BOLETIM 131-2008

 

Da Redação

 

Prezados irmãos da Fraternidade Sacerdotal. 

 

Estamos no Ano Paulino, excelente oportunidade para aprofundarmos a vida e a mensagem do grande apóstolo missionário, em sintonia com o que as comunidades estão fazendo no mundo todo. Conhecemos a riqueza do testemunho apostólico de Paulo, assim como a importância de suas cartas para a formação da consciência cristã no mundo. Além disso, as intuições do Irmão Carlos coincidem claramente em pontos chaves com o pensamento paulino.

Este é um número especial do nosso Boletim contém uma apresentação simples e prática da vida de Paulo, sua ação missionária e epistolar, com um destaque dos aspectos que se encontram no legado do Irmão Carlos de Jesus. 

Temos duas fontes de informações sobre o Apóstolo, que são as suas cartas e o livro dos Atos dos Apóstolos. As informações das cartas autênticas provêm diretamente de Paulo, sendo por isso mais exatas; enquanto as informações dos Atos são resultado de outras mãos, provavelmente de três, responsáveis pela redação do livro. Nos Atos não é Paulo quem fala ou escreve. São outros que falam a respeito dele. 

A descoberta do absoluto de Jesus Cristo marca toda a vida de Paulo e dela aproxima a vida do Irmão Carlos. Assim também, sua vocação se dá no momento de sua conversão, ambas formando um só ato, como na vida do Padre de Foucauld. Ir até os confins do mundo para anunciar o Evangelho de Jesus foi um imperativo na vida de Paulo e de Carlos. Certamente temos muito a beber na fonte que nos deixou o Apóstolo das nações.

Desejamos aos amigos e irmãos da Fraternidade uma boa leitura. 

 

1. O ANO PAULINO

 

 

A. AS CARTAS: ORIGINAIS E CÓPIAS

 

São 14 as cartas que formam os escritos paulinos nos índices bíblicos e aparecem na seguinte ordem: Romanos, 1ª e 2ª aos Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1ª e 2ª aos Tessalonicenses, 1ª e 2ª a Timóteo, Tito, Filemon e Hebreus. 

 

As Cartas paulinas ou cartas autênticas. – São aceitas por todos como autenticamente paulinas as sete cartas seguintes: Romanos, 1ª e 2ª aos Coríntios, Gálatas, Filipenses, 1ª aos Tessalonicenses, Filemon.

 

As Cartas deutero-paulinas. – Discute-se a autoria paulina das cartas a 2ª aos Tessalonicenses, Colossenses e 2ª a Timóteo. As opiniões são equiparadas tanto a favor como contra a autoria paulina dessas cartas. 

 

As Cartas não paulinas. – Certamente não foram escritas por Paulo a carta aos Efésios, a 1ª a Timóteo, Tito e Hebreus. 

 

Os textos originais se perderam ao longo do tempo. Restam cópias. 

 

O Papiro 46, a mais antiga cópia dos escritos paulinos, é um conjunto de folhas de papiro em forma de códice, isto é, livro costurado, originariamente com as 14 cartas atribuídas a Paulo. Este papiro data do ano 200 e encontra-se parte na Universidade de Michigan em Ann Arbor, e parte em Dublin, na Irlanda, na coleção Chester Beatty. O texto começa com Romanos 5,17 e continua com Hebreus, 1ª e 2ª aos Coríntios, Efésios, Gálatas, Filipenses, Colossenses, e termina com 1ª aos Tessalonicenses 5,28. Faltam páginas no início e no fim do papiro, por isso a ausência atual da 2ª aos Tessalonicenses, 1ª e 2ª a Timóteo, Tito e Filemon. 

 

O Códice Sinaítico (01), do século IV, é o único que contém todos os livros do Novo Testamento. Foi encontrado em 1844 no Mosteiro de Santa Catarina no Monte Sinai pelo pesquisador Tischendorf, e presenteado ao Czar da Rússia em 1869. Os russos o venderam ao Museu Britânico em 1933.

 

O Códice Vaticanus (B 03), do século IV, foi encontrado na Biblioteca do Vaticano em 1481. Faltam as cartas 1ª e 2ª a Timóteo, Tito e Filemon. 

 

O Códice Alexandrino (A 02), do século V foi dado de presente pelo Patriarca de Alexandria, Kyrillos Lukaris ao rei Carlos I da Inglaterra em 1627. Contém todas as cartas paulinas e encontra-se no Museu Britânico em Londres. 

 

O Códice reescrito de Efrém (C 04), do século V, é um palimpsesto, isto é, um pergaminho reescrito. Continha todo o AT e o NT, mas no século XII alguém lavou cuidadosamente a tinta original e usou o pergaminho para copiar escritos de Santo Efrém, o sírio. Hoje é possível ler as marcas deixadas pela tinta original. Das 238 páginas do NT restam ainda 145. Contém porções de todos os livros do NT, com exceção da 2ª aos Tessalonicenses e 2ª de João. Encontra-se na Biblioteca Nacional de Paris. 

 

O Códice Claromontano (D 06), do século V ou VI, é um texto bilíngüe, com o latim na página oposta ao grego. Suas variantes são aparentadas unicamente com os Códices Boerneriano e Augiense. Contém somente as cartas de Paulo. Falta Hebreus. Encontra-se na Biblioteca Nacional da França, em Paris. 

 

O Códice Boerneriano (G 012), do século IX, foi escrito provavelmente no mosteiro de São Gallen, na Suíça. É uma edição bilíngüe. O grego foi traduzido para o latim, escrito entre as linhas. Encontra-se em Dresden, na Alemanha. Contém somente as Cartas de Paulo. Falta a Carta aos Hebreus. 

 

O Códice Augiense (F 010), do século IX, escrito provavelmente no mosteiro de Reichenau, na ilha do mesmo nome no lago Constance, na Alemanha. É bilíngüe com a tradução latina na página oposta ao grego. Encontra-se no Trinity College, em Cambridge, na Inglaterra. Contém somente as Cartas de Paulo. Falta a Carta aos Hebreus. 

 

Da Gruta 7 em Qumran (7q4 1,2) temos 1 Timóteo 3,16-4,3.

 

B. CRONOLOGIA PAULINA

 

A datação desta cronologia é um pouco anterior à que está sendo apresentada neste ano paulino, que supõe o nascimento de Paulo por volta do ano 8 ou 9 d.C. Nesta cronologia Paulo teria nascido no ano 6 a.C. De qualquer forma, a sequência dos fatos é a mesma. É possível deixar de lado a fixação das datas e seguir a sequência dos acontecimentos. Note também a posição da Assembléia de Jerusalém entre a segunda e a terceira viagem.

 O FORMATO DO TEXTO NÃO É ADEQUADO PARA ESTA PÁGINA. POR ISSO, POR FAVOR, CLIQUE NO LINK PARA VER EM PDF A CRONOLOGIA PAULINA. 

V = Diário de Viagem, de uma única viagem, escrito a bordo por um discípulo, Silas ou Lucas, e redistribuídos por Lucas ao longo dos Atos. 

Primavera [20 de março – 21 de junho] = Outono

Verão [21 de junho – 22 de setembro] = Inverno

Outono [22 de setembro – 21 de dezembro] = Primavera

Inverno [21 de dezembro – 20 de março] = Verão

 

C. O MOTIVO DAS CARTAS  

 

1ª aos Tessalonicenses. – A carta canônica, isto é, a que está no Novo Testamento, é uma composição de duas cartas. 

 

A primeira (Carta A = 1Ts 2,13-4,2) foi escrita de Atenas. Paulo estava preocupado com a situação da jovem comunidade de Tessalônica, que passava por forte perseguição. Ele mesmo teve que sair de Tessalônica por causa das oposições movidas contra ele. Nesta carta ele expressa seu alívio com as boas notícias trazidas por Timóteo e alegra-se com a fé e a perseverança dos tessalonicenses. Ela mostra como Paulo não é em nada indiferente à situação da comunidade. Ele se preocupa verdadeiramente com o que está acontecendo em Tessalônica. 

          “Vocês são a nossa glória e a nossa alegria” (1Ts 2,19)

          “Para isso (as tribulações) é que fomos destinados” (1Ts 3,3)

          “Vocês devem ainda progredir” (4,1)

 

A segunda (Carta B = 1Ts 1,1 - 2,12; 4,3 - 5,28), foi escrita de Corinto, para onde Paulo foi logo que saiu de Atenas. Ele ficou sabendo que os tessalonicenses tinham dificuldades em relação à vinda definitiva do Senhor (parusia) e a situação dos que já tinham morrido. Eles esperavam que o Senhor fosse voltar naqueles dias e os encontraria ainda vivos. E os que já tinham morrido, o que aconteceria com eles? Paulo responde que “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. Em seguida, os vivos serão arrebatados com eles para o encontro com o Senhor. “E assim estaremos sempre com o Senhor” (1Ts 4,13-18). Quanto à vinda do Senhor, ela acontecerá a qualquer momento. O importante é estar atento para não ser surpreendido, mas o importante mesmo é que desde já “na vigília ou no sono, vivamos em união com ele” (1Ts 5,1-11). 

Nesta carta, Paulo recorda a evangelização feita em Tessalônica. Lembra primeiro os sofrimentos pelos quais os missionário tiveram que passar em Filipos. Podiam ter desistido, ter voltado para casa, mas continuaram e foram até Tessalônica. E afirma que sua presença entre eles não foi inútil ou vazia porque o trabalho que fizeram não foi marcado por “plane, akatharsia e dolos”, isto é, erro, imoralidade e trapaça. Sem esses defeitos, ele podia dizer que a evangelização de Tessalônica tinha sido frutuosa. “Plane” quer dizer erro de doutrina. Eles não ensinaram qualquer coisa. Seu ensino foi sólido e com fundamento. Sabiam o que estavam transmitindo. “Akatharsia” quer dizer abuso sexual. Eles não se serviram de sua posição no ministério para tirar proveito sexual das pessoas com as quais entraram em contato. “Dolo”, quer dizer trapaça, que eles não trabalharam com falsa propaganda. Além disso, não foram bajuladores, não procuraram vanglória ou dinheiro.Ao contrário, trabalharam com suas próprias mãos. Procuraram ser santos, justos e irrepreensíveis, foram verdadeiros pai e mãe da comunidade, demonstrando carinho e afeto para com todos, exortando-os, consolando-os e estimulando-os (2,1-12). 

Podemos elencar ainda alguns elementos muito práticos da exortação paulina aos tessalonicenses nessa Carta B (5,12-28): 

1. Reconhecer o trabalho dos que presidem a comunidade e estimá-los. Viver em paz com eles. 

2. Corrigir os desordeiros.

3. Consolar os fracos.

4. Animar os desanimados.

5. Ter paciência com todos.

6. Não pagar o mal com o mal. 

7. Fazer o bem a todos.

8. Estar sempre alegre.

9. Rezar sem cessar.

10. Agradecer por tudo.

11. Abrir canais para a manifestação do Espírito.

12. Valorizar as profecias.

13. Experimentar tudo, mas ficar só com o que é bom.

14.Guardar-se de toda espécie de mal. 

 

2ª aos Tessalonicenses. – Discute-se a autenticidade paulina desta carta. Aqui a consideramos autêntica, e foi escrita de Corinto. Os tessalonicenses continuavam sem clareza em relação à vida do Senhor. Paulo volta diretamente ao assunto em 2Ts 2,1-12, mas também ele sem muita clareza. Bem mais incisiva é a exortação ao trabalho. 

Convencidos de que o Senhor viria definitivamente naqueles dias, alguns tessalonicenses decidiram não mais trabalhar. Alguns foram para a praça, cruzaram os braços e ficaram esperando. São Paulo os exorta a trabalharem. O que se faz enquanto o Senhor não vem? Trabalha-se para a sobrevivência pessoal e da família e trabalha-se em favor dos outros, evangelizando. O trabalho é um valor que enobrece e faz o ser humano ser humano. É um valor a ser descoberto e apreciado. Nossa tradição cultural vai muitas vezes no sentido contrário. “Se o trabalho é a alegria da vida, eu prefiro morrer de tristeza”; Se compro na feira, feijão, rapadura, pra que trabalhar?” Tais frases fazem parte do nosso mundo e expressam uma mentalidade. Paulo deu o exemplo e valorizou o trabalho manual, como fará nosso Irmão Carlos. Faz parte da nossa vocação trabalhar com as mãos e desenvolver trabalhos humildes, se é que algum trabalho é humilde. 

 

Gálatas – Mais tarde, depois de ter passado por Jerusalém, estando em Éfeso, Paulo escreve aos gálatas, gente boa e acolhedora, mas um pouco sem critérios. Alguns irmãos de Antioquia, de tendência judaizante conservadora, tinham se infiltrado no meio deles e ensinavam que era preciso observar os preceitos da Lei. Paulo não é contra os preceitos da Lei. Ele é a favor da liberdade em Jesus Cristo. Nada pode obscurecer ou diminuir nossa liberdade. Nós a temos pela descoberta de Cristo Jesus como valor supremo. Leis e preceitos são muletas por vezes necessárias, são ajuda de professor enquanto não sabemos. Em seu devido lugar, os preceitos são úteis, mas não é por eles que agimos. Nossas decisões não se tomam pelo permitido ou pelo proibido, mas pelo que é melhor e mais conveniente. A observância dos preceitos foi superada pelo discernimento no amor. Foi para sermos livres que o Cristo nos libertou, lemos no centro temático da carta aos gálatas. Em Gl 4,10-11, Paulo acha que seu trabalho foi inútil se os gálatas continuarem a depender da observância de dias, meses, tempo e anos. Ele se refere ao calendário litúrgico de Israel, o que vale também para o nosso. Vamos utilizá-lo com muito apreço, sem nos gloriarmos em nossas observâncias como se nossa salvação dependesse delas. Será que temos coragem de formar cristãos livres, capazes de discernir em suas decisões, gente de convicção que sabe o que quer e para onde vai? Nós mesmos temos coragem de ser livres? O Irmão Carlos foi alguém profundamente livre e ao mesmo tempo respeitoso. Não se deixou prender por nenhuma estrutura, tornando todas um serviço alegre ao Evangelho. 

 

Filipenses – A carta canônica aos filipenses é a fusão de três cartas que Paulo escreveu a eles de Éfeso. 

 

A primeira (Carta A = Fl 4,10-20) versa sobre questões financeiras ou de como tratar com o dinheiro. Paulo recebia ajuda financeira dos filipenses. Nem sempre era possível, na atividade pastoral, ganhar a vida com o trabalho das próprias mãos. Paulo se mostra muito grato pela ajuda recebida. Alguém, porém, levantou a suspeita de que Paulo não estaria fazendo bom uso do dinheiro recebido, e isto incluía a célebre coleta organizada em favor da Igreja de Jerusalém. Paulo mostra sua perfeita liberdade e a concepção que tem do dinheiro na Igreja. Ele aprendeu a adaptar-se às necessidades. Sabe viver com modéstia e sabe viver com muitos bens. Está acostumado a viver saciado e a passar fome, a ter abundância e a sofrer necessidade. Ele não busca presentes. Donde lhe vem esta liberdade? De Cristo. “Tudo posso naquele que me dá força”. Quem colabora tem crédito em sua conta, pois Deus o ajudará em suas necessidades. O que se oferta é um ato litúrgico. Sobe a Deus como suave perfume. O Irmão Carlos soube desfrutar da vida na abundância e viveu sempre feliz na pobreza da Trapa, de Nazaré e do deserto. 

 

A segunda (Carta B = Fl 1,1-3,1; 4,2-9) foi escrita quando Paulo estava preso em Éfeso. Esta carta é um desabafo de um amigo com seus amigos. Paulo conversa com seus amigos filipenses a partir das dificuldades que tinha com a comunidade de Éfeso. É uma carta extremamente rica, para ser lenta e longamente meditada. Na saudação, Paulo diz qual é o conteúdo de sua oração pelos filipenses, o que é que pede a Deus que aconteça na vida deles. Que no dia do juízo ele sejam considerados puros e irrepreensíveis, não porque observaram preceitos e sim porque exerceram o discernimento nas decisões que tomaram durante a vida. Tal discernimento foi adquirido pela prática da sensibilidade fraterna, que possibilitou a expansão do dom do Amor que se encontra neles (Fl 1,9-11).

Paulo sofreu em Éfeso e teve que enfrentar rivalidades dos irmãos, mesmo estando preso. Sabia também que podia ser morto, mas nada o abala. Para ele, “viver é Cristo e morrer é lucro”. Que os filipenses não tenham medo dos adversários, assim como Paulo em Éfeso. O importante é ter os sentimentos de Cristo Jesus. Saber ocupar o último lugar, descer à condição de servo e ser obediente até a morte de Cruz, para depois ser exaltado por Deus, assim como fez Jesus. Vivemos no meio de uma geração má e perversa, mas podemos, sendo mensageiros da Palavra de vida, brilhar como astros no mundo (Fl 1,12-2,18).

Paulo agradece pelo irmão Epafrodito, que veio auxiliá-lo em Éfeso, e recomenda que Sízigo ajude Evódia e Sintique a se entenderem. Elas trabalharam com ele e com Clemente e seus “nomes estão no livro da vida”. Que ninguém se inquiete, que todos sejam alegres e se ocupem com o que é bom (Fl 2,19-30; 4,2-9).

 

Filemon e Colossenses – Ainda na prisão em Éfeso, Paulo escreve duas cartas a Colossas. Uma é aceita por todos como autêntica, a de Filemon. A carta aos colossenses é discutida. Pode-se dizer que entre os biblistas, metade é a favor, metade é contra a autoria paulina da carta. Aqui nós a consideramos autêntica. 

 

Filêmom - Na prisão, Paulo conheceu Onésimo, um escravo que tinha fugido de Colossas e o batizou ainda na prisão. Era escravo de Filemon, também convertido. Paulo pede que Filemon tenha consideração com Onésimo, que agora é irmão na mesma fé. A carta é dirigida também à Ápia e a Arquipo, chamado por Paulo de “companheiro de armas”. Na saudação final Epafras, originário de Colossas e fundador da comunidade manda suas lembranças assim como Marcos e Lucas, que não estão presos. 

 

Colossenses – Esta carta foi escrita depois de Filemon. Alguma coisa parece ter mudado em relação a Arquipo, o companheiro de armas mencionado na carta a Filemon. Paulo pede que se dê um recado a ele: “Atende ao ministério que recebeste do Senhor, cumprindo-o bem” (Cl 4,17). Se Arquipo ainda estivesse na comunidade, não precisaria de um recado. É possível que tenha se envolvido com o grupo que motivou a carta. Epafras, o fundador da comunidade, relatou a Paulo alguns problemas que precisavam de orientação firme. Na busca de um conhecimento superior, alguns cristãos começaram a adotar uma espiritualidade com práticas judaicas. Enquanto os gálatas aceitavam práticas judaicas para a salvação, os colossenses tinham as mesmas práticas para a aquisição do conhecimento das esferas celestes. Trabalhavam com todas as categorias de anjos, desprezavam o que era material, como o corpo, definindo-se como espirituais. Paulo combate com severidade essa tendência espiritualizante chamando os colossenses para a terra, para o mundo real, para a integração no Corpo de Cristo. Aqui também, nada pode ser superior a Jesus Cristo (Cl 1,13-20) e todos estamos na mesma Igreja que é o Corpo de Cristo. Paulo insiste na idéia de Corpo e chama a atenção para espiritualidades estranhas, que ele qualifica de “vãs e enganosas especulações da filosofia” (Cl 2,8).Com muita firmeza, o Apóstolo vê esta espiritualidade como “aparência de sabedoria” ou “religiosidade afetada” e pois os que a seguem e mortificam o corpo, fazem-no para satisfação da própria carne (Cl 2,23). Na exortação Paulo mostra que a mortificação pode ser boa dentro de um outro espírito e recomenda a todos equilíbrio em tudo. Os portadores da carta são Onésimo, que estava voltando para a casa de Filemon e Tíquico (Cl 4,7).

 

Filipenses, a terceira (Carta C = Fl 3,2-4,1) é escrita depois que Paulo foi libertado e tem como objetivo a atividade do mesmo grupo que já tinha passado pela Galácia. Paulo reage contra os que querem voltar às observâncias judaicas como se fossem necessárias. Elas podem ser boas se colocadas em seu devido lugar, não, porém, acima de Cristo. Nesta bela carta Paulo revela todo o conteúdo de sua conversão. Como o Irmão Carlos não podia viver a não ser para Deus depois que “descobriu” a sua existência, assim Paulo, bem antes de Carlos de Foucauld, percebe o absoluto de Deus em Jesus Cristo. Diante de Cristo, as coisas boas se tornam perda, são verdadeiramente esterco. Não há nada mais excelente do que o conhecimento de Cristo Jesus, ganhar Cristo e nele ser achado. Na prática, Paulo deixa para trás o que fica para trás e avança em direção a Cristo. Ele ainda não o alcançou, mas sabe que já foi alcançado por ele. Como Paulo não ensina em primeiro lugar doutrinas, mas um modo de vida, ele só pode dizer o que diz: “Sejam meus imitadores, irmãos”!

 

1ª aos Coríntios, escrita em Éfeso, antes de 2 de junho, festa de Shavuot (Pentecostes). Há sérias divisões na comunidade, o que leva Paulo a escrever sobre esse problema, e há perguntas feitas pelos coríntios, que ele procura esclarecer. Os quatro primeiros capítulos tratam das divisões que acontecem por um culto a personalidades que acaba anulando a cruz de Cristo (cf. 1Co 1,17). Na raiz do problema está um grupo de espirituais que se acreditam superiores aos outros. Dentro da mesma temática, ele trata de um caso de incesto (cap. 5) e de processos entre cristãos nos tribunais civis (cap. 6). Em seguida, responde a perguntas concretas sobre o casamento e a virgindade (cap. 7), sobre o comer carne de animais que tinham sido oferecidos a ídolos pagãos (cap. 8-10), sobre a celebração da Eucaristia e a ordem na assembléia (cap. 11), sobre os dons e carismas do Espírito (cap. 12-14), sobre a ressurreição dos mortos (cap. 15). As recomendações finais estão no capítulo 16. A carta é muito densa para ser resumida e é marcada por uma característica, que é de todas as cartas, que vale a pena destacar. Paulo trata de uma questão concreta e ao tratá-la abre perspectivas que dão base a um desenvolvimento posterior em todos os níveis da teologia. Dois exemplos: ao falar da Eucaristia e da ordem nas assembléias (cap. 11), numa carta que já falou do problema das divisões, ele diz que ouviu que há divisões (cismas) na comunidade e afirma que “é preciso que haja até mesmo cisões (heresias) para que se tornem manifestos os que são comprovados”. O alcance teológico dessa afirmação é muito grande e dá margem a muitos desdobramentos. No início do mesmo capítulo, ele tece considerações sobre o véu das mulheres e os cabelos de homens e de mulheres. Havia em torno disso alguns problemas bem definidos. No entanto, ao argumentar com as Escrituras de forma rabínica sobre a primazia do homem em relação à mulher, ele acaba desfazendo tudo o que disse para afirmar: Afinal de contas, “a mulher é inseparável do homem e o homem da mulher, diante do Senhor, pois, se a mulher foi tirada do homem, o homem nasce da mulher, e tudo vem de Deus” (1Co 11,11). Aqui temos também um bom material de reflexão teológica e antropológica. 

 

2ª aos Coríntios – Esta carta é também uma composição de duas cartas, provavelmente escritas em Éfeso. 

 

A primeira (Carta A = 2Co 1-9) – É uma carta de reconciliação com a Igreja de Corinto, em duas partes: a carta propriamente dita (cap. 1-7) e um pós-escrito pessoal (cap. 8-9). Os coríntios deram muita dor de cabeça a Paulo e seu relacionamento com a comunidade não foi fácil. Esta carta celebra uma reconciliação e termina com a organização da coleta para as Igrejas da Judéia. 

 

A segunda (Carta B = 2Co10-13) – O tom destes capítulos é bem diferente do tom da primeira parte. Contém reprimendas e uma sarcástica autodefesa. A reação de Paulo não é da de quem foi insultado por um indivíduo ou algumas pessoas. Sua reação supõe um grupo maior e mais organizado, como o dos “judaizantes” de Antioquia. 

 

Aos Romanos – Carta escrita em Corinto. É a única carta que não trata de problemas específicos de uma comunidade ou procura dar respostas a questões colocadas. Tem vários objetivos entre os quais obter apoio da comunidade de Roma para o projeto da Espanha. Paulo deve chegar ate os confins do mundo para anunciar o Evangelho, e os confins do seu mundo eram as Espanhas. A carta é o resultado de sua vida missionária, de sua pregação, de suas experiências alegres e sofridas. Jesus Cristo continua o centro de sua vida, e sua reflexão continua, como sempre, bastante encarnada. Há na carta uma forte dimensão antropológica. Paulo sabe que todos, sem exceção estamos debaixo do poder do Pecado e sabe também que o Pecado não pode ser mais forte do que a graça de Jesus Cristo. Cristo nos libertou do domínio do Pecado e, no entanto, continuamos vivendo a contradição de quem quer o que Deus quer e faz o que Deus não quer. Paulo vai desenvolvendo seu raciocínio numa cadência ininterrupta do capítulo primeiro ao oitavo. Nos capítulos 9-11 ele tece considerações sobre o seu povo de origem, Israel, que se tornou para ele uma interrogação que só encontra resposta na mesma experiência de Paulo no caminho de Damasco. Israel continua sendo o povo eleito e amado (Rm 11,30). Nós cristãos somos enxerto, que se não for fiel poderá ser cortado com mais facilidade do que os ramos naturais (Rm 11,16-24). Um pouco mais tarde, com novas informações de Roma trazidas por Priscila e Áquila, Paulo acrescenta os capítulos 12-16. 

 

2ª a Timóteo – Das cartas pastorais, 1ª e 2ª a Timóteo, e Tito, a única que tem probabilidade de ser autenticamente paulina é a 2ª a Timóteo. Esta carta teria possibilitado a atribuição das duas outras ao Apóstolo. Paulo devia estar preso em Roma pela segunda vez, depois da tentativa de viagem a Espanha. Timóteo já não se encontrava em Éfeso e Paulo não estava contente com a atuação de seu discípulo. A carta o chama a Roma e o exorta fortemente a retomar o entusiasmo pastoral e a saber agir diante das oposições. Paulo reza por Timóteo, lembrando-se de suas lágrimas, isto é, de suas dificuldades ministeriais, mas também de sua fé sem hipocrisia. Por isso, exorta-o a reavivar o dom da ordenação, sem medo, com força, amor, sobriedade. Não ter vergonha de dar testemunho de Cristo, nem ter vergonha de Paulo porque está preso. Paulo não se envergonha porque, escreve ele: “Sei em quem coloquei a minha fé” (2Tm 1,12). - Fortifique-se! Transmita a homens fiéis o que você aprendeu de mim para que eles ensinem a outros. Assuma sua parte de sofrimento como bom soldado. A palavra de Deus não está algemada. Se com ele sofremos, com ele reinaremos. Evite discussões que não servem para nada. Procure apresentar-se diante de Deus como um homem comprovado, que não tem do que se envergonhar, que dispensa com retidão a palavra da verdade. Evite questões que não são educativas e que só geram brigas. Um servo de Deus não deve brigar. Deve ser manso, competente, paciente. Os opositores devem ser educados com suavidade, na esperança de que Deus lhes dará o retorno ao bom senso. Vão aparecer muitos opositores não comprovados. Afaste-se deles. Eu mesmo sofri muitas perseguições, mas “todos os que quiserem viver com piedade em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3,12). Permaneça firme no que você aprendeu. Você conhece as Escrituras que comunicam a sabedoria. Eu o conjuro: proclama a palavra, insiste, refuta, ameaça, exorta. “Faça o trabalho de um evangelista, realize plenamente o seu ministério” (2Tm 4,5). Quanto a mim, chegou o tempo da minha partida “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (2Tm 4,6). “O Senhor me libertará de toda obra maligna e me levará salvo para o seu Reino celeste” (2Tm 4,18). 

 

Depois desta carta aconteceu o que relata Clemente de Roma: “Ensinou a justiça a todo o mundo e, depois de chegar à fronteira do pôr do sol e dar testemunho diante de reis e governantes, saiu deste mundo e foi recebido nos lugares santos” (5,5-7).

 

D. CONCLUSÃO

 

Paulo é um judeu entusiasmado pelo Deus de Israel, por sua fé, por seu povo. Ele não pode aceitar que seu povo seja enganado por um novo grupo religioso que se baseia na mentira de uma ressurreição não acontecida. Seu ardor o leva a lutar contra os trapaceiros e a defender os que estavam sendo desviados da tradição de seus pais. Um homem assim só podia mudar com uma experiência muito forte. Ele a tem no caminho de Damasco. Precisa ser derrubado para se dar conta da nova realidade que está diante dele. Ele existe, Ele está vivo, Ele é real, Deus o revela em Paulo. A partir desse momento, resta-lhe ser lógico e viver em consonância com o que lhe fora revelado. O mesmo entusiasmo se concentra em Jesus, o absoluto de sua vida, que ele deve anunciar até os confins da terra. Nada o detém, nada o separa do amor de Cristo. É o genuíno filho do Vento que sopra onde quer. É um homem livre que tudo pode naquele que lhe dá força. O sofrimento o acompanha, sobretudo o da incompreensão por parte de irmãos cristãos, mas ele deixa o que fica para trás e segue rumo ao alvo. Combate um bom combate, completa a corrida e guarda a fé. E hoje, morto, continua a falar.

 

2. NOTICIAS

 

2.1. Primeiras impressões 

 

Depois de dez mil quilômetros percorridos, de Porto Alegre a Nampula (Moçambique), ainda não cheguei ao destino da missão que é o distrito de Moma. No domingo após celebração de preparação ao sínodo da África na catedral de Nampula, vou com o Pe. Fabiano Dalcin, companheiro missionário de Vacaria-RS a sede da missão.

Gostaria de simplesmente expressar os primeiros sentimentos ao chegar nesta terra do continente africano onde o Espírito de Deus me conduziu:

1) As primeiras impressões são de um turista que ficou um dia na capital Moçambicana, Maputo. Caminhei, levando a máquina fotográfica, pelas ruas da cidade com o seminarista Mateus da paróquia de Moma. Logo de chegada vi na capital os gritantes contrastes sociais, como no Brasil. Ao lado das mansões, a beira mar, guardadas por sentinelas, vi moradores de rua e grande parte da população a margem no comércio informal que ocupa boa parte do centro. O pôr do sol no oceano índico se deu, às 17h30, sem dúvida o mais belo que já observei. Nas ruas de Maputo, vi um povo jovem e feliz que caminha muito. Entrei no mercado público e vi a feira. A impressão é de que estava em Manaus no Brasil. Os produtos e a organização eram muito semelhantes. 

Chamou-me atenção que o volante dos carros, está do lado direito e a preferencial nas ruas é do lado esquerdo. Para andar nas ruas e dirigir preciso de um tempo para converter meus paradigmas, pensei um pouco nisto ligado com o serviço missionário.

O almoço foi no único seminário de Teologia do país que tem doze dioceses, me senti o diferente no meio de setenta seminaristas, sete padres e um bispo, todos negros. Pois é, o país tem apenas um seminário maior, para doze diocese.

2) Já de chegada, ou melhor, ainda no avião, percebi um ar de missão que aqui se respira. Encontrei o Pe. Janivaldo, missionário Claretiano, que voltava das férias no Brasil, junto com a Ir.Clara de um instituto secular de São Paulo. Também encontrei dois padres italianos que são missionários desde o inicio de seu ministério aqui na igreja pobre de Moçambique.

3) Também é muito forte o espírito de acolhida deste povo. Já no vôo de São Paulo a Johannesburg conheci duas senhoras moçambicanas de Maputo. A Filomena e a Lúcia que me falaram muito bem do país e disseram que vou ficar mais tempo do que me proponho. O idioma de fato ajuda muito nestes primeiros contatos, embora exija esforço, devido a pronúncia de Portugal e os verbos sempre no infinitivo, sem gerúndio. 

No seminário Pio X, onde fiquei hospedado no primeiro dia de trânsito para Nampula, recebi a visita da Eusébia, irmã do Pe. Benvindo que está no Rio Grande do Sul, estudando. Ela seu marido me convidaram para jantar em sua casa com seus três filhos. Me senti realmente em casa, depois do gesto da acolhida de uma jovem que trazia uma bacia com água para lavar as mãos antes de tomar a refeição. Também fui acolhido por uma criança sorridente que não saia do meu colo. Chegou a chorar quando tive que sair de sua casa. Não sabia que outra janta me esperava na casa da tia do Pe. Benvindo. Recusar sentar a mesa para partilhar, seria uma ofensa.

Chegando em Nampula, fui acolhido no aeroporto pelo Pe. Fabiano e Ir.Lurdes. 

Estou chegando aos poucos e conversando muito com o Pe. Fabiano, penso que iremos ser bons amigos nesta missão gaúcha. Já começamos sonhar sobre organização de nossa moradia e sobre divisão de trabalhos pastorais. Assumiremos juntos, duas paróquias com 130 comunidades, tudo isto com apenas um carro a disposição.

Já visitamos casas das irmãs do Imaculado Coração de Maria, de Santa Paulina e de Jesus Crucificado, todas muito identificadas com o povo e cultura moçambicana.

Estou feliz e confiante nestas primeiras horas em um novo mundo. 

Cada dia terá suas alegrias, ocupações, desafios e saudades de todos amigos e amigas do Brasil e da Alemanha.

 

Pe. Maurício da Silva Jardim

Missionário em Moçambique

 

 

2.2. Encontro da Região Norte (PA/MA)

 

          O encontro havia sido marcado para os dias 30/06 a 03/07. Porém, a pedido dos irmãos do Maranhão, foi transferido para a semana seguinte (07.07 a 10/07).

          Fomos acolhidos pelo Arcebispo Belisário. Éramos 6 participantes, dentre os quais Dom Paulo Pontes.

          Estivemos fazendo uso do Boletim de junho, artigo do Frater Henrique. Como foi bom podermos lançar o olhar para a nossa vida de presbíteros e partir daquilo que ali é abordado com simplicidade e profundidade.

          Não poderia deixar de nos atingir Nazaré como algo realmente norteador da vida do Irmão Carlos. Se Nazaré questiona a vida religiosa, questiona igualmente a nossa, quanta das vezes afetada pelo individualismo, autoritarismo e coisas deste tipo. Mas contamos com os meios da fraternidade, como é o caso da adoração, meditação do Evangelho, justamente para nos levar a uma descoberta bem mais consciente do absoluto de Deus e a nos enraizar na vida simples de Nazaré.

          Resumindo, o que marcou nosso encontro foi a espiritualidade presente tanto na hora de refletir como de celebrar. E, por falar em celebrar, o dia 09/07/08 foi um dia de ação de graças, inclusive começando com a santa missa pelos 70 anos do Pe. Jaime Pereira. Mas também a convivência esteve sendo das melhores. E nós não poderíamos deixar de reconhecer o quanto o Pe. Franco foi amigo e irmão nesses dias, estando ao nosso inteiro dispor.

          A experiência do encontro entre as fraternidades do PA e MA (uma de cada Estado) tem dado certo. 

          Pela segunda vez Dom Paulo esteve conosco, enriquecendo-nos e dando-nos força. 

          Com nosso muito obrigado ao Pai.

Pe. Antônio Carlos, pelos participantes. 

 

3. UM LIVRO UM AMIGO

 

BERTOLINI, SSP, Pe. José,  Conheça o Apóstolo Paulo, Paulus, São Paulo, 2008.

 

COTHENET, Édouard, Paulo, Apóstolo e Escritor, Paulinas, São Paulo, 1999.

 

CROSSAN, J. Dominic e REED, L. JONATHAN, Em busca de Paulo, Como o Apóstolo de Jesus opôs o Reino de Deus ao Império Romano. São Paulo, Paulinas, 2007.

 

GRENZER, Matthias, Trajetória do Apóstolo Paulo, Paulinas, São Paulo, 2008.

 

FABRIS, Rinaldo, Paulo, Apóstolo dos Gentios, Paulinas, São Paulo 2001.

 

HAWTHORNE, Gerald F, MARTIN, Ralph P e REID, Daniel G. (orgs.), Dicionário de Paulo e Suas Cartas. Paulus, Loyola e Vida Nova, São Paulo, 2008.

 

HORSLEY, Richard A., Paulo e o Império, religião e poder na sociedade imperial romana, Paulus, São Paulo, 2004.

 

MESTERS, OCarm, Carlos, Paulo Apóstolo um trabalhador que anuncia o Evangelho, 10ª Edição, Paulus, São Paulo, 2008.

 

O’CONNOR, J. Murphy, A Antropologia Pastoral de Paulo. 2ª. Edição, Paulus, São Paulo, 2007.

 

_________ Paulo de Tarso, História de um Apóstolo, Paulus e Loyola, São Paulo, 2007.

 

_________ Jesus e Paulo, Vidas Paralelas, Paulinas, São Paulo, 2008.

 

QUESNEL, Michel, Paulo e as Origens do Cristianismo, Paulinas, São Paulo, 2004.

 

4. AGENDA

 

Retiro Anual

06 a 13 de janeiro de 2009

Seminário Nossa Senhora de Fátima

QI 17 – Área Especial – Lago Sul, CEP 71645-200

Brasília, DF

Fones: (61) 3253-9304 e (61) 3253-9306.

Site: www.smabfatima.com.br

Diária R$ 30,00 (trinta reais), valor a ser corrigido na época.

Levar roupa de cama e de banho. 

Resp. Pe. Celso Pedro da Silva

 

Mês de Nazaré

Janeiro de 2010

Resp. Pe. Freddy Goven e Equipe

 

Região Leste – MG e RJ

13, 14 e 15 de outubro de 2008  – Roças Novas

24, 25 e 26 de novembro de 2008 - Roças Novas

Pe. Hideraldo Veríssimo Vieira

 

Equipe de Coordenação

20 a 23 de outubro de 2008

São Paulo - SP

Resp. Pe. Celso Pedro da Silva

Responsáveis da Fraternidade  (CLIQUE PARA ACESSAR OS NOMES DOS RESPONSÁVEIS)

CONSELHO  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DO CONSELHO)


SERVIÇOS (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DE SERVIÇOS)


FAMÍLIA ESPIRITUAL DO IRMÃO CARLOS DE FOUCAULD NO BRASIL  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DA FAMÍLIA C.F.)