BOLETIM 140- 2011

Da Redação

 

Prezados irmãos e amigos leitores do Boletim das Fraternidades.

 

Vocês estão recebendo o número 140 do Boletim das Fraternidades com as reflexões do retiro anual feito em janeiro último e orientado por Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo de Formosa, GO. Quem não teve a oportunidade de participar do retiro está recebendo os textos das meditações para uma leitura particular ou com os colegas de fraternidade. 

          O retiro contou com 66 participantes e aconteceu em Minas Gerais, aos pés da Serra da Piedade, onde está localizado o santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas. Já no século 18 o local onde está o santuário foi habitado por eremitas. O último deles foi o dominicano frei João Batista, sepultado nas proximidades do santuário. As irmãzinhas também tiveram lá um eremitério. 

          Fizemos o retiro como sempre. Num ambiente muito simples, tranquilo e fraterno, seguimos o esquema costumeiro: oração da manhã, café, trabalhos manuais, meditação, silêncio, adoração, almoço, descanso, meditação, missa, jantar, revisão de vida, a adoração noturna e dia de deserto. Na festa do Batismo do Senhor, fizemos um passeio ao Caraça, célebre pela antiguidade e pelo seminário dos Lazaristas, onde se formou muita gente de destaque no país. 

Aproveitem para ler a contribuição da Equipe de Coordenação, a solicitação do Conselho Internacional, e leiam também carta do nosso irmão Jacques Midy, da França, que foi em missão, em nome do Conselho Internacional, visitar alguns países africanos. A propósito, lembramos a morte prematura de nosso irmão Pe. Eugênio Lemos, da Diocese de Pemba, Moçambique, que esteve conosco no Brasil e participou de encontros e retiros. 

          Prestem atenção à vasta agenda das Regiões do Brasil. Os encontros são sempre uma excelente oportunidade para apresentar aos irmãos presbíteros, que ainda não a conhecem, a espiritualidade do Padre de Foucauld e, para todos, um tempo de vivência da “graça do encontro” e de renovação do compromisso com a causa de Jesus e de seu Evangelho. Vejam também as sugestões de leitura e de livros para presentear um amigo. 

Nossos irmãos, Jerry Devore, dos USA, faleceu no dia 11 de janeiro, e Laurent Dognin foi nomeado bispo auxiliar da diocese de Bordeaux, na França, no dia 5 de janeiro. Ambos participaram da Assembléia Internacional, em 2006, no Brasil.

 

Desejamos a cada um e a todos os irmãos e amigos da Fraternidade boa leitura.

 

 

1-RETIRO

O retiro que está impresso com o boletim 140 se encontra em outra página, cujo link é este: https://sites.google.com/site/jesuscaritascarlosdefoucauld/livros-afins/d-paulo-belotto--retiro  (RETIRO 2011)


2. CARTAS

 

Queridas Irmãs e queridos Irmãos das Fraternidades do Brasil!

O Pe. Bruno e o Yves, meus irmãos missionários na Igreja do Rio Negro, são portadores do meu abraço terno e fraterno a cada participante do bendito retiro da Fraternidade!

Quanta saudade destes retiros! Que bem imenso sempre me fizerem! Aprendi a rezar, a cultivar a espiritualidade, a exercer o ministério do amor pastoral, a fazer a opção pelos pobres, a cultivar duradouras amizades através do testemunho e da partilha destes retiros onde cada um vai livre e espontaneamente, dá e recebe gratuitamente.

Deixemo-nos conduzir pelo Espírito do Ressuscitado e o Irmão Carlos nos ensinará o amor apaixonado pelo Bem Amado Irmão e Senhor Jesus juntamente com a entrega de nossa vida para amar e servir os irmãos e as irmãs.

Em comunhão de preces e na alegria da fraternidade abraço vocês com afeto de irmão menor no Amor de Jesus.

 

São Gabriel da Cachoeira, Janeiro de 2011

 

Dom Edson T. Damian

 

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À Fraternidade Sacerdotal de Jesus de Nazaré, convocada pelo Irmão Carlos, em retiro espiritual de revisão e de reafirmação da caminhada, na opção pelo Evangelho e seus Pobres.

O Espírito e os Pobres falarão forte e fundo pela boca e o testemunho desse querido bispo indigenizado... É hora de mundialização, seja também Kairós de mundialização evangélica; que a fraternidade seja universal, sem fronteiras, sem exclusões, macro-ecumênica. Sendo ao mesmo tempo encarnação em cada pequena Nazaré e em cada hora do dia. Comungando a dor do povo e suas esperanças, sempre com um coração pascal. Quem falou em medo havendo Páscoa?

Abraço a todos vocês com o carinho de um velho nostálgico da fraternidade, daqueles tempos do “fermento na massa” e até hoje, já na virada do tempo para o abraço do Bem-Amado.

São Félix do Araguaia, Janeiro de 2011

 

Dom Pedro Casaldáliga

 

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Saúde e Paz!

Muito grato pela comunhão partilhada, informando-me sobre o Retiro da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas, a realizar-se nos dias 04 a 11 de janeiro, na cidade de Caeté!

Registro meus sinceros cumprimentos de congratulações e alegria pelo Retiro!

Que as bênçãos de Deus estejam presentes, fortalecendo e inspirando os corações de todos da Fraternidade, para que possam continuar a viver com alegria e entusiasmo a missão assumida.

Em Cristo Jesus,

 

Belo Horizonte, 28 de dezembro de 2010

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

 

3. CONSELHO INTERNACIONAL

 

Visita aos irmãos de Camarões, da África Central e do Tchade

 

Qual não foi minha surpresa quando Abraham Apolinario, nosso responsável internacional, me perguntou se eu aceitaria ir, em lugar dele, visitar os irmãos da África! De fato, ele planejara ir em julho de 2010 a Madagascar, Ruanda e RDC (o que cumpriu), mas seu ministério pastoral em Santo Domingo não lhe permitia ausentar-se mais tempo indo a outros países. Depois de alguma hesitação, aceitei e, passado um tempo, dou graças ao Senhor por aquilo que me concedeu viver e descobrir viajando a Camarões, à África Central e a N'Djamena. Descobrir a vida de Igrejas que não são a sua obriga a alargar e modificar seu olhar, a relativizar os problemas que temos de enfrentar. Além disso, como há muitos africanos onde vivo, em Saint Denis, foi uma ocasião para conhecer um pouco melhor seus países de origem e, assim, olhá-los de modo diferente. Eu já havia tido uma experiência semelhante, quando retornei a Burkina Faso, depois de um mês em Nazaré, em julho de 2007.

Antes de contar como foi minha viagem, faço questão de sublinhar a qualidade da acolhida que encontrei à medida em que me locomovia: a começar por Théophile, que roubou mais de 24 horas de seu tempo para vir acolher-me uma noite no aeroporto de N'Djamena e acompanhar-me, no dia seguinte, em um microônibus (amontoados 19 passageiros no espaço de 15 lugares previstos pelo fabricante!), para ir a Tokomberê, primeira etapa de minha viagem: cinco horas sobre uma estrada onde o motorista tem de ser mais "bom eskeitista" que bom condutor, por causa do estado da pista onde os buracos, ditos "em formação" estão lá há muito tempo!

Iniciar minha aventura por Tokomberê, onde Baba Simon (Simon Mpeke) decidiu viver leva-me a repensar no nascimento das Fraternidades na África: na verdade, foi ele o primeiro africano a participar da Fraternidade. Por três dias foi-me dado participar da vida dos irmãos no lugar onde eles exercem o ministério: em Tokomberê (Grégoire e Denis), onde participei da missa dominical, depois no dia seguinte em Koza (Robert e Yves), e enfim na paróquia da catedral de Marua (Henri e Louis, aos quais se reuniu Maurice). Eu teria a ocasião de revê-los, todos juntos, no princípio de um retiro, já no fim de minha estadia. Não pude reencontrar o Ir. Philippe Stevens, bispo de Marua, que estava em férias na Europa, mas paradoxalmente foi-me dado concelebrar com ele quando voltei a minha paróquia na ilha Saint Denis, onde ele foi visitar os Irmãozinhos do Evangelho (seus confrades).

Do norte de Camarões foi de avião que cheguei a Yaundê, onde fui acolhido por Jean Louis, responsável geral de Camarões, e Pierre Marie. Atravessando uma floresta, e depois uma savana, este último levou-me de carro a 200 km. a noroeste de Yaundê, à paróquia de Somo, lugar de peregrinação a Nossa Senhora do Cenáculo e  primeira igreja construída em sua diocese, há 85 anos: cinco horas de estrada, interrompidas por uma visita a Jean Pierre, um dos membros da fraternidade, pároco de Balamba. Incrivelmente, duas horas depois de nossa passagem ele foi gravemente ameaçado por bandidos armados de marretas, facas e armas de fogo, e que queriam dinheiro. Não é um caso isolado: felizmente ele conservou a vida e superou o medo. 

No dia seguinte, rodei 60 km. para ter a alegria de, no presbitério da catedral de Bafia, unir-me a sete membros de uma nova fraternidade: padres jovens, na maioria, congregados pela iniciativa de Pierre-Marie. Partilhando suas esperanças, alegrei-me, pois eles souberam captar muito bem o espírito das fraternidades. Antes, fui recebido por Dom Jean Marie Bala, bispo da cidade, muito favorável ao desenvolvimento da Fraternidade sacerdotal em sua diocese. No meio da tarde, visitei o Seminário Menor, com Alain que, em seguida, levou-me até a balsa que possibilita a travessia do importante rio que separa sua missão do resto da diocese. Reencontramo-nos para um jantar de confraternização em outra paróquia, ao lado de uma grande escola técnica.

Estava previsto um encontro com uma fraternidade mais antiga, em Yaundê, na casa das Irmãzinhas de Jesus, que nos acolheram calorosamente. Entre elas, estava a Irmãzinha Noëlle, burquinabense que eu havia encontrado em Ugadugu há três anos: o mundo é pequeno! Alguns dos que nos havíamos encontrado na véspera também vieram: reunimo-nos uns doze. Foi a ocasião para compartilhar aquilo que a vida da  fraternidade  proporciona a cada um. No final da Eucaristia, presentearam-me com uma estola ornamentada com os rostos de Frei Carlos e de Baba Simon: bela lembrança de minha viagem a Camarões. A seguir, tivemos uma refeição fraternal.

Séverin levou-me para sua casa em Saa, para passar a tarde e a noite. Na sexta-feira de manhã, antes de pegar a estrada de Yaundê para tomar o ônibus que me levaria a Duala, concelebrei a missa das 6.30, numa comunidade bastante numerosa para um dia de semana.

Durante o percurso, atravessamos Edea, lugar de origem de Baba Simon, onde ele está enterrado, mas infelizmente não pude parar para me recolher junto a seu túmulo.

Em Duala, era véspera de uma ordenação presbiteral. Encontrei Jean, e também Jean Marc, abatido por causa de um abscesso no pé. Eu os veria uma semana mais tarde, voltando da África Central.

Os dias seguintes foram de fato consagrados à África Central, começando por um contratempo: quando cheguei a Bangui, Louis-André, responsável nacional, ao contrário do previsto, não estava. Depois de passar algumas semanas na diocese de Bourges, na França, ele tinha perdido o avião, e só chegaria dois dias mais tarde. Porém fui acolhido pela Irmãzinha Marie-Victoire, que me levou para sua comunidade das Irmãzinhas do Coração de Jesus, no PK 10.

O contratempo de Louis-André trouxe-me a vantagem de poder respirar por 24 horas ao fim de 10 dias bem cheios e itinerantes, e de viver nessa ocasião a experiência de uma comunhão realmente fraterna entre dois ramos da família espiritual de Charles de Foucauld (no caso, as Irmãzinhas do Coração de Jesus, de origem centro-africana, e a Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas). Recebi a visita de Marcellin, secretário do episcopado, que conheci quando ele estudava em Paris: lá estávamos na mesma fraternidade.

Enfim chegou Louis-André. Foi precedido por Denis e Jean Claude que vieram do norte, de perto da fronteira do Tchade. Tinham partido à 1 da madrugada, com uma grande bandeira branca fixada no bagageiro da 4x4, para atravessar os lugares ocupados pelos rebeldes. O nome de Jean-Marie Pasquier foi lembrado: sua figura continua presente em Bangui. Eles compartilham o desânimo de muitos padres diante de uma Igreja em dificuldade: 2 bispos, entre eles o arcebispo de Bangui, e 20 padres, foram suspensos do ministério. Existe desconfiança entre sacerdotes e religiosas. É preciso vencer um grande desafio: reencontrar a confiança entre padres, alguns dos quais até recusam cumprimentar-se! Além disso, a corrupção no conjunto da sociedade tornou-se regra.

"Conto com a fraternidade" confiou-me um deles. Infelizmente, os membros da Fraternidade, antes numerosos, dispersaram-se por diversos motivos (estudos na Europa, como Félicien na Itália; ministério no exterior, como Richard, atualmente vice-reitor da Universidade de Yaundê). E, ainda por cima,  as distâncias não facilitam as coisas.

No dia seguinte, com Luis André, partimos numa 4x4 para Bambari, distante 400 km. No caminho, paramos para cumprimentar Philibert, que é membro da Fraternidade, e que acabou de responder, com seus paroquianos, um questionário destinado a um sínodo diocesano.

Para encurtar a história, no caminho o carro quebrou três vezes...

Mais seriamente, em Bambari, durante uma partilha informal sobre Charles de Foucauld com um pequeno grupo, um jovem pareceu-me interessado pela Fraternidade Secular, e Bruce, um diácono que logo será padre,  pela Fraternidade Sacerdotal.

Dom Edouard Mathos, bispo da diocese, presidente da Conferência Episcopal Centro-africana, membro da Fraternidade, convida-me a repartir o café da manhã. Atualmente, ele é o único bispo africano: os outros são estrangeiros, ou trata-se somente de administradores diocesanos. Seu fardo é pesado, e por descrição não lhe é possível participar dos encontros de uma fraternidade em sua pátria. Na verdade foi um convite bem incisivo para rezar pelos centro-africanos, por sua Igreja e pelos padres. Eu o prometi.

Por causa da estação das chuvas, para voltar a Bangui é preciso enfrentar as "barreiras de chuvas". Felizmente temos um salvo-conduto que nos foi útil várias vezes.

A caminho de Marua, fazendo escala em Duala, aproveitei para repartir algum tempo com Jean Marc, Jean e Bonaventure. Sua fraternidade em Duala reune-se regularmente, mas, salvo algumas exceções, seus membros não conseguem tempo para se encontrarem em escala mais vasta, e isso lhes faz falta. Apesar de tudo, sou testemunho do desejo real, expresso por muitos irmãos, tanto do sul quanto do norte de Camarões, de rencontrarem-se, assim que possível, em escala nacional.

No dia seguinte de manhã, ao aterrisar no aeroporto de Marua, um seminarista está me esperando e me leva a visitar o Seminário Maior, e encontrar o reitor. Este exprime seu desejo de que os documentos sobre a Fraternidade Sacerdotal sejam colocados à disposição dos seminaristas.

Depois, no fim da manhã, na paróquia de Louis, eu assisto a um encontro de 11 pequenos grupos que correspondem cada um a uma etnia, e que se reúnem todo domingo, depois da missa para repartir o evangelho em sua língua e para receber os avisos da semana.

À tarde, há uma reunião em Mayo-Uldemê, para o começo de um retiro que reúne nove padres do norte de Camarões, membros da fraternidade. Nigéria, pároco do lugar, acolhe-nos com grande delicadeza. É Grégoire que deve coordenar a reflexão de cada dia, partindo do testemunho deixado por Baba Simon. No primeiro dia, uma partilha comum permite àqueles que se iniciam na fraternidade, esclarecer certos pontos, como por exemplo como se desenvolve a revisão de vida.

Infelizmente tenho de deixá-los no segundo dia, para retornar à França, via Tchade. Fica combinado que, antes de pegar o avião, eu tenha um encontro com Corentin, vice-reitor do Seminário Maior de N'Djamena, que pediu para participar de uma fraternidade. Atualmente, a única fraternidade existente está se formando e é muito distante da capital; parece que, enquanto se espera que se desenvolva alguma coisa na própria N'Djamena, o mais viável é que ele se ligue à fraternidade do norte de Camarões, distante somente... 200 quilômetros (o que significa 5 horas de estrada caótica!). Tal situação pode fazer refletir aqueles que, sem ter tais dificuldades a vencer, às vezes relutam para ir aos encontros. O que nos resta é rezar para que exista uma real união entre os padres do Tchade, mesmo que distantes uns dos outros.

Três curtas semanas, em que encontrei padres que querem realmente viver a instituição da fraternidade, entre eles vários jovens. Três curtas semanas, em que encontrei padres isolados, mesmo contra sua vontade, e que pedem um amparo. Três curtas semanas em que vivi um pouco mais o profundo desejo do Irmão Charles, de ser irmão universal.

                                                              Jacques Midy

Tradução Sarah Barbosa

 

 

4. COORDENAÇÃO NACIONAL

 

          Os membros da coordenação nacional da Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas reuniram-se em Porto Alegre, RS, nos dias 19, 20 e 21 de outubro de 2010, em reunião anual ordinária. Estiveram presentes os padres Celso Pedro da Silva, responsável nacional, José Bizon, secretário geral, José João da Silva, ecônomo nacional, Freddy Govel, responsável do Mês de Nazaré, Eliésio dos Santos, responsável do Nordeste, Sílvio Guterres Dutra, responsável do Sul, Hideraldo Veríssimo Vieira, responsável do Leste. Justificaram a ausência os padres Paulo Wafflard, do Centro Oeste, Edivaldo Pereira dos Santos, do Sudeste e Antônio Carlos de Souza Gomes, do Norte. 

          Tratamos inicialmente do próximo retiro de janeiro de 2011, na Serra da Piedade, em Caeté, Minas Gerais. O pregador será Dom Paulo Beloto, bispo de Formosa em Goiás e seguiremos o esquema normal de nossos retiros: oração da manhã, café, trabalhos manuais, meditação, adoração, almoço, descanso, meditação, missa, jantar, revisão de vida. De sexta-feira, dia 7, para sábado, dia 8 faremos a adoração noturna, e o sábado será de Deserto. No fim do dia haverá missa e à noite revisão de vida. No domingo, festa do Batismo do Senhor, faremos um passeio ao Caraça, onde celebraremos a Missa. Na volta, passaremos pelo santuário de Nossa Senhora da Piedade, no alto da Serra, berço de eremitas desde o século 18, onde também as Irmãzinhas já tiveram um eremitério. O retiro terminará no dia 11, terça-feira, com o almoço. Padre Hideraldo, regional do Leste, preparará o que for necessário. 

          Quanto ao Mês de Nazaré – Acontecerá de 3 a 28 de janeiro de 2012, no Mosteiro da Anunciação na cidade de Goiás com a orientação de Freddy Goven. 

          O retiro dos seminaristas será de 04 a 11 de julho de 2011, também no Mosteiro da Anunciação de Goiás. O orientador será o Pe. Gildo, de Volta Redonda, RJ, com a colaboração de D. Eugênio Rixen, Bispo de Goiás, Goiás e do Pe. Eliésio dos Santos, do Ceará. O retiro será mais longo, por sugestão dos próprios seminaristas que participaram do último retiro, para que haja tempo de lazer e visita à cidade histórica de Goiás. 

          O Boletim das Fraternidades do próximo ano de 2011 será temático. Já tivemos neste ano um número sobre o Mês de Nazaré e outro sobre a Revisão de Vida. Os novos temas serão: Dia de Fraternidade, Dia de Deserto e Adoração. 

          Quanto às publicações, estamos com dificuldade de conseguir os direitos autorais para uma reedição de “O Fermento na Massa”. O livro da irmãzinha Any sobre a Irmãzinha Madalena e a história do desenvolvimento das fraternidades das irmãs foi traduzido pelo Geraldo Barcelos do Rio e deverá ser publicado pela Editora Cidade Nova no primeiro semestre de 2011. Para isso, deveremos comprar 500 exemplares. Falamos também mais uma vez da edição em português dos DVDs da beatificação do Irmão Carlos. 

          Pe. José João prestou contas das finanças.

          Falamos em seguida sobre o pedido da Congregação do Clero sobre o número dos membros efetivos da Fraternidade, sobre a situação das nossas regiões que se mantém a mesma e sobre a nova fundação de Extrema, em Minas Gerais. Quanto a essa fundação, em Goiás ficou somente o Irmão Márcio. O grupo é pequeno. Queremos apoiá-lo na medida em que podemos e seus membros requisitarem. 

          Em 2012 haverá Assembléia Geral em Paris. Pensamos que seria bom escolher no próximo retiro de janeiro de 2012 o Responsável Nacional para que participe da Assembléia e faça uma experiência internacional, uma vez que o atual responsável nacional, Pe. Celso, já participou de algumas assembléias. 

          Trabalhamos em seguida o questionário apresentado pelo Conselho Internacional em sua reunião de Caucaia, e que se encontra em nosso Boletim 137, pp. 69/70. 

 

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Questão 1 - Como a pertença à Fraternidade e a revisão de vida nos impulsionam para uma melhor cooperação com os presbíteros de nossa diocese? 

 

É próprio da Fraternidade Sacerdotal Jesus+Caritas não querer ser uma instituição à parte na Diocese nem um grupo religioso com regras próprias. A espiritualidade do Irmão Carlos leva o padre da Fraternidade a se inserir sempre mais no meio em que vive, a ser, portanto, plenamente padre diocesano. Procurando o último lugar, os padres não pretendem cargos ou honrarias e sim prestar serviço a quem e onde for necessário. O ministério e a vida dos colegas presbíteros integra as ocupações e preocupações dos padres da Fraternidade. Nem sempre somos o que nos propomos. Afirmamos, porém, que a Fraternidade nos impulsiona a colaborar intensamente com o presbitério da diocese. 

 

Questão 2 – Como os meios da Fraternidade (adoração, revisão de vida, dia de deserto, leitura da Bíblia, encontro em fraternidade, Mês de Nazaré) nos ajudam na nossa vida presbiteral? 

 

Os “meios” nos ajudam a manter viva nossa inserção em Cristo Jesus e nossa volta contínua ao Evangelho, para que Cristo viva em nós. Sabemos que nossa fidelidade é relativa, mas sabemos também que ela tem sido a taboa de salvação para os padres em algumas dioceses. A Fraternidade no Brasil publicou um livro: Meios para uma espiritualidade presbiteral para contribuir com a formação e a espiritualidade do padre diocesano.

 

Questão 3 – Neste ano sacerdotal, quais são as esperanças e os sofrimentos dos presbíteros em 2010? 

 

Os padres sofrem com as dificuldades habituais de qualquer diocese. Sofrem ainda mais com as mudanças bruscas de direção que desconhecem e querem anular o passado. Não sendo mudanças para melhor, deixam o presbítero, e até a Igreja diocesana, sem horizontes. Não há perspectivas, não há utopia, que animem a vida e a pastoral. 

 

Sofrem também com a rápida multiplicação de denominações evangélicas que não são de fato evangélicas e sim fonte de rendimento para seus fundadores, mas que atraem fiéis com as técnicas de comunicação empregadas. 

 

Sofrem também com a falta de formação religiosa básica do povo católico e sua recusa em participar de cursos e dias de reflexão. 

 

Sentem que a Igreja já não tem a presença pública que teve no passado e, embora ainda respeitados e procurados, os padres percebem as atitudes de zombaria ou desconfiança causadas pelas questões da pedofilia e pela ação desmoralizadora dos meios de comunicação social.

 

Os padres de formação conciliar percebem também o esforço de alguns colegas para anular as orientações conciliares e retomar liturgia e vestes de um passado recente, e reforçar a clericalização da Igreja. 

 

Questão 4 – Como podemos estar presentes de maneira profética em situações de pobreza, de depressão, de sofrimento? 

 

Em geral, todos os nossos padres estão em meios pobres ou em contato direto com a população carente. A Fraternidade vive a mudança “cultural” da Igreja, e o profetismo diante das injustiças sociais se arrefece também entre nós. Os colegas presbíteros mais inseridos são sempre para toda a Fraternidade um alerta para não sermos cães mudos, que não ladram. A meditação do Evangelho e a revisão de vida, que nos põe sempre de novo em contato com a realidade do povo sofrido, nos ajudam a não nos alienarmos. A vida do Irmão Carlos é sempre o forte estímulo na busca dos últimos deste mundo. Entre nós, o exemplo dos que já foram como Dom Helder, Dom Fragoso, Padre Alfredinho, e dos atuais jovens Toqueiros ou da Aliança da Misericórdia, bem como o exemplo de muitos padres da Fraternidade nos ajudam a manter o ritmo no caminho iniciado. 

 

Resposta global – 

 

Os padres em geral são párocos com diversas outras funções em nível diocesano ou nacional. Diante da tendência ao isolamento um padre trabalha a revisão de vida com seminaristas, como caminho de superação. Outro acompanha padres novos e lhes apresenta o valor do deserto e da revisão de vida. Os encontros presbiterais para lazer têm o seu valor, mas não dão sustentabilidade à vida do presbítero. Não se encontram para rezar e se apoiar mutuamente. 

 

A Fraternidade causa às vezes um mal-estar na diocese porque, juntos e reflexivos, os padres se tornam críticos e questionam. Os padres são procurados por outros padres para desabafos e são capazes de dizer às autoridades o que outros não dizem. Em dioceses complicadas, marcadas pelo autoritarismo e pelas “panelinhas”, quando os padres da Fraternidade são disponíveis e humildes têm se tornado um ponto de apoio tanto para o bispo quanto para os colegas. 

 

Há padres com a função de Vigário Geral, membros do Conselho de Presbíteros, Consultores diocesanos, cônegos do Cabido, professores do Seminário e da Faculdade, formadores, responsáveis por um setor nacional da pastoral como o ecumenismo, coordenadores diocesanos de pastoral. Quase todos são também párocos com muitas comunidades e obras sociais. Dirigem ONGs com creches, atendimento a drogados, acompanhamento de jovens e famílias em dificuldades. Quando o padre é prestativo e despretensioso torna-se um excelente promotor da vida presbiteral a partir do cargo que ocupa. A Fraternidade nos tem ajudado a nos manter no ultimo lugar mesmo quando a função que exercemos é de destaque no meio dos padres. 

 

A Fraternidade não existe feita e não dispõe de poderes mágicos. Nós a fazemos. No espírito do Irmão Carlos procuramos que os outros nos vejam como fraternos no nosso presbitério pela atenção que damos aos colegas e pelas participação nas atividades e projetos da Diocese. Os meios propostos pela Fraternidade são conhecidos de todos e já experimentados por muitos. Sabemos da sua importância e quanto bem fazem aos que deles se servem. É verdade também que nem sempre nos esforçamos como deveríamos para pô-los em prática. 

 

O ano sacerdotal teve pouca repercussão entre nós. Nossas esperanças, porém continuam vivas. Os irmãos que realmente se entregam à causa de Cristo e de seu Evangelho sofrem o sofrimento próprio de quem aspira pela Terra sem Males. 

 

O profetismo parece ter esmorecido em todo o mundo, mas pode ser exercido de maneiras diferentes. Se não estamos mais no tempo da repressão, o egoísmo continua a reforçar o poder demoníaco que tira do ser humano a sua dignidade. A Fraternidade não pode deixar de suscitar vozes proféticas. 

 

5. NOTICIAS

 

Caros irmãos,

Com pesar venho comunicar-lhe que faleceu o Pe. Eugênio Lemos, da Diocese de Pemba, norte de Moçambique. Pe. Remígio Patack de sua diocese que esteve aqui no Brasil para tratamento de saúde me enviou SMS comunicando. 

No início da semana comunicou-me que ele estava muito doente com tuberculose, agora acabou de enviar outra mensagem dizendo que ele faleceu. Ele estudou teologia e foi ordenado diácono na Diocese de Taubaté-SP, esteve em Piraí e pudemos conviver com ele em algumas oportunidades enquanto ele estudava aqui. Ele participou de alguns encontros da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas, conheceu algumas outras pessoas. 

Depois de concluir a teologia voltou para a sua diocese, junto com o Diácono agora também padre Beato Cornélio, penso, que no ano 2004, onde foi ordenado presbítero. Nos comunicamos por e-mail algumas vezes. 

É o drama das populações pobres do mundo, especialmente da África, que sofre e morre com poucos recursos, enquanto em outras partes dos ricos gasta-se muito dinheiro com as coisas mais fúteis e banais. Enquanto não houver justiça e solidariedade entre as pessoas, povos e nações os pobres continuarão perecendo antes do tempo adequado.

São estas mortes que gritam e clamam no mundo por justiça. Que este nosso pobre irmão, servidor de Deus e do seu povo, filho querido da querida África seja acolhido por Deus com os demais pobres e injustiçados do mundo.

Rezemos por ele, por sua diocese e família, pelos pobres de Moçambique, da África e do mundo, pedindo a conversão para nós e para toda a família humana, para que os recursos do mundo traga benefícios para todos e não só para alguns filhos de Deus privilegiados (lembremos da parábola do Rico e do pobre Lázaro).

Que Deus seja louvado por sua morte como o foi por sua vida.

Em Cristo Jesus nosso Bem Amado irmão e Senhor

Pe. Gildo Nogueira Gomes

 

Caro irmão Bizon!

Muito obrigado pela atenção e carinho.

Hoje nós celebramos aqui em João Pessoa, a memória do nosso Irmão Carlos, isto é, a Família Espiritual do Irmão Carlos, a celebração aconteceu na casa do Irz. Guido. Participaram da celebração: Guido, Gescione, Geraldo, Roberto, Agostinha, Maria Letícia, Lygia, Toninho, Solemar, Lindolfo, Hernandez e família, Jane, Eugenio e família, Artur e Geruza. Rezamos por toda Família Espiritual do Ir. Carlos de Jesus.

Bizon lhe peço que reze pelo o Guido, ele perdeu uma visão e está com 70% da outra enfraquecida, fica na paz!

Pe. Gescione

 

6. AGENDA

 

Retiro Anual

03 a 10 de janeiro de 2012

Local: Hidrolândia, GO

Resp. Pe. Celso Pedro da Silva

 

Mês de Nazaré

03 a 28 de janeiro de 2012

Local: Mosteiro da Anunciação, Goiás, GO

Resp. Pe. Freddy Goven e Equipe

 

Assembléia Internacional

06 a 21 de novembro de 2012

Local: Paris, França

Resp. Pe. Abraham Apolinário

 

Região Norte

8 a 12 de abril de 2011

Local: S. Gabriel da cachoeira, AM

4 a 7 d julho de 2011

Local: Belém, PA

Resp. Pe. Antonio Carlos de Souza Gomes

 

Região Sudeste

30 e 31 de maio de 2011

Local: Bauru, SP

Resp. Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

 

Região Leste

17 e 18 de maio de 2011

Local: Macuriqui – Mangaratiba, RJ

14 a 16 de março de 2011

Local: Caeté, MG

29 a 31 de agosto de 2011

Local: Caeté, MG

24 a 26 de outubro de 2011

Local: Roças Novas, MG

30/11 a 01/12 de 2011

Piraí, RJ

Resp. Pe. Hideraldo Veríssimo Vieira

 

Encontro da Família Espiritual do Ir. Carlos do Ceará

26 e 27 de abril de 2011

Local: Fortaleza, CE

Resp. Pe. Eliésio dos Santos

 

Retiro da Fraternidade para Seminaristas

4 a 11 de julho de 2011

Local: Mosteiro da Anunciação

Goiás, GO

Resps. Dom Eugênio; Padres Gildo e Eliésio

 

Região Centro-Oeste

11 a 14 de julho de 2011

Local: Chapada dos Guimarães, MT

Resp. Pe. José Cobo

 

Região Nordeste

13 a 15 de setembro de 2011

Local: Alagoinhas, BA

Resp. Pe. Eliésio dos Santos

 

Região Sul

19 e 20 de setembro de 2011

Porto Alegre, RS

Pe. Silvio Guterres Dutra

 

Encontro da Equipe de Coordenação

18 a 21 de outubro de 2011

18/10 – início com o jantar

21/10 – término com o almoço

Local: São Paulo

Resp. Pe. Celso Pedro da Silva

 

 

7. UM LIVRO UM AMIGO

 

CAMPOS, Leonildo Silveira (Orgs.). Religião e Sociedade na América Latina. Metodista, São Bernardo do Campo, SP, 2010

 

DAMIAN, Pe. Edson T, Uma espiritualidade para o nosso tempo, Carlos de Foucauld, Paulinas, São Paulo, 2007.

 

EPSTEIN, Isidore. Breve História do Judaísmo. Editora e Livraria Sêfer, São Paulo, 2009.

 

FRAÇOIS SIX, Jean, Charles de Foucauld, O Irmãozinho de Jesus, Paulinas, São Paulo, 2008.

 

LAFON, Michel, 15 Dias de oração com Charles de Foucauld, Paulinas, São Paulo, 2005.

 

NOUWEN, Henri J. M., A Espiritualidade do Deserto e o Mistério Contemplativo, o caminho do coração, Loyola, São Paulo, 3ª. Edição, 2004.

 

PAGOLA, José Antonio. Jesus, aproximação histórica. Vozes, Petrópolis, RJ. 2010

 

SILVA, Celso Pedro da e BIZON, J. (Orgs.). Meios para uma espiritualidade presbiteral, Loyola, São Paulo, 2005.

 

Documentos:

 

Exortação Apostólica Pós-Sinodal. VERBUM DOMINI. Do Santo Padre Bento XVI. Ao Episcopado, ao Clero, às Pessoas Consagradas e aos Fiéis Leigos. Sobre a Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja. Paulinas, São Paulo, 2010. Doc. A Voz do Papa. Nº. 194.

 

Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil. Documento da CNBB. Nº. 93. Paulinas, São Paulo, 2010. 

 

Responsáveis da Fraternidade  (CLIQUE PARA ACESSAR OS NOMES DOS RESPONSÁVEIS)

CONSELHO  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DO CONSELHO)


SERVIÇOS (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DE SERVIÇOS)


FAMÍLIA ESPIRITUAL DO IRMÃO CARLOS DE FOUCAULD NO BRASIL  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DA FAMÍLIA C.F.)