Equipe de organização e redação do Boletim
Pe. Anderson Messina Perini
Pe. Geraldo Martins Dias
Diác. Lindolfo Ferreira Neto
Colaboradores no nº 173
Pe. José de Anchieta
Pe. Carlos Roberto dos Santos
Pe. Willians Roque de Brito
Pe. Geraldo Martins Dias
Diác. Lindolfo Ferreira Neto
Diác. Amauri Dias de Moura
Benedito Prezia
Ilustração e capa
Pe. Anderson Messina Perini
Editoração
Pe. Anderson Messina Perini
Revisão
Pe. Anderson Messina Perini
Pe. José de Anchieta M. Lima
Pe. Geraldo Martins Dias
Diác. Lindolfo Ferreira Neto
Diác. Amauri Dias de Moura
Expedição e Assinaturas
Diác. Amauri Dias de Moura
Site Oficial da Fraternidade
Responsáveis da Fraternidade
Responsável Internacional
Pe. Eric Lozada (Filipinas)
E-mail: ericlozada@yahoo.com
Equipe internacional
Pe. Fernando Tapia (Chile)
Pe. Honoré Sawadogo (Burkina Faso)
Pe. Matthias Keil (Áustria)
Pe. Tony Llanes (Filipinas)
Responsável Pan Americano
Pe. Carlos Roberto dos Santos
Equipe Pan Americana
Pe. Roberto Ferrari (Tino) – Argentina
Pe. Mártires Garcias de Óleo – RD
Pe. Alejandro Trejo - EUA
Responsável Nacional
Pe. José de Anchieta Moura Lima
Este Boletim nº 173 é uma publicação trimestral da Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas no Brasil, e tem como objetivo criar laços entre as diversas Fraternidades por meio de estudos e comunicações entre seus membros espalhados em todo o território do país
Pe. José de Anchieta Moura Lima – Lima Duarte/MG
Irmão de todos, como responsável nacional da FSJC
“Minha missão deve ser o apostolado da bondade. Se alguém me perguntar por que sou manso e bom, deverei responder: ‘Porque eu sou o servidor de um Outro que é muito melhor que eu. Se você soubesse como é bom o meu Mestre Jesus!’ Quero ser tão bom que possam dizer de mim: Se o servidor é assim, como não será o Mestre?” (São Carlos de Foucauld)
CARO IRMÃO DA FRATERNIDADE SACERDOTAL JESUS CHÁRITAS!
Concluímos e oferecemos para sua leitura, o número 173, o terceiro boletim deste ano de 2024. Que favoreça sua leitura pessoal e nos encontros das fraternidades locais. Agradeço de coração, nossa equipe do boletim e todos os colaboradores deste número.
Neste Boletim, vamos apreciar um dos textos do Pe. Waldemir Santana de seu livro: “São Carlos de Foucauld, um homem que aprendeu a ser feliz”, ele vai afirmar que é um tesouro descobrir a espiritualidade do Ir Carlos.
Já nosso amigo da fraternidade leiga de São Paulo, Benedito Prezia, autor de vários livros relacionados ao CIMI, nos ajuda a refletir a riqueza do diálogo que Ir Carlos teve com os não-cristãos, conta para nós aspectos da missão das irmãzinhas de Jesus com os indígenas Tapirapé no Mato Grosso.
Diácono Amauri Dias de Moura, aprofunda sobre a importância do diálogo interreligioso e o resumo de alguns aspectos da análise da conjuntura.
Pe. Geraldo Martins relata sobre a temática da Campanha da Fraternidade de 2025; trabalhando o tema da Ecologia Integral; em relação ao Ano Santo da Esperança, colocamos alguns pontos para nosso aprofundamento.
Vale conferir a crônica sobre a presença da equipe panamericana que esteve reunida na casa da fraternidade em Goiás.
Neste Boletim temos ainda a notícia e registro de fotos da ordenação diaconal do nosso querido Irz. Lindolfo E. Ferreira Neto em João Pessoa/PB.
Por sugestão de D Edson Damian, incluímos a mensagem do Papa Francisco proferida no dia 02 de outubro por ocasião da abertura da segunda sessão do Sínodo em Roma.
Que São Carlos de Foucauld nos ajude a imitar Jesus, gritando o “Evangelho com a vida”. Desejamos a todos, Santo natal com esperança e abençoado ano novo com paz e justiça no mundo!
Em tempo: Favor preencher com urgência os relatórios com os dados dos participantes de sua fraternidade local para o encontro de maio da equipe internacional, cada responsável regional recebeu o anexo que pedi para repassar.
Meu abraço fraterno, com votos de Feliz e Santo Natal e Abençoado Ano Novo a todos vocês.
Resenha do livro recentemente publicado em 2024,
de Pe. Waldemir Santana, FSJC, João Pessoa/PB
por Diác. Lindolfo Ferreira Neto, João Pessoa/PB
“Viva familiarmente com um grande santo e um grande espírito, seu coração se tornará quente como o d’Ele, sua fé viva como a d’Ele, seu espírito se elevará buscando o d’Ele.”
Sentir o universo é algo simplesmente devastador. Poucos homens e mulheres conseguiram descobrir e equilibrar tal grandeza dentro de si mesmo. As maiores descobertas não ocorreram nos mares, nem nas montanhas ou nas planícies. Elas estão lacradas em nossas almas. Os livros podem abarrotar as salas e as estantes, podem se enfileirar por quilômetros de extensão, mas não que nos ensine de fato, a sentir o pulsar da criação. O que estamos aprendendo com o passar dos anos, é somente uma forma mais adequada de juntarmos o que está dentro com o que vem de fora.
O encontro com Charles de Foucauld é extremamente transformador. É como se cada palavra sua alvejasse o núcleo das nossas questões existenciais.
Por vezes, nos transformamos em heróis das nossas próprias histórias, e noutras, cortando com lâmina afiada do Evangelho os ramos mais salientes da nossa vaidade. É singular vê-lo vivendo a vida de Nazaré. O deserto é o lugar do seu reinado, não pelo poder que isso possa lhe proporcionar, mas por ser um imenso vale, onde se grita o Evangelho com a vida. Ele tem um ritmo uniforme ao longo do seu dia, oração, trabalho, adoração, meditação. Uma vida de uma disciplina rígida.
Acompanhar os caminhos percorridos por Charles de Foucauld não é tarefa árdua. Quem se ocupa de estudar sua vida e espiritualidade não precisará possuir uma excepcional competência para identificar a sua grandeza de homem e de cristão. É mister advertir a quem pretende compreender o seu caminho, um atencioso cuidado para encontrar um entendimento não apenas de uma leitura de sua vida e personalidade, que transcendendo o seu tempo, ainda inquieta as mentes dos homens e mulheres de hoje.
A multipolar e contraditória vida do padre de Foucauld se revela na evolução da sua história. Idealista e cético na juventude procurou viver e desfrutar o que o momento lhe proporcionava. O jovem Foucauld, sagaz, elegante, aristocrata, culto, se lançou numa aventura militar, depois de explorador do Marrocos onde chegaria a um grande reconhecimento da sociedade geográfica francesa.
Hoje a sede de espiritualidade cresceu vertiginosamente. O consumo da espiritualidade na perspectiva do mercado, fez com que se ofertassem muitos produtos difusos e confusos. A espiritualidade do padre de Foucauld vai por outro caminho, o da simplicidade, da pobreza. Só os que estão dispostos a entrar num processo de desapego radical de si mesmo, dos outros e das coisas é que pode abraçar esse caminho de Nazaré. O caminho proposto por Charles de Foucauld para seguir Jesus é bastante desafiador para esse tempo centrado na aparência.
O que Charles de Foucauld pode dizer à Igreja hoje? O caminho que irmão Carlos oferece nesse mundo de esbanjamento e opulência, é voltar a Nazaré, que na perspectiva foucauldiana não é uma cidade, mas um estilo de vida pobre, despojada, no meio do povo, como Jesus em Nazaré.
Charles de Foucauld foi um grande místico do século XX, pois, descobriu a dimensão profunda de Deus na convivência com os tuaregues e nos momentos de adoração. Ele procurou viver na profundidade do eu, penetrou sua interioridade a fim de descobrir o núcleo da sua vida. Ele procurou viver o que disse São Paulo na carta aos Filipenses (2,6-7): “Jesus não se apegou à sua condição divina, mas se abaixou à condição humana”. O caminho da espiritualidade de Charles de Foucauld é o de abaixamento e o de vida oculta. Nessa condição de servo, ele encontrou o caminho que o levou à felicidade.
O mundo está cada vez mais barulhento e a religião cada vez mais apresenta-se como um lugar onde o silêncio está ausente dos cultos. O caminho indicado por Charles de Foucauld é o caminho do silêncio para aproximar-se de Deus. O anonimato, a dedicação aos outros, a eucaristia, são meios de entrega radical ao Senhor absoluto da história. Irmão Carlos viveu uma espiritualidade encarnada, próxima aos mais sofredores e sofredoras, aberta ao diálogo com o diferente.
Quando falamos em irmão Carlos de imediato o associamos à oração do abandono, à imagem do deserto e a uma ideia muito vaga de uma conversão conturbada, precedida de uma juventude vivida numa liberdade que não conhecia limites. Sua beatificação que aconteceu em 2005 pelo Papa Bento XVI, agora sua canonização quinze anos depois, realizada pelo Papa Francisco, representa uma oportunidade para aprofundarmos no conhecimento de sua vida e sua espiritualidade. Queremos antecipadamente afirmar que a canonização não é uma condecoração póstuma, onde se coloca nos altares um cristão que viveu de forma extraordinária um projeto de vida. Carlos de Jesus foi um humilde sinal do amor de Deus, onde podemos ler alguma característica particular de Jesus Cristo e do evangelho.
A realidade do deserto e seu silêncio, era cortada diuturnamente pelos nômades tuaregues sob os olhares de Foucauld. A transformação da vida desse homem possibilitou a tolerância religiosa, o diálogo com outras denominações e a solidariedade com os pobres. O anonimato era um ponto do qual irmão Carlos não abria mão.
O marabuto, como era conhecido pelos tuaregues, não buscou o deserto como uma espécie de fuga do mundo. Ele não se alienou da história, das questões do seu tempo. O deserto foi a maneira que ele encontrou para estar com os mais pobres. O padre de Foucauld não era um homem das cúrias, dos palácios, das formalidades, mas do povo, especialmente, os pobres do deserto do Saara. O desejo de seguir Jesus pobre como pobre, fez com que irmão Carlos estabelecesse alguns princípios de coerência como: buscar sempre o último lugar; não desejar ofícios eclesiásticos e viver junto aos pobres.
A preocupação central de irmão Carlos era viver segundo o Evangelho. O seu despojamento de títulos familiares, dos bens terrenos é um grande testemunho evangélico. Quando colocado ao lado do testemunho da Igreja da época, por demais preocupada com o poder temporal, torna o testemunho de irmão Carlos um grito profético, pois, assume um tom de denúncia e um chamamento aos fundamentos do Evangelho. A vida do padre de Foucauld gritava o Evangelho mesmo no silêncio e no ermo de um lugar perdido na geografia do poder daquela época. Vale a verdade evangélica de que Deus não acende uma luz para deixá-la oculta a humanidade.
Toda vida de um ser humano é feita de opções de fundo e dos acontecimentos do cotidiano nas suas várias vertebrações. A juventude traz no seu bojo as inquietações próprias dessa fase etária da vida, eclodem com muita intensidade em todo ser humano. Em muitas situações toda uma tradição fica relativizada. A experiência religiosa transmitida a partir dos pais arrefece por consequência de fatores internos e externos. Charles de Foucauld não ficou imune a essas situações. Ele viveu tudo aquilo que está dentro das possibilidades humanas. Viveu encontros e desencontros, aspirações e frustrações. Toda sua vida foi uma busca de si mesmo e de encontro com o absoluto da história. Com sua elevação à honra dos altares, não buscamos em sua pessoa a perfeição, mas a capacidade de transformação existencial. A felicidade para Foucauld, foi um lento aprendizado, onde ele descobriu que o sentido da vida era encontrar o Sentido de tudo, Deus.
Este livro que ser uma pequena contribuição às inúmeras obras já existentes sobre Charles de Foucauld e sua espiritualidade. De forma sintética procuramos contemplar alguns elementos de sua espiritualidade sem ter a pretensão de exaurir seu conteúdo. A espiritualidade de irmão Carlos é um baú de onde ainda se vão tirar muitas pérolas. Nesse mundo onde o aparecer é mais importante do que o ser, a figura de irmão Carlos vem nos ajudar a viver no anonimato, no despojamento para assim seguirmos Jesus pelas vias de Nazaré. Ao longo do livro o leitor verá que Charles de Foucauld é uma luz que está a brilhar.
Quem descobriu a espiritualidade de Charles de Foucauld, descobriu um tesouro. Que este encontro com esse grande místico produza frutos abundantes na vida daqueles e daquelas que se deixaram tocar por seu amor por Deus que se humanizou na pessoa de Jesus que aprendeu a ser feliz.
“É chegado o momento fixado por Deus desde a eternidade para o seu aparecimento entre os homens… Natal, Natal, Deus é nosso, Emanuel, Deus está conosco! A caverna foi iluminada de repente: o canto dos anjos a encheu, uma pequena criança apareceu nos braços de Maria: uma criança nos nasceu!”. São Charles de Foucauld
Quando a Igreja do Brasil vai se tornando mais tradicional e conservadora, é importante resgatar a mensagem do irmão Carlos, lembrando-nos de alguns aspectos que poderão ajudá-la a se tornar mais profética, universal, fraterna e despojada.
1. Diálogo com os não-cristãos.
Numa época em que o ardor missionário de conversão era intenso na Igreja Católica, irmão Carlos, levado pelo Espírito, descobriu que o mais importante era a vivência do Amor e da bondade, que o aproximaria das pessoas e, sobretudo, dos não-cristãos, e não a tradicional prática da conversão ao cristianismo. Em 1908, depois de passar pela doença que o levou a um grande despojamento interior e a mais humildade, percebeu que de fato este era o novo caminho do cristianismo. Foi o que escreveu naquele ano a um padre amigo, na França: “Quanto mais vivo, mais creio que não se deve tentar obter conversões isoladas, pelo menos, agora”. Na mesma ocasião confidenciou a um amigo protestante, dr. Dautheville:
Estou aqui não tanto para converter os tuaregues, como para tentar compreendê-los e torná-los melhores... E depois desejo que eles tenham um lugar no paraíso. Tenho certeza que Deus acolherá no céu os que forem bons e honestos, sem precisar que sejam católicos romanos. Você é protestante, Teissere [outro amigo] é ateu e os tuaregues são muçulmanos. Por isso estou convencido de que Ele nos receberá a todos, se o merecermos, e tento melhorar os tuaregues para que mereçam o paraíso (Ap. LEHUREAUX, Au Sahara avec le Père de Foucauld, Paris: Saint Paulo, 1946, p. 115. Ap. JESUS, Annie, Charles de Foucauld, nos passos de Jesus de Nazaré, Vargem Grande Paulista: Cidade Nova, 2004, p. 80).
2. Inculturação junto aos povos indígenas.
Sua postura de respeito ao diferente, levou mais tarde a Igreja a uma mudança na pastoral missionária em vários países, inclusive no Brasil, como ocorreu em 1972, por ocasião do surgimento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Esse órgão deixou a tradicional evangelização explícita, que interferia na cultura e na vida das comunidades indígenas, insistindo na pastoral de convivência e solidariedade, incluindo o cuidado pela saúde e a luta pelo território tradicional. Esse trabalho fez com que os indígenas crescessem em número e em consciência. Quando as Irmãzinhas de Jesus, seguidoras de Charles de Foucauld, chegaram a Santa Terezinha, na região do Araguaia (MT), em 1952, o povo Tapirapé contava apenas com 50 pessoas e, ao deixá-lo, 60 anos depois, eram mais de 700 indígenas. Foi o que reconheceu dom Pedro Casaldáliga, bispo de São Félix do Araguaia, ao escrever o prefácio dos Diários das Irmãzinhas, publicados em 2002:
Este diário é uma página matriz da nova evangelização no meio dos povos indígenas, (...) no respeito, na gratuidade, na acolhida. Diante de um mundo colonialista, e de uma tradição pastoral mais ou menos obrigatória, as Irmãzinhas de Jesus aprenderam e ensinaram a ver e acolher o outro, como outro e como igual. (...) O irmão Carlos de Foucauld já vinha marcando minha vida. O que não conhecia ainda era essa contribuição pioneira das Irmãzinhas, [suas discípulas] à nova pastoral indigenista, que apenas despontava (In: IRMÃZINHAS DE JESUS, O renascer do povo Tapirapé, Diário das Irmãzinhas de Jesus de Charles de Foucauld – 1952-1954, São Paulo: Salesiana, 2002, p. 7-8).
3. Uma nova maneira de viver a vida religiosa
Seguindo Jesus de Nazaré, irmão Carlos anteviu outra maneira de levar a vida consagrada, como escreveu em 1905, em Beni- Abbès, deixando Jesus falar, numa de suas meditações:
Quer só, quer com alguns irmãos, toma por objetivo a vida de Nazaré, em tudo e por tudo, na sua simplicidade e na sua largueza... Nada de hábito, como Jesus em Nazaré; nada de clausura, como Jesus em Nazaré, nada de habitação retirada de todo lugar povoado, e sim perto de um vilarejo, como Jesus em Nazaré; nada menos de oito horas de trabalho por dia – manual ou outro, mas tanto quanto possível manual –, como Jesus em Nazaré; nem grandes terras, nem grandes casas, nem grandes despesas, nem mesmo grandes esmolas, mas extrema pobreza em tudo, como Jesus em Nazaré. (...) A vida de Nazaré pode ser levada onde quer que seja: vive-a no lugar mais útil ao próximo (Caderno de Notas, 22.7.1905. In: VOILLAUME, René, Fermento na Massa, Rio de Janeiro: Agir, 1963, p. 16).
Essa inserção entre os indígenas foi um exemplo e uma referência de presença missionária inculturada, como escreveu André Toral, antropólogo e historiador, que as conheceu no Mato Grosso:
Conheci as Irmãzinhas de Jesus em 1978. Tinha 20 anos, pesquisava entre o povo Javaé, no Araguaia, e estava com vontade de conhecer os “vizinhos” Tapirapé, descritos pelo antropólogo Charles Wagley.
Radical nos meus 20 anos, confesso que era contra toda e qualquer missão religiosa entre índios. O tempo foi passando e eu, como antropólogo, dentro das minhas limitações, fui conhecendo os Tapirapé em diversos trabalhos que realizei entre eles. Conhecendo um pouco a história e os movimentos territoriais do grupo, conheci a extensão do trabalho das Irmãzinhas.
Por estar familiarizado com as terríveis condições em que o grupo se encontrava quando passaram a viver entre eles, é que avaliei a missão das Irmãzinhas. Elas, verdade seja dita, não “salvaram” ninguém, não converteram moribundos, nem obrigaram ninguém a tomar remédio. Aliás, do ponto de vista tradicional, sua missão foi um fracasso, pois não existe nenhum Tapirapé convertido e muito menos uma Igreja Tapirapé.
Tudo isso para dizer que foram os próprios Tapirapé que se salvaram. As Irmãzinhas deram o apoio, estavam lá, sempre. Elas ajudaram decisivamente a construir o milagre que foi a recuperação populacional dos Tapirapé. Sim, porque os milagres não acontecem assim, sem mais nem menos. É preciso muita fé e muita gente trabalhando junto para que aconteçam.
Mas o “trabalho missionário” das Irmãzinhas, sob o ponto de vista de um técnico em antropologia aplicada, é e foi da maior eficácia, constituindo-se em paradigma para antropólogos, missionários e funcionários governamentais.
O trabalho não é fácil. Exige a vida, mas oferece recompensas únicas. Muita gente ficava com pena das Irmãzinhas, perdidas no mato, vivendo condições duríssimas. Como disse Darcy Ribeiro: “tenho pena dos que passam a vida inteira estiolando-se atrás de uma mesa ou com a consciência pesada”.
Aqui volto a Charles Wagley e revejo meu radicalismo bobo. Como ele, também sou um antropólogo que deseja longa vida à Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus. (TORAL, André, Orelha do livro O renascer do povo Tapirapé. Diário das Irmãzinhas de Jesus de Charles de Foucauld – 1952-1954, São Paulo: Salesiana, 2002).
Essa proposta, vivida pelas Irmãzinhas e Irmãozinhos de Jesus, levou várias congregações religiosas, após o Concílio Vaticano II, a se organizar em pequenas comunidades, vivendo sem hábito, numa vida inserida junto ao povo, sobretudo junto aos pobres e excluídos.
4. Valorização do leigo
Numa época em que a Igreja não reconhecia o trabalho do leigo, irmão Carlos percebeu sua importância na vida da Igreja. É o que colocou numa carta de 1912, a seu amigo Joseph Hours:
Como você diz, os mundos eclesiástico e leigo se ignoram muito, tanto é que o primeiro não tem muito a oferecer ao outro. É certo que, ao lado dos padres, são necessários novos Priscilas e Áquilas [auxiliares de São Paulo], vendo aquilo que o padre não vê, entrando onde ele não consegue entrar, indo ao encontro daqueles que fogem dos padres, evangelizando com um contato benéfico, uma bondade sem limite com todos, uma afeição sempre pronta a se dar, um bom exemplo que atraia aqueles que viram as costas ao padre e lhe são hostis por princípio. (...) Então, todo cristão deve ser apóstolo: não é um conselho, é um mandamento, o mandamento da caridade. Ser apóstolo, com que meios? Os leigos devem ser apóstolos de todos aqueles a quem puderem chegar: primeiro, seus parentes e seus amigos, mas não apenas eles. A caridade não tem nada de restrito. (...) Atuar pela bondade, pela ternura, pelo afeto fraterno, pelo exemplo da virtude, pela humildade e pela doçura, sempre atraentes e tão cristãs. [Ser apóstolos] com alguns, sem nunca lhes dizer uma palavra de Deus e nem de religião, sendo paciente como Deus é paciente, sendo bom como Deus é bom, amando, sendo um irmão cheio de ternura, e rezando. (...) Todo cristão deve olhar cada ser humano como um irmão querido. Se ele é pecador, inimigo de Deus, ele é um ser doente, muito doente. É preciso ter por ele uma compaixão profunda e cuidados fraternos, como por um irmão insensato (In: JESUS, Annie, Charles de Foucauld, nos passos de Jesus de Nazaré, Vargem Grande Paulista: Cidade Nova, 2004, p. 84-86).
Isso despertou vocações leigas e fez surgir nos quatro continentes grupos de Fraternidade Secular e que contam hoje com mais de seis mil membros.
5. O irmão e a eucaristia: um mesmo sacramento
Irmão Carlos percebeu que o “sacramento do altar” e a pessoa do irmão são inseparáveis. Jesus está realmente presente em ambos. É o mesmo movimento de amor o que nos faz contemplar Jesus na misteriosa presença sacramental e a vê-Lo também no outro, sobretudo, no pobre. Tal movimento nos deve conduzir a uma unidade interior, tão importante para que nossa oração eucarística não seja uma fuga da realidade. Em 1º de agosto de 1916, alguns meses antes de sua morte, escreveu a seu amigo Louis Massignon, como um testamento:
A passagem do Evangelho que mais mudou minha vida foi esta: ‘Tudo o que fizerdes a um desses pequeninos, é a mim que o fareis’. Se pensarmos que estas palavras são as mesmas da verdade incriada, pronunciadas pelos mesmos lábios que disseram: ‘Isto é meu corpo... isto é o meu sangue...’, com que força seremos levados a buscar e a amar Jesus nestes ‘pequeninos’, nestes pecadores, nestes pobres. (In: FOUCAULD, C., Oevres Spirituelles, Paris: Seuil, 1958, p. 778).
A mensagem do irmão Carlos, agora são Carlos de Foucauld, deve ser um farol para nossa Igreja e para nossa vida.
Diác. Amauri Dias de Moura, FSJC grupo BH/MG
Arquidiocese de Belo Horizonte/MG
Desde meu primeiro contato com os escritos e a história de Charles de Foucauld, nos idos de 1993, chama muito minha atenção e me inspira no meu trabalho nas searas do Ecumenismo e do Diálogo Interreligioso, ser ele Carlos de Foucauld, um homem do diálogo e da fraternidade, mais pela presença do que pela pregação.
Charles de Foucauld: um nome que ecoa no coração daqueles que buscam uma vida mais profunda e significativa, baseada na simplicidade, no cotidiano, na pobreza, em especial espiritual. Imitando o seu Bem Amado, pelejando para se igualar a Jesus, Carlos nos inspira, interpela e impulsiona.
Nascido em uma família aristocrata francesa, Foucauld trilhou um caminho de conversão que toca dois momentos fortes: 1. um nada convencional, abandonando os luxos da alta sociedade, ao final da juventude e início da vida adulta e 2. um mais radical e que foge radicalmente de seu controle e o recorda como a nós também hoje - é vital se abandonar à Divina Providência - quando aos 50 anos de idade,
tendo passado já metade de sua vida no deserto, em janeiro de 1908 cai doente, encontra a miséria da vida em total pobreza e sem ter como pedir e/ou não querendo incomodar os tuaregues, seus irmãos de deserto, é por eles socorrido, com um gesto fraterno de “dar de nossa própria pobreza” (Doc. Puebla, n.368), quando eles juntam o pouco leite de cabra que têm e lhe dão por alimento, para salvar sua vida.
Aquele que buscou se recolher para se dedicar a uma vida de oração e serviço aos mais necessitados, foi por eles ajudado no limite da vida. Quem queria levar algo, recebe o essencial. Ele que foi no início de sua vocação impactado pelo testemunho dos muçulmanos e que queria que vissem nele “se ele é um homem bom, imagina o seu Deus” atraindo para sua fé cristã católica, encontrou, ou melhor, foi encontrado por Deus pelas mãos daqueles que, em sua época, como ainda hoje, a intolerância religiosa ajuíza como infiéis.
A experiência e a teologia do fracasso, que desde Jesus exigem uma profunda reflexão e radical adesão, tocam Foucauld, o irmão que desejava ser universal e abraçado pela universalidade da irmandade humana.
Aos poucos, numa “kénosis” que é o ato de se esvaziar de si mesmo, sem perder a identidade e em abertura e acolhida ao outro, sem exigir que deixe de ser o que se é, mas o respeita como tal, aprendeu a respeitar profundamente outras culturas e religiões, compreendendo que a fé não é privilégio de poucos, mas dom a ser compartilhado com todos.
Foucauld nos ensina que é possível encontrar Deus em cada pessoa, independentemente de suas crenças. Significativo que, ao final de sua vida, já perto de seu martírio cerca de 1915/1916, seus trajes como os dos tuaregues, já não carregam insígnias cristãs como o terço ou a cruz. O diferente se fez igual, semelhante, acolhido como um “marabu”, homem santo, pelos tuaregues.
A presença e a solidariedade são a religião de Carlos desde Béni-Abbès até Tamanrasset, materializando o grande carisma de sua vida “Gritar o Evangelho com a Vida”. Esse testemunho de vida, serve de base para uma das formas do ser e do fazer os diálogos ecumênico e interreligioso, de tal forma que Papa Francisco o recorda de forma exemplar na Fratelli Tutti nº 286.
São Carlos de Foucauld sirva-nos de exemplo e estímulo nos diálogos interreligiosos e rogue de Deus a benção de colaborarmos com a construção da Fraternidade Universal.
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"Minha missão deve ser o apostolado da bondade. A meu ver, deverão dizer 'Já que este homem é tão bom, também sua religião deve ser boa'. Se alguém me perguntar por que eu sou manso e bom, deverei responder: 'Porque eu sou servidor de um outro que é muito melhor do que eu. Se soubesse como é bom o meu Mestre Jesus!'. Quero ser tão bom que possam dizer de mim: 'Se o servidor é assim, como não será o Mestre!'"
S. Carlos de Foucauld
TESTEMUNHO DE DOIS PROJETOS
DE PROMOÇÃO DE VIDA PLENA PARA TODOS
Situada numa região periférica da cidade de Marília/SP, há pelo menos 20 anos, a paróquia Santa Antonieta sempre se destacou em várias frentes de trabalho sociais. Por isso, separamos dois testemunhos para contar um breve histórico de origem e desenvolvimento de dois projetos mais específicos: uma horta comunitária e um projeto de formação de crianças e adolescentes.
O projeto “A Vinha do Senhor”, sustentado pela paroquia Santa Antonieta, surgiu no ano de 2005, para responder ao grande problema da pobreza e da fome que atingiam muitas famílias brasileiras. Diante disso, duas agentes de saúde familiar, Irene Rodrigues Gorge e Yara Alecsandra Andrade da Silva, tomaram a iniciativa de desenvolver uma horta, onde todos pudessem plantar e colher os alimentos que produziam. A motivação delas nasceu de muitas visitas que faziam às casas das pessoas do bairro, onde identificaram que a desnutrição causava muitas doenças e subdesenvolvimento infanto-juvenil.
A ideia original da horta, porém, durou pouco tempo. A princípio, houve pouco engajamento das pessoas. Ainda assim, tanto Irene quanto Yara não deixaram de trabalhar visando a conscientização de que a união poderia auxiliar os pobres na superação dos seus problemas. Por isso, a ideia se transformou e ganhou corpo em outros projetos ao longo dos anos. Em 2007, foi criado o Projeto Sopão, que passou a utilizar os alimentos produzidos na horta e pelos produtores locais do CEASA para preparar uma sopa e doá-la semanalmente às famílias carentes. E, então, perceberam que o projeto da horta poderia atuar em várias frentes.
Desde 2020, existe a iniciativa do projeto Horta Medicinal, que cultiva e ensina as pessoas a utilizarem diversas ervas para o cuidado com a saúde das pessoas. No mesmo espaço, é desenvolvido o projeto do Pão Comunitário, no qual cada pessoa leva de casa os ingredientes do pão, que se soma às doações recebidas pelo projeto, usando o espaço para prepará-los. Ao final, cada mulher leva para casa um pouco do que todos prepararam. Em 2021, iniciou-se um projeto voltado para a formação de crianças com autismo e outros transtornos, bem como a orientação de seus pais.
No espaço do CEASA ainda é concedida a oportunidade de alguns homens, normalmente idosos aposentados, cultivarem uma pequena roça. Tudo o que se produz na horta, que é chamada de “A Vinha do Senhor”, é partilhado entre todos os voluntários, benfeitores e assistidos. Nada é comercializado. A partir do ano de 2020, o banco SICREDI assumiu uma parceria com o projeto, custeando boa parte da manutenção da infraestrutura e oferecendo as mulheres profissionais de saúde feminina para orientá-las em vários pontos importantes.
Do ponto de visto dos recursos humanos, a Horta Comunitária “A Vinha do Senhor” tem aproximadamente 120 voluntários que trabalham gratuitamente, num gesto genuíno de convivência e doação. Todos os dias da semana tem algum tipo de atividade. Além dos voluntários, há muitos benfeitores que variam de pequenos e médios empresários, produtores rurais e sindicatos. A principal fonte de recursos para a manutenção do projeto, porém, vem do Fundo Diocesano de Solidariedade, que doa anualmente uma quantia de R$ 8.000,00. Isto significa que o projeto subsiste milagrosamente, com baixíssimo recurso financeiro. E com este pouco dinheiro consegue assistir, semanalmente, a 100 famílias nas suas diversas frentes de atuação.
Devido à grande relevância de sua atuação, aos 04 de outubro de 2020, foi-lhe concedido o título de “Projeto de Utilidade Pública” para o município.
O Projeto Carino Social surgiu em setembro de 2018 e é sediado nas dependências da paróquia Santa Antonieta. Ele foi uma iniciativa privada, da CARINO Ingredientes, na pessoa de Cristina Doreto, CEO da empresa. O projeto só foi possível por encontrar apoio na Paróquia Santa Antonieta, através do Padre Willians Roque de Brito e do Conselho Paroquial de Pastoral. A ideia inicial tanto de Cristina Doreto quanto do padre foi a criação de uma iniciativa que buscasse desenvolver as capacidades das crianças em situação de vulnerabilidade social.
Criado em 2018 e mantido pela indústria “Carino Ingredientes”, o projeto funciona no centro pastoral cedido pela Paróquia de Santa Antonieta. Inicialmente em parceria com o Projeto Semear, grande incentivador e apoiador desta iniciativa. Naquele primeiro momento, as reuniões eram semanais e atendiam aproximadamente 30 crianças.
Em 2019, o projeto passou a caminhar sem o apoio do Projeto Semear, passando a atender 132 crianças tanto no período matutino quanto no vespertino. A mudança de perspectiva ocorreu devido o ideal de criar iniciativas em que as crianças participassem mais ativamente do projeto. Por isso, ele passou a acontecer de segunda a sexta-feira, com aulas de: capoeira, judô, canto coral, violão, flauta, bateria, artesanato e outros. Sustentado financeiramente pela própria empresa que lhe emprestou o nome, o projeto deslanchou.
Em 2020, devido à Pandemia, o projeto foi remodelado mais uma vez. As crianças que estavam inscritas passaram a receber mensalmente uma cesta de café, para complementar as suas refeições em casa. Além disso, passaram a receber todas as aulas através de atividades realizadas por meios digitais. Durante todo o tempo elas foram assistidas por diversas iniciativas, colaborando no seu processo educativo e no cuidado psicológico.
Em 2022, após o período mais intenso da pandemia, o projeto foi presencialmente retomado com 40 crianças no período vespertino. Junto às atividades que já eram desenvolvidas, passou-se a desenvolver o reforço escolar, para diminuir o prejuízo educacional do período em que as crianças estudaram por intermédio de aparelhos celulares e tablets.
Durantes estes seis anos, o projeto ganhou notoriedade municipal e regional, cumprindo a missão inicial de tirar as crianças da ociosidade, oferecendo a elas um tempo de educação de qualidade e de experiências lúdicas e sociais. Estas crianças são cuidadas dentro de uma realidade difícil que as expunha às drogas, à violência e à fome.
CONCLUINDO
As diversas frentes sociais da paróquia geraram uma real transformação na visão que as pessoas têm do papel da Igreja Católica na sociedade, gerando a colaboração de inúmeros parceiros. Durante esse tempo, a comunidade passou a ser considerada uma verdadeira referência no cuidado com as pessoas, fazendo nascer muitos outros projetos: ginástica para os idosos; atendimento de fisioterapia em parceria com as Unidades Básicas de Saúde etc. Desta forma, a comunidade Santa Antonieta assume para si a missão de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
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A caridade é a essência da religião!!!
Adaptada por Diác. Amauri Dias de Moura, FSJC grupo BH/MG
Arquidiocese de Belo Horizonte/MG
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem se mostrado atenta aos desafios da sociedade contemporânea, realizando com apoio de grupos e estudiosos, peritos e analistas como o Grupo de Análise de Conjuntura da CNBB – Padre Thierry Linard e o INAPAZ, análises aprofundadas sobre as conjunturas social, eclesial e ambiental.
Singelamente, apresento uma visão geral das principais temáticas abordadas nas últimas análises:
1. Desafios da sociedade: tem destacado a crescente desigualdade social, a violência, a crise ambiental, a polarização política e a necessidade de um diálogo mais profundo entre fé e razão;
2. Papel da Igreja: as análises ressaltam a importância da Igreja como promotora da justiça social, da paz e da ecologia integral. A CNBB tem incentivado seus membros a se engajarem em ações concretas para transformar a realidade e construir um mundo mais justo e solidário. Por outro lado, as análises têm apontado os desafios de um cristianismo em descompasso com a sociedade e suas demandas e, dentro deste cristianismo, um presbítero em crise (burnout, pedofilia, abuso espiritual etc.);
3. Sinais dos tempos: a Igreja busca interpretar os "sinais dos tempos" para oferecer uma mensagem relevante e capaz de responder aos desafios da contemporaneidade. As análises da CNBB têm se mostrado sensíveis às mudanças sociais e culturais, buscando responder o desafio de adaptar a linguagem e os métodos evangelizadores ao atual contexto;
4. Ecologia integral: a questão socioambiental tem sido uma preocupação constante nas análises da CNBB, em especial desde o magistério do Papa Francisco (Laudato Sí, Querida Amazônia e Laudato Deum). A Igreja assume a defesa da Casa Comum e promoção de práticas sustentáveis e de justiça socioambiental, cintilando sinais de profecia de outra hora e;
5. Sinodalidade: a Igreja no Brasil tem pelejado para estar em comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e assim, a CNBB tem enfatizado a importância da sinodalidade, ou seja, do caminho sinodal, que convida todos os batizados a participarem ativamente da vida da Igreja, com maturidade batismal e cidadania eclesial que toca a todos e todas, desde sua vocação específica e que viabiliza o engajamento próprio de cada um como Igreja na sociedade, no mundo.
A Análise de novembro de 2024 traz, na dimensão eclesial, os desafios aos presbíteros na pós-modernidade, vocação que enfrenta crises e pela qual passa muito dos sonhos do Sínodo sobre a Sinodalidade, podendo atravancar ou inviabilizar esses sonhos.
Na dimensão social, o tema das eleições não só no Brasil, municipais aqui, mas de forma geral, indicam os desafios para o processo de inclusão, promoção e/ou manutenção de direitos sociais, onde o avanço político do campo de direita e em destaque da extrema-direita, apresenta riscos de diminuição, suspensão e/ou supressão de direitos, tratados como “gastos” e/ou “privilégios” e que os demoniza e impõe agenda de sucateamento de políticas públicas via a lógica do Estado mínimo, criminalização de movimentos sociais e pauta prioridades em costumes morais, de cunho religioso fundamentalista e na via econômica um liberalismo exacerbado, sem intervenção estatal em favor dos grupos mais fracos, mas que deve financiar o capital privado.
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Não há, creio eu, palavra do Evangelho que mais me tocou profundamente e transformou a minha vida do que esta: ‘Tudo aquilo que fazeis a um destes pequeninos, é a Mim que o fazeis’. Se pensarmos nestas palavras que são do Verbo não criado, da sua boca que disse ‘Este é o meu Corpo… este é o meu Sangue’, com que força seremos movidos a procurar e a amar Jesus nestes 'pequeninos', nestes pecadores, nestes pobres. - S. Carlos de Foucauld.
Aos irmãos da Fraternidade Jesus Caritas
A equipe Pan-Americana esteve reunida no Brasil, na cidade de Goiás/GO, entre os dias 16 e 21 de setembro de 2024. Estivemos estes dias na Casa da Fraternidade, onde se vive a espiritualidade do Irmão Carlos de Foucauld. Padre Carlos Roberto, o responsável panamericano, que vive lá, nos recebeu e organizou as atividades deste encontro.
Todos os dias às 7h30 fizemos meia hora de adoração silenciosa e às 8h00 celebramos as laudes. O almoço em cada dia foi às 12h30. Às 18h30 celebramos a Eucaristia com a comunidade e às 20h00 jantamos.
Na segunda-feira à tarde, tivemos um encontro online, simultaneamente presencial e virtual. Nele participaram os quatro membros da equipe: Carlos, do Brasil, Mártires, de Rep. Dominicana, Alex, dos EUA, Tino, da Argentina, Fernando Tapia e Arturo, do Chile e, Jhonfer, da Venezuela. Inicialmente, o Pe. Tapia nos falou sobre a organização da XII Assembleia Internacional (6-21 de maio de 2025), do Diretório e dos Estatutos da Fraternidade, que a Equipe Internacional está revisando. Também nos informou sobre a necessidade de enviar os formulários de inscrição dos responsáveis e delegados com os respectivos voos para irem organizando a logística do encontro. Do bispado de San Isidro será enviada a carta convite para os participantes que necessitem de visto para entrar na Argentina.
Depois fizemos uma partilha sobre o que estão vivendo as fraternidades em cada um dos nossos países e, de maneira especial, a formação das novas fraternidades em outros países como Venezuela (P. Jhonfer estava presente), Colômbia, Cuba, El Salvador, Nicarágua e Panamá. Na segunda-feira, às 18h30, celebramos missa com a pequena comunidade que participa das atividades da Casa da Fraternidade.
Na manhã de terça-feira, voltamos a nos reunir online. Esperávamos escutar uma palestra do P. Honoré Sawadogo, sobre o tema: “Lutar contra o clericalismo com São Carlos de Foucauld”, mas não foi possível devido à instabilidade da internet no local onde ele estava, que não permitiu que conectasse conosco. Então, ele nos enviou o texto para que pudéssemos lê-lo. Diante desse imprevisto, continuamos partilhando a vida de nossas fraternidades em cada país. Experimentamos um bom intercâmbio das experiências das fraternidades existentes e das novas em formação. Uma boa notícia é que o Mês de Nazaré foi realizado em vários países das Américas, e também que há seminaristas e jovens presbíteros se aproximando e participando de nossa espiritualidade.
Na tarde de terça-feira, continuamos planejando a logística da IV Assembleia Pan-americana que será realizada em São Paulo, no Brasil.
Na quarta-feira, fizemos o Dia do Deserto no “deserto de Goiás”, pois fazia um calor insuportável. Concluímos com a celebração da missa com o povo.
Na manhã de quinta-feira, continuamos o trabalho de planejamento da IV Assembleia. À tarde, visitamos a paróquia Nossa Senhora da Abadia, na cidade de Itaberaí, e, na comunidade São José, fomos visitar alguns irmãos enfermos. À noite concelebramos a missa na comunidade de Santo Antônio, junto ao Pe. José Mateus Domingues, que pertence à fraternidade.
Na sexta-feira passamos a manhã e parte da tarde visitando a Comunidade Terapêutica Paraíso. Ouvimos a partilha de vida dos homens que vivem lá, sendo ajudados na recuperação de sua dependência química. Nós nos apresentamos, comunicando nossos nomes e dizendo de onde somos, almoçamos junto com eles e, por fim, celebramos a Missa, na capela dessa comunidade. Na missa, cada um dos presentes pôde partilhar suas dores e sofrimentos, bem como suas esperanças de alcançar a cura e voltar a viver saudáveis com seus familiares. Foi um momento muito importante, que nos ajudou a todos.
Na manhã do sábado, continuamos a organização de um livrinho contendo a liturgia da missa em várias línguas, mas o terminaremos em outro encontro. À tarde escrevemos o texto da carta convite para a IV Assembleia panamericana, e encerramos redigindo este texto das crônicas deste encontro.
Em nome da equipe panamericana, um abração.
Carlos Roberto dos Santos
Responsável Continental
Por Pe. Geraldo Martins Dias,
Arquidiocese de Mariana/MG
Conversão ecológica, urgente e inadiável
A carta encíclica Laudato Si, publicada pelo Papa Francisco em 2015, lançou à humanidade o desafio de uma conversão ecológica global, recordando que São João Paulo II, em 2001, já havia chamado a atenção do mundo para essa questão ao afirmar: “é preciso estimular e apoiar a ‘conversão ecológica’, que nestes últimos decênios tornou a humanidade mais sensível aos confrontos da catástrofe para a qual estava caminhando. O homem não é mais ‘ministro’ do Criador. Mas, como déspota autônomo, está compreendendo que, finalmente, tem de parar diante do abismo”.
Segundo São João Paulo II, não se trata apenas de ecologia física, “atenta a tutelar o habitat dos vários seres vivos”, mas também “de uma ‘ecologia humana’ que torne mais digna a existência das criaturas, protegendo o bem radical da vida em todas as suas manifestações e preparando para as futuras gerações um ambiente que se aproxime cada vez mais do projeto do Criador”.
O Papa Francisco amplia essa questão ao apresentar motivações para uma “espiritualidade ecológica”, considerando que a espiritualidade “não está desligada do próprio corpo nem da natureza ou das realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em comunhão com tudo o que nos rodeia”. De acordo com o Papa, a conversão ecológica exige que todas as consequências do encontro com Jesus se manifestem nas nossas relações com o mundo. “Viver a vocação de guardiões da obra de Deus não é algo de opcional nem um aspecto secundário da experiência cristã, mas parte essencial de uma existência virtuosa”.
Essa conversão ecológica, na visão do Papa, deve ser também comunitária. Além disso, deve implicar a consciência de que não estamos separados das outras criaturas, mas que formamos com os outros seres do universo “uma estupenda comunhão universal”. Esta afirmação dialoga com o conceito da Ecologia Integral, ideia transversal da Encíclica de Francisco. A Ecologia Integral exige a recuperação da harmonia com a criação e que reflitamos sobre “nosso estilo de vida e os nossos ideais”, além de “contemplar o Criador, que vive entre nós e naquilo que nos rodeia e cuja presença ‘não precisa de ser criada, mas descoberta, desvendada’”.
A Ecologia Integral nos faz compreender que tudo está interligado. Assim, “quando falamos de ‘meio ambiente’, fazemos referência também a uma particular relação: a relação entre a natureza e a sociedade que a habita. Isto impede-nos de considerar a natureza como algo separado de nós ou como uma mera moldura da nossa vida. Estamos incluídos nela, somos parte dela e compenetramo-nos”.
Toda essa temática deverá tomar conta de nossas reflexões no próximo ano a partir da Campanha da Fraternidade que a Igreja no Brasil, por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançará na Quarta-feira de Cinzas, dia 5 de março. Com o tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e a inspiração bíblica tirada do livro da criação - “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31) – a CF-2025 tem como objetivo “promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra”. Observemos que a “conversão integral” ocupa o centro do objetivo da CF. Esta passa pela capacidade de escutar o grito dos pobres e da terra.
Com essa Campanha da Fraternidade a Igreja no Brasil quer celebrar os dez anos da publicação da Encíclica Laudato Si, ajudar a população brasileira a se preparar para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas - COP30, que se realizará em Belém (PA), em novembro de 2025, e celebrar os 800 anos do cântico das criaturas de São Francisco.
Os objetivos específicos da Campanha permitem-nos imaginar seu conteúdo, compromissos e ações que poderão ser desenvolvidos pelas comunidades. Será oportunidade de revisitar tanto a Laudato Si quanto a exortação pós-sinodal Querida Amazônia, avaliando que resultados práticos esses dois documentos têm produzido na Igreja e na sociedade. Além disso, a CF propiciará a denúncia de comportamentos e atitudes que agridem nossa Casa Comum e ameaçam a vida, indicando as causas da crise climática que se soma a outras crises, mostrando que tudo está interligado.
Em tempos de retrocesso e de negação do Concílio Vaticano II, o tema da Ecologia Integral remete-nos, inevitavelmente, ao Ensino Social da Igreja como fonte revitalizadora de uma Igreja pobre para os pobres, que dialoga com o mundo e assume compromissos de transformação e justiça social.
A Campanha deverá levar nossas comunidades a um sério exame de consciência sobre sua relação com a Mãe Terra. Já passou da hora de levarmos a sério o compromisso de fazer da Ecologia Integral elemento transversal de nossas ações pastorais. Precisamos sair do discurso e partir para a prática. Olhemos para nossas pastorais e perguntemo-nos: qual delas, realmente, levanta a bandeira da ecologia? Observemos as festas religiosas de nossas comunidades e constataremos que a grande maioria ainda usa muito plástico, não faz coleta seletiva do lixo, abusa no uso da água, alimenta o modelo desse econômico consumista e excludente, maior inimigo de nossa Casa Comum.
O testemunho de São Carlos de Foucauld nos estimule a uma conversão ecológica radial. Sua experiência de deserto, construindo a Fraternidade Universal, acolhendo a todos e todas, gritando o Evangelho com a vida, vivendo na pobreza, no despojamento e na abjeção, inspire-nos no desejo e esforço de uma vida sóbria e desapegada, comprometida com o cuidado da Criação, caminho para a conversão ecológica, urgente e inadiável, proposta pela Campanha da Fraternidade 2025.
Saiba mais e acesse os materiais em https://campanhas.cnbb.org.br/campanha/campanha-da-fraternidade-2025
NOTAS:
1-Cf. Papa Francisco. Laudato Si, n. 5
2-Papa João Paulo II. Audiência Geral – 17.01.2001. Cf. https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/audiences/2001/documents/hf_jp-ii_aud_20010117.html. Acessado em 18.10.2024.
3-Idem
4-Papa Francisco. Laudato Si, n. 216
5-Idem, n.217
6- Idem, n.220
7- Idem, n. 225
8- Idem, n.139
Adaptação de Apresentação em Power Point a Arquidiocese de Juiz de Fora/MG
Como sabemos, na Igreja Católica celebra-se o Ano Jubilar a cada vinte e cinco anos. O ano de 2025 foi proclamado pela Bula Spes non confundit (A Esperança não decepciona, cf. Rm 5,5) do Papa Francisco o Ano Santo da Esperança, promulgado no dia 9 de maio de 2024, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, na Solenidade da Ascensão do Senhor. A esperança é a mensagem central deste decreto. O Ano Santo será aberto na Véspera do Natal do Senhor, no dia 24 de dezembro de 2024, e encerrado na Solenidade da Epifania do Senhor, em 6 de janeiro de 2026, na Basílica de São Pedro.
Sua fundamentação encontra-se na Sagrada Escritura, no Pentateuco, quando a cada cinquenta anos o Povo de Israel deveria descansar a terra, perdoar as dívidas, restituir as terras às famílias de origem, e libertar os escravos. Diz o livro de Levítico: “Santificareis o quinquagésimo ano, proclamando na vossa terra a libertação de todos os que a habitam” (Lv 25,10). Durante esse ano o Povo de Deus celebrava uma grande liturgia da purificação, o Kippurim, com espírito de penitência e conversão total, com uma liturgia purificadora que marca um novo ciclo de retorno ao princípio de total obediência a Deus e da fraternidade concreta e universal entre todos, inclusive a pacificação da terra, pois a Deus pertence a terra e tudo o que nela contém (cf. Lv 25).
Na Igreja Católica, o primeiro Ano Jubilar foi celebrado em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII, quando se deu o início de celebrar a cada vinte cinco anos. O Ano Santo de 2025 marca os 1.700 anos do primeiro grande concílio ecumênico de Niceia, centrado na preservação da unidade da Igreja, ameaçada pela negação da plena divindade de Jesus Cristo e de sua consubstancialidade com o Pai. O Jubileu 2025 convida à unidade, apelando aos cristãos para peregrinarem juntos na história, pela força da esperança.
O Objetivo deste presente texto é indicar os elementos essenciais do Jubileu 2025, explicar o fundamento espiritual concernente, motivar para os trabalhos e a vivência desse tempo e propor práticas simples individuais e pastorais relativas ao tema. As iniciativas características, segundo o espírito de renovação interior, reconciliação e serviço são: a peregrinação a Roma e a locais santos de peregrinações, e também santuários designados pelas dioceses locais; a Travessia da Porta Santa; o Sacramento da Reconciliação; as Obras de Misericórdia; eventos Litúrgicos e Celebrações Especiais; fomento à Justiça, à Paz, ao Ecumenismo e ao Diálogo Interreligioso; o incentivo à Oração Pessoal; e a promoção da Vocação ao Serviço.
O Tema e suas implicações
“Peregrinos da esperança – No caminho da paz”. Apesar dos desafios, é possível encontrar força na esperança e sentido na paz. Como peregrinos nesta vida, busquemos construir, juntos, um mundo mais justo e fraterno. Ao fim da proclamação da Bula, disse o Papa: “Deixemo-nos, desde já, atrair pela esperança, consentindo-lhe que, por nosso intermédio, se torne contagiosa para quantos a desejam. Possa a nossa vida dizer-lhes: ‘Confia no Senhor! Sê forte e corajoso, e confia no Senhor’ (Sal 27, 14). Que a força da esperança encha o nosso presente, aguardando com confiança o regresso do Senhor Jesus Cristo, a Quem é devido o louvor e a glória agora e nos séculos futuros” (Bula n.25).
A Fundamentação teológica da Esperança Cristã contrapõe-se com esperança mundana. A Esperança mundana é baseada na probabilidade ou chances matemáticas do bem e do melhor acontecer. A Esperança cristã é baseada no amor de Deus por nós e na fé de que, para Ele, nada é impossível (dentro da esfera do amor e da sabedoria eterna; Lc 1,37). É “esperar contra toda a Esperança [mundana]” (Rm 4,18).
O próprio Cristo é “nossa esperança” (1Tm 1,1). “Ora a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Assim, ela se origina no amor de Deus por nós, como força vital e confiança de que quem ama sustenta e cuida. Por fundar-se na fé e ser alimentada pelo amor, ela não cede nas dificuldades. “Somos chamados a ser sinais tangíveis de esperança” (Papa Francisco).
Uma mística do peregrino
Cada um de nós é chamado a ser um farol de luz em meio à escuridão, um peregrino místico que busca a verdade e a paz. Como peregrinos nesta vida, Povo de Deus – assumindo nossas vulnerabilidades e o sério propósito de superar nossas falhas e pecados, podemos reanimar e conduzir nossos irmãos ao caminho da unidade e do bem, alicerçados no amor e com forte sentido para continuar a viver. Podemos, porque Ele nos amou primeiro (1Jo 4,19).
Sabemos que não podemos amar, fazer o bem ou falar a verdade o tempo todo. Porém, o que separa o cristão do pobre espiritual e do hipócrita não é a perfeição, e sim a seriedade do ser humano que assume seus limites e mazelas e empenha-se constantemente em melhorar, na força da graça de Deus. “Para o homem, salvar-se [amar] é impossível, mas para Deus tudo é possível” (Mt 19,26). Essa é a base da esperança cristã. Na perspectiva da esperança, mais importante do que o que somos e como vivemos é o que podemos ser e como podemos viver, investindo na transformação para melhor.
Na prática, com Microrrevoluções Cotidianas
Podemos transformar a realidade pela pequena via das microrrevoluções em nossa rotina. Pequenas atitudes capazes de grandes transformações com o tempo. Exemplo: o trio gentileza-educação-simpatia; empatia; iniciativas espirituais, ecológicas e caritativas; mudança de hábitos pessoais etc. Devemos despertar nas pessoas (com oração, positividade e testemunho) a esperança como catalizadora de microrrevoluções. Investir no “um pouco mais paciente/espiritual/amoroso... um pouco melhor como ser humano/cristão”. Ao cultivar a esperança e agir em pequenas melhorias (espiritualidade, saúde, estética, trabalho, comunicação etc.), podemos transformar efetivamente nossas vidas e comunidades.
Os Padres como articuladores principais: em colaboração com o bispo e com a colaboração dos diáconos, leigos e leigas, os padres devem assumir essa bela e importante iniciativa. Pois, na prática, são eles que movem a estrutura básica da Igreja: as comunidades e paróquias. Nas paróquias, compartilhar histórias de indivíduos ou grupos que realizaram microrrevoluções, para inspirar outros a agir. Relatar os sucessos e os desafios no processo de mudança, para valorizar a esperança como fator que nos ajuda a perseverar.
Perguntemos a nós mesmos: Como posso ser um agente de mudança da minha vida e do mundo? Como posso acender ou motivar a esperança em mim e nas pessoas que trabalham e convivem comigo? A mudança proposta pelo Jubileu é um compromisso individual. Devemos assumir a proposta com maturidade. Independentemente do exemplo de outros, fazendo nossa parte. É também um compromisso coletivo. Juntos somos mais fortes e criativos, podendo contribuir para um mundo melhor, a partir de bom testemunho e ação. Lembremos que não estamos sozinhos: quando buscamos o bem, o Espírito de Deus nos ilumina e conduz.
Mais informações sobre o Jubileu 2025 -https://www.iubilaeum2025.va/pt.html
Pai que estás nos céus, a fé que nos deste no teu filho Jesus Cristo, nosso irmão, e a chama de caridade derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo despertem em nós a bem-aventurada esperança para a vinda do teu Reino.
A tua graça nos transforme em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho que fermentem a humanidade e o cosmos, na espera confiante dos novos céus e da nova terra, quando, vencidas as potências do Mal, se manifestar para sempre a tua glória.
A graça do Jubileu reavive em nós, Peregrinos de Esperança, o desejo dos bens celestes e derrame sobre o mundo inteiro a alegria e a paz do nosso Redentor. A ti, Deus bendito na eternidade, louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém.
HOMILIA DO SANTO PADRE – PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro - Quarta-feira, 2 de outubro de 2024
Celebramos hoje a memória litúrgica dos Santos Anjos da Guarda e reabrimos a Sessão Plenária do Sínodo dos Bispos. E, ao escutar o que nos sugere a Palavra de Deus, poderíamos tomar como ponto de partida para a nossa reflexão três imagens: a voz, o refúgio e a criança.
Primeiro, a voz. No caminho para a Terra Prometida, Deus aconselha o povo a escutar a “voz do anjo” que Ele enviou (cf. Ex 23, 20-22). É uma imagem que nos toca de perto, porque o Sínodo é também um caminho, durante o qual o Senhor coloca nas nossas mãos a história, os sonhos e as esperanças de um grande Povo: de irmãs e irmãos nossos espalhados pelo mundo, animados pela mesma fé, movidos pelo mesmo desejo de santidade, no sentido de procurarmos compreender, com eles e para eles, qual a estrada a seguir para chegar aonde Ele nos quer levar. Mas como podemos nós escutar a “voz do anjo”?
Um modo possível é certamente o de nos aproximarmos com respeito e atenção, na oração e à luz da Palavra de Deus, a todos os contributos recolhidos ao longo destes três anos de trabalho, partilha, confronto de ideias e paciente esforço de purificação da mente e do coração. Trata-se, com a ajuda do Espírito Santo, de escutar e compreender as vozes, ou seja, as ideias, as expectativas, as propostas, para discernir juntos a voz de Deus que fala à Igreja (cf. Renato Corti, Quale prete?, Escritos inéditos). Como repetidamente temos recordado, esta não é uma assembleia parlamentar, mas um lugar de escuta em comunhão, onde, como diz São Gregório Magno, aquilo que alguém tem em si parcialmente, possui-o completamente um outro, e embora alguns tenham dons particulares, tudo pertence aos irmãos na “caridade do Espírito” (cf. Homilias sobre os Evangelhos, XXXIV).
Para que isso aconteça, há uma condição: libertarmo-nos de tudo o que, em nós e entre nós, pode impedir à “caridade do Espírito” criar harmonia na diversidade. Todo aquele que, com arrogância, presume e pretende a exclusividade na escuta da voz do Senhor, não consegue ouvi-la (cf. Mc 9, 38-39). Cada palavra deve ser acolhida com gratidão e simplicidade, para se tornar eco do que Deus deu em benefício dos irmãos (cf. Mt 10, 7-8). Muito concretamente, tenhamos o cuidado de não transformar os nossos contributos em teimosias a defender ou agendas a impor, mas ofereçamo-los como dons a partilhar, dispostos também a sacrificar o que é particular, se isso servir para juntos fazermos nascer algo novo, segundo o projeto de Deus. Caso contrário, acabaremos por nos fechar num diálogo de surdos, onde cada um tenta “puxar água ao seu moinho” sem ouvir os outros e, sobretudo, sem ouvir a voz do Senhor.
A solução para os problemas a enfrentar não a temos nós, mas Ele (cf. Jo 14, 6), e recordemos que no deserto não se brinca: se alguém, presumindo-se autossuficiente, não presta atenção ao guia, pode morrer de fome e de sede, arrastando também consigo os outros. Portanto, escutemos a voz de Deus e do seu anjo, se realmente quisermos prosseguir em segurança o nosso caminho para além dos limites e das dificuldades (cf. Sl 23, 4).
E isto leva-nos à segunda imagem: o refúgio. O símbolo é o das asas protetoras: “debaixo das suas asas encontrarás refúgio” (Sl 91, 4). As asas são instrumentos poderosos, com os seus movimentos vigorosos podem levantar um corpo do chão. Mas, mesmo sendo tão fortes, podem também abaixar-se e recolher-se, tornando-se um escudo e um ninho acolhedor para os filhos pequenos, necessitados de calor e proteção.
Isto simboliza o que Deus faz por nós, mas é também um modelo a imitar, especialmente neste tempo de assembleia. Entre nós, queridos irmãos e irmãs, há muitas pessoas fortes, bem-preparadas, capazes de se elevarem às alturas com os movimentos vigorosos de reflexões e intuições brilhantes. Tudo isto é uma riqueza, que nos estimula, impulsiona e por vezes obriga a pensar mais abertamente e a avançar com decisão, mas também nos ajuda a permanecer firmes na fé mesmo perante desafios e dificuldades. Com coração aberto, com coração em diálogo. Um coração fechado nas suas próprias convicções não pertence ao Espírito do Senhor, não é do Senhor. A abertura é um dom que, em tempo oportuno, deve ser unido com a capacidade de descontrair os músculos e de inclinar-se, de modo a que cada um se possa oferecer aos outros como um abraço acolhedor e um lugar de abrigo, para ser, como dizia São Paulo VI, “uma casa [...] de irmãos, uma oficina de intensa atividade, um cenáculo de ardente espiritualidade” (Discurso ao Conselho da Presidência da C.E.I., 9 de maio de 1974).
Aqui, cada um sentir-se-á tanto mais livre de se exprimir espontânea e abertamente, quanto mais sentir à sua volta a presença de amigos que o amam, respeitam, apreciam e desejam ouvir o que tem para dizer.
E isto, para nós, não é apenas uma técnica para “facilitar” o diálogo (é verdade que no Sínodo há “facilitadores”, mas estão para nos ajudarem a prosseguir melhor…) ou uma dinâmica de comunicação de grupo: efetivamente, abraçar, proteger e cuidar faz parte da própria natureza da Igreja. Abraçar, proteger e cuidar. A Igreja, por vocação, é um lugar hospitaleiro de encontro, onde “a caridade colegial exige uma harmonia perfeita, da qual resulta a sua força moral, a sua beleza espiritual e a sua exemplaridade” (ibid.). “Harmonia” é uma palavra muito importante. Não se trata de maioria ou de minoria. Isto pode ser um primeiro passo, mas o que importa, o que é fundamental é a harmonia, a harmonia que só o Espírito Santo pode fazer. Ele é o mestre da harmonia, que com tantas diferenças, com tantas vozes diferentes, é capaz de criar uma só voz. Pensemos como, na manhã de Pentecostes, o Espírito criou harmonia nas diferenças. A Igreja tem necessidade de “lugares de paz e abertura”, a serem criados principalmente nos corações, onde cada um se sinta acolhido como uma criança nos braços da mãe (cf. Is 49, 15; 66, 13) e como um menino levantado até ao rosto do seu pai (cf. Os 11, 4; Sl 103, 13).
E assim chegamos à terceira imagem: a criança. É o próprio Jesus, no Evangelho, que a “coloca no meio”, que a mostra aos discípulos, convidando-os a converter-se e a tornar-se pequenos como ela. Tinham-lhe perguntado quem era o maior no reino dos céus e ele responde encorajando-os a tornarem-se pequenos como uma criança. E acrescenta que quem acolher uma criança no seu nome, O acolhe a Ele mesmo (cf. Mt 18, 1-5).
E para nós este paradoxo é fundamental. O Sínodo, dada a sua importância, de certo modo pede-nos para sermos “grandes” – na mente, no coração, nas visões –, porque os temas a tratar são “grandes” e delicados, e os cenários em que se inserem são amplos, universais. Mas, precisamente por isso, não podemos deixar de olhar para a criança que Jesus continua a colocar no centro dos nossos encontros e das nossas mesas de trabalho, para nos recordar que a única maneira de estar “à altura” da tarefa que nos foi confiada é abaixando-nos, fazendo-nos pequenos e acolhendo-nos uns aos outros como tal, com humildade. Na Igreja, o mais alto é aquele que mais se abaixa.
Recordemos que é precisamente fazendo-se pequeno que Deus “demonstra o que é a verdadeira grandeza, aliás, o que quer dizer ser Deus” (Bento XVI, Homilia na festa do Batismo do Senhor, 11 de janeiro de 2009). Não é por acaso que Jesus diz que os anjos das crianças “veem constantemente a face de meu Pai que está no Céu” (Mt 18, 10): elas são como que um “telescópio” do amor do Pai.
Irmãos e irmãs, retomemos este caminho eclesial com o olhar voltado para o mundo, porque a comunidade cristã está sempre ao serviço da humanidade, para anunciar a todos a alegria do Evangelho. É necessário fazê-lo, sobretudo nesta hora dramática da nossa história, enquanto os ventos da guerra e os fogos da violência continuam a devastar povos e nações inteiras.
Caminhemos juntos, escutemos o Senhor e deixemo-nos guiar pela brisa do Espírito.
Só mais vinte dias! A hora está se aproximando…
Mas se este dia tão esperado for abençoado, quão doce já é o presente!
Você está aí meu Deus, escondido no ventre de Maria,
Você está aí nesta casinha, adorado por ela, por José e pelos anjos.
Coloque-me junto a eles, meu Senhor.
Meu Senhor e meu Deus, quando estou em seu Santuário,ao pé do Tabernáculo, você não está tão perto de mimquanto de São José durante o Advento?
Quando você se entrega a mim na Sagrada Comunhão
Não estás tão perto de mim, também em mim, como o estavas na Santíssima Virgem?
Meu Deus, como estou feliz, como estou feliz!
Mas Senhor, eu imploro, converta-me, faça-me ficar ao pé do Tabernáculo, estar na Sagrada Comunhão, o que eu deveria ser; que eu não seja mais indiferente, adormecido em frente ao teu altar, que eu não receba mais seu divino Corpo morno.
Converta-me, converta-me, meu Senhor, eu te peço pelo seu Nome!
Lembre-se de que você prometeu conceder tudo o que pedisse em seu nome, e dar o espírito a quem o pedir.
Meu Deus, dai-me o espírito, o seu Espírito, e deixe-me viver este Advento e todos os dias da minha vida para glorificá-lo tanto quanto possível;
Tanto quanto é possível para mim, tanto quanto é a sua Vontade para mim, não tanto quanto possível para a Santíssima Virgem e São José, tanto quanto for sua vontade para mim, tanto quanto possível com as Graças que Você me dá;
Coloca-me amorosamente ao lado dos seus doces pais, humildemente, afogado e perdido em admiração, na contemplação, do amor, aos teus pés, durante este Advento e sempre.
E o que peço para mim, eu te peço para todos os homens, e especialmente por aqueles por quem devo orar particularmente, em vós, por vós e para vós. Amém.
Fonte: Aleteia
Retiro Regional - Agosto/2024
Na alegria do encontro fraterno, os irmãos das Fraternidades presentes no Centro Oeste, a saber: Goiás e Mato Grosso (sentimos falta de Irmãos dos demais estados que compreendem a Região Centro Oeste). Nosso Retiro aconteceu na Cidade de Barra do Garças, MT - Diocese de Barra do Garças. Fomos acolhidos pela nossa coordenação regional, no Centro de Pastoral da Diocese. Com espírito de verdadeira fraternidade, nosso encontro começou pelos calorosos abraços de boas-vindas a cada irmão que ia chegando. Demos início ao retiro/encontro com a Celebração Eucarística, presidida pelo jovem Pe. Marcílio, da Diocese de São Luiz de Cáceres, membro de nossa Fraternidade no Mato Grosso. Após a Celebração, tivemos o nosso jantar, seguido do momento de apresentação dos irmãos presentes. O tema principal que norteou nossas reflexões foi:
"Irmão Carlos, irmão de todos e todas".
Na manhã do segundo dia, iniciamos nossas atividades, em torno do Altar preparado para a Celebração da Eucaristia, momento em que acolhemos o Pe. José Anchieta, nosso Responsável Nacional, que chegou na madrugada e nos deu a alegria de presidir a nossa Eucaristia. Pe. Anchieta, foi nosso orientador à luz da temática, proposta para nosso Retiro. Tivemos ao longo desses dias, experiências renovadoras e inspiradoras, para a nossa vida, vocação e missão, sempre na busca da Fraternidade entre nós e em nossas Comunidades Eclesiais, onde a vida Missionária acontece. Conosco esteve o Pe. Carlos, que sendo o Responsável Pan-americano, também faz parte do regional Centro Oeste, algo que muito nos alegra. Algo que marcou nosso Retiro, foi a especial e fraterna visita que fizemos ao Pe. Luiz Leite, um Presbítero que vive em uma simples chácara, ele e suas criações em meio a natureza. Seu testemunho de fé e perseverança, muito contribuiu para que o nosso Retiro fosse contemplado com este gesto concreto, da visita e encontro, por Deus oferecido a cada um de nós.
Desta feita, se deu nosso Retiro, deixando-nos mais convictos da vivência fraterna.
Pe. Josivan Calixto, Diocese Primavera do Leste Paranatinga/MT
O assessor do Encontro foi o Ir. João Batista (Prior do Mosteiro do Discípulo Amado)
Tema: A Oração na Espiritualidade de Charles de Foucauld.
Lema: Senhor, ensina-nos a orar (Lc11,1)
Data: 26 a 29 de agosto de 2024
Local: Convento dos Franciscanos em Ipuarana, Lagoa Seca/PB
No dia 10 de agosto de 2024, Festa de São Lourenço, na Arquidiocese da Paraíba, foi ordenado por Dom Frei Manoel Delson - Arcebispo da Paraíba, o Ir. Lindolfo Euqueres que é membro de nossa Fraternidade, tendo feito o mês de Nazaré em 2021. O Ir. Lindolfo foi membro da Fraternidade dos Irmãozinhos de Jesus durante 10 anos.
1. Dia de Fraternidade realizado mês de Setembro, no Centro de Formação Pe. José Comblin, no município de Sobrado/PB. Fomos acolhidos pelo Pe. Hermínio Canova, responsável por dar a conhecer os escritos do Pe. Comblin.
escrito pelo Pe. Waldemir Santana pertencente à Fraternidade Sacerdotal da Arquidiocese de João Pessoa/PB.
Anamaria Amarante. Entre vós não seja assim: Abuso de Poder na Vida Consagrada. Editora Paulus.
Gabriel Perissé. Abuso Espiritual: a manipulação invisível. Editora Paulus.
Timotthy Radcliffe. Por que ser cristão? Editora Paulinas.
Osho. Políticos e líderes religiosos: a máfia da fé. Editora BestSeller.
Rogério Luiz Zanini. Fora dos Pobres não há Salvação: tópico fundamental de soteriologia cristã em Jon Sobrino. Editora Paulinas.
Benedito Prézia (org.). Leigos nos Caminhos de Charles de Foucauld. Scortecci editora.
Ocorreu de 7 a 14 de janeiro de 2025, orientator PE. Fernando Tápia, da Fraternidade do Chile, em Blumenau, SC. Veja as fotos neste link:
Lembramos aos membros das diversas Fraternidades do Brasil o compromisso de colaborar financeiramente, com R$ 150,00 por ano para a manutenção da Fraternidade.
Faça sua colaboração no Encontro Regional da sua fraternidade. No entanto, se necessário, sua colaboração também pode ser feita no Retiro Anual, com o tesoureiro da Fraternidade.
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5. Fraternidade Missionária Carlos de Foucauld
Responsável: Pe. Beto Mayer
Rua da Mooca, 93 – Moóca - 03103-000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3107-5710
e-mail: mayerbeto@gmail.com
6. Irmãozinhos da Divina Ternura
Responsáveis: Irmãozinhos João, Helder e Junior
Rua Genarino Firmino Battistelli, 100 – B. Industrial
85045-630 - Guarapuava – PR – Caixa Postal 241 - Fone: (42) 36242153
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7. Instituto Secular
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Rua Nogueira Acioli, 1050 - Apartamento, 703 - Centro
60110-140 Fortaleza - CE
Fone: (85) 3226-4074 Fixo e (85) 996109546 Tim
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8. Sodalício Carlos de Foucauld
Responsável: Margareth Malfiet
Bélgica
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