o episcopado católico do Centro-Oeste (Goiás, DF-Brasília e Ordinariato Militar) 

Há 26 bispos vivos. Dezoito na ativa e oito eméritos. Dos 26 bispos vivos, seis são nascidos no regional (quatro goianos e dois brasilienses). Os outros 20 bispos do Regional Centro-Oeste são oriundos de: quatro paulistas, 2 mineiros, 1 gaúcho, 2 baianos, dois paranaenses, hum italiano, hum cearense, hum alagoano, hum belga, hum polonês, hum piauiense, hum pernambucano, hum fluminense/carioca e hum potiguar. Há bispo nascido em Goiás que atua como bispo auxiliar em Fortaleza, CE. O episcopado brasileiro tem atualmente 472 bispos vivos sendo sete nascidos no Centro-Oeste (cinco goianos e dois brasilienses). Do total de 9.566.627 habitantes do Estado, os membros da Igreja Católica são 6.508.863, ou seja, 68% do total, segundo dados das dioceses. A média brasileira atual é de 50%, portanto os católicos do Centro-Oeste estão acima da média nacional. VACANTE: Jataí, GO.  

 

Curiosidades do episcopado do Estado do Espírito Santo  

Há SETE bispos vivos, sendo cinco na ativa e dois eméritos. Dos SETE bispos, quatro são capixabas natos. Os outros três são: um italiano, um fluminense/carioca e um mineiro. Há ainda outros sete bispos nascidos no Estado de Espírito Santo atuando em outros regionais da CNBB. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e onze são capixabas. Do total de 3.514.952 habitantes do Estado (IBGE Censo 2010), os membros da Igreja Católica são 1.873.280, ou seja, 53,30% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos capixabas estão próximos da média nacional.  

 

Curiosidades do episcopado do Estado do Maranhão: 

Há 19 bispos vivos. Doze bispos na ativa e sete eméritos. Do total de 19 bispos do Maranhão, temos três nascidos no Maranhão. Os outros 16 são: 2 italianos, 2 mineiros, um baiano, 1 catarinense, 2 gaúchos, 1 pernambucano, 1 espanhol, 1 cearense, 1 francês, 1 tocantinense, 1 polonês, 1 português e 1 paraense. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e oito são maranhenses (cinco atuantes em outros Estados brasileiros). Do total de 6.574.789 habitantes do Estado (IBGE CENSO 2010), afirmam pertencer à Igreja Católica de rito latino 4.899.250, ou seja, 74,5% do total. A média brasileira atual é de 50%, portanto os católicos maranhenses estão bem acima da média nacional. 

 

Curiosidades sobre o episcopado católico do Mato Grosso – 0este 2 

Há 10 bispos vivos. Oito bispos na ativa e dois eméritos. Do total de dez bispos só um é mato-grossense de nascimento. Os outros nove são cinco gaúchos, dois paulistas, um irlandês e um mineiro. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e somente um é mato-grossense. Segundo o CENSO do IBGE 2010 do total de 3.036.122habitantes do Estado, os pertencentes à Igreja Católica de rito latino são 1.925.472, ou seja, 63,4% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos mato-grossenses estão acima da média nacional.  

 

Curiosidades sobre o episcopado católico do Mato Grosso do Sul – Oeste 1 

Há dez bispos vivos, sendo oito na ativa e dois eméritos. Do total de dez bispos vivos atuantes no Regional, nenhum é nascido no Mato Grosso do Sul. Os nove são: três paranaenses, dois italianos, dois mineiros, um polonês, um catarinense e um paulista. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e um sul mato-grossense. Segundo o CENSO do IBGE 2010 os que se declararam como católicos de rito latino são 1.450.000, ou seja, 55% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos do MS correspondem à média nacional. 

 

Curiosidades do episcopado do Estado de Minas Gerais  

Há 47 bispos vivos, sendo 31 bispos na ativa e 16 eméritos. Dos 47 bispos vivos, 30 são mineiros natos. Os outros 17 bispos de Minas Gerais são: cinco paulistas, quatro fluminense/cariocas, um holandês, um capixaba, um português, dois baianos, um gaúcho, um italiano e um cearense. Há outros 35 bispos nascidos em Minas Gerais atuando em outros regionais da CNBB. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e 65 são nascidos em Minas Gerais, segundo maior grupo dos atuais bispos brasileiros. Do total de 19.595.330 habitantes do Estado (IBGE Censo 2010), os membros da Igreja Católica são 13.802.790, ou seja, 70,4% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos mineiros estão acima da média nacional. VACANTE: Januária. 

 

Curiosidades do episcopado do Regional Norte 3 (Estado de Tocantins, Conceição do Araguaia e São Félix) 

Há nove bispos vivos. Sete bispos na ativa e dois eméritos. As origens de nascimento dos bispos: dois mineiros, um belga, dois tocantinenses, um italiano, um piauiense, um francês e um polonês. O episcopado brasileiro tem 472 bispos e três tocantinenses. Do total de 2.022.000 habitantes do Regional, afirmam pertencer à Igreja Católica de rito latino 1.400.000 batizados, ou seja, 69% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos do Regional Norte 3 estão acima da média nacional. Vacante: Tocantinópolis, TO. 

 

Curiosidades sobre o episcopado católico do Pará 

Há 20 bispos vivos. São 15 bispos na ativa e cinco eméritos. Do total de 20 bispos, três são paraenses de nascimento. Os outros 17 bispos são oriundos: três espanhóis, três italianos, dois gaúchos, um alemão, um alemão-brasileiro, um francês, um mineiro, dois maranhenses, um austríaco-brasileiro, um cabo-verdiano, e um paranaense. Há ainda dois paraenses atuando em outros Estados brasileiros (Maranhão e xx). O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e cinco são nascidos no Pará. Segundo o CENSO do IBGE 2010 do total de 7.581.051habitantes do Estado, aqueles pertencentes à Igreja Católica de rito latino são 4.828.198, ou seja, 63,7% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos paraenses estão acima da média nacional. VACANTE: prelazia de Marajó, PA.  

 

Curiosidades do episcopado do Estado da PARAIBA 

Há seis bispos vivos, sendo cinco bispos na ativa e um emérito. Dos seis bispos vivos, dois são paraibanos. Os outros quatro bispos da Paraíba são nascidos em: um baiano, um pernambucano, um espanhol e um sergipano. Há outros cinco paraibanos atuantes em outros Estados brasileiros. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e sete bispos nascidos na Paraíba.   De acordo com o censo de 2010 declaram-se católicos apostólicos romanos (76,958%), protestantes (15,16%), espíritas (0,615%), testemunhas de Jeová (0,472%), mórmons (0,113%), candomblecistas (0,035%), umbandistas (0,029%), judeus (0,017%), tradições indígenas (0,010%), espiritualistas (0,004%), islâmicos (0,002%), hinduístas (0,002%), sem religião (5,661%), dentre os quais ateus (0,106%) e agnósticos (0,046%); pessoas com religião indeterminada e/ou múltiplo pertencimento (0,154%); os que não souberam (0,154%) e não declararam (0,016%). 

 

Curiosidades do episcopado do Estado do Paraná 

Há 30 bispos vivos, sendo 22 na ativa e oito eméritos. Dos 30 bispos vivos, treze são paranaenses natos. Os outros 17 bispos do Regional Sul II são oriundos de: SETE paulistas, TRÊS mineiros, três catarinenses, dois gaúchos, um paraguaio e um italiano. Há outros 18 bispos nascidos no Estado do Paraná atuando em outros regionais da CNBB. O episcopado brasileiro tem 472 bispos e 31 nascidos no Paraná, sendo o quinto maior grupo no colégio de bispos brasileiros. Um bispo paranaense atua na Argentina. Do total de 10.444.526 habitantes do Estado (IBGE Censo 2010), os membros da Igreja Católica são 7.268.935, ou seja, 69,6%do total. A média brasileira é de 62%, portanto os católicos paranaenses estão acima da média nacional. 

 

Curiosidades do episcopado do Estado de PERNAMBUCO  

Há 18 bispos vivos, sendo onze bispos na ativa e sete eméritos. Dos 18 bispos vivos, sete são pernambucanos. Os outros 11 bispos atuantes no Estado são nascidos em: dois potiguares, três italianos, dois paraibanos, um alagoano, um paulista, um baiano e um cearense. Há outros sete pernambucanos atuantes em outros Estados brasileiros. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e 14 bispos nascidos no Pernambuco. De acordo com os dados do censo de 2010 do IBGE, 5.801.397 se declaram católicos apostólicos romanos (65,95%), 1.788.973 evangélicos (20,34%), 123.798 espíritas (1,41%); 43.726 Testemunhas de Jeová (0,50%). Outros 914.954 não tinham religião (10,40%), dentre os quais 10.284 ateus (0,12%) e 5.638 agnósticos (0,06%); 80.591 seguiam outras religiões (0,90%); e 9.805 não souberam ou não declararam (0,12%). 

 

Curiosidades do episcopado do Estado do Piauí  

Há 10 bispos vivos, sendo sete bispos na ativa e três eméritos. Dos 10 bispos vivos, dois são piauienses natos. Os demais oito bispos são nascidos em: um cearense, um maranhense, um polonês, um austríaco, um paulista, um paraibano, um potiguar e um capixaba. Há dois outros bispos nascidos no Piauí, um atua em Palmas, TO e o outro em Ipameri, GO. O episcopado brasileiro tem 472 bispos e quatro bispos nascidos no Piauí. Do total de 3.118.360 habitantes do Estado (IBGE Censo 2010), os membros da Igreja Católica são 2.653.135, ou seja, 85% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos piauienses são os recordistas católicos no Brasil, 35 pontos acima da média nacional. VACANTE: Parnaíba. 

 

Curiosidades do episcopado do Estado do Rio de Janeiro 

Há 30 bispos vivos, sendo 20 bispos na ativa e dez eméritos. Dos 30 bispos vivos, dez são fluminense/cariocas natos. Os outros 20 bispos do Regional Leste I são oriundos de: quatro paulistas, três italianos, três mineiros, dois sergipanos, três paranaenses, um suíço, um capixaba, um paraibano, um polonês e um uruguaio. Há ainda outros oito bispos nascidos no Estado do Rio de Janeiro atuando em outros regionais da CNBB. O episcopado brasileiro tem 472 bispos e 18 são nascidos no Rio de Janeiro, sendo o oitavo maior grupo do colégio de bispos brasileiros. Do total de 15.989.929 habitantes do Estado (IBGE Censo 2010), os membros da Igreja Católica são 7.324.315, ou seja, 45,8% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos fluminense/cariocas estão abaixo da média nacional. 

 

Curiosidades do episcopado do Estado do RIO GRANDE DO NORTE  

Há cinco bispos vivos, sendo três bispos na ativa e dois eméritos. Dos cinco bispos vivos, três são potiguares. Os outros dois bispos atuantes no Rio Grande do Norte são: um fluminense/carioca e um italiano. Há outros cinco potiguares que atuam em outros Estados brasileiros. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e oito bispos nascidos no Rio Grande do Norte. Segundo censo do IBGE de 2010, 75,96% dos potiguares se declaram católicos romanos, 15,4% evangélicos, 6,41% não tinham religião e 2,23% seguiam outras denominações. Dentre os protestantes ou reformados, as maiores denominações eram: Assembleia de Deus (7,16%), Igreja Universal do Reino de Deus (0,75%), Deus é Amor (0,24%), Congregação Cristã do Brasil (0,15%) e Evangelho Quadrangular (0,08%). 

 

Curiosidades do episcopado no Rio Grande do Sul  

São 35 bispos vivos atualmente sendo 22 na ativa e 13 eméritos. Conta-se 26 gaúchos de nascimento atuando no próprio Estado. Os outros nove bispos atuantes no Sul 3 são: quatro catarinenses, dois paranaenses, dois paulistas e um italiano. Há outros 25 bispos nascidos no Estado do Rio Grande do Sul espalhados nos demais regionais da CNBB. O episcopado brasileiro tem atuais 472 bispos vivos sendo 51 gaúchos, o terceiro maior grupo.  

 

Curiosidades sobre o episcopado católico de Rondônia (RO)              

Há três bispos na ativa. Um gaúcho, um alemão e um maranhense. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos atualmente e nenhum rondoniense. Existe um total de 1.562.409 habitantes do Estado (CENSO IBGE 2010), sendo que os que se declararam pertencentes à Igreja Católica de rito latino são 742.950, ou seja, 47,5% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos rondonienses estão abaixo da média nacional. 

 

Curiosidades sobre o episcopado católico de Roraima  

Um bispo na ativa, nascido em Gaspar, Santa Catarina. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e nenhum nascido em Roraima. Do total de habitantes do Estado, os pertencentes à Igreja Católica de rito latino são 221.379, ou seja, 61% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos roraimenses estão acima da média nacional.  

 

Curiosidades do episcopado do Estado de Santa Catarina 

Há 13 bispos vivos. Nove na ativa e quatro eméritos. Dos 13 bispos, oito são catarinenses de nascimento. Os outros cinco são: dois gaúchos, dois paranaenses e um paulista. Há ainda outros 17 bispos vivos nascidos no Estado de Santa Catarina atuando em outros regionais da CNBB e no Vaticano. O episcopado brasileiro é composto atualmente por 472 bispos vivos e 25 são nascidos em Santa Catarina (+ o cardeal Aviz em Roma), o quinto maior grupo dos bispos brasileiros. Do total de 6.248.436 habitantes do Estado, os pertencentes à Igreja Católica de rito latino são 4.565.793, ou seja, 73% do total. A média brasileira atual é de 50%, portanto os católicos catarinenses estão acima da média nacional. VACANTE: Tubarão, SC. 

 

Curiosidades do episcopado do Estado de São Paulo – Regional Sul 1 da CNBB.  

Há 84 bispos nas dioceses paulistas, sendo 53 na ativa e 31 eméritos. Dos 84 bispos 47 são paulistas natos. Os outros 36 são oriundos: nove mineiros, seis gaúchos, 4 catarinenses, CINCO paranaenses, 4 italianos, 2 libaneses, 1 espanhol, 1 egípcio, 1 maltês, 1 sírio, 1 capixaba, 1 baiano e 1 paraibano. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e destes 81 paulistas, o maior grupo na CNBB. Fora do Estado de São Paulo atuam 34 bispos nascidos em terras paulistas. Do total estimado de 44.300.000 habitantes do Estado, os pertencentes à Igreja Católica somam 19.935.000, ou seja, 45% do total. A média brasileira atual é de 50%, portanto os católicos paulistas estão abaixo da média nacional.   

 

Curiosidades do episcopado do Estado de Sergipe  

Há cinco bispos vivos, sendo três na ativa e dois eméritos. Dos cinco bispos, dois são sergipanos natos. Os outros três são oriundos de: dois alagoanos e um baiano. Há seis bispos nascidos no Estado de Sergipe atuando em outros regionais da CNBB. O episcopado brasileiro tem 472 bispos vivos e OITO sergipanos.  Do total de habitantes do Estado (IBGE Censo 2010), os que se declararam da Igreja Católica são 76,4% do total. A média brasileira é de 50%, portanto os católicos sergipanos estão acima da média nacional. Protestantes e pentecostais somavam 11,8% e sem religião 8,1%. 


Os Padres da Igreja

Cedido pelo site https://www.clerus.va/content/clerus/pt.html


Chamamos de “Padres da Igreja” (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja, aproximadamente do século II ao século VII, que foram no oriente e no ocidente como que “Pais” da Igreja, no sentido de que foram eles que firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, de certa forma foram responsáveis pelo que chamamos hoje de Tradição da Igreja; sem dúvida, são a sua fonte mais rica.


Certa vez disse o Cardeal Henri de Lubac: “Todas as vezes que, no Ocidente tem florescido alguma renovação, tanto na ordem do pensamento como na ordem da vida – ambas estão sempre ligadas uma à outra – tal renovação tem surgido sob o signo dos Padres”. Gostaria de apresentar aqui ao menos uma relação, ainda que incompleta, desses gigantes da fé e da Igreja, que souberam fixar para sempre o que Jesus nos deixou através dos Apóstolos.


Em seguida, vamos estudar um pouco daquilo que eles disseram e escreveram, a fim de que possamos melhor conhecer a Tradição. Alguns foram Papas, nem todos; a maioria foi bispo, mas há diáconos, presbíteros e até leigos. Entre eles muitos foram titulados de Doutor da Igreja, sempre por algum Papa, por terem ensinado de maneira extraordinária os dogmas e verdades da nossa fé. Ao todo os Doutores da Igreja até hoje são 33; 30 homens e 3 mulheres, mas nem todos da época da Patrística.


S. Clemente de Roma (†102),Papa (88´97)

Santo Inácio de Antioquia (†110)

Aristides de Atenas (†130)

São Policarpo de Esmira (†156)

Pastor de Hermas (†160)

Aristides de Atenas (†160)

S. Hipólito de Roma (160´235)

São Justino (†165)

Militão de Sardes (†177)

Atenágoras (†180)

S. Teófilo de Antioquia (†181)

Orígenes de Alexandria (184´254)

Santo Ireneu (†202)

Tertuliano de Cartago (†220)

S. Clemente de Alexandria (†215)

Metódio de Olimpo (Sec.III)

S. Cipriano de Cartago (210´258)

Novaciano (†257)

S. Atanásio (295 ´373), Alexandria

S. Efrém ´ (306 ´ 373), diácono, Mesopotânia

S. Hilário de Poitiers ´ (310 ´ 367) ´ bispo

S. Cirilo de Jerusalém ´ (315 ´ 386) ´ bispo

S. Basílio Magno (330 ´ 369) ´ bispo, Cesaréia

S. Gregório Nazianzeno ´ (330 ´ 379), bispo

S. Ambrósio ´ (340 ´ 397), bispo, Treves ´ Itália

Eusébio de Cesaréia (340)

S. Gregório de Nissa (340)

Prudêncio (384´405)

S. Jerônimo ( 348 ´ 420), presbítero Strido, Itália

S. João Cassiano (360´407)

S. João Crisóstomo ´ (349 ´ 407), bispo

S. Agostinho ´ (354 ´ 430), bispo

Santo Efrém (†373)

Santo Epifânio (†403)

S. Cirilo de Alexandria (370 ´ 442), bispo

S. Pedro Crisólogo ´ (380 ´ 451), bispo, Itália

S. Leão Magno´(400 ´ 461), papa Toscana, Itália

S. Paulino de Nola (†431) Sedúlio (sec V)

S. Vicente de Lerins (†450)

S. Pedro Crisólogo (†450)

S. Bento de Núrcia (480´547)

S.Venâncio Fortunato (530´600)

S. Ildefonso de Toledo (617´667)

S. Máximo Confessor (580´662)

S. Gregório Magno (540´604), Papa

S. Ildefonso de Sevilha (†636)

S. João Damasceno (675´749), bispo, Damasco.


Neste capítulo vamos apresentar um pouco daquilo que esses grandes Padres da Igreja escreveram; isto nos ajudará a compreender melhor o que é a Sagrada Tradição da Igreja. Veremos de onde vem a fonte de tudo aquilo que cremos e vivemos na Igreja Católica.


É interessante notar que hoje muitos pastores protestantes estão se convertendo ao Catolicismo. A Revista americana “Sursum Corda!” Special Edition 1996 informa que nos últimos dez anos cerca de cincoenta pastores americanos se converteram, sendo que muitos outros estão a caminho da Igreja Católica. As três causas mais frequentes apontadas por eles são:


1 ´ o subjetivismo doutrinário que reina entre as várias denominações protestantes, em consequência do princípio “a Bíblia como única fonte da fé”, e do seu “livre exame” por cada crente, o que dá margem a muitas interpretações diferentes para uma mesma questão de fé e de moral;


2´ o re´estudo dos escritos dos Santos Padres, aqueles que contribuíram decididamente para a formulação correta da doutrina católica: a Santíssima Trindade, Jesus Cristo, a Igreja, os Sacramentos, a graça, etc..., e que vão desde os apóstolos até S. Gregório Magno (†604) no Ocidente, e até S. João Damasceno (†749) no Oriente;


3 ´ a definição do Cânon da Bíblia, isto é dos seus livros, que não é deduzida da própria Bíblia, mas da Tradição oral da Igreja. É a Igreja que abona a Bíblia e não o contrário. A análise profunda desses pontos têm mostrado a muitos pastores os enganos do protestantismo (PR, n.419, abril de 97, pp.146 a 160).


Vamos apresentar a seguir uma síntese dos principais Padres da Igreja:


S. Clemente de Roma (†102), Papa (88´97), foi o terceiro sucessor de São Pedro, nos tempos dos imperadores romanos Domiciano e Trajano (92 a 102). No depoimento de Santo Ireneu “ele viu os Apóstolos e com eles conversou, tendo ouvido diretamente a sua pregação e ensinamento”. (Contra as heresias)


Santo Inácio de Antioquia (†110) ´ foi o terceiro bispo da importante comunidade de Antioquia, fundada por São Pedro. Conheceu pessoalmente São Paulo e São João. Sob o imperador Trajano, foi preso e conduzido a Roma onde morreu nos dentes dos leões no Coliseu. A caminho de Roma escreveu Cartas às igreja de Éfeso, Magnésia, Trales, Filadélfia, Esmirna e ao bispo S. Policarpo de Esmirna. Na carta aos esmirnenses, aparece pela primeira vez a expressão “Igreja Católica”.


Aristides de Atenas († 130) ´ foi um dos primeiros apologistas cristãos; escreveu a sua Apologia ao imperador romano Adriano, falando da vida dos cristãos.


São Policarpo (†156) ´ foi bispo de Esmirna, e uma pessoa muito amada. Conforme escreve Santo Irineu, que foi seu discípulo, Policarpo foi discípulo de São João Evangelista. No ano 155 estava em Roma com o Papa Niceto tratando de vários assuntos da Igreja, inclusive a data da Páscoa. Combateu os hereges gnósticos. Foi condenado à fogueira; o relato do seu martírio, feito por testemunhas oculares, é documento mais antigo deste gênero (publicado neste livro).


Hermas (†160) ´ era irmão do Papa São Pio I, sob cujo pontificado escreveu a sua obra Pastor. suas visões de estilo apocalíptico.


Didaquè (ou Doutrina dos Doze Apótolos) ´ é como um antigo catecismo, redigido entre os anos 90 e 100, na Síria, na Palestina ou em Antioquia. Traz no título o nome dos doze Apóstolos. Os Padres da Igreja mencionaram´na muitas vezes. Em 1883 foi encontrado um seu manuscrito grego.


São Justino (†165), mártir ´ nasceu em Naplusa, antiga Siquém, em Israel; achou nos Evangelhos “a única filosofia proveitosa”, filósofo, fundou uma escola em Roma. Dedicou a sua Apologias ao Imperador romano Antonino Pio, no ano 150, defendendo os cristãos; foi martirizado em Roma.


Santo Hipólito de Roma (160´235) ´ discípulo de Santo Ireneu (140´202), foi célebre na Igreja de Roma, onde Orígenes o ouviu pregar. Morreu mártir. Escreveu contra os hereges, compôs textos litúrgicos, escreveu a Tradição Apostólica onde retrata os costumes da Igreja no século III: ordenações, catecumenato, batismo e confirmação, jejuns, ágapes, eucaristia, ofícios e horas de oração, sepultamento, etc.


Melitão de Sardes (†177) ´ foi bispo de Sardes, na Lídia, um dos grandes luminares da Ásia Menor. Escreveu a Apologia, dirigida ao imperador Marco Aurélio.


Atenágoras (†180) ´ era filósofo em Atenas, Grécia, autor da Súplica pelos Cristãos, apologia oferecida em tom respeitoso ao imperador Marco Aurélio e seu filho Cômodo; escreveu também o tratado sobre A Ressurreição dos mortos, foi grande apologista.


São Teófilo de Antioquia (†após 181) ´ nasceu na Mesopotâmia, converteu´se ao cristianismo já adulto, tornou´se bispo de Antioquia. Apologista, compôs três livros, a Autólico.


Santo Ireneu (†202) ´ nasceu na Ásia Menor, foi discípulo de São Policarpo (discípulo de S. João), foi bispo de Lião, na Gália (hoje França). Combateu eficazmente o gnosticismo em sua obra Adversus Haereses (Refutação da Falsa Gnose) e a Demonstração da Preparação Apostólica.


Segundo São Gregório de Tours (†594), S. Ireneu morreu mártir. É considerado o “príncipe dos teólogos cristãos”. Salienta nos seus escritos a importância da Tradição oral da Igreja, o primado da Igreja de Roma (fundada por Pedro e Paulo).


Santo Hilário de Poitiers (316´367), doutor da Igreja, foi bispo de Poitiers, combateu o arianismo, foi exilado pelo imperador Constâncio, escreveu a obra Sobre a Santíssima Trindade.


São Clemente de Alexandria (†215) ´ Seu nome é Tito Flávio Clemente, nasceu em Atenas por volta de 150. Viajou pela Itália, Síria, Palestina e fixou´se em Alexandria. Durante a perseguição de Setímio Severo (203), deixou o Egito, indo para a Ásia Menor, onde morreu em 215. Seu grande trabalho foi tentar a aliança do pensamento grego com a fé cristã. Dizia: “Como a lei formou os hebreus, a filosofia formou os gregos para Cristo”.


Orígenes (184´254) ´ Nasceu em Alexandria, Egito; seu pai Leônidas morreu martirizado em 202. Também desejava o mártirio; escreveu ao pai na prisão: “não vás mudar de idéia por causa de nós”. Em 203 foi colocado à frente da escola catequética de Alexandria pelo bispo Demétrio. Em 212 esteve em Roma, Grécia e Palestina. A mãe do imperador Alexandre Severo, Júlia Mammae, chamou´o a Antioquia para ouvir suas lições. Morreu em Cesaréia durante a perseguição do imperador Décio.


Tertuliano (†220) de Cartago, norte da África, culto, era advogado em Roma quando em 195 se converteu ao Cristianismo, passando a servir a Igreja de Cartago como catequista. Combateu as heresias do gnosticismo, mas se desentendeu com a Igreja Católica. É autor das frases: “Vede como se amam” e “ O sangue dos mártires era semente de novos cristãos”.


São Cipriano (†258) ´ Cecílio Cipriano nasceu em Cartago, foi bispo e primaz da África Latina. Era casado. Foi perseguido no tempo do imperador Décio, em 250, morreu mártir em 258. Escreveu a bela obra Sobre a unidade da Igreja Católica. Na obra De Lapsis, sobre os que apostataram na perseguição, narra ao vivo o drama sofrido pelos cristãos, a força de uns, o fracasso de outros. Escreveu ainda a obra Sobre a Oração do Senhor, sobre o Pai Nosso.


Eusébio de Cesaréia (260´339) ´ bispo, foi o primeiro historiador da Igreja. Nasceu na Palestina, em Cesaréia, discípulo aí de Orígenes. Escreveu a sua Crônica e a História Eclesiástica, além de A Preparação e a Demonstração Evangélicas. Foi perseguido por Dioclesiano, imperador romano.


Santo Atanásio (295´373) ´ doutor da Igreja, nasceu em Alexandria, jovem ainda foi viver o monaquismo nos desertos do Egito,onde conheceu o grande Santo Antão(†376), o “pai dos monges”. Tornou´se diácono da Igreja de Alexandria, e junto com o seu Bispo Alexandre, se destacou no Concílio de Nicéia (325) no combate ao arianismo. Tornou´se bispo de Alexandria em 357 e continuou a sua luta árdua contra o arianismo (Ário negava a divindade de Jesus), o que lhe valeu sete anos de exílio. São Gregório Nazianzeno disse dele: “O que foi a cabeleira para Sansão, foi Atanásio para a Igreja.”


Santo Hilário de Poitiers (316´367) ´ doutor da Igreja, nasceu em Poitiers, na Gália (França); em 350 clero e povo o elegiam bispo, apesar de ser casado. Organizou a luta dos bispos gauleses contra o arianismo. Foi exilado pelo imperador Constâncio, na Ásia Menor, voltando para a Gália em 360, fazendo valer as decisões do Concílio de Nicéia. É chamado o “Atanásio do Ocidente”.Escreveu as obras Sobre a Fé, Sobre a Santíssima Trindade.


Santo Efrém (†373), doutor da Igreja – é considerado o maior poeta sírio, chamado de “a cítara do Espírito Santo”. Nasceu em Nísibe, de pais cristãos, por volta de 306, deve ter participado do Concílio de Nicéia (325), segundo a tradição, com o seu bispo Tiago. Foi ordenado diácono em 338 e assim ficou até o fim da vida. Escreveu tratados contra os gnósticos, os arianos e contra o imperador Juliano, o apóstata. Escreveu belos hinos e louvores a Maria.


São Cirilo de Jerusalém (†386), doutor da Igreja, Bispo de Jerusalém, guardião da fé professada pela Igreja no Concílio de Nicéia (325). Autor das Catequeses Mistagógicas, esteve no segundo Concílio Ecumênico, em Constantinopla, em 381.


São Dâmaso (304´384), Papa da Igreja, instruído, de origem espanhola, sucedeu o Papa Libério que o ordenou diácono; obteve do Imperador Graciano o reconhecimento jurisdicional do bispo de Roma. Mandou que S. Jerônimo revesse a versão latina da Bíblia, a Vulgata. Descobriu e ornamentou os túmulos dos mártires nas catacumbas, para a visita dos peregrinos.


São Basílio Magno (329´379) ´ Bispo e doutor da Igreja, nasceu na Capadócia; seus irmãos Gregório de Nissa e Pedro, são santos. Foi íntimo amigo de S. Gregório Nazianzeno; fez´se monge. Em 370 tornou´se bispo de Cesaréia na Palestina, e metropolita da província da Capadócia. Combateu o arianismo e o apolinarismo (Apolinário negava que Jesus tinha uma alma humana). Destacou´se no estudo a Santíssima Trindade (Três Pessoas e uma Essência).


São Gregório Nazianzeno (329´390), doutor da Igreja – nasceu em Naziano, na Capadócia, era filho do bispo local, que o ordenou padre; foi um dos maiores oradores cristãos. Foi grande amigo de São Basílio, que o sagrou bispo. Lutou contra o arianismo. Sua doutrina sobre a Santíssima Trindade o fez ser chamado de “teólogo”, que o Concílio de Calcedônia confirmou em 481.


São Gregório de Nissa (†394) – foi bispo de Nissa, e depois de Sebaste, irmão de São Basílio e amigo de São Gregório Nazianzeno. Os três santos brilharam na Capadócia. Foi poeta e místico; teve grande influência no primeiro Concílio de Constantinopla (381) que definiu o dogma da SS. Trindade. Combateu o apolinarismo, macedonismo (Macedônio negava a divindade do Espírito Santo) e arianismo.


São João Crisóstomo (= boca de ouro) (354´407), doutor da Igreja, é o mais conhecido dos Padres da Igreja grega. Nasceu em Antioquia. Tornou´se patriarca de Constantinopla, foi grande pregador. Foi exilado na Armênia por causa da defesa da fé sã. Foi proclamado pelo papa S. Pio X, padroeiro dos pregadores.


São Cirilo de Alexandria (†444) – Bispo e doutor da Igreja, sobrinho do patriarca de Alexandria, Teófilo, o substituiu na Sé episcopal em 412. Combateu vivamente o Nestorianismo (Néstório negava que em Jesus havia uma só Pessoa e duas naturezas), com o apoio do papa Celestino. Participou do Concílio de Éfeso (431), que condenou as teses de Nestório. É considerado um dos maiores Padres da língua grega, e chamado o “Doutor mariano”.


São João Cassiano (360´465) – recebeu formação religiosa em Belém e viveu no Egito. Foi ordenado diácono por S. João Crisóstomo, em Constantinopla, e padre pelo papa Inocêncio, em Roma. Em 415 fundou dois mosteiros em Marselha, um para cada sexo. São Bento recomendou seus escritos.


São Paulino de Nola (†431) – nasceu na Gália (França), exerceu importantes cargos civis até ser batizado. Vendeu seus bens, distribuindo o dinheiro aos pobres, e com sua esposa Terásia passou a viver vida eremítica. Foi ordenado padre em 394, em 409 bispo de Nola.


São Pedro Crisólogo (=palavra de ouro) (†450) – bispo e doutor da Igreja – foi bispo de Ravena, Itália. Quando Êutiques, patriarca de Constantinopla pediu o seu apoio para a sua heresia (monofisismo ´ uma só natureza em Cristo), respondeu: “Não podemos discutir coisas da fé, sem o consentimento do Bispo de Roma”. Temos 170 de suas cartas e escritos sobre o Símbolo e o Pai – Nosso.


Santo Ambrósio (†397), doutor da Igreja – nasceu em Tréveris, de nobre família romana. Com 31 anos governava em Milão as províncias de Emília e Ligúria. Ainda catecúmeno, foi eleito bispo de Milão, pelo povo, tendo, então recebido o batismo, a ordem e o episcopado. Foi conselheiro de vários imperadores e batizou santo Agostinho, cujas pregações ouvia. Deixou obras admiráveis sobre a fé católica.


São Jerônimo (347´420), “Doutor Bíblico” – nasceu na Dalmácia e educou´se em Roma; é o mais erudito dos Padres da Igreja latina; sabia o grego, latim e hebraico. Viveu alguns anos na Palestina como eremita. Em 379 foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi ouvinte de São Gregório Nazianzeno e amigo de São Gregório de Nissa. De 382 a 385 foi secretário do Papa S. Dâmaso, por cuja ordem fez a revisão da versão latina da Bíblia (Vulgata), em Belém, por 34 anos. Pregava o ideal de santidade entre as mulheres da nobreza romana (Marcela, Paula e Eustochium) e combatia os maus costumes do clero. Na figura de São Jerônimo destacam´se a austeridade, o temperamento forte, o amor a Igreja e à Sé de Pedro.


Santo Epifânio (†403) – Nasceu na Palestina, muito culto, foi superior de uma comunidade monástica em Eleuterópolis (Judéia) e depois, bispo de Salamina, na ilha de Chipre. Batalhou muito contra as heresias, especialmente o origenismo.


Santo Agostinho (354´430) ´ Bispo e Doutor da Igreja ´ Nasceu em Tagaste, Tunísia, filho de Patrício e S. Mônica. Grande teólogo, filósofo, moralista e apologista. Aprendeu a retórica em Cartago, onde ensinou gramática até os 29 anos de idade, partindo para Roma e Milão onde foi professor de Retórica na corte do Imperador. Alí se converteu ao cristianismo pelas orações e lágrimas, de sua mãe Mônica e pelas pregações de S. Ambrósio, bispo de Milão. Foi batizado por esse bispo em 387. Voltou para a África em veste de penitência onde foi ordenado sacerdote e depois bispo de Hipona aos 42 anos de idade. Foi um dos homens mais importantes para a Igreja. Combateu com grande capacidade as heresias do seu tempo, principalmente o Maniqueismo, o Donatismo e o Pelagianismo, que desprezava a graça de Deus. Santo Agostinho escreveu muitas obras e exerceu decisiva influência sobre o desenvolvimento cultural do mundo ocidental. É chamado de “Doutor da Graça”.


São Leão Magno (400´461) ´ Papa e Doutor da Igreja ´ nasceu em Toscana, foi educado em Roma. Foi conselheiro sucessivamente dos papas Celestino I (422´432) e Xisto III (432´440) e foi muito respeitado como teólogo e diplomata. Participou de grandes problemas da Igreja do seu tempo e pôde travar contato pessoal e por cartas com Santo Agostinho, São Cirilo de Alexandria e São João Cassiano, que o descrevia como “ornamento da Igreja e do divino ministério”. Deixou 96 Sermões e 173 Cartas que chegaram até nós. Participou ativamente na elaboração dogmática sobre o grave problema tratado no Concílio de Calcedônia, a condenação da heresia chamada monofisismo. Leão foi o primeiro Papa que recebeu o título de Magno (grande). Em sua atuação no plano político, a História registrou e imortalizou duas intervenções de São Leão, respectivamente junto a Átila, rei dos Hunos, em 452, e junto a Genserico, em 455, bárbaros que queriam destruir Roma.


São Vicente de Lérins (†450) – Depois de muitos anos de vida mundana se refugiou no mosteiro de Lérins. Escreveu o seu Commonitorium, “ para descobrir as fraudes e evitar as armadilhas dos hereges”.


São Bento de Núrcia (480´547) – nasceu em Núrcia, na Úmbria, Itália; estudou Direito em Roma, quando se consagrou a Deus. Tornou´se superior de várias comunidades monásticas; tendo fundado no monte Cassino a célebre Abadia local. A sua Regra dos Mosteiros tornou´se a principal regra de vida dos mosteiros do ocidente, elogiada pelo papa S. Gregório Magno, usada até hoje. O lema dos seus mosteiros era “ora et labora”. O Papa Pio XII o chamou de Pai da Europa e Paulo VI proclamou´o Patrono da Europa, em 24/10/1964.


São Venâncio Fortunato (530´600) – nasceu em Vêneto na Itália, foi para Poitiers (França). Autor de célebres hinos dedicados à Paixão de Cristo e à Virgem Maria, até hoje usados na Igreja.


São Gregório Magno (540´604), Papa e doutor da Igreja ´ Nasceu em Roma, de família nobre. Ainda muito jovem foi primeiro ministro do governo de Roma. Grande admirador de S. Bento, resolveu transformar suas muitas posses em mosteiros. O papa Pelágio o enviou como núncio apostólico em Constantinopla até o ano 585. Foi feito papa em 590. Foi um dos maiores papas que a Igreja já teve. Bossuet considerava´o “modelo perfeito de como se governa a Igreja”. Promoveu na liturgia o canto “gregoriano”. Profunda influência exerceram os seus escritos: Vida de São Bento e Regra Pastoral, usado ainda hoje.


São Máximo, o Confessor (580´662) – nasceu em Constantinopla, foi secretário do imperador Heráclio, depois foi para o mosteiro de Crisópolis. Lutou contra o monofisismo e monotelismo, sendo preso, exilado e martirizado por isso. Obteve a condenação do monotelismo no Concílio de Latrão, em 649.


Santo Ildefonso de Sevilha (†636) – doutor da Igreja. Considerado o último Padre do ocidente. Bispo de Sevilha, Espanha desde 601. Em 636 dirigiu o IV Sínodo de Toledo. Exerceu notável influência na Idade Média com os seus escritos exegéticos, dogmáticos, ascéticos e litúrgicos.


São João Damasceno (675´749) ´ Bispo e Doutor da Igreja ´ É considerado o último dos representantes dos Padres gregos. É grande a sua obra literária: poesia, liturgia, filosofia e apologética. Filho de um alto funcionário do califa de Damasco, foi companheiro do príncipe Yazid que, mais tarde o promoveu ao mesmo encargo do pai, ministro das finanças. A um deteminado tempo deixou a corte do califa e retirou´se para o mosteiro de São Sabas, perto de Jerusalém. Tornou´se o pregador titular da basílica do Santo Sepulcro. Enfrentou com muita coragem a heresia dos iconoclastas que condenavam o culto das imagens. Ficaram famosos os seus Três Discursos a Favor das Imagens Sagradas.