ETAPAS NO CAMINHO DA SANTIDADE EM C. FOUC. 

Etapas no seguimento nos passos de Jesus na busca de santidade

 

Momentos de graça na vida de irmão Carlos.

·      Antes de sua conversão Ir. Carlos por longas horas nas Igrejas de Paris passou a repetir: “Meu Deus, se existis, fazei que vos conheça”

·      Depois de sua conversão: “Assim que acreditei que havia um Deus, compreendi que não podia fazer outra coisa senão viver para ele”.

·      O último lugar. Numa homilia de Pe. Huvelin ele escuta: “Jesus tomou de tal maneira o último lugar, que ninguém pôde jamais tirá-lo de lá”

·      Peregrino na Terra Santa – Ali nas ruas de Nazaré ele encontra Jesus, o Filho de Deus na sua encarnação: “A existência humilde e obscura do Deus operário em Nazaré” “Não me sentia feito para imitar sua vida pública na pregação: devia, portanto, imitar a sua vida oculta do humilde e pobre trabalhador de Nazaré. E pareceu-me que nada me apresentava melhor essa vida que a Trapa”.

·      Monge Trapista com o nome de frade Marie-Alberic. Sete anos mais tarde, ao deixar a Trapa ele escreve: “Ali passei seis anos”. “Tenho sede de viver, enfim, a vida que busco há mais de sete anos, a vida que vislumbrei, que pressenti, ao caminhar pelas ruas de Nazaré, ruas que os pés de Nosso Senhor, pobre artesão perdido no desprezo e na obscuridade, pisaram”

·      Nazaré o último lugar: “Ele (Jesus) desceu com eles e foi para Nazaré”. “Por toda vida, Ele só desceu, desceu ao encarnar-se, desceu ao fazer-se filho, desceu ao obedecer, desceu ao fazer-se pobre, abandonado, exilado, perseguido, supliciado, ao colocar-se sempre no último lugar”.

“Meu Deus, não sei se é possível a certas almas, vos verem pobre e permanecerem assim mesmo ricas... ser rico, viver confortável e tranquilamente dos meus bens, (a família de Carlos de Foucauld pertencia a nobreza rica da França) sabendo que Vós fostes pobre, mortificado, vivendo com dificuldade de um ofício pesado: para mim, eu não posso, meu Deus...Eu não posso amar assim”.

·      Viver Nazaré entre os mais abandonados, seguindo seu exemplo, praticá-lo no sacerdócio. Ir. Carlos é ordenado padre quando tinha 41 anos de idade. “A vida de Nazaré é a minha vocação, mas preciso levar esta vida de Nazaré não na Terra Santa tão amada, mas entre as almas mais doentes, as ovelhas mais desamparadas”. “É preciso ir não onde a terra é a mais santa, mas onde as almas têm maior necessidade”.

·          Beni Abbés, (1901 a 1905) oásis de Argélia, (país muçulmano) próximo á fronteira com Marrocos. Ele (ir. Carlos) está decidido a “viver sozinho, como um monge, procurando conduzir almas a Jesus, não com a palavra e a pregação, mas com bondade, a oração, a penitência, o exemplo de vida evangélica, sobretudo com a presença do Santíssimo Sacramento”.

Ele recebe muitas visitas de pessoas de passagem, a quem oferece hospitalidade, de pobres, doentes e escravos, que vêm bater em sua porta. “Desde que a pequena casa está terminada, temos todos os dias hóspedes para a ceia, para dormir e para o almoço; sem contar uma velha doente que é permanente; tenho entre 60 a 100 visitas por dia”. “Quero habituar todos os habitantes, cristãos, muçulmanos, judeus, idólatras, a considerar-me como seu irmão, o irmão universal. Eles começam a chamar a casa de ‘fraternidade’, e isso me é agradável”.

  Ao mesmo tempo, Ir. Carlos percebe nestas atividades um perigo de “transformar a minha vida de monge silencioso e oculto, a minha vida de Nazaré, em uma vida de missionário. Não seguirei esta tendência. Seria infiel para com Deus, que me chamou a uma existência escondida silenciosa, e não à pregação”.

·        Tamanrasset, (1905 a 1916). Em 1903 o comandante General Henri Laperrine, antigo companheiro, convida Ir. Carlos para uma viagem ao sul do Saara. Ir. Carlos demora dois anos para decidir-se. Em 1905 escreve: “Escolhi Tamanrasset, povoado de vinte lares, em plena montanha, no coração do Hoggar e dos Dag Rali, principal tribo dos Tuaregues, afastado de todos os centros importantes...Escolhi esse lugar abandonado e nele me fixei, suplicando a Jesus abençoar essa instituição onde quero, durante a minha vida, tomar por exemplo a vida Dele em Nazaré”.

Ele propõe-se “evangelizar não com a palavra, mas com a presença do Santíssimo Sacramento, a oferta do divino sacrifício, a oração a penitência, a prática das virtudes evangélicas, a caridade fraterna e universal, compartilhando até o último bocado de pão com todo pobre, todo hospede, todo desconhecido que se apresenta e recebendo todo ser humano como um irmão bem-amado”.

Para se tornar tuaregue entre os tuaregues, estuda seus costumes e sua língua, transcreve textos em prosa e textos poéticos, provérbios, uma gramática, um dicionário tuaregue-francês. Ali encontrou, de fato, a vida de Nazaré, tão desejada.

·        Morte 1 de dezembro de 1916. “Nosso aniquilamento é o meio mais poderoso que temos de unir-nos a Jesus...quando podemos sofrer e amar, podemos muito...sentimos que sofremos, nem sempre sentimos que amamos. Mas sabemos que queríamos amar, e querer amar, é amar

 

Evangelho e Eucaristia: as fontes das quais Ir. Carlos bebeu, que transformaram sua vida e o levaram à Santidade

 

O Evangelho: “Ler e reler incessantemente o santo Evangelho para ter sempre em mente os atos, as palavras, os pensamentos de Jesus, a fim de pensar, falar, agir como Jesus, de seguir os exemplos e os ensinamentos de Jesus”.

Ir. Carlos escolhendo palavras e sentenças dos quatro evangelhos, compõe o “Modelo Único”, perfil da vida de Jesus, para ter sempre diante dos olhos o rosto de Jesus e o retrato da sua vida. Meditando os evangelhos, busca respostas às perguntas que ele se faz. O que devo fazer? Qual a vontade de Jesus para mim hoje? A leitura transforma a sua vida e ele cada vez mais se torna semelhante a Jesus.

 

Eucaristia

A Eucaristia para Ir. Carlos não é um simples culto, mas uma forma, um estilo de vida. Recebendo a comunhão, se une intimamente a Nosso Senhor Jesus, que se fez Eucaristia; cria em nós um coração novo, um coração cheio de amor. O amor de Jesus leva Ir. Carlos amar Jesus nos pequeninos, pecadores e pobres. A adoração eucarística é para Ir. Carlos o lugar onde ele recebe a força para configurar a sua vida à de Jesus.“Não há, creio, nenhuma palavra do Evangelho que tenha feito em mim uma impressão mais profunda e transformado a minha vida do que esta ‘Tudo o que fazeis a um desses pequeninos, é a mim que fazeis’. Se pensarmos que estas são as palavras da Verdade incriada, palavras da boca que disse ‘isto é o meu corpo, isto é o meu sangue’, com que força somos levados a buscar e amar Jesus nestes pequenos, nestes pecadores, nestes pobres’.”

 

Conclusão

Meditando sobre a vida do Ir. Carlos, se pode constatar; quanto mais ele avança no seguimento de Jesus, no seu amor, na sua doação, na sua bondade, e quanto mais Ir. Carlos cresce no seu amadurecimento, tanto mais ele se torna uma pessoa humana.

·      O encontro com Deus, muda por completo a sua vida.

·      Inicia a busca como seguir Deus

·      Em Nazaré se concretiza esta busca. Ele descobre: minha vocação é viver a vida oculta, dos 30 anos de Jesus em Nazaré.

·      Mas como viver isto? O seguimento de Jesus leva Ir. Carlos aos excluídos, mal amados, aos pobres, abandonados.

·      Esses pobres, ele encontra em Beni Abbés e em Tamanrasset.

·      Ele quer gritar o evangelho não por palavras, mas pelo testemunho de vida.

·      Esta opção o leva se encarnar-se, a viver a vida deles, aprender sua língua, sua cultura, sua fé.

·      Quanto mais Ir. Carlos pela oração e a eucaristia é transformado por Jesus Cristo, tanto mais se torna humano, próximo e irmão de todos.

·      JESUS AMOR