BOLETIM 164-10/2021


BOLETIM DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

JESUS + CARITAS

(Circulação interna – para o manuscrito) 


Este Boletim nº 164 é uma publicação trimestral da Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas no Brasil, e tem como objetivo criar laços entre as diversas fraternidades por meio de estudos e comunicações entre seus membros espalhados em todo o território do país.

 

  

RESPONSÁVEIS

 (VEJA NESTE LINK: RESPONSÁVEIS E SERVIÇOS )

  

DA REDAÇÃO 


APRESENTAÇÃO

 

Pe. Carlos Roberto dos Santos – Adamantina/SP

Responsável nacional.

 

Irmãos e irmãs, continuamos vivendo mais um ano deste terror na em nossa história. Mais de 600 mil mortes, muitas das quais poderiam ter sido evitadas, se não fosse a corrupção e a maldade que estamos presenciando neste governo negacionista. O pior é que não vemos nenhuma perspectiva nas ações governamentais, no sentido de resolver a situação, e nem mesmo amenizá-la num futuro próximo.

Mas temos certeza que esta tristeza vai se transformar em vida, pois Deus está escutando o clamor dos pobres. Penso que este tempo de trevas é, ao mesmo tempo, um tempo de redescoberta: a mística e profecia aflorarão no meio do povo. Pois é urgente alimentar as esperanças

É neste contexto de dor e sofrimento, inclusive a perda do Pe. Nelito Dornelas, que fazia parte da redação, que chega em suas mãos, com um pouco de atraso, o primeiro Boletim da Fraternidade de 2021, de número 164. Ele apresenta um resumo do conteúdo do Retiro Nacional, pregado pelo Pe. Éderson Queiroz, e que aconteceu online, uma experiência que deu certo neste tempo de pandemia. O Boletim traz, também, um resumo do conteúdo do Mês de Nazaré, que aconteceu no Mosteiro da anunciação de no mês de janeiro de 2021.

Ainda estamos aguardando a data da canonização do Irmão Carlos, que em breve nos será comunicada.

    Irmãos e irmãs, é tempo de cuidar e defender a vida. Cuide-se. Cuide do próximo, aqueles que vivem ao seu redor. Cuide da saúde do nosso povo. Diante deste vírus mortal e do desgoverno no país, é urgente gritar o Evangelho com a vida, em prol da justiça, vivendo o apostolado da bondade!

 

Um grande abraço a todos e boa leitura!

 

 O RETIRO DESTE BOLETIM ESTÁ POSTADO NA PÁGINA DOS RETIROS:

 

Ecos do Retiro

 

Valeu, grato pelo esforço de vocês que coordenaram esse retiro.

Pe. Ladislau Silva

 

Agradeço a experiencia, um prazer estar com um grupo tão especial. Não temos fraternidade no Mato Grosso do Sul, mas irei acompanhando na medida do possível. Obrigado aos organizadores.

Obrigado, gostei muito da experiencia, Deus abençoe, abraços a todos

Pe. Fabio Antunes

 

Frei Ederson, sei que tens consciência do que aprontou, instrumento profético e cirúrgico nos corações de 80 pessoas.

Deus seja louvado por todos que prepararam, trabalharam, organizaram este retiro.

Gratidão, gratidão, gratidão.

Pe. Joao Batista Dinamarquês

 

Após o retiro, fortalecido na fé, continuar a caminhada certo dos desafios postos neste início de 2021. Obrigado Senhor.

Pe. Eraldo

 

Gratidão e bençãos irmãs e irmãos. Feliz com a acolhida no retiro e na FSJC

Diac. Amauri

 

Obrigado a todos(as) que coordenaram o retiro, um abraço fraterno a todos(as) que participaram

Diac. Gelson Alves

 

Nosso abraço fraterno e gratidão a todas as pessoas que não mediram esforços para participarem deste retiro

Pe. Nelito Dornelas

Frei Ederson, hoje, mais intensamente, vejo o batismo de Jesus com novos olhos, mente e coração, graças ao seu testemunho de que somos filhos muito amados do Pai. Este retiro foi uma benção.

Agradeço a oportunidade de refazer a caminhada do retiro. Foi uma benção.

Idaliana

 

Parabenizo o trabalho logístico de transmissão do nosso retiro. Sei que esta tarefa não é fácil, muito complexa, mas tudo deu certo. Obrigada Magda

Pe. Paulo Joaquim

 

Nossos agradecimentos a Magda e padre Nelito

Conceição

 

Aos organizadores, articuladores, facilitadores e participantes muitas graças e bençãos de Deus. Tudo foi muito belo.

Pe. Jose Bizon

 

Foi uma alegria participar do retiro com todos vocês. Agradeço de coração a todos os organizadores.                                                                         Pe. Gilberto Mattos

 

Gratidão por esse tempo de graça, que foi nosso retiro. Obrigada Magda e Nelito pela coordenação do retiro.

Pe. Akino Palhano

 

Obrigado a Magda e Nelito e toda a equipe que nos brindou com este retiro. Uma experiencia nova muito positiva. Que Deus vos abençoe.

Pe. Gildo

 

Magda e Nelito gratidão por proporcionar este retiro. Com este ano atípico muitas coisas conseguimos realizar através da tecnologia.

O pregador Frei Ederson que através das meditações, com sua simplicidade, pude refletir bastante como vejo os sacerdotes nesta paróquia que está em Jerusalém. É preciso ir para Nazaré, ir para a zona rural, onde se encontram os pobres, as crianças nas periferias pedindo apenas oportunidade para crescerem, serem acolhidas neste sistema capitalista selvagem em que vivemos. Buscar nas pessoas desfiguradas para que se transformem. Tenham resiliência e refaça o que foi machucado em suas vidas.

Magda e Nelito, parabéns a vocês e toda a equipe pela organização do retiro. Tudo foi excelente. Que Deus nos abençoe e o Ir Carlos de Foucauld nos inspire a gritar o evangelho com a vida!

Diac. Jose Gomes

 

Muito bom ter participado com vocês. Gratidão a Deus por ter me possibilitado, ao padre Carlos que me fez o convite, a Magda e ao Nelito que nos auxiliaram e foram os gestores do retiro. Ao pregador Frei Ederson por repartiu conosco um pouco do seu conhecimento, espiritualidade, experiencias, e tanta delicadeza! A todo o grupo, meus sinceros agradecimentos pela acolhida e contém sempre com meu carinho, amizade e orações! Deus os abençoe.

Celia Maria Giansante Braite Leal

 

O retiro me trouxe muita riqueza para o qual preciso continuar a me recolher no silencio para absolver tudo o que Ederson, nosso pregador, colocou no nosso colo. Tudo aquilo vai por muito tempo, me projetar mais profundamente dentro da dinâmica da vida. Quero junto com os outros ser gratidão pela contribuição riquíssima dele, além de você Magda e também de Nelito. Muito Obrigado!

Magda, tua disponibilidade durante estes três dias chegou para reanimar a minha esperança, para que o esperançar fortaleça o nosso caminhar, purifique a nossa maneira de ser. Gratidão, querida! Assumamos com todos e todas os companheiros e companheiras das fraternidades de Charles de Foucauld nossa missão de semear no mundo o bem viver. As falas do Ederson foram maravilhosas. Ele realmente nos motivou para a luta interior. Amei por demais as reflexões dele advindas de seu conhecimento e de sua espiritualidade, tudo estava bem conectado.

Na luta e na esperança sempre! Vi aqueles dias o Espírito descer como pomba e a voz do Pai falando e dizendo; “vocês são meus filhos, minhas filhas, muito amados(as)!”

Que Deus continue nos abençoando.

Pe. Freddy

 

Agradeço a oportunidade do Retiro On-line! 

Frei Éderson trouxe os toques da confiança, alegria e esperança no mergulho em Cristo e na realidade dos pobres, onde se visibiliza NAZARÉ. Minha gratidão! 

Gratidão tão grande a essa irmã querida Magda Melo! Trabalhou incansavelmente com ternura e sabor nestes dias. Adiciona-se a companhia deste irmão querido Pe. Nelito Dornelas, sempre presente com solicitude e solidariedade. Trabalharam demais para facilitar nossa participação! Sou testemunha! 

Saio enriquecido desta convivência. Nelito e Magda foram presentes da fraternidade sacerdotal Jesus +Caritas Charles Foucauld.

Aproveito este grupo, pois, quis  agradecer neste espaço. 

A casa comum não tem portas, está sempre à disposição. Aqui, irmão não tem tamanho, irmão não idade, irmão não tem nacionalidade.  

Grato

Pe. Warlem Dias

 

 


O MÊS DE NAZARÉ 2021

 

1.   O Mês de Nazaré, uma experiência incrível!

Geraldo Martins[1]

 

Atraídos pelo desejo de conhecer mais profundamente a Espiritualidade de Nazaré, bem como a vida e o testemunho do Irmão Carlos de Foucauld, que a inspirou e viveu, um grupo de seis padres e um irmão nos reunimos de 4 a 30 de janeiro para o Mês de Nazaré, na simpática, acolhedora e histórica cidade de Goiás, terra da imortal Cora Coralina e primeira capital do estado. Durante vinte e sete dias, o paradisíaco Mosteiro da Anunciação, que chegou a esta cidade na década de 1970, foi nosso lar e levou-nos a uma profunda experiência do Verbo de Deus encarnado.

Nesta casa, tudo lembra o Evangelho da libertação e o compromisso com os pobres: a simplicidade das construções, os eremitérios, a preservação da natureza, os portões sempre abertos, a arte entalhada do Irmão Pedro Croiex nas portas e nas peças sacras que ornam as duas capelas, os livros de canto e tantos outros símbolos que os olhos, a mente e o coração podem alcançar. Tudo isso, legado dos monges beneditinos que aqui residiram por décadas, marcando indelevelmente a cidade, a diocese e incontáveis comunidades pelo Brasil com a irradiação de sua liturgia encarnada e libertadora.

Vindos das dioceses de João Pessoa e Campina Grande, na Paraíba (Lindolfo e Paulo); Marília, em São Paulo (Willians e Carlos Roberto); Recife, no Pernambuco (Jair); Janaúba e Mariana, em Minas Gerais, (Ivanildo e Geraldo Martins); formamos uma fraternidade na rica diversidade que nos fez irmãos. Com sabedoria e humildade, orientou-nos Dom Eugênio Rixen, bispo emérito da diocese de Goiás, auxiliado, nas duas primeiras semanas, pelos padres José Cobo e Gunther Lendbradl, de Rondonópolis (MT). Juntos, rezamos, estudamos, refletimos, partilhamos vida e experiências, alegrias e angústias, condividimos tarefas e trabalhos manuais na lavanderia, na horta, na limpeza das capelas, das vidraças, dos jardins e outros ambientes. Comprovamos com o salmista que, realmente, “é bom e agradável os irmãos viverem unidos” (Sl 132/133).

As quatro semanas do Mês de Nazaré têm uma programação leve, objetiva e bem definida, a partir de uma proposta vinda da coordenação internacional da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas. A estrutura básica dos dias é: oração, trabalhos manuais e adoração, pela manhã, guardando-se silêncio; palestra, meditação e missa, pela tarde; partilha de vida à noite, após o jantar. Exceção se faz nas sextas-feiras, dedicadas inteiramente ao deserto, precedido de adoração noturna; os domingos são livres após a missa pela manhã, mas a cozinha fica por conta dos participantes do Mês. A terceira semana também foge um pouco do esquema por ser dedicada ao retiro quando, então, os trabalhos manuais são suspensos e dão lugar a uma meditação.

A primeira semana foi dedicada ao estudo da vida e do testemunho do Irmão Carlos. Ajudou-nos padre Cobo que, com inteligência privilegiada e humor incomum, no auge de seus 77 anos e cinquenta de ministério presbiteral, fez-nos mergulhar na intimidade do Irmão Universal e descobrir nele um homem predestinado a nos apontar para Jesus por uma via a ser cada vez mais explorada: a encarnação do Filho de Deus, especialmente, através de sua vida oculta em Nazaré.

Cobo mostrou-nos como Irmão Carlos chegou ao absoluto de Deus e o viveu intensamente. Sua conversão, disse Cobo, é ao Evangelho e supõe uma ruptura total com a vida anterior. A partir de sua conversão, continua Cobo, Irmão Carlos quer viver só com Deus e para Deus. Seu grande ideal é imitar Jesus Cristo e levar as pessoas a fazerem o mesmo. Por isso, identifica-se com os pobres e faz da pobreza sua vida, não se contentando com meios termos. Não há como não admirar sua coragem, determinação, radicalidade e autenticidade na vivência da paixão pelo seu Bem Amado Senhor Jesus.

Esse homem de virtudes admiráveis desejou muito constituir uma Congregação dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, que fosse verdadeira fraternidade. Não conseguiu, mas seu desejo floresceu após sua morte quando, inspiradas no seu ideal, nascerem inúmeras Fraternidades como a Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas, em 1952. Padre Gunther, octogenário de vigor invejável e de testemunho admirável, brindou-nos, na segunda semana do Mês de Nazaré, com a história da Fraternidade e aprofundou os meios por ela propostos para quem deseja viver a espiritualidade de Nazaré.

Inspirados na vida e nas meditações do Irmão Carlos, o deserto, a adoração e a eucaristia, a revisão de vida, a pobreza e a reunião da Fraternidade surgem como caminhos ou meios que auxiliam os padres diocesanos na sua vida e ministério. São os mesmos meios que também animam a vida de outras Fraternidades de leigos/as e de consagrados/as que bebem na fonte foucauldiana.

O deserto, destaca padre Gunther, é lugar para encontro consigo mesmo e com Deus. É o lugar da tentação, da purificação, do refúgio, do perdão e do reencontro com Deus. Já a eucaristia deve nos levar à fraternidade. “A comunhão com Deus não é possível sem a prévia comunhão com as pessoas”, disse Gunther. A adoração, por sua vez, deve ter destaque em nossa oração pessoal como o foi para o Irmão Carlos. Uma adoração silenciosa na qual os corações é que falam.

O retiro, na terceira semana, orientado por Dom Eugênio, possibilitou uma confrontação de nossa vida, particularmente em suas dimensões espiritual e ministerial, com as grandes intuições de Charles de Foucauld, que devem nos orientar na direção do absoluto de Deus e no propósito de “gritar o evangelho com a vida” e praticar “o apostolado da bondade”.

Com Dom Eugênio, mergulhamos mais profundamente no mistério da Encarnação, recordamos as bem-aventuranças como caminho de santidade, olhamos para Maria como sacrário que, na visitação, leva Jesus para santificar Isabel e João Batista, sentimos a misericórdia de Deus que nos ama como somos, compreendemos a cruz como condição para seguir Jesus e nos propusemos a abraçar a espiritualidade de Nazaré como fonte de nossa alegria no serviço aos mais pobres.

Dom Eugênio continuou refletindo conosco na última semana, agora, convidando-nos a olhar nossa prática pastoral. Questionou-nos, especialmente, em relação à nossa vida de oração e à nossa opção pelos pobres. Já o coordenador nacional das Fraternidades, padre Carlos Roberto, apresentou-nos o Diretório e o Estatuto da Fraternidade, ressaltando a importância da Fraternidade na vida do padre diocesano. No final do Mês de Nazaré, os participantes são convidados a fazerem seu “Termo de engajamento” na Fraternidade. Esse ato se deu numa Celebração de Envio, simples, mas tocante, no sábado, dia 30, presidida pelo padre Carlos, marcando, assim, o encerramento de nosso encontro.

O Mês de Nazaré foi uma experiência incrível. Tivemos um susto que nos fez experimentar, de forma muito forte, a graça de Deus. Padre Carlos testou positivo para a Covid-19 e ficou internado uma semana na UTI do hospital de Goiás. Recuperado, partilhou conosco como sentiu a presença de Deus nesse momento tão difícil. “Tá bom, Senhor!”. Esta foi sua oração, contou-nos, em todo momento em que sentiu estar entre a vida e a morte. Deus o agraciou com a vitória sobre esse terrível vírus que tanta dor e sofrimento tem causado a milhões de pessoas no mundo.

Acompanhamos intensamente com nossas orações outros irmãos padres que testaram positivo para a Covid-19, especialmente, padre Nelito, da diocese de Governador Valadares, além de outros irmãos e irmãs de nossas Fraternidades – Pedro Paulo e Magali, por exemplo. Nossas preces se dirigiram ainda em favor do pai do Ivanildo que participava conosco do Mês de Nazaré. Para nossa tristeza, já em casa, recebemos a notícia da morte do pai do Ivanildo, ocorrida no dia 1º de fevereiro, e a do padre Nelito, no dia 3, depois de uma renhida luta pela vida. Ambos estão na glória do Pai, disso não duvidamos. Deus sempre ouve nossas preces.

Presença importante entre nós no Mês de Nazaré, além das já mencionadas acima, foi a de Dom Jeová, bispo de Goiás, que participou de alguns momentos conosco; do Fernando, que animou nossas liturgias, além de ser o tesoureiro deste Mês de Nazaré; das colaboradoras Luza, Ireni e Anamar, que cuidaram da cozinha, e do Eduardo, que nos auxiliou nos serviços da horta. A eles e a Dom Eugênio os agradecimentos sinceros acompanhados de nossas preces e amizade. Deus os recompense por todo bem que nos fizeram.

Confiemos ao Beato Carlos de Foucauld todas as nossas fraternidades fazendo votos de que todos tenham a oportunidade e a graça de participar, um dia, desta experiência fantástica que é o Mês de Nazaré.

 

 

2.   Programação do Mês de Nazaré 2021

 

A Equipe teve como coordenador Dom Eugênio Rixen (Bispo emérito de Goiás), como tesoureiro, o leigo Fernando Carlos da Costa. Os palestrantes foram: Pe. José Cobo, Pe. Gunther Lendbradl, Dom Eugênio Rixen, Pe. Carlos Roberto dos Santos e Diácono José Gomes. O secretário de cada semana foi um dos participantes (e ao final o coordenador recolheu todas as observações para registrar no livro do Mês de Nazaré.

Segue abaixo a proposta de organização e logística de todo o MN:

3.   Palestras durante o Mês de Nazaré

 

PRIMEIRA SEMANA

Pe. José Cobo [2]

 

3.1.  História de fé de Carlos de Foucauld[3] - dias 5 e 6 de janeiro

 

Na primeira semana, o Pe. José Cobo falou de aspectos e etapas importantes da vida do Ir. Carlos. Os dois primeiros dias recontou um breve histórico, desde o seu nascimento, em Estrasburgo (1858), até a sua morte, no deserto do Tamanrasset (1916). Pe. Cobo recorda que apesar de ter perdido pai e mãe quando era muito jovem, Ir. Carlos nunca falou em infância infeliz. Seu avô e sua prima, Marie de Bondy, ocuparam o lugar de seus pais, auxiliando-o a conhecer Jesus Cristo.

Em seguida (1874), durante a juventude, passou por um momento de acédia e má conduta, sendo expulso do colégio dos jesuítas. Pe. Cobo destacou que o Ir Carlos passou a cultivar o gosto pela leitura a partir de 1876, querendo se destacar nesse sentido e em todas as coisas que fazia. Sempre quis ser o primeiro em todas as coisas. Nesse mesmo ano, entrou para a escola militar de Saint-Cyr. Aos 19 anos, em 1878, seu avô morreu. Nas palavras de Ir. Carlos: “Tive a grande dor de perder ao meu avô [...]. E, depois de 14 anos, ainda a sinto...” Esses vários golpes contribuíram para que levasse uma vida desenfreada. Sua conduta o levou a ser expulso do exército francês, do qual fazia parte, em 1882.

Após o fato, resolveu ir ao Marrocos para aprender com aquele povo. Ele foi com o rabino Mardoqueu, que, quando descobriu que Carlos não era um judeu, passou a persegui-lo. Por isso, teve que fugir e muitos de seus planos não se concretizaram. Ainda assim, conseguiu grandes êxitos em seus trabalhos científicos, que lhe concederam uma medalha de ouro na Sociedade de Geografia de Paris. Pe. Cobo nos recordou que o Marrocos o encantou: o povo, a hospitalidade, a oração, os valores humanos, a submissão a Deus, a alegria, o amor à família. Aos 28 anos, em 1886, quando voltou do Marrocos, algo especial lhe ocorreu:

“enquanto cheguei em Paris, fiz imprimir a minha viagem a Marrocos, encontrei com gentes muito inteligentes, muito virtuosas e cristãs. E eu pensei que a religião dessas pessoas não podia ser absurda. Ao mesmo tempo sentia uma graça muito forte que me empurrava. Comecei a entrar na Igreja, sem crer. Só ali me encontrava bem; e passava longas horas repetindo esta estranha oração: ‘Meu Deus, se tu existes, fazei com que eu te conheça”.

 

E foi sua prima Marie que lhe conduziu ao Pe Huvelin, conselheiro de sua família. Carlos queria falar-lhe de religião, mas o padre o fez experimentar a religião: “Ele me fez ajoelhar e me confessar e, na hora, me mandou a comungar” (Retiro de Nazaré). E esse momento transformou a sua vida, iniciando uma busca incessante por Jesus e um desejo de cada dia mais ser semelhante a Ele. Ir. Carlos descreveu esse momento com as seguintes palavras:

 

“Tão logo acreditei que Deus existia, compreendi que não poderia fazer outra coisa a não ser viver só para Ele: minha vocação religiosa data do mesmo momento que minha fé. Deus é tão grande! Há tanta diferença entre Deus e tudo o que não é ele!”

 

Nos anos seguintes de sua conversão, Ir. Carlos faz a experiência de rever muitos valores em sua vida com base na meditação diária dos Evangelhos. Daquele que buscava se destacar em tudo, buscando sempre o primeiro lugar, ele redescobre a importância de buscar o último lugar, como forma de imitação e fidelidade a Jesus Cristo. E, aconselhado pelo Pe Huvelin, dirigiu-se à Terra Santa (1886-1889). Lá fez a experiência da vida escondida de Jesus de Nazaré, bem como a simplicidade de Jesus em todos os outros lugares como o calvário, Belém e Jerusalém. Dali em diante, a vida oculta e simples, passando por trabalhos manuais, passa a ser o seu modo de imitar Jesus. Ele quer imitá-lo na forma mais radical e fiel possível.

De 1890 a 1897 ele permaneceu na Trapa de Santa Maria das Neves, na França. Mas ele queria uma vida ainda mais austera e, pedindo para ser enviado à algum lugar mais exigente, foi transferido para a Trapa de Akbés, na Síria. Sua intenção não era criticar o estilo de vida das Trapas, mas buscava ser cada dia mais fiel e radical na imitação a Jesus. Mas Nazaré foi uma experiência profundamente marcante para ele. Então, começou a planejar e sonhar de morar lá. Seu projeto foi mais uma vez submetido aos superiores, que eram o Abade da Trapa e o Pe Huvelin. Eles o questionaram a respeito de nunca estar contente. Nesse momento, teve de teimar com seus conselheiros para seguir seu caminho. Não era pura teimosia, conta padre Cobo, era desejo ardente de imitar e seguir as pegadas de Jesus de Nazaré.

Em 1897, deixou a Trapa para ir à Nazaré, aceitando um trabalho simples e humilde no mosteiro das Clarissas. Nesse período escreveu a maior parte de suas “Meditações sobre o Evangelho”. Aos poucos, foi entendendo que precisava apresentar Jesus Cristo, especialmente, àqueles que não o conheciam. Permaneceu no mosteiro até 1900.

Em 1901, aos 43 anos, ele recebeu a ordenação sacerdotal, apesar de não a querer. Para ele, a ordenação o impediria de levar a vida de Nazaré, que tanto almejava. Por isso, procurou radicalizar ainda mais sua vida, procurando os trâmites para ir ao Saara e seguir ali a vida escondida de Jesus de Nazaré. Nesse momento, Nazaré vai deixando de ser um lugar físico, e passa a ser tornar um estado de vida, que é a busca incessante da imitação de seu amado Senhor Jesus. Teve dificuldades, pois não poderia celebrar a eucaristia sozinho. Sabe, também, que não poderá pregar o evangelho abertamente. Nesse contexto, descobre que pode e deve “pregar o evangelho com a vida” e exercer o “apostolado da bondade”, da amizade, do serviço, diálogo, hospitalidade. E assim o fez. Em 1901, instalou-se em Benni-Abbés, que é fronteira com o Marrocos. A extrema pobreza daqueles povos tocou-lhe profundamente. Incomodava-lhe, sobretudo, a escravidão e as injustiças nas quais as pessoas eram submetidas.

Em 1905, inicia-se a última fase de sua vida. Animado pelo seu bispo, ele foi até o Hoggar, no sul da Argélia. Lá, em janeiro de 1904, encontrou-se com os Tuaregs. Ele foi aceito por Moussa Ag Amastane, chefe do Hoggar. Em seguida, instalou-se no Tamanrasset. Com o passar dos anos, sua amizade com os aborígenes cresceu. Ele era cada dia mais amigo daquele povo que o correspondia com o mesmo carinho e cuidado. Fazendo amizade com a poetisa Danisse, célebre no Hoggar, ele elaborou um Léxico Tamacheq (Tuaregue/Francês). Este fato revela o respeito que nutria pela cultura local.  Até 1916, ele viajou três vezes à França, para ver a sua família e para suscitar uma associação de leigos para evangelizar o Hoggar. Sua meta era levar todos os cristãos, em todas as condições de vida, a viver e levar o Evangelho. Sua regra era muito austera e se baseava em dois pilares: a) vida eucarística: para viver o sacramento do amor e; b) vida apostólica, para abrir-se a povos não-cristãos.

Enfim, 1º de Dezembro de 1916, numa fatalidade, foi assassinado por um jovem mulçumano em sua pequena casinha que ele chamava de fraternidade. Na manhã do mesmo dia, ele escreveu à sua prima: “nosso rebaixamento é o mais poderoso que temos para unir-nos a Jesus e fazer o bem às almas”. E assim, por atuação de alguns rebeldes, ele foi saqueado, sequestrado e morto, sem fazer nenhum tipo de resistência, vivendo a entrega radical de sua vida a Deus. Por fim, Pe. Cobo contou que seu corpo está em El Golea, desde 1929. Além disso, Pe. Cobo motivou aos presentes para que avaliassem a própria vida mediante o exemplo de vida de Ir. Carlos.

 

3.2.  A meditação dos Evangelhos - dia 7 de janeiro

 

O Pe. Cobo recordou que o Concílio Vaticano II recolocou as Sagradas Escrituras no coração da Igreja, como a alma de toda a teologia. A Igreja venera a palavra de Deus como o próprio corpo do Senhor (cf. DV, n.21). Por isso, o Ir. Calos tem uma grande contribuição a fazer no método de ler a bíblia. Para ele, a leitura dos evangelhos era motivada pela imitação de Jesus, que é traduzir para a própria vida os seus gestos e palavras. Por isso, em sua busca incansável da meditação do evangelho, Ir Carlos afirmava:

 

“voltemos ao Evangelho. Se não vivermos o evangelho, Jesus não vive em nós. Temos que impregnar-nos do Espírito de Jesus, lendo e relendo suas palavras, meditando e voltando a meditar seus feitos. Que eles sejam como uma gota de água que cai no mesmo lugar da pedra dura.”

 

3.3. 

A oração do Abandono - dia 8 de janeiro

 

Pe. Cobo refletiu, num terceiro momento, sobre a oração do abandono. Fazendo-o parte por parte, conduziu os participantes a compreenderem o sentido que as palavras da oração faziam para a sua vida. Para ele, a Oração de Jesus é aquela que o entrega completamente nos braços do Pai. A oração do abandono não brota apenas de um sentimento de fazer bom propósito, mas de seu imediatismo em se comprometer com o chamado de Deus. A sua oração não se dirige a mais ninguém senão a Jesus, o pobre que ocupa o último lugar.

 

 

SEGUNDA SEMANA

Pe. Gunther Lendbradl [4]

 

Na segunda semana, dos dias 11 a 16 de janeiro, o Pe. Gunther Lendbradl partilhou sobre os meios utilizados pela Fraternidade Sacerdotal Jesus+Caritas para seguir Jesus Cristo ao estilo do Ir. Carlos.

 

3.4.  A Eucaristia, um projeto de Fraternidade - 11 de janeiro

 

Pe. Gunther recordou que a celebração da eucaristia talvez seja a atividade mais intimamente ligada à vida sacerdotal. Apenas o sacerdote pode celebrá-la. O Ir. Carlos experimentou a vida eucarística não apenas como padre, mas também como leigo. Por isso, se para nós a eucaristia significa celebrar a missa, para ele, significava passar horas diante do Santíssimo Sacramento. Enquanto projeto de fraternidade, a eucaristia é uma ação de graças ao Deus Criador; é a Ceia do Senhor e partilha de vida fraterna; sacrifício, porque é dom, comunhão e expiação; reconciliação, porque nos recoloca em comunhão com o Senhor. Na eucaristia toda a vida humana, seus dons e trabalhos, suas alegrias e tristezas são colocadas para serem transformados no corpo e sangue do Senhor.

 

3.5.  A Fraternidade - 12 de janeiro

 

A fraternidade pode ser entendida sob duas formas: como fraternidade sacerdotal e como vida fraterna. A Fraternidade existe por causa de Jesus e do Evangelho e só nesses fundamentos se realiza. Mesmo que se busque diálogo, abertura fraterna entre outros elementos, o que deve motivar os membros da Fraternidade é a busca por Jesus. A Fraternidade Sacerdotal é formada por padres diocesanos não religiosos. E essa forma de seguir Jesus é inspirada no estilo de vida levado pelo Ir. Carlos. A Fraternidade não é só um meio, mas é uma verdadeira comunidade eclesial, que busca engajar-se pelo bem de toda a Igreja. Como Igreja, busca fazer experiência com Jesus, à luz do evangelho, através do encontro habitual entre um pequeno grupo padres. A decisão de vivê-la deve ser feito em etapas, respeitando o processo de cada simpatizante ou membro.

 

 

3.6.  A Revisão de Vida - 13 de janeiro

 

A revisão de vida se iniciou na França, junto aos operários. Suas várias necessidades e anseios fizeram a Igreja organizar uma ação dentro das indústrias, levando o evangelho mais próximo a sua realidade. Mas será que a Igreja ainda desempenhava seu papel corretamente? Para responder essas e outras questões, os operários se viram na necessidade de se colocar num processo de conversão. Por isso, começaram a partilhar as suas vidas e confrontá-las com a palavra de Deus. Com a revisão, eles queriam discernir, a partir da fé, o agir de Deus; tornar esse agir visível, a partir do amor; servir com humildade, cooperando com o agir divino. Dessa raiz, a revisão chegou as fraternidades como peça fundamental: ela é um olhar contemplativo sobre a ação do Espírito Santo em nossa história; exige engajamento concreto, aberto e confiável entre os membros da fraternidade; ela é um ato de entrega generoso de nossa vida nas mãos de Deus, por intermédio dos irmãos. Por fim, Pe. Gunther indicou o que ela não deve ser e quais os modos mais adequados para realizá-la.

 

3.7.  O Dia de Deserto - 14 de janeiro

 

Sempre que Deus chama alguém, Ele o conduz para o deserto. Pe. Gunther lembrou que o deserto não é apenas um lugar geográfico, mas teológico. Nele, o cristão é conduzido pelo Espírito a perceber o quanto nossa vida gira ao redor de nós mesmos. Nele, somos desafiados fazer a nossa vida girar ao redor do Outro, que é o próprio Deus. O Deserto é, portanto, lugar de encontro comigo; com Deus; lugar de tentação, purificação e preparação; lugar de refúgio, da volta, do perdão e do reencontro com Deus. Nesse sentido, os membros da fraternidade são chamados a praticá-lo, ao menos, uma vez por mês. É importante perceber-se necessitado de Deus e recomeçar sempre.

 

3.8.  A Adoração - 15 de janeiro

 

Para o Ir. Carlos, “a oração é expressão do amor”. Por isso, ela é o estado de diálogo da pessoa com Deus; estado de contemplação, sem palavras, mas falando com os olhos. Pelo olhar, diz-se que ama, enquanto os lábios e os pensamentos ficam mudos. Quanto mais amor, admiração, contemplação, melhor será a oração. É preciso estar diante de Deus e deixar Deus estar diante de mim. Nesse momento agradecemos, intercedemos, lembramos das situações, enfim, permanecemos. Na hóstia consagrada, a presença de Jesus se faz visível, bem como na eucaristia, nos pobres, na comunidade, na partilha entre outros momentos. Daí a necessidade de se colocar diante do Santíssimo Sacramento: para tornar presente e permanente a ação de Deus e do seu amor em nós.

 

TERCEIRA SEMANA - RETIRO ESPIRITUAL

Dom Eugenio Rixen [5]

 

Entre os dias 18 a 23 de janeiro, Dom Eugênio Rixen orientou a semana de retiro aos participantes do Mês de Nazaré.

 

Primeira meditação: o absoluto de Deus

Dom Eugênio recordou que o Ir Carlos vivia sobre a consciência de que Deus estava presente em todos os lugares. Por isso, com São Paulo ele reconhecia: “Quem poderá nos separar do amor de Cristo?...” (cf. Rm 8,35.37). Ir. Carlos percebia que só poderia corresponder ao amor infinito de Deus através da obediência e da confiança em sua vontade. A vida cristã e a vida presbiteral é um contínuo “deixar Deus ser Deus em nossas vidas” (Dom Eugênio). Nessa consciência, contemplamos tudo o que o Senhor nos oferece com o coração agradecido. Por isso, é preciso olhar sempre para a própria história de vida, à luz da fé em Jesus Cristo.

 

Segunda meditação: Relato da Samaritana como modelo de Iniciação à Vida Cristã

O relato do encontro d e Jesus com a Samaritana é protótipo da nova Evangelização. Nele se encontra diversos sinais em que Jesus supera todo tipo de preconceito. Ele se aproximou de uma pessoa que era: mulher, samaritana, pecadora e pobre. Foi ele que tomou a iniciativa. Jesus se faz ter sede e, ao final, revela a sede daquela mulher, que se vê saciada por Ele após um diálogo progressivo e amistoso. Jesus a coloca diante da própria realidade de sua vida e propõe que agora possa viver do Espírito. A Samaritana revela que quanto mais se aprofunda a intimidade com Jesus, mais aprendemos reconhecer seu rosto. Amando-o, tornamo-nos seus anunciadores aos demais irmãos e irmãs.

Terceira meditação: a encarnação do Filho de Deus no meio dos Pobres - o último lugar

Para optar por Jesus é preciso voltar ao Evangelho e contemplar a sua história. Isso faz evitar a fabricação de um Cristo segundo os critérios humanos e segundo a imagem de nossas distorções. Ir. Carlos dizia que “não podemos amar Jesus sem imitá-lo”. Para ele, o amor comportava uma necessidade imperiosa de imitar o Amado. Jesus mesmo sendo Deus, encarnou-se e se aproximou dos homens. É aqui que começa o cristianismo (cf. TMA, n.6) A descida de Cristo é a marca de fogo do Ir. Carlos. E se em Cristo Deus se fez pobre, estamos desafiados a vê-lo nos pobres de nosso mundo, de nosso continente. A busca do último lugar consiste num passo de conformidade e de imitação de Jesus.

 

“a beleza, mesmo do evangelho, nem sempre pode ser manifestada adequadamente por nós, mas há um sinal que nunca se pode faltar: a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e despreza” (EG nº195)

 

Quarta meditação: A visitação: levar Cristo aos outros no silêncio, com Maria

A visitação foi um tema muito meditado pelo Ir. Carlos e, desde mistério, fez o modelo da sua evangelização.

 

“Pouco após ter sido encarnado, inspiro a minha mãe a me levar a casa onde nascerá João, a fim de santificá-lo antes do nascimento. Eu me dei ao mundo para ser a salvação na encarnação” (Ir. Carlos de Foucauld)

 

Jesus já é salvador desde a sua encarnação e santifica desde o escondimento no ventre de sua mãe. Por isso, Ir. Carlos conclui que ele deve trabalhar pela salvação das pessoas no silêncio, com ações concretas. Em Nazaré, ele também se sentiu chamado a anunciar o evangelho “sem palavras, em silêncio” (Ir Carlos de Foucauld). Nisso, aprendia que não deveria pregá-lo com as palavras, mas com o bom exemplo de vida. É aqui que ele unificou a sua vida oculta e o seu apostolado: ele compreendeu que deveria anunciar a salvação aos moldes de Maria, na encarnação.

 

Quinta meditação: Jesus em Nazaré – um estilo de vida

Segundo Dom Eugênio, o segundo mistério que marcou a sua vida foi Nazaré. Nazaré é a etapa mais longa da vida e do ministério de Jesus. Trata-se de uma verdadeira encarnação na vida dos pobres, pois assim é a sua vida: ela não é noticiada nem relatada em parte alguma. Lá Jesus cresceu, formou-se, trabalhou a tal ponto de ser reconhecido como Nazareno (cf. Mt 2,23). Lá Jesus aprendeu a sua profunda sabedoria: familiar (com Maria e José); trabalho manual (cf. Joio e o Trigo, ovelha perdida etc.); relações com os vizinhos; prática religiosa e; festas do povo (sábado na sinagoga, peregrinação a Jerusalém). Jesus não viveu isolado em uma bolha. É neste estilo de vida que Ir Carlos procurou imitar Jesus e, assim, Nazaré deixou de ser um lugar geográfico e passou a ser inspiração para a sua vida. Ali, Ir. Carlos aprendeu a fazer-se irmão de todos.

 

Sexta meditação: Jesus Salvador – o mistério pascal

Dom Eugênio Rixen recordou que a dimensão soteriológica é essencial para a fé cristã. E essa salvação consiste no fato de que os cristãos não são um ser para a morte. O Filho de Deus se encarnou para a salvação da humanidade, “morrendo por nós no Calvário”. Ir. Carlos está convencido que:

“Seremos mais membros de Jesus quanto mais formos salvadores uns dos outros... e quanto mais útil seja para a salvação de todos os homens, cada um de nossos atos, pensamentos, palavras e ações” “Uma só alma vale mais que a Terra Santa e que todas as criaturas irracionais juntas”

 

Assim, a imitação de Jesus perpassa a dimensão de ser zeloso para com todas as pessoas que nos foram confiadas. Mencionando o Pe Huvelin, ele dizia: “pode haver excesso em tudo, exceto no amor”. Sempre que rezamos, devemos ter todos os irmãos diante dos nossos olhos, que devem voltar-se para Deus. Desta forma, depois de fazermos a experiência de ser salvos, devemos nos tornar salvadores em e com Jesus.

 

Sétima meditação: Pecado e Perdão – “Ama-te como tu és”

O pecado é uma experiência universal, do qual apenas Jesus e Maria se excetuaram. Portanto, reconhecer os próprios pecados é uma graça divina, pois muitas vezes a consciência fica cega e adormecida. Por isso, é preciso pedir a Deus a graça de conhecer-se intimamente, inclusive, os próprios pecados (cf. EE 63). O pecado nos entristece, especialmente os que causam profundo escândalo na vida comunitária, como a pedofilia. Devemos nos aproximar de Deus com o coração penitente (cf. Lc 18,14) No entanto, Deus está plenamente disposto a perdoar o homem, dando o próprio Filho para a salvação de todos (cf. Jo 13,1; Gl 2,20). Cristo é o Bom Pastor que nos pergunta sempre: “Adão, onde estás?”. Quando alguém faz a amarga experiência do pecado, é grande tentação achar que não se tem mais perdão. Definitivamente, Jesus veio buscar e salvar o que estava perdido. É preciso vivenciar constantemente a misericórdia.

 

Oitava meditação: Pecado e Misericórdia

Dom Eugênio releu com os presentes a parábola do Pai Misericordioso, de Lucas 15,11-32. Deus nos criou para a liberdade, porém, há diversas formas de rompermos com Deus sob o seu pretexto. O filho mais novo era compulsivo, apegado ao dinheiro, apegado aos seus desejos. Mas voltou e fez a experiência de colocar sua cabeça no ventre do Pai, pois Deus é misericórdia. Já o filho mais velho é fechado, ressentido, orgulhoso e sempre viveu sem erros aparentes. No entanto, o Pai não o renegou por isso: “Meu filho, tudo o que é meu é teu”. Assim, o Pai é a grande expressão da atitude da misericórdia divina. Ele se encurva para mostrar intimidade com os seus filhos. Às vezes, parecemos o filho mais novo, outras, o mais velho: é importante que nos tornemos como o Pai, cheio de paz e ternura, capaz de acolher com misericórdia os outros.

 

Nona meditação: A pobreza e as bem-aventuranças

Retomando o texto de Mateus 5,3-12, Dom Eugênio recorda que a pobreza é a primeira das bem-aventuranças. Essa experiência do Ir. Carlos se fundamenta na Kenosis de Jesus, que se desapegou de sua divindade para fazer-se semelhante aos seres humanos. O texto das bem-aventuranças deve ser aquele que mais orienta a prática cristã das fraternidades. Nele está proposto o caminho da felicidade. O pobre é aquele que é despojado e que confia a sua vida nas mãos de Deus. Além disso, Jesus promete vitória aos: mansos, que não pagam o mal com o mal; aflitos, que têm o “dom das lágrimas” diante dos sofrimentos; fome e sede de justiça, que se empenham por um mundo melhor; misericordiosos, capazes de perdoar e fazer as obras de misericórdia; puros de coração, transparência nas coisas; promotores da paz, que é mais que ausência de conflitos; perseguição por causa da justiça, capacidade de resistir com resiliência às forças do mal.

 

QUARTA SEMANA


Esta semana de 25 a 29 de janeiro estava prevista para ser animada pelo responsável nacional, Pe. Carlos, mas como ele ainda estava se restabelecendo do covid-19, foi animada em parte por Dom Eugênio Rixen. Ambos ajudaram os que estavam fazendo o Mês de Nazaré a compreenderem os compromissos que a Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas propõe aos seus membros.

 

3.9.  Evangelização com Espírito (EG - cap. V )

Dom Eugenio Rixen

Retomando a Evangelii Gaudium, Dom Eugênio aponta que as fraternidades devem evangelizar com o Espírito, isto é, conduzidos por sua ação e inspiração. “Jesus quer evangelizadores que anunciam a Boa Nova Notícia não somente com palavras, mas sobretudo com uma vida que foi transfigurada pela presença de Deus”. (EG 259) Ninguém evangeliza sem um encontro pessoal com Jesus Cristo e sem a convicção de que o seu evangelho transforma primeiramente a nossa vida. O pregador não busca a própria glória, mas a glória do Pai, como fazia Jesus. Por isso, as fraternidades devem viver próximas às pessoas, especialmente as mais afastadas e propor-lhes o saber de viver o evangelho a partir do testemunho.

 

3.10.   O nosso modo de evangelizar

Dom Eugenio Rixen

As fraternidades devem evangelizar ao estilo do Ir Carlos, inspiradas na missão de Jesus. Assim, elas são profundamente marcadas pelo mistério da encarnação de Cristo e, por isso, procuram respeitar a cultura, tempo, lugar onde estão inseridas. Não possuem, portanto, atitude colonizadora. Além disso, ela sempre se coloca em lugares de fronteira, tanto geográficos quanto culturais, onde a maior parte das outras pessoas não querem servir. Sobre isso, Ir. Carlos dizia:

“Devo buscar sempre o último dos últimos lugares, para ser, também, tão pequeno como o meu Mestre, para estar com ele, caminhar atrás d'ele, passo a passo, como servo fiel, discípulo fiel e - visto que, em sua infinita bondade, incompreensível, ele se digna a falar assim - como um irmão e fiel esposo” (Es- p.68).

Essa evangelização não ocorre pelas palavras, mas pelo testemunho pessoal. Por isso, as fraternidades são chamadas “a gritar o evangelho com a vida”. Testemunho esse que não é meramente executar atividades, mas está pautado numa vida espiritual de constante silêncio e espírito de adoração eucarística. A eucaristia nos impulsiona a partilhar o pão, a vida, a história e tudo com as pessoas que evangelizamos.

 

3.11.   Nossa opção pelas periferias geográficas e existenciais o apostolado da bondade e do bom exemplo

Dom Eugenio Rixen

Evangelizar é, em primeiro lugar para o Ir Carlos, atuar pela bondade e o bom exemplo. E a fonte dessa bondade é se sempre será o Bom e Amado Irmão e Senhor Jesus. Assim, ao longo de sua vida, Deus será sempre o Bom Deus.

"Sobre os exemplos a deduzir da conduta do nosso Bem-amado Jesus, constatar que são inumeráveis: coragem, calma, doçura, obediência à vontade divina, fé nas Sagradas Escrituras... Quanto amor pela mortificação devemos extrair das dores que nosso Bem-Amado sofre voluntariamente por nós...!" (AOS 256).

Também a virgem Maria e os santos completaram, em sua vida, os bons exemplos dados pelo Senhor. Sendo assim, o apostolado da bondade é nada menos que a imitação de Jesus, o seu bem-amado. E durante toda a sua vida, o irmão Carlos foi buscando o último lugar na tentativa dessa imitação. Em cada momento de sua vida, ele o foi interpretando da maneira mais adequada a viver.

 

3.12.   A Fraternidade Universal – O diálogo ecumênico e inter-religioso

Dom Eugenio Rixen

Quem inaugurou a fraternidade universal como estilo de vida foi o próprio Jesus Cristo, quando derrubou os muros da separação e estabeleceu vínculos com pagãos e não-judeus. Por causa disso, foi incompreendido muitas vezes e foi levado à Cruz. Ir Carlos também viveu essa experiência de conhecer judeus, mulçumanos e outros não cristãos, amadurecendo desde cedo a capacidade para o diálogo. Ao chegar em Beni-Abbès, Ir. Carlos dizia: “Quero fazer com que todos os habitantes, cristãos, muçulmanos, judeus e idólatras, acostumem-se a olhar para mim como seu irmão, seu irmão universal”. Ele chegou a pedia Henry de Castries que rezasse na intenção dele se tornar verdadeiramente irmão dos povos daquela região. A partir dessa experiência, as fraternidades são chamadas a irmanar-se com outras culturas e religiões.

 

3.13.   Meios pobres para evangelizar

Dom Eugenio Rixen

Sendo rico de muitos recursos familiares, para viver a pobreza, Ir. Carlos fez sua opção pessoal. Desta forma, escolheu imitar Jesus na simplicidade e no rebaixamento, tornando-se semelhante àqueles que fora evangelizar. Sendo assim, ele não foi pobre, mas viveu com grande austeridade a pobreza. A pobreza, além de carência atual do imediatamente necessário, é insegurança do amanhã, que se traduz em insegurança vital, e carrega a busca diária e ansiosa pelo pão de cada dia. A pregação com a vida era, na verdade, um grande desdobramento de se evangelizar com meios pobres. Esses meios pobres, porém, não são absolutos. Eles são necessários porque Jesus os utilizou e, portanto, faz-se imperativo imitá-lo. Dizia ele em sua regra para os irmãozinhos, a respeito da pobreza:

"Devemos viver uma vida pobre. Tudo na Fraternidade dever ser conforme à pobreza do Senhor Jesus: edifícios, móveis, vestes, alimentação, capela e, em resumo, tudo.”

Enfim, se os pobres não se sentirem em casa na Fraternidade como na sua própria casa, não poderão reconhecer ao Deus Marceneiro que se fez um deles para salvá-los.

 

3.14.   Prioridades da Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas

Pe. Carlos Roberto dos Santos[6]

Pe. Carlos apresentou as prioridades Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas que foram escolhidas na Assembleia Internacional de Cebu – Filipinas – 2019, aos participantes do Mês de Nazaré, conforme já foi publicado no boletim da Fraternidade brasileira[7]. Em seguida, apresentou a história da “Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas” no mundo e no Brasil como Associação Privada Internacional de Padres [8].

Mostrou que a Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas tem reconhecimento pontifício como “Associação Privada Internacional de padres”, conforme os cânones 298 a 311 e 321 a 326, e segundo os seus próprios estatutos. Recebeu este reconhecimento no Decreto da Congregação para o Clero, datado de 14 de abril de 2015.

Mas insistiu que os caminhos da Fraternidade não se definem por prescrições jurídicas, exigências, estatutos, etc...  e sim pelas intuições, o carisma do Irmão Carlos que se traduzem na busca contínua para viver o absoluto de Deus e a fraternidade universal. Cada irmão no seu contexto fará todo o possível para viver: a) Eucaristia e adoração eucarística regular e prolongada é o que dá sentido à nossa vida (Diretório, p. 17); b) Leitura meditada da Escritura.  Dizia Irmão Carlos: “Voltemos ao Evangelho, senão, Jesus não vive em nós”; c) Pratica mensal do “dia de deserto”; d) Revisão de Vida,  feita individualmente e partilhada em fraternidade; e) Mês de Nazaré, ao menos uma vez na vida, e f) Pobreza e simplicidade de vida: pois ninguém da fraternidade age de forma paternalista, mas procura viver partilhando do jeito simples do lugar onde este inserido, inclusive nos recursos financeiros.

 

3.15.   O Engajamento na Fraternidade (cf. Diretório)

Pe. Carlos Roberto dos Santos

Desde o início da Fraternidade, a vida em fraternidade e a revisão de vida nos fizeram descobrir o absoluto do amor de Deus e do povo, e procuramos expressá-lo por meio de um engajamento, tradicionalmente chamado de consagração. Ao mesmo tempo, esta consagração se constituiu um problema, pois a experiência nos ensinou que não se trata de um “voto religioso”, nem tampouco uma “consagração’ num Instituto Secular. É um ato pessoal de um presbítero diocesano, que sente a iniciativa de Deus, “que nos ama por primeiro” e corresponde com um gesto pessoal, de reconhecimento a este amor, fazendo sua “consagração/engajamento pessoal”, em ação de graças.

O irmão que faz seu engajamento assume o compromisso de seguir as intuições espirituais que guiou o Irmão Carlos. Seu engajamento é um ato de abandono pessoal e definitivo ao amor do Pai, a entrega da própria vida a um ministério junto aos mais pobres.

 

        O ato de Engajamento aconteceu numa celebração.

        Os irmãos escreveram seu “engajamento” onde comprometeram-se a viver a viver em fraternidade segundo o espírito proposto no Diretório da Fraternidade, em resposta ao amor de Deus, seguindo as intuições espirituais do irmão Carlos, lá onde está inserido.

        Na celebração, cada um dos irmãos leu seu “engajamento” diante dos outros irmãos, e o entregou ao responsável nacional (Estatuto p. 61).

        A partir deste “engajamento”, é considerado membro da “Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas” com direitos a voto e deveres. O pertencer à Fraternidade deve concretizar-se também por uma solidariedade financeira que garanta seu funcionamento normal.

 

“A pertença à “Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas” não muda em nada a situação dos padres que nela participam: eles continuam pertencendo ao presbitério diocesano e exercem seu ministério em obediência a seu bispo; eles trabalham com todos os padres para criar uma rede fraterna entre todos”. (Estatuto 2.5. p. 60)

“Fiéis ao espírito de fraternidade universal que ani­mou a vida do Padre de Foucauld, eles permanecem unidos, não apenas com os outros membros da associação, que vivem nos diversos continentes, mas com todos aqueles (padres, religiosos, reli­giosas, leigos) que fazem parte das diversas instituições da Igreja nascidas do carisma de Carlos de Foucauld.” (Estatuto 2.6. p. 60).

 


4. CELEBRAÇÃO DO ENGAJAMENTO

AMBIENTAÇÃO:  Onde reina o amor, fraterno amor.

Onde Reina o amor, Deus ai está!

 

Responsável nacional (RN): Estamos terminando o Mês de Nazaré. Pudemos ficar a sós com Deus, rever nossas vidas e nossas aspirações no ministério sacerdotal. Pudemos estudar todo o itinerário de vida do Irmão Carlos e conhece-lo mais de perto em sua busca do absoluto de Deus e em seu desejo de imitar cada vez mais, até o último lugar, o Bem Amado Senhor Jesus. Ao final deste mês queremos agradecer a Deus e assumir um compromisso para nossa vida pessoal. Que o Espírito Santo nos envie e reenvie para o meio dos pobres com a força de seu amor.

 

RN: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Todos: Amém!

 

RN: “A paz esteja com vocês. Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês... Recebam o Espírito Santo” (Jo 20,21).

 

Canto:   Vem, vem, vem Espírito Santo de amor,

vem a nós, traz a Igreja um novo vigor.

 

RN: Qual foi a inspiração do Irmão Carlos que mais tocou sua vida? Que mais te convocou para um compromisso diário?

Momento de silêncio...

 

Canto: JESUS, EU IREI TE CANTAR PELA VIDA

 

RN: Jesus disse: o Espírito Santo descerá sobre vocês e “d’Ele receberão força para serem as minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judeia e Samaria”, em todas as comunidades onde e Ele te enviar “e até os extremos da Terra” (At 1,8).

 

Canto: Eis-me aqui Senhor, eis-me aqui Senhor,

Pra fazer tua vontade, pra viver do teu amor,

Pra fazer tua vontade, pra viver do teu amor.

Eis-me aqui, Senhor.

 

BENÇÃO da água

 RN: Senhor, nosso Deus, dignai-vos abençoar esta água, criatura vossa, que será aspergida sobre nós, para que seja um sinal da vossa graça, recordando a água do batismo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

 

BENÇÃO E Entrega da Cruz

(apresenta-se os crucifixos que serão abençoados)

RN:  Ó Deus, Pai misericordioso, fonte de graça e prêmio dos santos, concedei-nos por intercessão da bem-aventurada Virgem Maria e do Beato Carlos de Foucauld, abençoar estas cruzes, sinal do vosso amor e doação na Cruz. Nós as usaremos com a intenção de imitar vosso amor misericordioso, buscando estar a serviço dos últimos dos últimos.

(asperge as cruzes com água benta)

 

RN: Irmãos, recebam mais uma vez em suas frontes o sinal da Cruz, renovando o sinal do cristão: sinal da doação de Cristo a nós, por amor. Sinal de amor até o limite da doação da vida, toda, com confiança, nas mãos do Pai. E junto com este sinal, recebam o crucifixo, símbolo da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas.

 

Cada um leu o seu engajamento e o colocou sob o altar,

 fez sobre si o sinal da cruz e colocou o crucifixo da fraternidade.

 

RN: Ouvi, ó Pai, os compromissos que estes vossos filhos fizeram. Dai-lhes a graça de cumpri-los com alegria e continuai realizando em nós tão grandes maravilhas. Tudo isso nós vos pedimos por vosso filho Jesus Cristo, que convosco vive e reina para sempre, na unidade do Espírito Santo.

Todos: Amém! E em seguida rezam juntos a oração do abandono.

 

BENÇÃO DO ENVIO

 

RN: O Senhor Esteja convosco

Todos:   Ele está no meio de nós!

RN:   para ir ao povo de Deus que espera ansioso a benção de Deus em suas vidas, a quem enviarei

Todos:   Eis-me aqui. Senhor, eis-me aqui Senhor.

           Pra fazer tua vontade, pra viver do teu amor, Pra fazer tua vontade, pra viver do teu amor, Eis-me aqui, Senhor!

RN:   para levar o Cristo presente no meio do povo, através da Eucaristia e da simples presença, a quem enviarei:

Todos:   Eis-me aqui....

RN:   para estar no meio dos pobres, gritando o Evangelho com a vida? a quem enviarei:

Todos:   Eis-me aqui....

RN:   para lutar pela justiça social e pela vida dos mais pobres, que estão nas periferias existenciais da vida, a quem enviarei?

Todos:   Eis-me aqui....

RN:   para ... (cada um pode acrescentar um pedido pessoal), a quem enviarei:

Todos:   Eis-me aqui....

RN:   Pela intercessão do Irmão Carlos de Foucauld

Abençoe-vos o Deus Todo amoroso,

Pai, Filho e Espírito Santo.

 

5. Engajamento na Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas

 

Abaixo, transcrevemos o texto do engajamento que cada um dos participantes do Mês de Nazaré 2021, que optaram por fazê-lo, de forma temporária ou para sempre, leram no momento da celebração.

 

Dom Eugênio

Meu pai, eu te agradeço pelas maravilhas que o Senhor realizou na minha vida.  Tua mão paterna e materna foi me conduzindo ao longo destes anos.

Quero, no final deste "Mês de Nazaré" mais uma vez entregar minha vida em tuas mãos, sem medida, simplesmente animado pelo teu amor. Qualquer que seja meu futuro, que a tua vontade seja feita!

Gostaria que um pouco do teu amor pudesse se comunicar através da minha vida!

Jesus, meu irmão, quero te imitar cada vez mais. Que as tuas atitudes sejam as minhas atitudes! Que os teus sentimentos sejam os meus sentimentos. Por isso, te peço a graça de viver:

·         na pobreza:  que a minha única riqueza seja o teu Reino. Ajuda-me a me desapegar de tudo o que é inútil e supérfluo. Que a pobreza seja a expressão do meu amor para com os irmãos empobrecidos!

·         na obediência: procurando sempre fazer a tua vontade. Escutando os mais pobres e seguindo as orientações do meu orientador espiritual.

·         na castidade: expressando através dela um desejo cada vez maior para amar, na fidelidade ao celibato.

Jesus, ensina-me a verdadeira humildade que não esmaga os outros pelas minhas palavras e atitudes. Humildade que é reconhecimento das maravilhas que tu vens realizando em mim. Humildade que não tem medo do fracasso, mas sempre busca a verdade. Humildade de reconhecer meus próprios limites, apesar de acreditar que tu és o Deus do impossível.

Jesus, ajuda-me a ser misericordioso, a não julgar as pessoas, a aceitá-las como são, procurando enxergar nelas o que há de bom. Eu te peço a cura interior de todas as mágoas, os ressentimentos, as raivas. Liberta-me de qualquer pensamento negativo.

Jesus, eu te peço a graça da fidelidade até o fim. Não só uma fidelidade exterior, mas uma fidelidade dos desejos e das opções.

Espírito Santo, ilumine a minha vida. Que eu possa anunciar mais o teu amor pela vida do que pelas palavras. Faça-me viver do teu Espírito. Dá-me a tua paz que brota da verdade, sem medo do que os outros possam pensar de mim. Espírito Santo, que o ativismo não me domine, mas que cada pessoa, especialmente os mais humildes, possam encontrar em mim: acolhida, ternura e amor. Que no silêncio do meu coração, brote a minha sabedoria de vida.

Espírito Santo, ajude-me a dizer: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!”

MARANATHA, VEM SENHOR JESUS!

Fraternalmente, 31 de janeiro de 2021

                                          + Eugenio Rixen - Bispo emérito de Goiás

 

 

Pe. Carlos

Preparando-me para celebrar bodas de prata presbiteral, vim fazer o segundo Mês de Nazaré em minha vida. Ao término, eu, Pe. Carlos Roberto dos Santos, renovo o “engajamento definitivo” que já fiz na Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas.

Consagro toda minha vida, e quero vivê-la imitando Jesus de Nazaré, meu Bem Amado, entregando-me inteiramente e confiantemente nas mãos de Deus. Quero viver pra fazer o que Ele quiser de mim, sempre seguindo as intuições espirituais do irmão Carlos de Foucauld, e as orientações propostas no Diretório e no Estatuto da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas.

Por causa de Jesus e do Evangelho, quero viver meu ministério presbiteral de maneira o mais simples possível, com o mínimo necessário. Imitando Jesus, quero viver sempre em função da misericórdia, que é maior que a justiça do Reino de Deus. Fazendo o bem, sempre e em todas as circunstâncias.

Dai-me, Senhor a graça de sempre viver este compromisso em todos os lugares onde eu for enviado. Dai-me a graça de ser um sinal a todos o que me virem, para que desejem buscar um encontro com o Bem amado Senhor Jesus. Eu confio em vós. 

 

Pe. Carlos Roberto dos Santos

Mosteiro de Goiás - 31 jan 2021

 

Pe. Ivanildo

“Ó Senhor, sois minha herança e minha taça. Meu destino está segura em vossas mãos” (Sl 15,5)

Eu, Pe. Ivanildo Araujo Souza, diante dos irmãos que participaram do Mês de Nazaré, quero aqui, agora, fazer o meu compromisso definitivo com a “Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas”, conforme as intuições do Irmão Carlos.

Procurarei crescer sempre na amizade com Jesus Cristo e com todos os irmãos e irmãs, através da oração, da adoração, da Eucaristia, da meditação da Palavra de Deus, da prática do deserto, da revisão de vida e da prática fraternidade.

Quero estar atento aos desafios e não deixar de militar na construção do povo de Deus.

Na certeza de não estar sozinho, confiante em Jesus Cristo, abandono nas mãos do Pai este meu compromisso.                                         Pe. Ivanildo Araujo Souza

Diocese de Janaúba -MG

Pe. Jair

Eu, Pe. Jair Honório de Lima, faço este engajamento como ato de amadurecimento, expresso de maneira "definitiva", para levar Jesus com minha própria vida.

Entrego minha vida nas mãos do Pai. Quero viver de acordo com o carisma da Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas. 

Como foi bom ter conhecido o Diácono José Gomes, exemplo de fraternidade. Pois eu estava sempre procurando uma espiritualidade que pudesse seguir. Aceitei por estar vivendo esse carisma no meio dos mais pobres.

Sinto-me pronto para ser lançado em águas mais profundas.

O “Mês de Nazaré” é algo marcante para toda a vida. Registro aqui a presença dos bispos Dom Jeová e Dom Eugênio, Padre Carlos, Pe. Gunther e Pe. Cobo, e dos meus irmãos escolhidos por Deus para dar um testemunho de fraternidade: Pe. Williams, Ir. Lindolfo, Pe. Geraldo, Pe. Paulo e Pe. Ivanildo. Não posso esquecer da acolhida dos funcionários da cúria: sr. Fernando, sra. Anamar e sra. Irene, sr. Eduardo e sra. Luza.

Que o nosso irmão Carlos interceda por nós, sob a proteção da Virgem de Guadalupe e dos apóstolos Pedro e Paulo.

Pe. Jair Honório de Lima

Arquidiocese de Olinda e Recife

 

Ir. Lindolfo

Eu, Lindolfo Euqueres Ferreira Neto, reunido com os irmãos-padres no Mês de Nazaré 2021, aprofundamos os temas da nossa espiritualidade segundo as intuições do Ir. Carlos de Foucauld: viver a vida de Jesus de Nazaré. Uma vida contemplativa no cotidiano da fé em Jesus Cristo, no compromisso solidário com os pobres, na defesa da vida. Para viver o absoluto de Deus testemunhando o Evangelho com os meios da Fraternidade: Eucaristia, meditação do Evangelho, Adoração eucarística, Deserto e Revisão de vida.

Quero esperançar um mundo novo, com justiça equidade social, sendo sinal da presença de Deus na história de nossas comunidades.

Com a graça de Deus, na ternura da Trindade Santa, faço meu compromisso-engajamento definitivo na Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas, como irmãozinho de Carlos de Foucauld, leigo, consagrado, no espírito das Bem Aventuranças e na Oração do Abandono.

 

Ir. Lindolfo Euqueres, Ferreira Neto

Goiás - GO, 30 de janeiro de 2021

Mosteiro da Anunciação do Senhor

 

 

Pe. Paulo Sergio

Eu, Pe. Paulo Sergio A. Gouveia, na presença de Deus e dos irmãos, neste Mês de Nazaré, assumo o COMPROMISSO DEFINITIVO de ser membro da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas, procurando viver o Evangelho sob as intuições do Ir. Carlos de Foucauld.

Quero crescer na intimidade de Jesus, buscando os meios que a Fraternidade me oferece: a celebração e adoração da Eucaristia, a leitura do Evangelho, o dia de deserto, a revisão de vida e a vida fraterna com meus irmãos presbíteros e leigos.

Faço a opção de uma vida pobre no meio dos pobres, buscando sempre o último lugar, nas periferias geográficas e existenciais, evangelizando pelos meios pobres com o apostolado da bondade.

Que a graça de Deus e a intercessão da mãe de Jesus, a Rosa Mística, me ajude a viver esse compromisso

 

30 de janeiro de 2021

Pe. Paulo Sergio A. Gouveia

 

 

Pe. Willians

Eu, Pe. Willians Roque de Brito, presbítero diocesano incardinado na diocese de Marília, São Paulo, engajo-me definitivamente à Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas para seguir Jesus Cristo, onde estou incardinado ou em outras missões, à luz das intuições do Beato Charles de Foucauld, nosso Ir. Carlos.

Sinto-me chamado a viver de acordo com os meios propostos pela Fraternidade, a saber: 1. A revisão de vida; 2. A meditação e vivência do Evangelho; 3. Missa e adoração eucarística diárias, sempre que possível; 4. O dia de deserto para colocar a vida diante da vontade de Deus; 5. O dia de fraternidade; 6. Buscar viver e evangelizar com meios simples.

Comprometo-me, ainda, a buscar ser irmão de todos os pobres, dos não católicos, dos não cristãos e dos não crentes.

Por fim, rogo à Virgem Maria, nossa mãe, que interceda pela minha fidelidade a estes propósitos de vida. Que assim seja!

Fraternalmente!

 

Pe. Willians Roque de Brito.

Goiás, 31 de janeiro de 2021

  


Avaliação do Mês de Nazaré 2021

 

O responsável nacional apresentou uma série de questões e solicitou aos participantes sua avaliação, dando um valor referencial como “Muito bom”, “bom”, “regular”, “ruim”, “muito ruim” e, ainda deixou um espaço para acrescentar observações e/ou sugestões. Eis abaixo um resumo da avaliação de todos.

 

AVALIAÇÃO DO MÊS DE NAZARÉ 2021

 

Orientação geral: Avaliar os itens como “Muito bom”, “bom”, “regular”, “ruim”, “muito ruim” e, se tiver, acrescentar observações e/ou sugestões.

 

 

1. Preparação para o Mês de Nazaré

Coordenação e organização das semanas:   Muito bom IIIIIIII / Bom I

·   Ficou clara a proposta do Mês com as semanas bem definidas, a partir dos temas propostos

·   Dom Eugênio coordenou muito bem, com muito respeito a cada um dos participantes e com fidelidade ao que foi proposto pela Fraternidade

·   Essa organização fez com que entrássemos no espírito do Mês de Nazaré. A primeira semana de conhecimento uns aos outros, foi essencial para vivenciarmos este espírito de fraternidade.

·   Dom Eugênio foi muito centrado na condução do MN. Gunther e Cobo apresentaram a espiritualidade os meios da Fraternidade. 

·   Equipe muito bem preparada e com bastante experiência

·   Cronograma muito bem trabalhado

·   A pandemia dificultou o contato com o povo, principalmente nos finais de semana.

·   Não foi possível visitar: a chácara de recuperação, o Lar São Vicente e outros lugares de sofrimento e exclusão, conforme o programado.

·   Tivemos várias reuniões virtuais e uma presencial, em Botucatu para preparar. Pena que o Padre Freddy e o Diácono José Gomes não puderam participar.

 

Estruturação do dia: orações, palestras, serviços diários e partilhas de vida:  Muito bom IIIII /   bom   IIII

·   Adaptei-me bem, embora tenha preferência de outros horários para algumas atividades.

·   Apesar da pandemia, que nos obrigou a mudar as atividades.

·   Aos sábados, as palestras poderiam ser na parte da manhã, pois isso facilitaria um tempo maior para outras atividades como oração pessoal, trabalhos e partilhas.

·   Ritmo no horário das orações fortalecem a dimensão contemplativa da Fraternidade.

·   Quanto aos serviços diários, seria bom: 1) fazer um quadro de atividades para o trabalho e liturgia para facilitar o revezamento; 2) para escrever o compromisso, as orientações poderiam ser dadas no início da quarta semana e não deixar para os últimos dias.

·   Orações normais, tranquilas, horários bons, boas partilhas de vida.

·   Foi positiva a ajuda do leigo Fernando nos dias que pode vir;

·   Os momentos de celebração com o povo e todas as celebrações foram orantes.

·       Foi equilibrado e não cansativo. É bom que não haja serviços manuais na semana do retiro.

 

 

2. Conteúdo do que foi vivido no Mês de Nazaré

Histórias de fé e partilhas de vida: Muito bom IIIIIII/   bom   II

·   Os participantes demonstraram confiança uns nos outros e mostraram a riqueza de sua experiência de vida e de ministério.

·   Elas são parte importante, pois nos mostram a confiança mútua e a abertura que devemos ter uns para com os outros nas fraternidades. Esta troca de experiências nos enriquece a todos.

·   Penso que esta possibilitou-nos um conhecimento muito grande da história de cada um

·   Fundamental, encorajador, ver e acolher o fio condutor da graça de Deus na vida dos irmãos

·   Muito bom pelo exemplo de pessoas com boa experiência de vida

·   Trata-se de um momento para estreitar laços e os aspectos comunitários. Foi positivo que tenha havido uma partilha por noite, com todos os presentes.

·   Pe. Cobo poderia ter ficado mais na história mesmo do Ir. Carlos.

Temas estudado sobre o Irmão Carlos e a Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas: muito bom   IIIIIIII  / regular I

·   Favoreceu o aprofundamento sobre a vida do Ir. Carlos, suas intuições e, sobretudo, ajudou a compreender melhor a Fraternidade Sacerdotal.

·   Nos ajudou a conhecer o Irmão Carlos e a espiritualidade da FSJC. Obrigado a todos os palestrantes.

·   Conheci coisas que não sabia tanto na história e na vidado Ir. Carlos, como na história da Fraternidade.

·   Riqueza espiritual e centralidade nas intuições do Ir. Carlos e Fraternidade

·   Precisava expor mais a vida do Irmão Carlos

·   Conseguimos apreender e internalizar as intuições do Ir. Carlos

·   Seguimos a proposta da equipe internacional. Nos temas poderia ter mais temas bíblicos, principalmente dos evangelhos, para alimentar mais a meditação.

 

Dias de deserto: muito bom   IIIIIII /Bom I

·   Os desertos foram ocasião de nos colocarmos diante de Deus e deixou que nosso pensamento se ocupasse de nossa vida.

·   Muito bem vivido, apesar de tê-los vivido parcialmente devido o antes e o depois da covid-19

·   Os dias de deserto possibilitou-me estar a sós com Deus, e ao mesmo tempo, em contato com a criação de Deus.

·   Saímos em grupo de 3 a 4, para igrejas e bosques, momentos de silêncio pessoal forte com Deus, e oração do terço juntos.

·   A pandemia nos limitou, mas os dias de deserto foram de profunda importância.

·   Houve um dia de deserto por semana, com partilha fraterna no final do dia.

 

Retiro Espiritual: Muito bom IIIIIII   /bom   II /Abstenção I

·   Ajudou a confrontar nossa vida e ministério com a vida e o ministério de Jesus, inspirado no testemunho do irmão Carlos

Apesar de fazer o meu Retiro espiritual na UTI, no limiar entre a vida e a morte, por causa da covid-19. Fiz uma profunda experiência de Deus, em união com todos os outros

·   irmãos e com toda a Fraternidade. Só tenho a agradecer a Deus e aos profissionais de saúde que cuidaram de mim.

·   Dom Eugênio foi muito sábio em suas palavras no retiro espiritual, sempre conduzindo com muita serenidade. Momento forte para mim foi o silêncio.

·   Fiz experiência da graça de Deus, o Cristo que me conduziu na oração, mostrando-me a vontade de Deus para este momento da minha vida: Projeto de vida

·   O pregador foi excelente e os temas muito apropriados.

·   Dom Eugênio também fala com seu testemunho de vida.

·   Deixo para avaliação do grupo (D. Eugênio)

 

 

Trabalhos manuais:  Muito bom IIIIIII /Bom   I /Abstenção I

·   Os grupos se respeitaram muito, levaram a sério o que foi solicitado

·   Nestes trabalhos percebi a alegria de cada irmão em fazê-los da melhor forma possível. Isto possibilitou-me um crescimento muito grande na Fraternidade.

·   Foi muito bom podermos nos solidarizar com os trabalhadores da casa, nos conhecermos mais no trabalho, cuidar da casa.

·   Poderia ser uma hora de trabalho manual e ter um pouco de palestra pela manhã

·   Apresento uma sugestão: deixar um dia por semana, para limpeza dos quartos e banheiros.

·   Os participantes se dedicaram bastante nos trabalhos manuais, deixando o mosteiro bem arrumado.

 

 

Contato com o povo nas orações e nas liturgias:  muito bom   IIIIIII /   bom I / regular I

·   Embora tenha sido reduzido, pelas razões que conhecemos. A experiência da missa com a participação da comunidade em dois domingos foi ótima.

·   Minha participação foi limitadíssima. Não saí de casa nenhum momento, a não ser para o médico. As liturgias que participei sempre me ajudaram a rezar e a rever minha vida, para voltar-me mais e mais para Deus e para os irmãos.

·   Percebi um povo muito simples e esperançoso na vivência do Evangelho. Tive a oportunidade de ir com Dom Eugênio em algumas comunidades e perceber como são comunidades vivas. Celebrar em uma das comunidades foi um presente de Deus neste tempo. Só fortaleceu a minha fé e a minha caminhada.

·   A pandemia nos impediu de seguir este contado todos os dias.

·   Muito pouco, por causa da pandemia.

·   Muito pouco. Pena que a pandemia extinguiu estes momentos.

·   Infelizmente só foi possível nos primeiros quinze dias, e mesmo assim de maneira limitada, por causa da pandemia. Foi uma pena, mas não havia outra opção.

 

 

3. Acolhida no Mosteiro na Anunciação

instalações: Muito bom    IIIIIII /bom II

·   Instalações simples, mas dignas. Não precisa mudar nada

·   Instalações boas e acolhedoras.

·   Eu me senti em casa e com irmãos. Tivemos uma excelente acolhida desde o momento que aqui chegamos, da parte de todos.

·   Sobretudo quando chegou o ventilador no quarto.

·   Aos poucos fomos nos adequando a elas e fazendo as devidas manutenções.

·   O mosteiro oferece boas acomodações para acolher os participantes no que se refere aos quartos, as capelas, a sala de reuniões, o refeitório e os espaços de jardins e bosques. 

 

Refeições e serviços da casa: Muito bom   IIIIIIIII

·   Cardápio variado, comida bem preparada, simples e farta. Estão de parabéns todos os colaboradores.

·   Excelente. Gostei demais

·   As refeições foram preparadas com muito carinho e amor. Deus seja louvado pelas mãos que as prepararam.

·   Parabéns e agradecido pelo amor e dedicação de quem cuidou de nós

·   Ótimas refeições.

·   Foram acolhidas todas as sugestões. Pessoal empenhado em fazer o melhor para os participantes.

·   Foi excelente. Parabéns às cozinheiras. Muita verdura, pouco sala e sopas no jantar.

 

4. Clima em geral (fraternidade, conhecimento pessoal, disponibilidade, etc.) Muito bom IIIIIIII   /   bom   I

·   O grupo se entrosou bem, foi fiel aos horários, respeitou-se o jeito de cada um, cumpriu com alegria o que lhe foi pedido.

·   O clima entre os irmãos foi de amizade e corresponsabilidade.

·   Não tive dificuldades com nada. O clima foi muito bom em todos os aspectos. Procurei me interagir com todos, sendo sempre solícito no que precisassem.

·   A convivência fraterna promove a aceitação de cada um como ele é.

·   Clima bom e descontraído. Paz.

·   Todos de personalidade forte, mas souberam respeitar as diferenças.

·   Criou-se um ambiente fraterno, de respeito às diferenças e de autoajuda.

 

5. Você tem alguma outra observação a fazer?

·   Em relação ao tempo, acho um mês muito tempo. Pelo que vivi e entendi do Mês de Nazaré, creio que duas, ou no máximo, três semanas, seriam suficientes. Creio que isso facilitaria a participação de mais padres. Em relação aos horários, proponho que nos sábados não haja trabalhos manuais pela manhã. Que a palestra seja de manhã, de tal forma que a parte da tarde do sábado fique livre, bem como a noite. Isso favoreceria mais descanso para a turma. Começar o MN na terça à noite terminar no sábado à noite. Agradeço a acolhida e parabenizo aos organizadores do MN. Foi uma bela experiência. Deus continue abençoando a todos. Dom Eugênio e os demais que nos ajudaram, tenham a recompensa divina (Pe. Geraldo Martins)

·   Rezarei para que o “Mosteiro” seja da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas

·   Aos sábados, durante a tarde, se houver necessidade de ficar em casa, poderia ser um momento para filmes ou outras atividades.

·   A internação do Pe. Carlos, que ficou uma semana na UTI especial para Covid em Goiás, por causa do coronavírus me deixou preocupado. Será que houve uma imprudência de sua parte ou da nossa? Graças à Deus nenhuma outra pessoa se infectou e, após uma semana, o Carlos pode viver novamente em nosso meio.

O problema da pandemia nos obrigou a manter um distanciamento, utilizando álcool em gel e máscaras. Foi difícil porque sempre existia a possibilidade de alguém se infectar.

·   Isso criava uma certa angústia, que conseguimos superar através dos momentos de oração: “Pai, em tuas mãos eu me abandono...”

·   Por causa do meu pé quebrado, não foi possível de fazer os passeios programados. E por causa da pandemia, não foi possível ir num clube para o lazer em comum.

·   Agradeço ao Jair de ter comprado uma mesa de tênis, que pode proporcionar momentos de lazer ao grupo.

·   Coloco nas mãos de Deus o projeto para o futuro do Mosteiro, ser um espaço de acolhida e oração para as fraternidades, e outras pessoas ou grupos. Que Deus nos ilumine!

 

 

NOTÍCIAS

  


Legado de padre Nelito Dornelas

No boletim anterior comunicamos a partida de nosso querido padre Nelito Dornelas, e neste boletim ainda consta o nome de Nelito Dornelas pois trazemos os temas do retiro e o mês de Nazaré, realizados em janeiro de 2021, e como ele fazia parte da equipe de comunicação da Fraternidade, participou e estava junto com a equipe do retiro que excepcionalmente este ano foi na modalidade on-line, tendo sido realizado de 05 a 07 de janeiro de 2021.

“A irmã morte, quando nos visita e leva um amigo e irmão no sacerdócio, rasga o coração da gente. Quis Deus, que eu iniciasse o Ministério Presbiteral, em Governador Valadares. Foram onze anos de um fecundo, provado e acalentado ministério. Foi o meu primeiro e grande amor.

Logo que cheguei, encontrei-me com Dom José Heleno, bispo simples, que sempre dizia: "quero viver a vida oculta de Nazaré"!

Dele havia recebido uma cartinha, dizendo: "aqui encontrarás, mais que um bispo, um amigo e irmão"! Dia a dia, fui percebendo que não eram apenas palavras, e sim uma bela verdade. Foi animador conhecer um grupo de padres, que tinham sido ordenados, na mesma época, em que fui ordenado. Dentre eles, estava o alegre, animado e comprometido, Padre Nelito Dornelas.

Dom José Heleno, o chamava de cidadão do universo. Pouco a pouco, fui percebendo que os limites geográficos de uma paróquia e de uma diocese, não cabiam em seu coração. Ele era verdadeiramente universal, por isso, discípulo do Nazareno, matriculado na escola de Charles de Foucauld, o irmãozinho universal. Nelito era verdadeiramente universal, não apenas pelos pés de andarilho, mas, porque em seu coração, cabia o Universo. Tinha uma alma de peregrino, uma necessidade de sair de si mesmo e de ir ao encontro. Encontro com quem? Encontro com pessoas, com os pobres, marginalizados, doentes, descartados pela sociedade, governos e igrejas. Amava visceralmente os movimentos populares, sindicais, políticos, organizações não governamentais, pastorais sociais. Tudo que cheirava povo, pobres, pequenos. Tinha uma personalidade terna e ao mesmo tempo, revolucionária. Nisto, foi bom aprendiz de Che Guevara.

Amava a Igreja pobre com os pobres, a Igreja sem pompas e circunstâncias. Enriqueceu as paróquias, a Diocese de Governador Valadares, a CNBB, a Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas, as Comunidades Eclesiais de Base - CEBs, os Movimentos Populares, mas, sobretudo, soube amar e engrandecer as pessoas que encontrava.

Nunca era visto sozinho, estava sempre acompanhado, ou melhor, acompanhando alguém. Seu jeito de ser, oferecia hospitalidade, não era difícil estar com ele. Sua casa estava sempre de portas abertas, por isso, sempre cheia. A mesa farta, transparecia a Mesa da Eucaristia. Todos tinham lugar e todos podiam comer.

Falava de coisas sérias, com leveza e humor, como falava das coisas simples, sem complicá-las. Sabia falar aos doutos, quanto aos simples. Mas, sua opção, nascida no encontro com o Evangelho, eram os simples e os humildes. Viveu de uma forma intensa, pobre, orante, alegre, confiante, estradeiro.

Morreu, como viveu, viajando!

Uma viagem, para a qual, não estávamos preparados. Fomos pegos de surpresa, desarmados, de improviso. Acostumados com suas muitas andanças, parece que ele está para chegar, e que, a qualquer hora baterá chamando na porta.

Há poucos dias atrás, tivemos três conversas. Na primeira, convidou-me para orientar o retiro online, nacional, para a Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas.

Na segunda, quis saber da minha vida em Nazaré, vivendo a vida escondida de Jesus, com minha mãe.

Na terceira, trouxe-me o convite para ingressar-me na Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas.

Ao final de nossa última conversa, despediu dizendo: "vou celebrar a Eucaristia".

Obrigado, Nelito! Agora, você vive a Eucaristia das Eucaristias.

"Viver é um contínuo rasgar-se e remendar-se", agora, Nelito, tenho que remendar mais uma vez meu coração, desta vez será com a estampa de seu rosto sorridente, com seu testemunho de amor aos pobres, com o perfume de Deus que você exalou!”

Éderson Queiroz

Uma vez Fratelli Tutti, sempre Fratelli Tutti!

 

AGENDA 2021 - 2022


 Retiro Nacional da Fraternidade

Data: 4 a 11 de janeiro de 2022

Local: Casa Religiosa Coqueiro D’água – MG

Pregador: Dom Luiz Fernando Lisboa - Diocese de Cachoeiro do Itapemirim

 

Reunião da Região Nordeste

Data: 14 a 16 de julho 2021

Local: Aldeia, em Recife

 

 

Reunião da Região Sudeste

Data: 26 a 28 de julho 2021

Local: Vinhedo ou Agudos, em São Paulo

 

 

Reunião da Região Sul

Data: 18 a 20 de julho 2021

Local: Vacarias, em Rio Grande do Sul

 

 

 

Reunião da Região Leste

Data: 25 a 27 de outubro 2021

Local: Vassouras, em Rio de Janeiro

 

 

Reunião da Região Norte

Data: 29/06 a 01 de julho 2021

Local: Belém, em Pará

 

 

Reunião da Região Centro Oeste

Data a definir

local: a definir

 

Canonização do Ir. Carlos de Foucauld

Estamos aguardando a data e, provavelmente todo o Conselho da Fraternidade irá participar

 

 

 

LI, ASSISTI e INDICO

 


COLABORAÇÃO ANUAL

 

Lembamos aos membros das diversas fraternidades do Brasil o compromisso de colaborar financeiramente, uma vez ao ano, com 10% do seu salario mensal, para a manuteção da Fraternidade.

Calcule o valor e faça sua colaboração no Encontro Regional da sua fraternidade. No entanto, se necessário, sua colaboração também pode ser feita no Retiro Anual, com o tesoureiro da Fraternidade.

Não se esqueça de enviar comprovante ao tesoureiro nacional.


Faça assinatura anual do boletim

ou renove sua assinatura

 

· O investimento para cada assinatura - três edições ao ano - é de R$ 50,00 (cinquenta reais), pago de uma única vez ao tesoureiro da Fraternidade (veja Pe. Willians, na página 83).

·     Voce pode fazer um presente a um amigo simpatizante da fraternidade, ou àquele que há tempos não está participando, ou outra pessoa.

·     Se quiser fazer uma doação para colaborar com os custos dos boletins que forem impressos a mais, para circulação gratuita, é só acrescentar, ao valor da assinatura, o quanto a mais  quer doar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 


INDICAÇÃO DE LIVROS

Toque as feridas, Tomas Halik, Editora Vozes. Sobre sofrimento, confiança e a arte da transformação.

 

O tempo das Igrejas vazias – Tomas Halik, Editora Paulus.

 

Teologia Pastoral – Agenor Brighenti– Editora Vozes

 

O novo rosto do clero – Agenor Brighenti – Editora vozes

 


INDICAÇÃO DE SITES

https://sites.google.com/site/jesuscaritascarlosdefoucauld

 

https://gritaroevangelho.blogspot.com/

 

www.vatican.va

 

blog:www.hermanitasdejesus.org/brasil/brasilnuestrahistoria.htm

 

htpp://www.ihu.unisinos.br

 

htpp://www.cartacapital.com

 

htpp://agencia.ecclesia.pt/portal/2020/02/

 

htpp://www.portalcatolico.org.br


Responsáveis da Fraternidade  (CLIQUE PARA ACESSAR OS NOMES DOS RESPONSÁVEIS)

CONSELHO  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DO CONSELHO)


SERVIÇOS (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DE SERVIÇOS)


FAMÍLIA ESPIRITUAL DO IRMÃO CARLOS DE FOUCAULD NO BRASIL  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DA FAMÍLIA C.F.)



[1] Pe. Geraldo Martins é presbítero da Arquidiocese de Mariana-MG, pároco da paróquia São João Batista, em Viçosa-MG.

[2] Pe. José Cobo Fernandes da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga e membro da Fraternidade.

[3] Cf. CHATELARD, ANTOINE, Charles de Foucauld. O caminho rumo a Tamanrasset. Ed. Paulinas. O autor trabalha diretamente sobre os escritos do Ir. Carlos, que escreveu muito e para muita gente, e que expressou, com muita clareza, sus experiências religiosas. Este autor morreu no dia 10 de janeiro deste ano.

[4] Pe. Gunther Lendbradl é presbítero da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga e membro da Fraternidade.

[5] Dom Eugênio Rixen é Bispo emérito da Diocese de Goiás e membro da Fraternidade.

[6] Pe. Carlos Roberto dos Santos é presbítero da Diocese de Marília e atual responsável nacional da Fraternidade.

[7] Boletim 158, julho de 2019, p. 61

[8] cf. Diretório da Fraternidade, 3ª edição brasileira, p. 7