BOLETIM 115-2003

BOLETIM DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

JESUS+CARITAS – BRASIL / 2003

(Circulação interna, pro manuscrito)

 

Responsáveis da Fraternidade  (CLIQUE PARA ACESSAR OS NOMES DOS RESPONSÁVEIS)

CONSELHO  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DO CONSELHO)


SERVIÇOS (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DE SERVIÇOS)


FAMÍLIA ESPIRITUAL DO IRMÃO CARLOS DE FOUCAULD NO BRASIL  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DA FAMÍLIA C.F.)


1. RECORDANDO A HISTÓRIA

 

Participantes do Mês de Nazaré de 1989

 

Aos Irmãos da Fraternidade Sacerdotal do Brasil

 

Estamos terminando o mês de Nazaré, vivido na fraternidade, no estudo,  na oração e no trabalho manual, neste bucólico recanto a 50 quilômetros da cidade de Rondonópolis, MT.

Provenientes de várias dioceses e regiões do país, trazíamos na mente e no coração, além do desejo da experiência de Deus, os problemas e as esperanças do nosso povo sofrido, as angústias e as expectativas dos nossos colegas presbíteros, as perplexidades diante da atual conjuntura eclesial.

Seguimos a programação ordinária do mês de Nazaré na Fraternidade Sacerdotal – adoração diária, vigília de oração, o deserto, revisão de vida, trabalho manual (construímos durante o mês de Nazaré uma casa de madeira para um casal de velhos). Aprofundamos, também, as características da espiritualidade da libertação vivida na América Latina. Buscamos, sempre de novo, reler as intuições do irmão Carlos de Foucauld e  seu testemunho de vida no contexto do nosso continente. Ele nos antecipou, em Nazaré e no continente africano, em alguns dos pressupostos da busca da caminhada da espiritualidade libertadora:

-         a redescoberta de Jesus de Nazaré e o contato com Ele pela Palavra de Deus e pela Eucaristia;

-         a simplicidade de Nazaré no estilo de vida a partir do povo, como o povo e para o povo;

-         a acolhida a todos, com prioridade aos mais pobres e marginalizados;

-         a alegria em servir os pobres...

Refletimos sobre a espiritualidade presbiteral ou espiritualidade do presbítero diocesano – a nossa espiritualidade. Constatamos que vivemos num período de transição: de um modelo presbiteral tridentino para um modelo de presbítero conforme o Concílio Vaticano II. E mais. Tentamos perceber as exigências do Vaticano II para a América Latina – numa espiritualidade que responda a estas exigências, o que chamamos de espiritualidade da libertação. O conclave iniciado pelo Papa João XXIII propôs um novo modelo de Igreja que requer, consequentemente, um novo modelo de presbítero. Ainda não o assimilamos em toda sua extensão e profundidade. Esta caminhada, integrando todos estes apelos, tem sido feita em meio a crises, com tudo o que acarreta de sofrimentos, renúncia, escuridão. 

A Igreja  Povo de Deus vem deixando claro que a antropologia da graça no batismo antecede qualquer ministério. Por isto, é a comunidade dos cristãos que é ministerial e evangelizadora. Somos aí chamados para um Ministério. Nós presbíteros não somos a síntese dos ministérios mas os Ministros da síntese, da unidade, os animadores da missão das nossas comunidades com seus ministérios diversificados.

O nosso Ministério Presbiteral está constitucionalmente ligado ao Ministério dos nossos Pastores, nossos Bispos, na prioridade à Evangelização, ao serviço da Igreja profética, na construção do Reino de Deus.

Esta impostação nos leva a redefinir nossa espiritualidade, centralizando-a  na “caridade pastoral”, vivendo-a numa aproximação maior do Cristo e do povo, como irmão entre os irmãos. O sacerdócio do Antigo Testamento, ritualista e longe do povo, não mais responde aos apelos do Espírito. O Concílio Vaticano II, inspirando-se no Novo Testamento e nas primeiras comunidades cristãs, recupera os fundamentos para um novo tipo de presbítero, mais em sintonia com os anseios do nosso povo. Mostra que não basta celebrar ritos, doutrinar. Não adianta sermos sacerdotes ou levitas se deixamos o irmão assaltado à beira do caminho (Lc 10,31-32).

O Concílio Vaticano II na América  Latina, através de Medellin e Puebla, nos desafia a vivermos a experiência de Deus num mundo marcado pela injustiça e opressão, entendendo que já começamos a construir aqui e agora o Reino de Deus. No seguimento de Jesus, O descobrimos no “outro”, no pobre. Esta espiritualidade nasce do compromisso dos cristãos, no processo histórico. E desvelando a presença de Jesus no meio do povo, fazemos a correlação entre a oração e o empenho pela libertação – contemplativos na ação. Envolvidos como Jesus pela causa do Reino e pela causa dos pobres, o cristão presbítero , - numa sociedade de conflitos e de injustiças – em fraternidade com os outros cristãos, não pode deixar de lutar pela “nobre causa da justiça” e denunciar a opressão. Somos, também, aí,  impelidos a exercer a dimensão do perdão, numa busca sincera de uma real reconciliação.

Com nossos irmãos presbíteros, vivamos todos estes desafios e explicitamos nossas aspirações através de formulações simples. Vejamos algumas:

-         superar o isolamento por um clima de fraternidade e verdadeira amizade com os outros padres e com o povo;

-         não nos acomodar; permanecermos sempre atentos aos sinais de Deus e atualizarmo-nos teológica e pastoralmente, acompanhando os passos da teologia na América Latina;

-         redescobrir sempre de novo a importância da oração/celebração da morte e ressurreição de Jesus na vida do povo – oração pessoal e comunitária;

-         colocarmo-nos em espírito de descoberta do que exige de nós de novo a opção pelos pobres e o seguimento de Jesus de Nazaré;

-         estarmos sensíveis aos apelos da história do povo brasileiro e do continente latino-americano.

Estas aspirações são, frequentemente, também explicitadas pelos jovens que se preparam para o presbiterato. Estes jovens merecem um carinho especial nosso. Eles se integram no presbiterato numa época de crise, uma chance para uma nova primavera para a Igreja mas também momento crucial para ser vivido.

Diante das reflexões e das constatações questionadoras parece-nos uma missão nossa, membros da Fraternidade Sacerdotal, apresentar aos irmãos presbíteros das nossas dioceses nossa proposta, nossa experiência e nossos instrumentos de espiritualidade. Poderão ser para eles um novo chamado. Claro que a melhor apresentação somos nós mesmos: nosso testemunho de fraternidade, lembrados da palavra do Irmão Carlos: “gritar o Evangelho com a vida”.

 

 

FRATERNIDADE SACERDOTAL

 

1.      Quem somos

 

-         Padres diocesanos, integrados em nosso presbitério (não à parte), inseridos em nossas Igrejas Particulares;

-         Padres que inspiram sua vida e seu ministério:

· no Evangelho à luz do testemunho de Charles de Foucauld;

· nos valores do povo, através de uma convivência simples e fraterna.

 

2.      O que queremos

 

-         ajudar-nos mutuamente a seguir radicalmente Jesus e seu Evangelho;

-         ajudar-nos mutuamente a viver a solidariedade com os mais abandonados e empobrecidos;

-         criar um espaço de confiança mútua e de sinceridade recíproca;

-         acolher as pessoas com amizade como irmãos e irmãs;

-         viver uma vida simples sem privilégios, inserida no meio do povo;

-         ajudar-nos mutuamente a sermos perseverantes na oração, em busca de uma oração contemplativa.

 

3.      Nossos caminhos

 

-         O dia de Fraternidade: os grupos constituídos de 5 a 7 presbíteros se reúnem normalmente uma vez por mês para:

· revisão de vida;

· partilha do evangelho;

· oração em comum;

· estudo.

-         Mensalmente, um dia de deserto;

-         Adoração da Eucaristia;

-         Anualmente, a participação em retiros e encontros para os membros das Fraternidades, sempre abertos para todos os presbíteros.

 

4.      Nossa Fraternidade é universal, com membros espalhados em todos os continentes. No Brasil, estamos organizados em 05 regiões.

 

São Lourenço de Fátima, janeiro de 1989

 

Pe. Günther Lendbradl


2. A IDENTIDADE DAS NOSSAS FRATERNIDADES E NOSSA CONTRIBUIÇÃO ÀS IGREJAS LOCAIS.

 

Um pouco da nossa história

Pe. Ernanne pediu-me para falar sobre a identidade de nossas fraternidades no Brasil e sobre a contribuição que podemos dar aos presbíteros das nossas Igrejas locais. Para abordar este tema gostaria de recordar, mesmo de maneira superficial, alguns dados da nossa história. A fraternidade inicia em 1951 e, no Brasil, a partir da década de sessenta, com uma viagem que fez Guy Riobé, na época Responsável Geral, à América Latina. O resultado desta viagem foi o surgimento de um grupo de padres, interessados pela proposta da espiritualidade de Carlos de Foucauld. As primeiras fraternidades surgem no Rio ao redor de Dom Waldyr Calheiros, no nordeste, ao redor de D. Hélio Campos, já falecido; e no norte, ao redor de Rui Coutinho. Foi um grupo não muito numeroso de padres. Neste primeiro momento os padres da Fraternidade não tinham muito interesse em serem conhecidos, talvez porque queriam imitar os trinta anos de vida escondida de Jesus, “a vida de Nazaré”. Mesmo assim a Fraternidade ao longo dos anos tornou-se conhecida por padres e por alguns bispos. Em 1986 num encontro na casa de retiros Paulo VI, em São Paulo, recebemos a visita de Dom Luciano Mendes, na época, Presidente da CNBB. Ele nos disse que a Fraternidade poderia ser menos discreta. A partir de então Pe. Edson Damian, que foi eleito responsável do Brasil e ao mesmo tempo era assessor da CNBB, começou a divulgar mais a Fraternidade através de retiros em várias dioceses. Pe. Edson impulsionou os retiros anuais da Fraternidade, onde se encontravam padres do Brasil inteiro. Estes retiros já são marca da nossa Fraternidade e são cada vez mais numerosos os padres que participam. 

Exatamente aí começa a questão sobre a nossa identidade. Porque muitos padres participam dos retiros para conhecer a Fraternidade, muitos gostam da nossa espiritualidade, mas depois voltam para as suas paróquias e continuam isolados e sozinhos. No Brasil existe uma grande dificuldade de nos encontrar, mesmo em nível de fraternidade local. As distâncias separam, a sobrecarga pesa sobre de muitos padres, mas também a pouca motivação. O que você acha mais difícil? 

Os retiros animam os padres, mas ainda não comprometem. O Mês de Nazaré foi pensado para aprofundar a espiritualidade do Ir. Carlos e o engajamento na Fraternidade, mas sente-se a dificuldade de encontrar participantes para o mês. Mesmo os que já participaram, alguns assumiram o compromisso, outros não. 

A pergunta.

Qual a nossa identidade como Fraternidade no Brasil? Perguntar sobre a nossa identidade significa, perguntar sobre o nosso rosto. Qual é esse nosso rosto? Parece-me que é uma pergunta importante, porque se não sei quem eu sou, também não consigo relacionar-me comigo mesmo, nem com os outros e nem com Deus. 

A contribuição que podemos dar para os presbitérios das nossas dioceses será conseqüência da nossa identidade como Fraternidade. “Agere sequitur esse”, o agir é conseqüência do ser. Viemos para este encontro da Região Centro Oeste, viajando a noite inteira. Depois de uma Festa como Pentecostes, bem poderíamos ter um dia de descanso. Por que fizemos este esforço? O que nos cativa e anima? O que nos une? Creio que viemos aqui, porque na nossa vida aconteceram experiências que foram tão importantes e valiosas, que nos marcaram e deram uma direção à nossa vida. Qual foi esta experiência? 

A resposta – a Fraternidade para mim

Tento responder esta pergunta muito pessoalmente, quase fazendo uma revisão da minha vida. Mas, nós precisaríamos ouvir mais testemunhos. Porque quanto mais obtivermos testemunhos, tanto mais se tornará claro o que nos une e o que nós presbíteros buscamos e encontramos na Fraternidade.

A primeira vez que ouvi falar de Carlos de Foucauld, foi num retiro no seminário, em 1962. Não lembro mais nada, a não ser o nome. Mas logo depois ouvi este nome de novo. Ouvi falar dos irmãozinhos de Jesus que eram motorista de táxi, pescadores no mar, das irmãzinhas, que trabalhavam em hotéis e restaurantes lavando pratos. Isto me chamou atenção. Tive vontade de conhecer estes homens e estas mulheres que viviam a vida religiosa de uma maneira nova e diferente o que não se espera de uma vida religiosa. Mas ao mesmo tempo o testemunho de sua vida me empolgou e eu seria capaz de fazer o mesmo. O estilo de vida destes homens e mulheres encontrou um eco em mim. Identifiquei-me. Porque também eu, como seminarista, estava procurando naquele momento uma maneira de como seguir Jesus Cristo e um caminho como servir à Igreja. Era o tempo da preparação e do começo do Concílio Vaticano II. Existiam muitas expectativas de uma Igreja renovada, menos clerical, mais aberta para o mundo.

· O que me empolgou foi o testemunho da fé, a autenticidade do estilo de viver a fé.

· A busca de novos caminhos na Igreja.

· Vontade de experimentar coisas novas, de dar uma resposta à vida e ao mundo atual. 

Pouco tempo depois recebi no seminário visita de um jovem e uma jovem. Eles apresentaram-se como pessoas da família de Carlos de Foucauld. Não sabia quem eram, só muito mais tarde descobri os seus nomes. Eram pessoas que se destacaram na família espiritual de Ir. Carlos. Até hoje desconheço como e porque eles chegaram a mim e de que maneira eles conseguiram encontrar o meu endereço. Mas este contato pessoal, o interesse que os dois demonstraram, o seu testemunho contagiante de pessoa para pessoa, afinal a sua visita foi muito importante para mim. 

Naquele tempo começou a ser editado o primeiro número de uma revista da família espiritual de Carlos de Foucauld “Mitten in der Welt” (“No coração do mundo”), revista que devorei. Um número foi sobre o deserto. A palavra de Oséias: “eis que eu mesmo a seduzirei, conduzi-la-ei ao deserto e falar-lhe-ei ao coração” (Os. 2.16) foi dita para mim. Até hoje esta palavra me queima no coração. 

Aí foi que comecei a debruçar-me sobre Ir. Carlos, lendo varias das suas biografias e também os seus escritos. Li os livros de René Voillaume: “Au coeur des masses” (“Fermento na massa”) e “Caminhos dos Homens”. Estas leituras tinham o efeito de deixar-me entusiasmado. Ir. Carlos era uma pessoa diferente, o seu amor incondicional a Jesus Cristo, a sua autenticidade. Ele já tinha vivido o que eu ainda procurava viver. Aqui eu encontrei a resposta das minhas buscas, o que queria viver:

· Amar – eu tinha uma vontade louca de amar, um amor afetivo, com todos os meus sentimentos, com todo o meu coração. Muito mais tarde consegui entender a diferença entre amor-eros e amor-ágape. 

· Jesus – Jesus trabalhador, carpinteiro – sua vida simples e escondida em Nazaré – eu procurava viver uma vida assim, a simplicidade já a tinha descoberto nos escoteiros – mais tarde descobri o significado da encarnação – Jesus encarnado uma visão de um Deus diferente. 

· Os pobres – também foi algo com o quem me identifiquei – havia vivido a experiência da guerra na minha infância – estar com os esquecidos – perseguidos – injustiçados – não compreendidos.

· O último lugar – lugar de servir e não ser servido – nunca tive uma atitude de subir na vida – de ser importante – de me mostrar.

· A oração – a contemplação – para mim sempre foi importante – vontade de ser sábio, de entender as coisas, de ter uma visão profunda sobre a vida – hoje entendo contemplação como vida na escuta e diante de Deus.

· A Eucaristia – o amor até o fim – a doação de si mesmo – a entrega da vida – a prática do goël (do resgate) – o cordeiro, servo de Iahweh que carrega o peso dos outros. 

· A fraternidade universal – ser irmão de verdade – também foi uma experiência dos escoteiros de viver em grupo, de ter amizade – e mais tarde a experiência se repetiu no navio, de formar uma “crew “(galera) – hoje entendo que ser irmão é aceita-lo como ele quer ser e querer ajudá-lo a realizar seus sonhos.

· O trabalho manual – conheci os padres operários e queria trabalhar como eles.

Ir. Carlos me inspirou, eu me identifiquei com sua pessoa e com sua proposta, com seu estilo de vida, uma vida autenticamente evangélica no seguimento de Jesus Cristo. Como ele eu quis “Gritar o Evangelho com a vida”, não apenas com palavras. Eu queria viver uma vida assim. 

Naquele tempo me coloquei a questão de ingressar na Fraternidade dos irmãozinhos de Jesus. Já foi no fim dos meus estudos. Visitei a fraternidade dos irmãozinhos em Gleisdreick, na cidade de Düsseldorf. Ir. Miguel, um francês, me acolheu com muito carinho e fiquei um fim de semana com os irmãos. Ao mesmo tempo a aventura “Brasil” também foi um chamado forte. No fim cheguei à conclusão: imitar Jesus no caminho de Ir. Carlos no Brasil, na diocese de Rondonópolis – MT, como padre. Em 1972 por ocasião da minha primeira visita a Alemanha, fiz o mês de Nazaré e no fim fiz o compromisso. Foi um ato muito importante para mim, porque a partir desse momento eu me comprometi com a Fraternidade Sacerdotal e com os irmãos. A Fraternidade se tornou uma prioridade. 

Havia chegado ao Brasil com sonhos. Nunca quis assumir uma paróquia, quis viver uma vida inserida no meio do povo, quis trabalhar no corte de cana. Mas a realidade era diferente. Não houve jeito. Tive que começar a minha vida presbiteral no Brasil como pároco. (Agora a mesma história repetiu-se com Pe. Ilson, padre jovem da nossa diocese, que quis viver sua vida presbiteral como trabalhador). A realidade condiciona. É verdade isto? Como pensar? A realidade é mesmo mais forte do que os nossos sonhos? Até onde é bom realizar os seus sonhos e onde é preciso obedecer e aceitar um projeto de vida, que é imposto por uma autoridade? Sujeitar-se a uma autoridade, isto significa ser infiel a si mesmo e ao seu projeto de vida? No meu caso travei uma luta para conseguir harmonizar realidade e sonho (ideal). Deu o que deu. Aceitei ser pároco. Hoje me sinto um funcionário da Igreja. Sinto-me exatamente nas circunstâncias e no lugar aonde nunca quis ir. A pergunta que me faço a mim mesmo: Fui infiel a mim mesmo? 

Durante longos anos fui um membro isolado, não tinha uma fraternidade. Talvez por causa disso, a Fraternidade foi muito importante para mim. Creio, que não faltei a nenhum encontro, mesmo precisando viajar do Mato Grosso para São Paulo, Rio, Bahia etc. A Fraternidade se tornou uma inspiração. 

Resumindo o que quis dizer.

Cheguei à Fraternidade, conduzido e iluminado pelo testemunho de vida de Ir. Carlos. A minha vida foi fortemente marcada pela pessoa de Ir. Carlos e pelo testemunho de sua vida. É esta a minha contribuição que tento dar à nossa Fraternidade Sacerdotal.

Sei que outros padres chegaram à Fraternidade por outros motivos. Foi o caso do Pe. Michel Pinchon, meu assistente, como responsável geral. O motivo de Michel engajar-se na fraternidade não foi no início Ir. Carlos, que ele não conheceu, mas a busca de um grupo de oração.

Seria interessante ouvir cada um de nós e conhecer os motivos de cada um para saber o que está buscando, o que quer viver. Esta escuta nos poderia ajudar a reafirmar o que é importante para a Fraternidade no Brasil hoje. Muitos de nós ouvimos o testemunho de vida do Pe. Mariano Puga, nosso atual Responsável Geral. Creio que a história de sua vida nos falou alto. Além de Mariano Puga existem entre nós muitos outros padres com uma vida autenticamente evangélica. 

Qual o nosso ideal que queremos realizar? O que significa a Fraternidade para nós? O que nos anima a participar? Até que ponto estamos comprometidos com a Fraternidade ou concretamente com os irmãos? 

O Pierre Cimetière, o “vieux frère”, um dos fundadores da Fraternidade dizia: “La fraternité c’est la vie des prêtres”, “a fraternidade é a vida dos padres”. Para conhecer a nossa identidade é preciso constantemente auscultar o projeto de vida dos que se engajaram.

Identidade e fidelidade ao engajamento 

O que caracteriza a nossa vida são os nossos meios. 

· Diariamente a adoração diante da eucaristia – a fidelidade em fazê-la, talvez seja o mais difícil. 

· Mensalmente o dia do deserto – o desafio consiste em dar um dia por mês exclusivamente a Deus.

· Mensalmente o dia da fraternidade – só quando motivados conseguiremos encontrar-nos em fraternidade. 

· A revisão de vida – precisa coragem, transparência e penso que muitos não sabem como fazer na pratica.

· O compromisso com os pobres – talvez é a característica mais forte da Fraternidade do Brasil.

A nossa ajuda às Igrejas locais

Pe. Ernanne colocou duas perguntas (1) a nossa identidade (2) a nossa ajuda. Será uma conseqüência da nossa identidade. Se não sei quem sou, também não consigo relacionar-me com outras pessoas e se não consigo relacionar-me com outras pessoas também não consigo relacionar-me com o próprio Deus e nem com a natureza.

Qual a nossa contribuição para as Igrejas locais? Em que podemos ajudar-nos entre nós e em que podemos ajudar o nosso presbitério?

Lembro de um encontro em Barueri, em 1982. Arturo Paoli, irmãozinho do evangelho, falou sobre esta questão. Ele fez a seguinte pergunta: Seria preciso termos como Fraternidade uma linha comum de ação? Algumas metas (por exemplo: as CEBs, uma Igreja mais profética, menos clerical e mais audaciosa, os pobres), que seriam assumidas pela Fraternidade? Ou bastaria simplesmente o testemunho de uma vida fraterna, do nosso jeito de ser e de viver como irmãos de verdade, sem grandes organizações ou projetos? Arturo achou que esta segunda possibilidade estaria mais de acordo com a espiritualidade da nossa Fraternidade. 

Em que os padres da Fraternidade podem contribuir para o seu presbitério? Não como projeto da Fraternidade, mas como espiritualidade de cada um: 

· Ter uma vida autenticamente evangélica. 

· O testemunho de viver como pobres. 

· Ter uma cabeça aberta. 

· Não recair no clericalismo. 

· Não voltar à grande disciplina. 

· Não ter medo de enfrentar as grandes perguntas atuais

· Lutar contra a exclusão e a pobreza.

· Promover a justiça. 

· Contra o materialismo prático e o consumismo.

Dentro da Igreja: 

· Avançar na questão ecumênica. 

· Em favor da ordenação dos “viri probati”

· Promover os direitos da mulher na Igreja. 

· Defender a criação, encarar a questão ecológica.

Ir. Carlos é uma força renovadora não porque isto seja a sua intenção, mas é conseqüência da autenticidade e da coerência de sua vida. Ele é luz e a luz simplesmente brilha, orienta e atrai.

 

3. ENCONTROS REGIONAIS

 

1 Região Sul 

Surpresas das Férias de Páscoa

 

Neste ano, só pude tirar alguns dias de férias após a Páscoa. Ao chegar em Porto Alegre, fui direto ao Hospital Mãe de Deus fazer uma visita ao querido amigo Dom Paulo Moretto, bispo de Caxias do Sul. Sofreu grave acidente automobilístico, em meados de março. Está lentamente recuperando a memória. Rezemos por ele. É grande amigo e incentivador da fraternidade.

 

O mês transcorreu num instante. Além das visitas aos familiares, não tive como recusar orientar um retiro para os vinte e quatro estudantes de filosofia e teologia de Santa Maria. Assim pude reatar relações com os futuros padres da minha diocese e incentivá-los para que doem alguns anos a serviço da Igreja-Irmã de Roraima. Acho natural que os padres novos nos precedam em generosidade e coragem para enfrentar os novos desafios tanto no âmbito diocesano como na missão “ad gentes”.

 

Momento de especial alegria pascal foi o dia da Fraternidade no recém inaugurado Seminário maior de Cachoeira do Sul, com sede em Santa Maria. Além  Pe Vicente de Lima, atual reitor, estiveram presentes os padres Ireneu, Carlos, Jair, Dalvino, da diocese de Santa Maria. De Porto Alegre vieram os padres Moacir, Antônio e Maurício, responsável da região sul. A partilha foi longa, pois fazia bom tempo que não nos encontrávamos. Mais uma vez pude experimentar o quanto a fraternidade cria laços de sólidas amizades. “Amizade é uma espécie de amor que não morre nunca” costumava dizer o poeta-filósofo gaúcho Mário Quintana. Apesar da distância, não houve nada que prejudicasse o clima de confiança, sinceridade e simplicidade que marca os bons encontros. Ao meio-dia almoçamos com os doze seminaristas da diocese de Cachoeira. Eles também participaram da missa que concelebramos no fim da tarde. 

 

Espero que os encontros agendados pela Fraternidade de Santa Maria aconteçam para alegria e enriquecimento de todos. A fraternidade de Porto Alegre continua se encontrando com regularidade e fidelidade. Aliás, nunca é demais recordar que fidelidade e regularidade da parte de cada um dos membros são indispensáveis para manter uma fraternidade viva e repleta de bons frutos. “Viver em fraternidade é essencialmente “engajar-se” uns com os outros: cada um deve sentir-se responsável por todos. A fraternidade não pode atingir o seu fim a não ser quando seus membros se sentem “engajados” de foram estável”. Palavras de nosso Diretório (n.28) que incentivam exatamente a regularidade e a fidelidade aos encontros. 

 

            Surpresa maior aguardava-me em Florianópolis, onde fiz escala, para assessorar um curso para os presbíteros da arquidiocese. Encontrei uma fraternidade com seis jovens presbíteros que costuma reunir-se regularmente há mais de ano. Uma noite realizamos um encontro muito interessante. Constatei com alegria o vivo interesse deles pela fraternidade. Percebi o quanto os ajudou a leitura partilhada do nosso Boletim 109 sobre os meios da Fraternidade. Deixei com o Bizon os nomes deles para enviar-lhes o boletim. Pe Gersino Piazza é o atual responsável pelo grupo. Insisti para que alguns deles participem do nosso retiro do próximo ano. Nada melhor que o retiro para conhecer muitos dos nossos irmãos e vivenciar a espiritualidade que herdamos do Irmão Carlos de Foucauld. Sugiro ao Bizon, que numa próxima viagem ao sul, também faça uma escala em Florianópolis. De preferência depois do inverno, porque as praias da Ilha de Santa Catarina são fantásticas.

 

Para concluir, algumas pinceladas sobre a Fraternidade de Roraima e Manaus. A cada dois meses,  Pe Miguel (missionário da Diocese de Cachoeira do Sul em Roraima) e eu viajamos doze horas de ônibus para nos reunir com os companheiros de Manaus: Olindo, Ricardo, Geanfranco, Bruno, Flávio e João. O encontro sempre acontece no maravilhoso Sítio dos Diáconos, de terça após o almoço, até quarta ao meio-dia. Passar a noite no local do encontro ajuda muito na convivência e possibilita também momentos mais prolongados de oração. Além disso, cada um pode revelar também seus dotes culinários.

 

Abraço os leitores e leitoras deste boletim com afeto de irmão menor no Amor do Bem Amado Irmão e Senhor Jesus.

 

Pe Edson Damian

 

 

2 Região Centro–Oeste

 

Nos dias 09 a 11 de junho, no Centro Dom Fernando Gomes, em Goiânia, realizou-se o retiro dos membros das Fraternidades Sacerdotais da Região Centro-oeste. Éramos 15 padres provenientes de Mato Grosso (Rondonópolis e Barra do Graças), Goiás (Goiânia e Goiás) e Brasília. Estavam também conosco duas das Irmãzinhas da Fraternidade de Goiânia. O retiro ofereceu oportunidade para oração pessoal, adoração, deserto e algumas reflexões, em três momentos:

-         análise da conjuntura nacional;

-         uma síntese da assembléia da CNBB, em Itaicí, sobretudo das Diretrizes da ação evangelizadora da Igreja do Brasil;

-         uma meditação sobre a Fraternidade na Igreja, a Fraternidade Sacerdotal (nossas Fraternidades) e a contribuição que somos chamados/as a oferecer às nossas Igrejas locais neste campo. Saímos de Goiânia fortalecidos e desafios a uma vivência mais evangélica.

 

Pe. Ernanne

 

 

3  Região Nordeste

 

Nós da Fraternidade do Nordeste nos reunimos em Juazeiro no centro de Formação Carnaíba do sertão, nos dias 22 a 24 de julho deste, para mais um encontro com todas as fraternidades, desta vez tivemos as presenças de juazeiros que nos acolheu, Alagoinhas, Bonfim, e os da fraternidade do sul do Piauí, tivemos um total de 18 participantes incluindo dois leigos e uma religiosa. Justificaram as ausências: Salvador, Alagoas, Paraíba e Ceará. Mesmo assim o encontro foi muito positivo, sobretudo pela presença do nosso responsável nacional o Bizon, enriquecendo ainda mais o nosso encontro, falando sobre o Mês de Nazaré e das visitas que vem fazendo as diversas fraternidades do país, como também a presença dos leigos e da irmã religiosa.

O encontro começou com uma oração inicial do ofício das comunidades, na introdução como preparação ao deserto estudamos o capítulo 6 do livro “A Face Mutante do Sacerdócio”, Loyola, de Donald B. Cozzens; que fala do “Guardar a Palavra”, além de alguns textos bíblicos. Percebeu neste capítulo que é essencial na espiritualidade de sacerdote, a espiritualidade da Palavra, o que ele prega é o que ele vive, a exemplo do irmão Carlos que viveu com radicalidade, gritando o Evangelho.

A intenção primeira é mostrar que se o sacerdote for fiel à oração e a lectio divina, a escuta silenciosa da voz de Deus que lhe é revelada nos acontecimentos do dia, a guarda da palavra torna-se sua rocha de salvação, a base de vida espiritual.

Á noite assistimos ao Filme sobre o Ir. Carlos: “Frutos do Deserto, a herança de Charles de Foucauld” uma bela produção... no outro dia à noite estudamos as Diretrizes Gerais da CNBB, em transparências; tivemos adoração antes e depois do deserto.

Todos saíram contentes do encontro, tiveram oportunidade de rezar e se encontrar com os irmãos da fraternidade.

Para o próximo ano o encontro vai se realizar em Alagoinhas de 27 a 29 de julho, como o tempo é muito curto não haverá dia de deserto e uma das celebrações será na comunidade local junto com o povo e teremos um pouco mais de lazer sem faltar à oração é claro.

Até o nacional. Axé...

 

Pe. Silvano/resp. NE

 

Memória

 

Como não foi possível publicar no Boletim do período, estamos publicando agora.

Nos dias 31 de julho a 02 de agosto de 2002 realizou-se o encontro das Fraternidades da Região Nordeste, desta vez só com as duas fraternidades da Bahia (05 padres) e do Ceará da diocese da Itapipoca (04 padres). Mesmo assim foi boa oportunidade de conhecer esse pedaço do Brasil seu povo querido e acolhedor, sua belezas naturais e exótica e sobretudo encontrar nossos colegas padres.

O encontro se deu da seguinte maneira, oração da manhã, partilha e deserto. A tarde continuação da partilha de vida e experiência pastorais regionais. Na oportunidade das partilhas ouvimos o testemunho do padre prefeito numa pequena cidade do Ceará, as perseguições, ameaças de impeachment.

Tudo isso machucou, mas o que mais machucou foi a falta de solidariedade de alguns colegas padres. Hoje ele é pároco na paróquia de Mundaú, onde vive feliz com seu povo. Dizia ele “quem está lá dentro da polícia é quem sabe como é a coisa”...

Este encontro no Ceará serviu para reflexão que é preciso, integrar mais as nossas fraternidades, as distancias são enormes, mesmo assim é preciso diversificar os encontros com os mais próximos.

 

Pe. Silvano 

 

4. PROPOSTAS PARA  O “MÊS DE NAZARÉ”.

 Fundamentação

 

            A Fraternidade Sacerdotal Jesus+Caritas identifica-se por uma espiritualidade característica e os “meios” para vivê-la na realidade do padre diocesano. Um destes meios é o chamado “Mês de Nazaré”. Ao lado dos encontros mensais, do dia do deserto, do retiro anual e da oração diária diante do Santíssimo, o mês de Nazaré é um elemento básico, como experiência e ensaio, para vivenciar as propostas da fraternidade. Afirma-se que a participação no mês é imprescindível para que alguém seja membro pleno da fraternidade sacerdotal. O mês, portanto, constitui uma ideal para todos os membros da fraternidade.

 

A Realidade

 

            A afirmação, teoricamente aceita por todos, teria que ser confirmada pela realidade. Esta, porém, mostra um fato estranho: a maior parte dos membros da fraternidade nunca fez o “mês de Nazaré”, e mais ainda; não vê como alcançar a meta. Não se trata de uma rejeição da proposta. Existem, no entanto, fatores, que impedem a maior parte dos irmãos a fazer a tão desejada experiência do “Mês de Nazaré”. Será que ela pode estar ao alcance de apenas alguns avançados, ou, pelo contrário, teria que ser uma parte integral da iniciação para todos da fraternidade?

            Não é difícil descobrir as razões. Vida e atividade do padre diocesano as explicam: A participação do mês exige a ausência prolongada da paróquia, incluindo três ou quatro fim-de-semana, nos quais sempre se acumulam os principais trabalhos pastorais. Mais dias se gastam na longas viagens para chegar no local do mês. As oportunidades do mês são extremamente poucas. Não correspondem ao grande número dos interessados.

 

Propostas

 

            Estas observações recomendam uma reflexão sobre possíveis saídas do impasse. Primeiro; Repetimos uma proposta, já feita em outra ocasiões. Ela pede sejam oferecidas oportunidades para os diversos regionais, por exemplo o do Nordeste. Desta maneira podia-se reduzir a duração do “Mês de Nazaré”, prolongada também pelas longas viagens, demoradas e caras.  Os regionais representam áreas grandes com número elevado de pessoas, o que justificaria esta oferta diversificada de oportunidades para o “Mês de Nazaré”.

            Diante do universo de reuniões e encontros que o padre diocesano deve ou gostaria de assistir, a fraternidade não agüenta a concorrência se não programar-se dentro da realidade. Talvez podia-se pensar, por exemplo, que os encontros regionais se revezassem com o “Mês de Nazaré”: um ano: encontro – outro ano: “Mês de Nazaré”. Basta dar o devido valor ao “Mês de Nazaré” no conjunto dos meios da Fraternidade. 

 

            Segundo: A palavra “Mês” significa 30 dias. Mesmo não demorando o total destes dias, como na prática acontece, o “Mês de Nazaré” é problemático pela longa duração. É claro que não pode Ter uma alteração substancial. Mas poderia-se pensar em programar o “mês” duma tal maneira, que não atingisse mais que dois fim-de-semana. Neste sistema pode-se chegar a total de 19 dias, sendo dois dias para a viagem ida e volta. É preciso tirar do mês de Nazaré este aspecto do inalcançável. Um ideal que não se realiza torna-se utopia. Não podia ser o caso do Mês de Nazaré como experiência mais ampla e profunda da vida da fraternidade. Aproximando o Mês de Nazaré, com uma certa flexibilidade, à vida dos padres no tempo de hoje, poderia mudar o atual quadro: o Mês de Nazaré que não acontece “ao menos uma vez na vida” para a grande maioria, talvez poderia acontecer até mais de uma vez para alguns dos irmãos da fraternidade.

 

Fraternidade Norte Bahia/Sul Piauí

Pe. Geraldo Gereon


5. ENCONTROS DAS FRATERNIDADES

1  Mês de Nazaré

 

Alagoinhas - BA, 08 de agosto de 2003

             Querido Amigo e Companheiro,

 

         É hora da nossa segunda carta. Chegamos já no mês de agosto. Prometi enviar esta carta até no final do mês de julho... mas o trabalho um tanto excessivo me fez atrasar. Esta carta dirijo sobretudo a  vocês queridos amigos da fraternidade que já se inscreveram para a experiência do “Mês de Nazaré” no próximo mês de janeiro de 2004. Também dedico esta pequena carta a vocês que se demonstraram muito interessados mas até agora ainda não se decidiram. Tem tempo ainda para aderir mas... não esperem demais.

            Para conseguir escrever, aproveitado os momentos de graça que estou passando aqui no retiro espiritual dos padres do  Sub-Regional 7 - as dioceses de: Alagoinhas, Feira de Santana e Paulo Afonso. Somos 91, padres, diáconos e bispos, e temos como orientador nada menos do que o nosso querido Cardeal Dom Aloísio Lorscheider. É novamente um tempo favorável que nos faz muito bem. Espero que o nosso “Mês de Nazaré” também seja de grande proveito para que a nossa vida sacerdotal, nossa vida de doação ao povo de Deus, nosso compromisso com a justiça contribuam com a construção do Reino de Deus no mundo em que vivemos.

            Deus está escrevendo a sua história na nossa vida e na vida das nossas fraternidades “Jesus+Caritas”. A vida e a história são dinâmicas. Sempre há novidades e imprevistos. Assim também há mudanças para o nosso “Mês de Nazaré”. Por impossibilidade de poder realizar o evento em Fátima de São Lourenço no Mato Grosso (a casa já estava há um bom tempo comprometida com um encontro de religiosas) fomos obrigados a procurar outro canto.... e.... encontramos! Vai ser na chácara de Dom Eugênio Rixen, o bispo-companheiro de caminhada e morando em Goiás. Este contratempo nos trouxe duas vantagens; o preço que é acessível R$ 15,00 (quinze reais) a diária e a participação do próprio Dom Eugênio. Na chácara dispomos de 8 quartos de dois ou três leitos cada um.

            Penso que é oportuno publicar nesta carta a lista dos participantes até agora inscritos. São os seguintes companheiros: Dom Eugênio (GO), os Padres Antônio Alexandre da Silva (AL), Jaime Pereira (PA), Eliésio dos Santos (CE), Maurício da Silva Jardim (RS), Zacarias de Sousa Lima Neto (CE), Jailson Alves de Oliveira (BA) e Hernesto Pereira de Oliveira (PI). Estamos ainda esperando um sinalzinho de vida dos companheiros que no último retiro foram apresentados como candidatos (e se Deus quiser, ainda irão fazer a sua inscrição): o Seminarista Aírton Bezerra (MA) e os Padres Antônio Lopes (CE), Edivaldo Pereira dos Santos (SP), Francisco Lunod Pintac (BA), Júlio Antônio Rocha (MG), Paulo Crozera (SP), Valdemar Aparecido dos Reis (SP), Valdir João Silveira (SP) e Sérgio Krzywy (SP).

            Enquanto estou escrevendo, estou pensando como seria bom que os companheiros inscritos começassem a se comunicar entre si, para ir criando a partir de agora um ambiente bastante bom de amizade. Favorece com certeza uma abertura muito grande para a gente mais tarde se escutar profundamente durante a realização do “Mês de Nazaré”! 

 

para aqueles que queiram se inscrever… favor preencher e enviar essa ficha

 

Nome completo:...........................................................................................................................

 Endereço: Rua.................CEP...............Cidade:   ..UF ...............

 Telefone: (       )......... FAX: (         )...........................................................

 E-mail:....................................................................................................................................

 

Mandar esta inscrição para:

Pe. Freddy Goven;

Caixa Postal 48; 48100-000   Alagoinhas – BA

 

FAX: (75) 422-2362      ou     E-mail: freddygoven@hotmail.com

 

 

            A fim de nos preparar cada vez mais chamo a atenção para a leitura do artigo: “”Recordando a história – Aos irmãos da Fraternidade Sacerdotal do Brasil” que você encontrará no nosso próximo boletim (n° 115). Também ofereço ainda as seguintes contribuições: 

Da Mensagem do Cairo: “Apelos para o amanhã!” 4.: O Espírito da Fraternidade; B) O Mistério de Nazaré:

            4.3.: Carlos de Foucauld nos chama a viver simplesmente o cotidiano numa disponibilidade total a Deus e aos homens, e isto questiona nosso estilo de vida.

            4.4.: Ele nos chama a sermos humildemente “irmãos” em todos os aspectos da vida, a “viver entre nós como irmãos”, através de múltiplos apoios, espiritual, amigo, material, e a partilhar com os pobres e aqueles que não têm poder, mantendo relações de amizade com eles. Vivamos então o mistério da Encarnação: Deus partilhando nossa condição humana e fazendo-se pobre no meio de nós.

            4.5.: Ele nos propõe um novo caminho de missão, caminho de “presença oculta” e de testemunho onde importa mais ser do que fazer. Mas nas sociedades de hoje que, colocam em primeiro lugar a visibilidade, seria preciso talvez encontrar outras palavras para dizer que nós queremos nos misturar à vida de todas as pessoas como o fermento se mistura à massa: falar de enraizamento, de proximidade, de convivência.

Comentário de Pe. José Dílson de A. Barbosa (participante do Mês de Nazaré em Hidrolândia - 1997):

            “… momentos abençoados por Deus no convívio com meus sete irmãos, sobretudo a oportunidade de conhecê-los e tornar-me conhecido, com histórias vivas, cheias de amor de Deus. Com toda a certeza, o nosso Jesus de Nazaré está presente em muitos Josés, Pedros e Beneditos da vida, que com pura intuição, no amor solidário e às vezes na fé ingênua mas absoluta no Deus da vida, vivem a simplicidade do Deus gratuidade.

            Com o meu amor a Jesus de Nazaré, com a inspiração na vida e na mística do Ir. Carlos de Foucauld, quero, a partir desta rica experiência de oração, contemplação, deserto e convívio, tornar minha vida mais terna no convívio com minha comunidade e aprender sempre mais a amar Jesus pobre, humano e divino, singelo e firme no amor aos homens e às mulheres.

            “Estudar” e rezar o evangelho de João … foi uma alegria contagiante em todos os sete nazarenos… Foi impressionante perceber a fineza do evangelho de Jesus narrado por João… … Senti-me por vezes estar no monte Tabor, é claro, com a preocupação de descer logo para a Nazaré do cotidiano”.

Bem, vou ficar por aqui. Permaneço a teu dispor em tudo aquilo que puder te ajudar. A próxima carta enviarei no fim do mês de outubro. Vivamos na companhia e na força do Ressuscitado, nosso Bem amado Irmão e Senhor Jesus. Abraço fraterno do irmão e companheiro,   Freddy Goven.

 

2  Retiro Anual 

Caro Irmão:

 

“Na Fraternidade o Padre de Foucauld ocupa o lugar de um irmão mais velho, mas irmão de atitudes heróicas. Sua vida é entusiasmante e seu modo de ser presença de Igreja num mundo adverso é estimulante para a nossa ação pastoral... Ele não nos convida a olharmos para ele ou a imitá-lo. Ele nos convida a olhar para onde ele olha. Seu olhar está fixo em seu Bem-Amado Senhor Jesus. Neste Jesus ele vê todas as pessoas e todas as realidades da vida. Por isso é um irmão universal.”

Os Retiros da Fraternidade “não servem para a renovação apenas para a renovação pessoal de cada um, mas não são uma experiência de vida comunitária, de vida de fraternidade. Permitem que a Fraternidades e as Regiões se renovem e descubram a dimensão universal da Igreja”.

 

Retiro:            Início: 6 de janeiro de 2004, com o jantar

                        Término: 13 de janeiro de 2004, com o almoço

Tema: Espiritualidade do Padre Diocesano e a Fraternidade

Assessor: Pe. Antônio Regis Brasil – Diocese de Pelotas - RS

 

Local:Centro Pastoral Santa Fé

Via Anhanguera Km 25, 5 s/n – São Paulo - SP

Telefax. (11) 3916.6200 / (11) 3911.0191

 

Taxa: R$ 38,00 (Trinta e oito reais) a diária por pessoa, quarto duplo

          R$ 45,00 (Quarenta e cinco reais) diária por pessoa, quarto individual

 

Levar: Ofício Divino das Comunidades e Bíblia.

            Não é preciso levar roupa de cama e banho.

 

Como chegar:

Para quem vem de São Paulo:

Seguir pela via Anhangüera até o km 25, 5. Entrar à direita, saída 26B (J. Britânia / Retorno), fazer o contorno por baixo do viaduto, como voltando a São Paulo, (Placa Faculdade/Centro de Distribuição) aproximadamente 100 metros.

                     Pela Rod. Bandeirantes – Rodoanel Saída 24, sentido Anhangüera/Campinas.

 

Para quem vem de ônibus de São Paulo:

                     Tomar ônibus na Praça Ramos, linha 8622, Morro Doce (Itinerário, Av. São João, Água Branca, Francisco Matarazzo, Mercado da Lapa, Ponte Anhangüera). Descer no km 25, (Faculdade) debaixo do viaduto, voltar 100 metros, até a entrada do Centro Pastoral Santa Fé.

-        Metrô Marechal Deodoro – sair Av. S. João, tomar linha 8622 Morro Doce, mesmo roteiro acima.

-        Mercado da Lapa, linha 8050, Morro Doce. Mesmo roteiro acima.

 

Para quem vem de Campinas ou do Interior, Via Anhangüera:

                     Após o pedágio do Km 26, entrar na primeira à direita, passar por baixo do viaduto à direita, voltar pela marginal até o portão, seguir placa Faculdade. 

                     Para quem vem de ônibus, (Cristália - Via Anhangüera) descer 2ºponto de ônibus após o pedágio km 26, em frente ao Centro Pastoral Santa Fé.

 

 Pe. José Bizon


 

6. AGENDA

 

1 Retiro Anual

06 a 13 de janeiro de 2004

Local: São Paulo, SP

Tema: Espiritualidade do Padre Diocesano e a Fraternidade

Assessor: Pe. Antônio Reges Brasil

 

2 Mês de Nazaré

06 a 30 de janeiro de 2004

Cidade de Goiás - GO

Responsável: Pe. Freddy Goven e Equipe

 

3  Encontro da Família

19 a 24 de janeiro de 2004

Local: Goiás, GO

Tema: Volta as Raízes da Fraternidade

Assessor: Pe. Edson Damian

 

4 Região Sudeste

17 a 19 de maio de 2004

Arrozal, RJ

Responsável: Pe. Gildo

 

01 a 03 de dezembro de 2003

Praia da Ribeira

Angra dos Reis, RJ

Responsável: Pe. Gildo 

 

1ª quinzena de dezembro de 2003

Marília, SP

Responsável: Pe. Valdo

 

5 Região Norte

01 a 03 de dezembro de 2003

Boa Vista, RR

Responsável: Pe. Edson Damian

 

6 Equipe de Coordenação

08 a 11 de setembro de 2003

Pirai, RJ

Responsável: Pe. José Bizon

 

7 Região Nordeste

27 a 29 de julho de 2004

Alagoinhas, BA

Resp. Pe. Silvano Moura Cerqueira

 

8 Região Centro Oeste

1 e 2 de junho de 2004

Goiânia, GO

Resp. Pe. Ernanne Pinheiro

 

7-UM Livro Um Amigo 

O que ler 

 

SMITH, Huston, As Religiões do Mundo – Nossas Grandes Tradições de Sabedoria, Editora Cultrix, - São Paulo. “É um livro que se esforça realmente para se comunicar, que tenta não só penetrar no mundo dos hindus, dos budistas e dos muçulmanos, dos judeus, dos cristãos, dos taoístas e das religiões tribais, mas também construir pontes entre esses mundos e o mundo do leitor”.  

 

AMARAL AZEVEDO, Antônio Carlos do, Dicionário Histórico de Religiões, Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 2002. “Um livro de referência sobre as principais religiões e crenças do mundo ao longo de mais de 40 séculos, e de sua decisiva contribuição para o pensamento e o comportamento do homem e para a história da humanidade.”

 

JACOB ROMERO, César, Atlas da Filiação Religiosa e Indicadores Sociais no Brasil, Editora PUC/RIO, CNBB e Edições Loyola – São Paulo, 2003. “Este Atlas, com textos interpretativos, gráficos, tabelas e mais de 400 mapas do Brasil e das 16 regiões metropolitanas mais importantes, procurou identificar em que territórios e em que condições demográficas, sociais e econômicas tais transformações vêm se dando no país. Ele detalha as mudanças no perfil religioso da população brasileira, permitindo ao leitor encontrar repostas para muitas perguntas...”

 

             HORTAL S.J, Pe. Jesus, Guia Ecumênico – Estudos da CNBB n. 21, Editora Paulus – São Paulo, 2003. “Estamos certos de que esta terceira edição do GUIA ECUMÊNICO será de grande utilidade para o crescimento do Ecumenismo no Brasil. Por isso mesmo, queremos recomendá-lo a todos os que desejam aprofundar os seus conhecimentos nesta importante área”.

 

LIBANIO, JOÃO BATISTA, A Religião no Início do Milênio, Edições Loyola, São Paulo,  2002. “O surto religioso está aí. Complexo, multicolorido. Toda realidade é um desafio à nossa intelecção, interpretação. Busca-se maior clareza do que acontece para as pessoas situarem-se melhor no quadro e responderem mais consequentemente às suas provações”.

 

              SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II - ECCLESIA DE EUCHARISTIA, Sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja – Paulinas Editora, São Paulo, 2003. “O tesouro eucarístico, que o Senhor pôs à nossa disposição, incita-nos para a meta que é a sua plena partilha com todos os irmãos, aos quais estamos unidos pelo mesmo Batismo. Mas para não desperdiçar esse tesouro, é preciso respeitar as exigências que derivam do fato de ele ser sacramento da comunhão na fé e na sucessão apostólica”.

 

              WOLF Elias, Caminhos do Ecumenismo no Brasil, História, Teologia, Pastoral. Paulus, São Paulo, 2002. “A busca da unidade é uma vocação histórica de todo cristão. A teologia ecumênica tem como fim orientar os que se integram nessa busca, discernindo os sinais históricos que dificultam ou facilitam a realização do projeto divino”.