BOLETIM 107/2001

 

INTRODUÇÃO (DA REDAÇÃO)


Caros leitores, amigos e irmãos da Fraternidade. 

Como de costume, o primeiro Boletim do ano é dedicado ao retiro de janeiro. Neste ano foi feito em Piumhi, Minas Gerais, de 4 a 11 de janeiro, na casa de retiros da paróquia. Temperatura boa, muita vegetação e água, local aprazível. Nosso Responsável Jaime Jongmans e o tesoureiro, Eduardo Alfieri brindaram-nos com a mensagem da Assembléia Geral do Cairo, da qual participaram representando o Brasil. O retiro foi em torno dessa mensagem. Celso Pedro, que orientou o retiro, comentou os tópicos da mensagem à luz das Sagradas Escrituras e de textos do Padre de Foucauld. Os comentários foram bastante espontâneos e comentários orais, evidentemente. Agora o Boletim apresenta um comentário escrito. Não estamos pondo por escrito o que foi literalmente dito durante o retiro. O conteúdo é o mesmo. A forma diferente, por ser um comentário escrito. 

Quem participou do retiro poderá perceber que nem tudo o que foi dito está aqui e muita coisa que está aqui não foi dita. Para quem não esteve no retiro, estamos colocando à sua disposição um comentário do trabalho feito por nossos irmãos que participaram da assembléia geral da Fraternidade, na cidade do Cairo, no Egito. Que o texto seja útil para todos. Alguns tópicos são mais trabalhados, outros menos, e outros bem menos. 

O retiro não é feito apenas de palestras. Há todo um ambiente que se cria com o clima de oração, amizade, partilha. A impressão geral é que foi tranqüilo e proveitoso, com tempo suficiente para um bom respiro entre um exercício e outro. 

Boa leitura. Seria interessante que houvesse reações ao texto. Escreva fazendo seus comentários e suas observações. 


* * *

“Na dúvida LIBERDADE

na certeza UNIDADE

em tudo CARIDADE”.

(Santo Agostinho)



1. CARTA DO CAIRO: “Um oásis no deserto”


Caros Irmãos,


A todos vocês


Salam–Peace–Paz–Pace–Paix–Frieden–Siriri–Nsan–Amahoro-Vrede


A graça de Deus


Quarenta e quatro presbíteros de vinte e seis nacionalidades da Fraternidade, reunidos no Cairo para a assembléia geral, saúdam a todos fraternalmente.

No fim de dezessete dias vividos juntos no seminário maior copta do Cairo, constatamos que a escolha deste lugar marcou o clima do nosso encontro. 

Queremos partilhar com vocês a graça deste lugar para o qual convergem a tradição da antiga cultura egípcia e a das antigas Igrejas cristãs, com a riqueza de seus ritos e a voz do Islã, que se faz ouvir todos os dias do alto dos minaretes.

Há quase treze séculos, Cristianismo e Islã convivem no Egito, numa coexistência nem sempre sem atritos, e, não obstante, nos dá o exemplo de uma vocação para a oração que se dirige ao Deus Único. Assim, uns e outros descobrem, pouco a pouco, uma experiência nova: a de poder rezar uns pelos outros. 

Enquanto a Igreja copta católica, com o Patriarca Stephanos II, nos oferecia hospitalidade no seminário maior, coube à sua irmã, a Igreja copta ortodoxa, saudar-nos, na pessoa do Patriarca, o Papa Shenouda III, na Catedral de São Marcos. Ouvimos durante uma hora sua conferência espiritual, na melhor tradição dos Padres do deserto, sobre a simplicidade do coração. Dois dias depois, tivemos a alegria de passar uma tarde com o Patriarca Stephanos e a fraternidade sacerdotal do Cairo.


Deserto e revisão de vida


O deserto, nós o descobrimos, maravilhados, durante os três dias passados no mosteiro ortodoxo de São Macário, fundado no século quarto. Fica no Wadi el Natroum, entre o Cairo e Alexandria. Uma centena de monges oram e trabalham para tornar o deserto fértil. Nunca esqueceremos o que o irmão Wadid nos disse sobre a única condição para alguém entrar no mosteiro: “É preciso que o candidato tenha sentido palpitar o coração por amor do Senhor, ao menos uma vez” (palavras atribuídas a São Macário). Estes três dias de deserto nos marcaram, e nos tornam agradecidos por esta oração que nunca cessou em dezesseis séculos.

Nesse mosteiro, compreendemos a que ponto a experiência espiritual de Carlos de Foucauld se situa na linha dos primeiros padres do deserto, simultaneamente tão próximos de Deus e de seus irmãos humanos. 

Voltando do deserto, entramos na grande revisão de vida da Fraternidade para discernir juntos os sinais de Deus e a graça do Cristo presente no decurso desses seis últimos anos. Graças aos relatórios das regiões, o rosto de vocês, suas fraternidades, seus combates cotidianos, suas vidas com fragilidades e riquezas estavam bem presentes a nós. Deus nos concedia seus dons, nós o sentimos na assembléia, graças ao carisma dos irmãos. 

Tais dons nos impulsionam a exigências maiores, a apelos para o amanhã, que lhes estão sendo comunicados num texto anexo.


A vida fraterna


Nossas liturgias eram animadas pelo sopro e pelo carisma de nossos irmãos dos diversos continentes: cantos latino-americanos, mas também indonésios, em línguas africanas; missas em rito asiático, africano e árabe, marcadas por gestos e símbolos. Que espontaneidade e diversidade em nossa maneira de celebrar que alargavam nossos horizontes e nos davam uma alegria comunicativa.

Usávamos todos uma estola com o coração e a cruz do Irmão Carlos, e o símbolo do antigo Egito, a chave da vida, bordados pelas irmãs Carmelitas.

Fomos às fontes de nossa espiritualidade: celebração do amor de Deus, adoração silenciosa e testemunho do agir de Deus em nossas vidas, que precede todos os nossos esforços. Antes do “fazer”, colocamos “o ser”.


Ser testemunha


Pelo fato de sua existência, a Fraternidade é um sinal do dom de Deus que nos faz ultrapassar constantemente todas as nossas fronteiras. Isto pode ir até o dom da própria vida. É o que nos mostrou o testemunho comovente de nosso irmão Denis Sekamana, do Rwanda. Ele nos falou da guerra fratricida que dilacerou seu país e deixou feridas ainda não curadas. Escutamos, com lagrimas nos olhos, o testemunho sobre seus quatro anos de prisão e sobre a morte de nosso irmão Justino Fuhara. Como não ficar comovido ao saber que houve cento e dezessete presbíteros massacrados nessa época!

Evocamos também os numerosos casos de repressão e de perseguição aos quais homens e mulheres estão expostos nos países com os quais temos laços de ligação através de nossos irmãos. Não vendo a possibilidade de uma intervenção direta, dirigimo-nos às fraternidades locais para lhes assegurar nossa solidariedade. Nós pensamos particularmente em nossos irmãos de República Democrática do Congo, representada entre nós por nosso irmão Adrien Cishuzi Kalanga, que relatou a situação de seu país. Recentemente, Dom Kataliko, Bispo de Bukavu, nos deu um exemplo de coragem, quando se levantou publicamente contra os poderosos de seu país, com o risco da própria vida.


Comprometer-se 


A Assembléia quis manifestar sua simpatia em relação à população tão provada do Iraque, dirigindo-lhe uma carta de solidariedade amiga, através de seus Bispos. Ao mesmo tempo, essa carta está sendo enviada ao Presidente dos Estados Unidos e ao Presidente da Comunidade Européia, pedindo o fim do embargo que causa tanta miséria.

A Assembléia colocou também em suas orações os sofrimentos e as injustiças das quais são vítimas os habitantes da Palestina.

Saudamos os esforços de numerosos irmãos europeus que abrem, quando possível, as instalações paroquiais a quem pede asilo político. Eles lutam assim contra a exclusão, contra o medo diante do estrangeiro e contra o recrudescimento do racismo.


Agradecimentos


Agradecemos, em primeiro lugar, ao nosso irmão Paulo Antaki, bispo greco-melkita do Egito e do Sudão, que nos acolheu tão bem em nome da fraternidade do Cairo. Sem sua benévola colaboração, uma assembléia desta envergadura não teria podido ser organizada.

Somos também gratos a Jim Murphy, Emmanuel Asi, Don Hanchon e Jean-Marie Pasquier pelo trabalho de longo fôlego que precedeu e tornou realidade esta assembléia. Todos os irmãos presentes agradeceram calorosamente por tudo o que deram de seu tempo, de sua energia e de seu coração nestes últimos seis anos. 

Aqui, fomos beneficiados pelo trabalho minucioso do secretariado que não deixou nada ao acaso: obrigado a Bernadette Cadi, Lucie Asmar e Shafique Hadayat, padre paquistanês estudante em Roma. 

Enfim, obrigado a todo o pessoal do Lar Santo Estevão, que tão bem nos acolheu e de nós se ocupou. 

Uma tarde passada com as Irmãzinhas e os Irmãozinhos do Egito, com um casal da Fraternidade Secular do Cairo, a presença durante dez dias de Boutros Eon, irmãozinho inserido no Alto Egito, nos reconfortaram muito. Há sem duvida uma família de Carlos de Foucauld no Egito.

Henri le Masne, com seu testemunho pessoal, ajudou-nos a retornar às intuições fundamentais da Fraternidade. 


O futuro


A eleição do novo responsável geral foi preparada e vivida num ambiente de oração para ajudar a assembléia e os candidatos ao discernimento necessário. Foi presidida por Tony Philpot, antecessor de Jim. Na segunda rodada, a assembléia elegeu Mariano Puga, do Chile, que escolheu para ajudá-lo em sua nova tarefa: Félicien Bernard Endjimoyo Ashara, da República Centroafricana, Antônio Llanes, das Filipinas, e Helmut Schmitz, da Bélgica. Chegamos a uma virada histórica de nossa Fraternidade: seu rosto se torna cada vez mais asiático, africano e latino-americano. Esta mudança possibilitará ainda mais a irradiação universal da mensagem de Cristo. Desejamos ao novo responsável geral e a sua equipe um bom trabalho e uma caminhada confiante nas estradas da Fraternidade.

Estamos ao mesmo tempo convencidos de que uma verdadeira renovação da vida da Igreja virá do deserto, simultaneamente experiência de Deus e partilha com todas as pessoas, como o demonstra o exemplo dos Padres do deserto e do Irmão Carlos em Tamanrasset.

Acolhamos este deserto em suas diversas formas como sinal de Deus para nosso tempo. Assim, a Igreja encontrará o rosto fraterno e acolhedor que tantos homens e mulheres de boa vontade esperam.


Cairo, 23 de novembro do ano do grande Jubileu da Encarnação, quando Deus se fez Pobre em Belém para se identificar com os Pobres do mundo.


* * *


2. MENSAGEM DO CAIRO: “Apelos para o amanhã”


Estamos no Cairo neste ano do Jubileu, o que é para nós um verdadeiro “kairos”. Procuramos ler juntos “os sinais dos tempos”, e a palavra profética de Carlos de Foucauld nos interpelou: “Nós não temos o direito de ser sentinelas adormecidas, cães mudos, pastores indiferentes” (Carta de Beni-Abbés a Dom Martin, de 7-2-1902). Ao termo de nossa revisão de vida da Fraternidade, queremos partilhar com vocês os apelos que percebemos para o futuro da Fraternidade.



1. Missão e compromisso profético


1.1. Diante do triunfo do capitalismo liberal e da lei do lucro máximo, devemos relembrar energicamente que é a pessoa humana quem deveria permanecer no centro de todas as decisões políticas ou econômicas, no absoluto respeito pela dignidade de cada ser humano.

1.2. No plano da justiça, há lances importantes tanto em nível local como internacional: devemos nos envolver e promover os valores da partilha e da solidariedade.

1.3. No dia a dia, nossas vidas devem poder testemunhar, como a de Jesus, nossa proximidade com os pobres e nosso compromisso na defesa de sua causa. 

1.4. Nas sociedades marcadas pelo materialismo ou pela secularização, como nossas Fraternidades podem ser um sinal que remete ao “Totalmente-Outro”, ou, mais simplesmente, ao sentido a ser dado à vida?


2. A abertura às outras culturas


2.1. A hora é a da mundialização, que não tem somente lados positivos, mas nos lembra que devemos viver mais a universalidade, sendo menos fechados em nós mesmos e valorizando outras imagens da Fraternidade que não sejam somente ocidentais. Pelo esforço de inculturação, as fraternidades devem encontrar um novo rosto em sua própria cultura, na África, na Ásia, na América Latina.

2.2. Face à exclusão e ao medo diante do estrangeiro, somos convidados a lutar com outros, contra o ressurgimento de qualquer forma de racismo em nossas sociedades.


3. Viver em Igreja


3.1. Queremos uma Igreja que se deixe mover sempre mais pelo sopro de Pentecostes, como o desejou o Concílio Vaticano II; uma Igreja cada vez mais fraterna, através de comunidades eclesiais que se tornarão sempre mais em nossas sociedades o sinal de uma presença gratuita de amor.

3.2. Pensamos que o Espírito conduz a Fraternidade a uma maior abertura ecumênica e até inter-religiosa. É a tradução, hoje, da “fraternidade universal” da qual Carlos de Foucauld quis ser o artesão. 

3.3. Na Igreja, a vocação particular de nossa Fraternidade é estar ao serviço de todo o presbítero de nossas dioceses (sem esquecer os laços com os padres que deixaram a Fraternidade ou o ministério). Por isso, desejamos reforçar nossos laços com a Igreja local e universal e continuar o diálogo com todos.

3.4 Queremos também colaborar mais com todo o povo dos batizados: uma verdadeira parceria padres-leigos poderia suscitar em nossas comunidades cristãs uma renovação da fé e do compromisso de viver conforme o Evangelho. Neste espírito, devemos suscitar fraternidades seculares onde não existem e acompanhá-las onde começaram a nascer. 


4. O espírito da Fraternidade


Nós nos lembramos daquilo que fundamenta o espírito de nossa  Fraternidade:


A) A figura de Carlos de Foucauld


4.1. Durante toda a sua vida, Carlos de Foucauld buscou realizar a vontade de Deus; ele nos chama a viver, como ele, uma nova fecundidade, aceitando passar pelo deserto como Jesus.

4.2. É preciso trabalhar para um conhecimento maior de sua vida e de seus escritos, que ainda podem sensibilizar o homem de hoje e fazer-nos compreender o lugar que ele ocupa em nossa Fraternidade.


B) O Mistério de Nazaré


4.3. Ele nos chama a viver simplesmente o cotidiano numa disponibilidade total a Deus e aos homens, e isto questiona nosso estilo de vida.

4.4. Ele nos chama a sermos humildemente “irmãos” em todos os aspectos da vida, a “viver entre nós como irmãos”, através de múltiplos apoios, espiritual, amigo, material, e a partilhar com os pobres e aqueles que não têm poder, mantendo relações de amizade com eles. Vivamos então o mistério da Encarnação: Deus partilhando nossa condição humana e fazendo-se pobre no meio de nós.

4.5. Ele nos propõe um novo caminho de missão, caminho de “presença oculta” e de testemunho onde importa mais ser do que fazer. Mas nas sociedades de hoje que, colocam em primeiro lugar a visibilidade, seria preciso talvez encontrar outras palavras para dizer que nós queremos nos misturar à vida de todas as pessoas como o fermento se mistura à massa: falar de enraizamento, de proximidade, de convivência.


5. Os caminhos da fraternidade


Queremos aprofundar os caminhos que a Fraternidade nos convida a seguir:


5.1. Uma oração contemplativa, que passa pela meditação da palavra de Deus, pela adoração, pelo deserto, e nos convida a aprofundar nossa intimidade com Deus.

5.2 Uma revisão de vida mais profunda e mais exigente, preparada no dia de deserto ou no acompanhamento espiritual,

- que nos convida a fazer uma leitura de fé de nossas vidas, com as alegrias, as preocupações, as esperanças de nossa vida de homem e de presbítero, as apostas e os desafios de nossa sociedade, de nossa Igreja;

- que supõe um compromisso real e regular com a Fraternidade;

- que se propicia os meios de uma formação séria.

5.3. Um compromisso com a justiça, que é inseparável do resto, se não nossa vida seria manca, como uma cadeira à qual faltasse uma perna.

5.4. O mês de Nazaré, que é um tempo privilegiado de formação, fazendo-nos descobrir o carisma do Irmão Carlos e a graça da revisão de vida. Pode ser também ocasião de uma universalidade maior, convidando irmãos de outras regiões e outros continentes para participarem, assim como os retiros organizados pelas fraternidades. Pode enfim ser ocasião, para quem quiser, de um compromisso explícito na Fraternidade.

5.5. A Fraternidade, que não é uma palavra vazia,  mas se traduz por laços de amizade entre nós (rezar pelos irmãos no seu dia natalício), por intercâmbios (cartas, boletins, e-mails, experiências pastorais ou missionárias, parceria entre Fraternidades etc...) e também pelos laços com os diversos seguimentos da família espiritual do Irmão Carlos, o que manifesta nossa dimensão ao mesmo tempo local e universal.

5.6. Um mínimo de estruturas: o responsável geral e seu conselho, a organização por regiões, por continentes... (cf. Diretório). Alguns irmãos desejam que o responsável geral esteja disponível a tempo pleno para esse serviço, enquanto outros acham que basta um tempo parcial. De qualquer maneira, o responsável geral e seu conselho farão todo o possível para estar à disposição e ao serviço das fraternidades locais e das diversas regiões ou continentes, a fim de responder às suas necessidades e apóia-las. Deveríamos também considerar a possibilidade de um funcionamento mais descentralizado, cada continente assumindo a responsabilidade de organizar assembléias continentais...

5.7. Pode-se enfim relembrar a importância do responsável em cada nível: mais do que um coordenador, é um irmão a serviço de seus irmãos, que deve recordar-lhes a fidelidade ao espírito e aos meios da Fraternidade, a exigência de uma abertura sempre maior ao universal, pelos laços com as outras regiões e os continentes.


Assim nossas Fraternidades poderão ser oásis no deserto de nossas vidas, a fidelidade aos meios da Fraternidade ajudando-nos a estar de pé, capazes de contagiar os outros com nossa alegria.


* * *

3. TESTEMUNHOS DE PARTICIPANTES DO RETIRO (DE 2001)


Lúcio Boni Turola – Seminarista da Arquidiocese de Campinas. 

Conhecer a Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas foi um presente de Deus pra mim. Neste meu primeiro retiro, a experiência não poderia ter sido melhor.

Cercado por uma natureza exuberante, na vivência pessoal do deserto pude entrar mais em contato comigo mesmo e perceber melhor o que quero e busco.

Não poderia me esquecer das orientações do Pe. Celso que, de forma clara, refletiu o texto elaborado na 8º Assembléia da Fraternidade realizada no Cairo.

De modo geral, o retiro me proporcionou muita alegria. A pessoa humana é valorizada por aquilo que ela é. Eu me senti aceito e amado. Isso me faz amar mais, na gratuidade da presença, simplicidade e disponibilidade, no seguimento e imitação de Jesus de Nazaré, a exemplo do irmão Carlos de Foucauld.


Elvira Leite Pinto – Leiga da Cachoeira do Pajeú, MG.

O retiro foi um pequeno mas verdadeiro jubileu, um tempo de graça. A natureza selvagem do local, onde a devastação e a poluição ainda não chegaram, preparou para nós um ambiente exato para os momentos de contemplação...

Foi bonito ver um grupo tão grande, vindo de quase todos os recantos do Brasil, numa convivência tão alegre e fraterna...

O testemunho, a espiritualidade, o carisma de Irmão Carlos foram esmiuçados por Pe. Celso de maneira simples e prática, porém profunda. Ele conseguiu reler textos antigos e super conhecidos fazendo surgir todo um aspecto novo e atual do seguimento de “nosso muito amado Irmão e Senhor Jesus”. 

Momentos muito fortes do retiro foram as celebrações da Eucaristia bem vividas e participadas, o dia de deserto e a noite de vigília.


Pe. Sidinei Lang – Arquidiocese de São Paulo. 

O retiro da Fraternidade foi a melhor maneira de eu começar este ano novo. Rever os irmãos antigos, conhecer novos, ter como tema do Retiro o carisma do Irmão Carlos, inculturado em nossa Espiritualidade Presbiteral. Saborear a natureza, que leva à contemplação, no Centro de Formação de Piumhi... foram elementos expressivos destes dias. 

Do Encontro vou guardar belas recordações: os momentos de adoração, o Dia de Deserto, o pequeno grupo da Fraternidade e a convivência com o grupo, as pontuais contribuições dos irmãos... Como reza o mantra: “indo e vindo, trevas e luz; tudo é graça, Deus nos conduz.”



Pe. Camilo Pauletti – Diocese de Caxias, Missionário em Nampula, Moçambique, África.

É a primeira vez que participo de um retiro da Fraternidade; apesar de ter desejado participar em outras oportunidades, não consegui. É um tempo de graça, um espaço muito bem aproveitado, seja na partilha, na informação, no afeto, na oração, na revisão de vida, na formação e no encontro com Jesus.

Saio do retiro mais fortificado, mais descansado e mais desafiado no compromisso de estar junto com os pobres, sejam eles de qualquer parte do mundo, em especial África.

O pensamento, a frase que mais me marcou, foi esta do Ir. Carlos: “Nós não temos o direito de sermos sentinelas adormecidas, cães mudos e pastores indiferentes”.


Irmãzinha Dinorá – Irmãzinha de Jesus, da Comunidade de Itaobim – MG.

Foi a primeira vez que participei do retiro com os padres da Fraternidade Sacerdotal. Tive muita alegria de sentir que somos uma mesma família, no sofrimento de Jesus, com a espiritualidade de Nazaré que o Irmão Carlos nos legou que afinal é puro Evangelho.

Gostaria de salientar o ambiente muito fraterno, nos grupos de fraternidade e fora deles.

Os momentos prolongados diante do santíssimo, os momentos de silêncio que nos ajudaram a ir aprofundando e vivenciando essa intimidade com Jesus “nosso bem amado Irmão e Senhor.”

O dia de deserto foi o momento forte dentro do retiro; a preparação para isso ajudou muito.

“Mestre onde moras?” No seio da Trindade. No meio dos excluídos, dos pobres... Essa partilha numa das celebrações marcou meu retiro... 

A união dos padres mais antigos com os padres mais jovens, (alguns recém-ordenados), com os seminaristas, nessa caminhada séria, tentando viver profundamente o evangelho, como o Irmão Carlos viveu, é um grande sinal de esperança neste momento difícil que estamos vivendo, a nível mundial, como vimos com o Virgílio) e a nível de Igreja onde, às vezes, sentimos que estamos na noite escura “ou no túnel”.

Esse retiro me ajudou, nos ajudou a alimentar essa chama na certeza de que Jesus caminha conosco, como em Emaús. E essa chama nos ajuda a perceber os pequeninos sinais da presença de Deus no meio dos nossos irmãos mais sofridos...

Obrigada por sentir em vocês irmãos de verdade!


Pe. Freddy Goven – Diocese de Alagoinhas, Bahia.

Sempre é bom a gente se encontrar com os irmãos e irmãs que têm a mesma direção (apesar da diversidade de caminhada). 

Gostoso é rever os fiéis e amigos, porém fortificante é também a presença de todos. Mais uma vez tivemos a presença de seminaristas e irmãs e um ou outro leigo. Devemos perseverar nesta abertura.

Feliz foi o Celso Pedro em usufruir da “Carta do Cairo” para nos trazer as suas reflexões, baseadas nos escritos e vida do Irmão Carlos e da palavra de Deus, a bíblia. Tocou-me mais o apelo para enxergar e viver mais profundamente a GRATUIDADE e a LIBERDADE.. Assim posso me realizar melhor como filho do Pai e irmão de Jesus...

Foi ótimo poder encerrar o primeiro período do meu tempo sabático com esta experiência que sempre me renova.


Pe. Paulo Crozera – Arquidiocese de Campinas, SP.

Tudo é graça! Este retiro da fraternidade foi para mim extremamente restaurador. Foi um mergulho, como criatura amada por Deus, na natureza exuberante de Piumhi e, ao mesmo tempo, um mergulho na caridade de Jesus... 

As colocações do orientador não poderiam ter sido melhores. Apresentou de maneira viva as profundas intuições e buscas de Irmão Carlos, que nos conduziram a uma realista revisão de vida. Se não bastasse tudo isso, tivemos a graça de uma contagiante e alegre convivência fraterna.

Deus nos permita que, com os olhos fixos no Bem Amado Senhor Jesus, possamos testemunhar a sua caridade.


Pe. Carlos Roberto – Diocese de Marília, SP.

É um tempo de graça. Além da alegria do encontro com os amigos e a troca de experiências este retiro é um oásis em nossa vida sacerdotal.

Na simplicidade das orientações do Celso, sobre a vida do Irmão Carlos no seguimento de Jesus, vamos fazendo o nosso encontro pessoal com ele, revendo nossas atitudes, corrigindo nossos erros e alimentando nossa esperança para sairmos daqui mais conforme com a vontade do Pai que com a nossa vontade.

Este retiro já faz parte da minha vida. Participar me ajuda a caminhar sempre na certeza de não querer desviar-me do caminho e ser perseverante. A meta final é a eclosão do Reino de Deus no meio dos pequenos, no meio do povo. É ouvir tantas experiências de vida, de fé, de oração, de sofrimento e alegrias e voltar para casa com os pés fincados no chão da nossa realidade e com o coração voltados para o sonho de Deus: AMOR/JUSTIÇA/PAZ.


Rodrigo S. Drubi – Leigo da Arquidiocese de São Paulo.

É a primeira vez que participo de um retiro, e este retiro de Piumhi foi uma grata e alegre experiência. O ambiente de fraternidade dá verdadeiramente sentido à comunhão que, unido às reflexões, me colocou diante do “Mistério de Nazaré” como uma nova  e definitiva posição de vida que mostrou o Ir. Carlos de Foucauld, há um século atrás. Transportamos para hoje como realidade e como promessa de um futuro melhor, imitando Jesus nos relacionamentos humanos e na clara defesa dos interesses do pobre...

Cheguei com muitas perguntas e volto com algumas respostas e outras novas perguntas. Termina-se uma caminhada e começa-se outras.

A grande satisfação é saber que as respostas estavam dentro de mim mesmo, esperando um ambiente fértil para desabrocharem, esperando um ambiente de fraternidade, reflexão e comunhão...


Pe. Celso Loraschi  - Diocese de Lages, SC.

A experiência que Deus me proporcionou, neste retiro, se resume nesta frase-mantra, com a qual se deu o início deste encontro: “Indo e vindo / Trevas e luz / Tudo é graça / Deus nos conduz!”

Vim participar, carregado de muitas preocupações, cansaços, dúvidas e incertezas... Vim na esperança de encontrar a luz que me indicasse o caminho da realização pessoal e ministerial...

Fui bebendo de todas as coisas aqui ditas, partilhadas e vividas... A fraternidade foi um espaço sagrado que me proporcionou a possibilidade de abrir o meu coração... a atenção e a acolhida dos meus irmãos me consolou e fortaleceu o ânimo para ir em frente... O Dia de Deserto foi a oportunidade! Apesar de não conseguir me concentrar, senti que Deus está bem próximo, mais íntimo do que meu próprio íntimo, e muito interessado com esta minha vida... Preciso entrar no mais profundo de mim mesmo e... deixar Deus ser Deus do jeito dele e não da forma que eu desejo...

Volto com uma certeza que ninguém jamais vai arrancar de mim: tudo é graça de Deus!...


Encontro de Irmãos


Há quatro anos conhecemos a espiritualidade do Irmão Carlos, e organizamos uma pequena Fraternidade “Sacerdotal” seminarística no Maranhão. Tive a graça de participar de três retiros da Fraternidade nacional, o primeiro foi em Alagoinhas, depois em Goi e este de 2001 em Minas Gerais. A cada encontro com os irmãos da Fraternidade nacional, eu sinto a emoção de um novo PENTECOSTES, não por falarmos línguas estranhas ou de anjos, mas por falarmos a mesma língua de forma diferente, nas mais diversas realidade e experiências pastorais, conforme os costumes e as tradições de cada região deste imenso Brasil.

O Exemplo de vida do Irmão Carlos e o testemunho dos padres mais experientes muito tem colaborado para a nossa perseverança vocacional.

Entre os ausentes, senti muita falta da alegria de nosso Irmão Pe. Cláudio Dalbon, por quem tive grande estima e admiração.

Aproveito também para agradecer a visita fraterna de nosso Irmão Pe. Edson Damian ao Maranhão, todos lembram com saudade o seu jeito simples e profundo de falara da espiritualidade do Irmão Carlos. Até o Pe. Jocy Rodrigues veio escutá-lo.


Abraços,


Airton de Andrade

Seminarista Diocese de Bacabal - MA


 Prestação de Contas


Pe. Eduardo 

Balancete da Fraternidade Sacerdotal Jesus+Caritas - 2000

Histórico

Saldo de janeiro de 2000 =8.498,30


CRÉDITO

Doações do ano 2000=483,00

Juros sobre aplicação do dinheiro=271,04

Contribuições do Retiro de 2001 de Piumhi= 1.135,00

TOTAL DE ENTRADAS= 1.889,04


DÉBITO

Diversos gastos 345,00

Boletim das Fraternidades 104, 105 e 106= 2.148,09

Viagens dos representantes ao Egito 5.833,30

Total DE SAÍDAS= 8.326,39 

Saldo Atual (2001) 2.060,95


AGENDA


1. Retiro e Assembléia Nacional

4 a 11 de janeiro de 2002

Retiro: Início: dia 4, com o jantar

 Término: dia 10, com o almoço

Tema: Ser Igreja: Fraternidade


Assembléia: Início: dia, 10 com o almoço

Término: dia 11, com o almoço

Local: Casa de Retiro Recanto das Mangueiras

Rua IQ, 827 – Bairro Caladão

35.170-000 – Coronel Fabriciano – MG

Tel. (0xx31) 3846-1124

Fax. (0xx31) 3842-1555

Taxa: R$ 20,00 (Vinte reais a diária por pessoa)


Como chegar de ônibus:

Ao lado da rodoviária municipal de Coronel Fabriciano está o terminal de ônibus circular da cidade. No terminal, tomar o ônibus Caladão e descer no ponto final, que está próximo da Casa de Retiro.



2. Mês de Nazaré 

04 a 30 de janeiro de 2002

Continuação do retiro data e local

Coordenadores: Pe. Freddy, Pe. Jaime e Pe. Celso Pedro


UM LIVRO – UM AMIGO


BOGAZ, Antonio S. e Marcio A. Couto, Deus, onde estás? – a busca de Deus numa sociedade fragmentada, Editora Loyola, São Paulo, 2001. “Deus está mais perto de nós do que imaginamos, Ele está no irmão a nosso lado, que compartilha conosco todos os momentos de busca e de descoberta”.


SCHNEIDER, Theodor (Org.), Manual de Dogmática, Editora Vozes, Petrópolis, 2000. “O manual de dogmática que o leitor tem em mãos, apresentado em dois volumes... Seu objetivo é apresentar de maneira básica e segura a dogmática, em seus diversos tratados. Nele, tanto o pesquisador ou professor, como o estudante de Teologia, encontram subsídios indispensáveis para a compreensão dos diversos tratados da Teologia Dogmática”.


SHALOM – Católicos e Judeus em Diálogo, Vídeo – Dehonianos 2001. “O objetivo deste trabalho é atingir todas as pessoas, judeus e cristãos, para que efetivamente sejam impregnadas pelo espírito de diálogo entre as religiões.”

Contatos para compra – Tel. (0xx11) 3884-1455 e 55396689


Responsáveis da Fraternidade  (CLIQUE PARA ACESSAR OS NOMES DOS RESPONSÁVEIS)

CONSELHO  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DO CONSELHO)


SERVIÇOS (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DE SERVIÇOS)


FAMÍLIA ESPIRITUAL DO IRMÃO CARLOS DE FOUCAULD NO BRASIL  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DA FAMÍLIA C.F.)