BOLETIM 168-12/2022

BOLETIM 168- DEZEMBRO 2022

Equipe de organização e redação do Boletim

 

Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Magda Melo

 

 

Colaboradores no nº 168

Pe. Carlos Roberto dos Santos

Pe. Willians Roque de Brito

Pe. Beto Mayer

Pe. Aurelio Sanz Baeza

Pe. Geovane Saraiva

Dom Eugenio Rixen

Pe. Manoel Godoy

J.L. Vasquez Borau

Magda Melo

 

 

Ilustração e capa

Magda Melo

 

 

Editoração

Magda Melo

 

 

Revisão

Pe. Carlos Roberto dos Santos

Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Pe. Willians Roque de Brito

Responsáveis da Fraternidade (CLIQUE PARA ACESSAR OS RESPONSÁVEIS) 

 

Este Boletim nº 168 é uma publicação trimestral da Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas no Brasil, e tem como objetivo criar laços entre as diversas fraternidades por meio de estudos e comunicações entre seus membros espalhados em todo o território do país.


DA REDAÇÃO

Pe. Carlos Roberto dos Santos – Goias/GO

Responsável nacional.

 

Irmãos e irmãs de todo o Brasil, a esperança nos anima neste momento. Se ainda vivemos a preocupação da Covid, já vemos a luz no fundo do túnel: a ciência vencendo as trevas da ignorância e a vacina salvando vidas. Se obscurantismo vivemos neste desgoverno nos últimos anos, a luz da democracia já deu um sinal com a eleição. Apesar dos muitos desafios e um longo caminho a percorrer, a esperança de que dias melhores virão, com trabalho, saúde, educação e direitos respeitado e liberdade democrática. O importante é acreditar que um Brasil novo, sem ódio nem mentira, é possível.

 

Vivendo o advento, preparando-nos para o Natal do Senhor, que se aproxima, o verbo esperançar nos anima na vinda/volta da justiça e da paz. E, ainda, felizes com o retiro anual presencial que acontecerá em Recife, em janeiro próximo.

 

É nesse contexto que chega em suas mãos o Boletim da Fraternidade Sacerdotal brasileira, o número 168, o terceiro de 2022.

 

Na seção Fraternidade em missão, trazemos vários textos: sobre a espiritualidade natalina, sobre a alegria dos membros da Associação Internacional Charles de Foucauld, sendo recebidos por nosso querido Papa Francisco, que fala sobre a visão, compromisso e exemplo deixado por Charles de Foucauld que transforma nossas vidas, e ainda o texto que Willians apresentou no Encontro Panamericano: Iluminações da Fratelli Tutti para a missão, com luzes que ajudam na caminhada missionaria. Na seção da Espiritualidade do irmão Carlos, apresentamos o texto Mudar, sim, e, na seção notícias, vários textos: a União de irmãos e irmãs de Jesus, El caminho del pobre Carlos e Manifesto final do encontro da família Charles de Foucauld.

 

Irmãos e irmãs, desejo um feliz Natal e um santo Ano de 2023, cheio de paz e vida plena. Inspirados no testemunho de São Carlos de Foucauld, continuemos gritando o Evangelho com a vida, seguindo o exemplo de Jesus de Nazaré, fazendo em tudo a vontade do Pai.

 

Um grande abraço a todos e boa leitura!


FRATERNIDADE EM MISSÃO

 Festa de São Carlos de Foucauld

A espiritualidade natalina

 

Celebremos Advento e Natal com Irmãozinho Carlos de Jesus[1]

 

Neste espaço de reflexão sobre a fraternidade universal, quero lembrar uma pessoa de profunda fé, que, a partir da sua intensa experiência de Deus, realizou um caminho de transformação até se sentir irmão de todos. O ideal do São Carlos de Foucauld de uma entrega total a Deus encaminhou-o para uma identificação com os últimos, os mais abandonados no interior do deserto africano. Naquele contexto, afloravam os seus desejos de sentir todo ser humano como um irmão, e pedia a um amigo: Peça a Deus que eu seja realmente o irmão de todos. Enfim, queria ser o irmão universal. Mas somente se identificando com os últimos é que chegou a ser irmão de todos. Que Deus inspire esse ideal a cada um de nós! Amém. (Francisco. Fratelli Tutti, nº 286-287).

 

Irmãozinho Carlos de Jesus contemplava a sua vida enraizada na presença de Jesus Encarnado em Nazaré. Buscava conformar-se sempre mais com Jesus. Vivia uma amizade bonita com Jesus alimentada e fortalecida pela Eucaristia, contemplação da Palavra e convivência fraterna. Carlos abraçou a espiritualidade de Nazaré, pois, como Jesus ficou escondido no meio dos Nazarenos por 30 anos, ele pensava que deveria haver um mistério e uma mística a ser descoberto nessa opção.

 

Diante da manjedoura, Carlos rezou: Leiamos sempre amorosamente o Evangelho aos pés do Bem-Amado deixando que Jesus nos fale de si mesmo. É preciso que tratemos de impregnar-nos do Evangelho de Jesus, lendo e relendo, meditando sem cessar suas palavras e seus exemplos para que eles marquem nossas vidas como a gota d’água que recai sobre uma pedra sempre no mesmo lugar. É preciso ler e reler sem cessar o Evangelho a fim de pensar, falar e agir como Jesus. Toda a nossa vida, todo o nosso ser deve gritar o Evangelho. Toda a nossa pessoa deve respirar Jesus, todos os nossos atos e toda a nossa vida devem gritar que somos de Jesus, devem ser uma imagem de vida evangélica. Toda vida deve se tornar uma pregação viva, um pequeno reflexo de Jesus, que faça ver a Jesus, algo que brilhe como uma imagem de Jesus (Ir. Carlos de Jesus).

 Como Jesus, Carlos procurava buscar sempre o último lugar entre os irmãos de Jesus que sofrem o desprezo e a dificuldade em sobreviver. Sua missão de espalhar a bondade: ser um pequeno Evangelho Vivo, através de uma presença fraterna e solidária, marcada pela simplicidade. Creio que não há palavra do Evangelho que mais transformou a minha vida do que esta: Tudo o que fizeste a um desses pequeninos é a mim que o fizestes! Se pensarmos que esta palavra é a mesma falada por Jesus quando disse: Isto é meu corpo, Isto é meu sangue, seremos levados a amar Jesus nestes pequeninos e pobres.

 Carlos ensinava: Voltemos ao Evangelho. Jesus resumiu todo o Evangelho em dois mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo. Jesus nos chama a viver a caridade na mansidão e humildade. A solidão silenciosa com Jesus fortalece nosso amor e convivência fraterna. 

Carlos de Foucauld propõe a busca do último lugar através de uma vida pobre nos passos do Jesus de Nazaré. É viver livre das cadeias da posse dos bens materiais supérfluas e desnecessárias. Um novo espírito de liberdade interior virá a partir de opções bem concretas diante dos desafios do sistema neoliberal globalizado. Constrói uma fraternidade includente de irmãos e irmãs. A pobreza solidária, uma austeridade honesta, uma solidariedade partilhada – o empobrecimento voluntário – é uma maneira de reverter a história, e orientá-la numa outra direção, desmascarando a riqueza injusta, que oferece desenvolvimento e felicidade a custa dos mais pobres.

Para o sistema neoliberal, o desenvolvimento propõe a acumulação privada do maior capital possível por parte de indivíduos, grupos, multinacionais ou Estados como a base fundamental do desenvolvimento. Para a felicidade, propõe a acumulação possuidora, individual ou coletiva, da maior riqueza possível como base fundamental da própria segurança e da possibilidade de um consumismo sempre crescente como base da própria felicidade.

 

Viver a mística do abandono hoje é viver à margem da sociedade e sentir nossa própria fragilidade pessoal, na noite escura da fé, na timidez da pobreza do amor maior. Ser fraternidade na pequenez de uma vida pobre é não adorar os sistemas e os senhores da guerra, da violência e da injustiça racial e econômica, e do fanatismo religioso. É viver de acordo com a Ressurreição de Jesus. Viver já como ressuscitado na história! É fazer a nossa parte para descer da cruz os crucificados de hoje (Jon Sobrinho).


São João Paulo II falava da contemplação como o fundamento da espiritualidade e missão de Carlos de Foucauld: A contemplação de Cristo é o dinamismo missionário da Igreja. Essa contemplação constitui a base da vida e missão fecunda de Carlos de Foucauld, imprimindo em sua vida uma tonalidade eucarística. A caridade pastoral dos seu Irmão e Senhor Jesus, recebida na vida cotidiana por meio da meditação da sua Palavra e no sacramento da sua presença real, impele-o a compartilhar a vida da Sagrada Família de Nazaré, para permanecer mais próximo do Mestre. Foi no eremitério de Nazaré que ele viveu a profunda experiência do mistério da encarnação, da qual quis falar, citando as próprias palavras da Palavra: Emanuel, Deus conosco, eis, por assim dizer, a primeira palavra do Evangelho. Estou convosco até a consumação dos séculos, eis a última.

Bento XVI na celebração da beatificação de Carlos de Foucauld falou: Demos graças pelo testemunho oferecido por Carlos de Foucauld. Com sua vida contemplativa e escondida em Nazaré, ele encontrou a verdade da humanidade de Jesus, convidando-nos a contemplar o mistério da encarnação. Nesse lugar, ele compreendeu muito acerca do Senhor, a quem desejava seguir com humildade e pobreza. Descobriu Jesus, que veio entre nós na nossa humanidade, Convida-nos à fraternidade universal, que viveu mais tarde no deserto do Saara, e ao amor, de que Cristo nos deu o exemplo. Como sacerdote, colocou a Eucaristia e o Evangelho no centro da vida, as duas mesas da Palavra e do Pão, fonte da vida cristã e da missão.

 

[1] Enviado por Padre Roberto Mayer (autor um irmãozinho)


ENGAJAMENTO FRATERNO

Em comunhão com a Trindade Santa, com Maria Mãe dos pobres e com todo o povo de Deus, nós nos consagramos em engajamento fraterno e missionário de viver como irmãozinhos e irmãzinhas da Fraternidade Missionária Carlos de Foucauld. Abraçamos o Evangelho de Jesus como nosso caminho de vida, através de nosso carisma e missão.

 

Assumimos os vínculos evangélicos baseados nas bem-aventuranças:

        uma vida pobre no Espírito

    de Jesus de Nazaré,

        uma vida fraterna na caridade da compaixão e misericórdia,

        uma vida de abandono oblativo em fidelidade à vontade do Pai e em solidariedade com nossos irmãos mais abandonados e menos amados.

 

Iluminações da Fratelli Tutti para a missão[1] 

Pe. Willians Roque de Brito

 

No dia 03 de outubro de 2020, véspera da memória de São Francisco de Assis, o Papa Francisco surpreendeu o mundo com a sua carta Encíclica intitulada Fratelli Tutti – Todos Irmãos. Nela, convocou os cristãos e toda pessoa de boa vontade a se empenharem, de coração aberto, por um ideal comum, pelo qual se possa construir laços de fraternidade e amizade social. Em suas palavras, o Papa Francisco nos recordou “como é importante sonhar juntos! [...] Sozinho, corre-se o risco de ter miragens, vendo aquilo que não existe; é junto que se constroem os sonhos” (Fratelli Tutti, n.8).

 

A fraternidade universal encontra a sua raiz no evangelho e, portanto, era desejo de Jesus. Além do evangelho, ela é iluminada na vida de muitos santos e santas, entre eles Francisco de Assis. O santo ensinou os seus confrades reconhecerem todas as pessoas como irmãos e irmãs. Além dele, o Santo Padre menciona diversos homens e mulheres que deram a sua vida pelo ideal comum de fraternidade. Nessa linha, recordou-se também de Charles de Foucauld, de quem ele afirma: “O seu ideal duma entrega total a Deus encaminhou-o para uma identificação com os últimos, os mais abandonados no interior do deserto africano. Naquele contexto, afloravam os seus desejos de sentir todo o ser humano como um irmão, e pedia a um amigo: “Peça a Deus que eu seja realmente o irmão de todos”. Enfim queria ser “o irmão universal”. Mas somente identificando-se com os últimos é que chegou a ser irmão de todos” (Fratelli Tutti, n.287).

 

1. Da colegialidade à fraternidade

Enquanto a Igreja prepara e celebra o Sínodo de 2023, o Papa Francisco a tem desafiado a passar do clericalismo à sua vocação batismal. Esse novo estilo eclesial é marcado pelo substantivo sinodalidade. Assim, a Igreja passa, em menos de um século, do Roma locuta, causa finita[2] à atitude sinodal. A partir desse novo paradigma, todos os batizados são convidados a assumir sua parte específica na corresponsabilidade na missão confiada pelo Senhor. Esse espírito ajuda a compreender como se pode evangelizar, pela vida fraterna, a sociedade atual.

 

No Concílio Vaticano II, iniciou-se a retomada do estilo colegial da Igreja, através do qual os bispos se tornavam corresponsáveis com o papa na tarefa de governar, santificar e ensinar o povo. Sobre isso, a Christus Dominus afirma: “os Bispos, participando da solicitude por todas as igrejas, exercem este seu ministério, recebido pela sagração episcopal, em união com o Sumo Pontífice e sob a sua autoridade, naquilo que se refere ao magistério e ao governo pastoral: todos unidos num colégio ou corpo a favor de toda a Igreja de Deus.” (Christus Dominus, n.3). Com essas e outras definições da missão dos bispos, o Concílio desencadeou uma profunda transformação na visão ministerial.

O mesmo concílio, porém, recordava que a Igreja era missionária por natureza e, consequentemente, todos os batizados deveriam empenhar-se para acolher e viver essa missão. Nesse contexto, surge a primeira definição positiva da vocação laical, depois de muitos séculos: “O povo santo de Deus participa também da função profética de Cristo, difundindo o seu testemunho vivo, sobretudo pela vida de fé e de caridade oferecendo a Deus o sacrifício de louvor, fruto dos lábios que confessam o Seu nome (cf. Hb 13,15)” (Lumem Gentium, n.12).

 

Dessa corresponsabilidade haurida do Concílio, de que recorda que todos os batizados sejam inspirados por Deus, faz nascer a espiritualidade sinodal. Atualmente, o Papa Francisco denomina esse paradigma pelo substantivo sinodalidade. A partir dele, reconhece-se que ministros ordenados e não ordenados são sujeitos eclesiais e, por conseguinte, responsáveis pela sua atividade missionária. Nessa Igreja, todos devem e podem escutar o Espírito Santo através do encontro, do diálogo, da comunhão e do testemunho de vida. Por isso mesmo, a sinodalidade não pode ser autenticamente vivida sem uma disposição para a comunhão.

 

Se todos são responsáveis pela missão, todos os crentes têm a graça e o dever de testemunhar o evangelho com a vida a fim de construir uma sociedade mais justa e fraterna. Essa responsabilidade mútua deve sempre se orientar para a construção de uma sociedade onde todos, unidos sob a égide de Deus, compõe a única família humana. A sinodalidade amplia para os leigos o papel da colegialidade entre os bispos, segundo sua própria vocação. Dessa mesma maneira, a fraternidade amplia para todos os homens de boa vontade a sinodalidade existente na Igreja. Pois, apesar de aberta a todos, a fraternidade só é possível mediante o empenho solidário de todos os homens. O papa recorda, enfim, que a fraternidade é um espírito concreto que nos permite reconhecer no outro a face do Deus vivo, especialmente nos crucificados e abandonados do mundo.

 

Segundo Damian, Charles de Foucauld nos oferece uma grande luz para a vivência desse espírito fraterno, pelo qual se pode anunciar o evangelho: “você quer saber o que se pode fazer pelos nativos: não é hora de falar-lhes diretamente de nosso Senhor; seria afugentá-los. É preciso confiar neles, fazer-se amigo, prestar-lhe pequenos favores, dar-lhes bons conselhos, unir-se em amizade a eles, exortá-los discretamente a seguir a religião natural, provar-lhes que os cristãos se amam... Gritar o Evangelho de cima dos telhados, não com palavras, mas com a vida” (CHARLES DE FOUCAULD apud. DAMIAN,

p.104, 2007). Entende-se, assim, que a vivência fraterna é um gesto profético e evangelizador, pelo qual aqueles que não conhecem o Senhor podem experimentá-lo na bondade de seus discípulos: “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5,20). Charles de Foucauld testemunha que o evangelho pode ser melhor acolhido muito mais pelo exemplo de vida que por palavras e altas teologias. A promoção e a vivência da fraternidade são o caminho mais atual e eficaz de evangelizar o mundo. A missão acontece mais eficazmente no exercício da fraternidade. Por isso, adentraremos acerca da melhor maneira de viver esse espírito fraterno.

 

2. Uma fraternidade sem fronteiras, sem muros e com abertura de coração

Tendo compreendido que a fraternidade só é possível através de um caminho conjunto, ela certamente concretiza e estende a espírito sinodal a todas as pessoas. O Papa Francisco afirma: “Desejo ardentemente que, neste tempo que nos cabe viver, reconhecendo a dignidade de cada pessoa humana, possamos fazer renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade” (Fratelli Tutti, n.8). Deste modo, o pontífice explicita o desejo de uma evangelização que se inicie pela cultura do encontro não de simples imposição dos dogmas da fé. É preciso reconhecer que Deus criou todos os seres humanos iguais em direitos, deveres e dignidade, chamando-os a viver como irmãos (cf. Fratelli Tutti, n.5).

 

Esta abertura, segundo o Papa Francisco, não deve ser feita aos moldes da atual economia globalizada. Segundo o pontífice, esse modelo econômico promove, financia e se apropria de conflitos locais para impor um modelo cultural único. “Essa cultura unifica o mundo, mas divide as pessoas e as nações” (Fratelli Tutti, n.12), afirma o papa, sem nenhum respeito pelas diversas identidades. Essa imposição do globalismo econômico gera conflitos e guerras em muitas nações. Nesse contexto, a política se enfraquece enquanto busca pelo bem comum, fazendo reinar o mais forte sobre o mais fraco. Esse modelo da globalização econômica não seria eficaz para evangelizar, mas descontrói a unidade e provoca contendas.

 

O papa indica que o mundo vive uma grande diminuição de consciência histórica dos males já vividos pela humanidade. Princípios causadores das guerras mundiais, que deixaram feridas e cicatrizes na humanidade estão ficando apagados. Apenas consciência histórica esclarecida colabora efetivamente para evitar o mal e buscar o sonho coletivo do bem, da paz e da fraternidade. Apesar das sombras, o missionário continua a semear, pois também “Deus continua a espalhar sementes do bem pela humanidade” (Fratelli Tutti, n.54). A experiência da pandemia do novo coronavírus, que espalhou a covid-19, recordou-nos que ninguém se salva sozinho e que a salvação é uma poesia comunitária. O pessimismo não faz parte da evangelização, pois na própria raiz, evangelho é alegria e esperança.

 

Na Fratelli Tutti, o papa recorda que existe o lampejo da bondade e da solidariedade e muitas pessoas, mesmo as não batizadas. Por causa deles e de Jesus, não se pode deixar morrer a esperança. Debaixo das asas de Deus, que cerca de cuidado toda pessoa que o acolhe, o cristão é desafiado a viver e caminhar na esperança, porque ela “é ousada, sabe olhar para além das comodidades pessoais, das pequenas seguranças e compensações que reduzem o horizonte, para abrir aos grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna” (Fratelli Tutti, n.55). A esperança, portanto, é um convite a superação das barreiras da autoproteção e da autorreferencialidade.

 

“A proposta é fazer-se presente a quem precisa de ajuda, independentemente de fazer parte ou não do próprio círculo de pertença” (Fratelli Tutti, n.81). Neste sentido, a missão precisa acontecer entre os mais pobres e fragilizados da sociedade. A verdadeira missão se deve realizar nas periferias geográficas e existenciais. Frequentar as periferias sempre será ir além da fronteira e, nisso, é que se realiza a missão Ad Gentes. Essa atuação não ocorre de forma demagógica, mas se dá na forma de uma presença física, amiga e sincera com todas as pessoas, mesmo com as que não possuem a mesma fé e até com as que nem a fé possuem.

 

3. O diálogo como forma de evangelizar e evangelizar-se

Antes do século XX, anunciar o evangelho significava impor a fé e a cultura europeia sobre os povos não europeus, até que estes fossem completamente transformados em membros da única e verdadeira Igreja de Cristo. Esse modo de pensar era explicito no axioma latino “Extra Ecclesiam nulla salus”, isto é, “Fora da Igreja não há salvação”. Acreditava-se piamente que qualquer pessoa não católica estaria fadada ao inferno, tratando a Igreja como Societas Perfecta (Sociedade Perfeita).

Apenas no início do século XX iniciou-se um processo de desenvolvimento de uma teologia mais adequada à evangelização dos povos. Tratava-se do mesmo Espírito que insuflava seus ares no coração de Charles de Foucauld, no deserto africano. O Concílio Vaticano II mudou completamente o panorama, passando a compreender que a proximidade e o diálogo são sementes potentes da evangelização. Na Fratelli Tutti, Francisco é enfático: “Aproximar-se, expressar-se, ouvir-se, olhar-se, conhecer-se, esforçar-se por entender-se, procurar pontos de contato: tudo isto se resume no verbo “dialogar”. Para nos encontrar e ajudar mutuamente, precisamos de dialogar. Não é necessário dizer para que serve o diálogo; é suficiente pensar como seria o mundo sem o diálogo paciente de tantas pessoas generosas, que mantiveram unidas famílias e comunidades. O diálogo perseverante e corajoso não faz notícia como as desavenças e os conflitos; e contudo, de forma discreta mas muito mais do que possamos notar, ajuda o mundo a viver melhor” (Fratelli Tutti, n.198).

 

A Fratelli Tutti nos convida a uma evangelização que se realize muito mais pela força do testemunho e da presença luminosa que pela influência das palavras. Já era possível retirar essa intuição em Charles de Foucauld, quando afirma a importância de “gritar o evangelho acima dos telhados, não com palavras, mas com a vida” (Charles de Foucauld). É preciso “dar-se totalmente a todos para dá-los todos a Jesus, prestando todos os serviços possíveis, afetuoso nos contatos, terno irmão para todos, a fim de levar pouco a pouco as almas a Jesus, praticando a sua mansidão” (CHARLES DE FOUCAULD apud. DAMIAN, 2007, p.105). Assim, o diálogo e o testemunho se confirmam como a mais autêntica forma de missão no século XXI.

A partir do diálogo e da abertura de coração ao outro, o cristão poderá estabelecer a cultura do encontro proposta pelo papa na encíclica sobre a amizade social. “Irmão Charles está convencido de que a conversação aproxima as pessoas, supera divisões, facilita e possibilita a amizade” (MIGUEL SAVIETO apud. AZEVEDO, 2022)

Evangelizar no estilo proposto por Francisco significa superar o globalismo que impõe uma cultura dominante. A Fratelli Tutti diz que é possível semear o evangelho ao reconhecer o que há de belo e verdadeiro nas culturas locais. Essa postura não é nova, mas é uma herança de São Justino, que através do conceito Semina Verbi reconhecia a manifestação de Cristo em toda cultura. O papa recorda que a valorização do outro gera uma amizade verdadeira capaz de entender que, pela bondade, o poder de Deus age na vida cristã e convida as pessoas a se admirarem de tal modo que possam vir a reconhecer e louvar o próprio Senhor (cf. Mateus 5,20).

 

A construção dessa amizade que evangeliza é o reconhecimento de que a unidade é superior ao conflito e à imposição (cf. Fratelli Tutti, n.244). Portanto, faz-se necessário compreender que o culto sincero a Deus não deve ser portador de discriminação, ódio e violência. Pelo contrário, tais realidades só ofuscam a visão autêntica do bom e amado Senhor Jesus, pois “quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 João 4,8), pois quem ama a Deus deve também amar o seu semelhante. “Com efeito, Deus todo poderoso não precisa ser defendido por ninguém e não quer que seu nome seja usado para aterrorizar as pessoas” (Fratelli Tutti, n.285).

 

4. A imagem do Bom Samaritano: um estranho no caminho

Antes de iniciar qualquer reflexão, é preciso lançar um olhar pessoal sobre essa parábola tão provocadora. Portanto:

 

Um doutor da Lei se levantou e, querendo experimentar Jesus, perguntou: “Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?” Jesus lhe disse: “Que está escrito na Lei? Como lês?” Ele respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com todo o teu entendimento; e teu próximo como a ti mesmo!” Jesus lhe disse: “Respondeste corretamente. Faze isso e viverás”. Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” Jesus retomou: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o quase morto. Por acaso, um sacerdote estava passando por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e moveu-se de compaixão. Aproximou-se dele e tratou-lhe as feridas, derramando nelas óleo e vinho. Depois colocou-o em seu próprio animal e o levou a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou dois denários e entregou-os ao dono da pensão, recomendando: ‘Toma conta dele! Quando eu voltar, pagarei o que tiveres gasto a mais’. Na tua opinião – perguntou Jesus –, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze tu a mesma coisa”. (Lucas 10,25-37)[3]

 

O Papa Francisco recorda, a partir dessa passagem, o relato de Caim e Abel. Naquela ocasião, a pergunta de Deus ressoou aos seus ouvidos: “onde está o seu irmão?” A esta pergunta, Caim respondera “acaso sou eu o guarda do meu irmão?” (Gênesis 4,9). Vê-se, aqui, a indiferença cultivada Caim, sem perceber o mal do fratricídio que cometera.

 

Não é de sempre que o amor ao próximo significou algo superior à família ou aos compatriotas (cf. Levítico 19,18), ainda que houvesse elementos de abertura em suas entranhas (cf. Sirácida 18,13). Na parábola do bom samaritano, homem de cultura considerada pagã para os judeus de hierosolimitas, fez a experiência de extrapolar os limites. Ele tomou a iniciativa, aproximando-se do homem que estava ferido e abandonado. Ali, revelou que para ser próximo não precisa ser compatriota, muito menos parente. Jesus apresenta a proximidade que não espera a iniciativa alheia, mas tem a coragem de primeirear. Nesse contexto, a Fratelli Tutti retoma uma intuição importante, já apresentada na Evangelii Gaudium: “A Igreja ‘em saída’ é a comunidade de discípulos missionários que ‘primeireiam’, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam. Primeireiam – desculpai o neologismo –, tomam a iniciativa! A comunidade missionária experimenta que o Senhor tomou a iniciativa, precedeu-a no amor (cf. 1 Jo 4, 10), e, por isso, ela sabe ir à frente, sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. Vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia infinita do Pai e a sua força difusiva. Ousemos um pouco mais no tomar a iniciativa!” (Evangelii Gaudium, n.24)

 

Apesar do princípio vital de fraternidade ser prevalente nas primeiras comunidades, Paulo precisou exortá-las a não o esquecer, convidando-as a terem caridade mútua, estendendo-a até mesmo para os gentios: no amor “não se faz mais distinção entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro, cita, escravo, livre, porque agora o que conta é Cristo, que é tuto e está em todos. Portanto, como eleitos de Deus, santos e amados, vesti-vos com sentimentos de compaixão” (1Tessalonicenses 3,11-12). Foi essa a compaixão experimentada pelo samaritano. O Papa Francisco destaca que ele ofereceu seu tempo ao ferido. Talvez possuísse planos de aproveitar seu dia de outras formas, mas dedicou um momento de atenção a quem precisava. (cf. Fratelli Tutti, n.63)

Através desta parábola, o Papa recorda que é impossível ser Igreja e simultaneamente ser indiferente a dor dos pobres, marginalizados, explorados e esquecidos. Pois, se alguém diz amar a Deus a quem não vê e odeia o seu irmão a quem pode ver, é mentiroso (cf. 1João 4,20). A indiferença é, talvez, a forma mais sutil desse ódio. “Vemos como reina uma indiferença acomodada, fria e globalizada, filha duma profunda desilusão que se esconde por detrás desta ilusão enganadora: considerar que podemos ser omnipotentes e esquecer que nos encontramos todos no mesmo barco. Esta desilusão, que deixa para trás os grandes valores fraternos, conduz «a uma espécie de cinismo. Esta é a tentação que temos diante de nós, se formos por este caminho do desengano ou da desilusão. (…) O isolamento e o fechamento em nós mesmos ou nos próprios interesses nunca serão o caminho para voltar a dar esperança e realizar uma renovação, mas é a proximidade, a cultura do encontro. O isolamento, não; a proximidade, sim. Cultura do confronto, não; cultura do encontro, sim” (Fratelli Tutti, n.30). Da mesma maneira, citou São João Crisóstomo que dizia: “Queres honrar o corpo de Cristo? Não permita que seja desprezado nos seus membros, isto é, os pobres que não têm o que vestir, nem o honres aqui no templo com vestes de seda, enquanto lá fora o abandona ao frio e à nudez” (Fratelli Tutti, n.74). Trata-se, portanto, não apenas de acolher o pobre pelo pobre, mas de acolher o Cristo em sua pessoa.

 

Ao examinar esse texto, Francisco nos recorda que “a proposta é fazer-se presente a quem precisa de ajuda, independente de fazer parte ou não do próprio círculo de pertença” (Fratelli Tutti, n.81). Nesse sentido o texto nos ajuda a entender que o Samaritano foi aquele que se fez próximo. A grande questão é deixar de lado a indiferença, fazendo-nos próximos a quem quer que seja. Esta proximidade pode acontecer em muitos ambientes: nas relações cotidianas, num sorriso singelo e afetuoso, na participação dialogal no debate político, nas organizações populares etc. Assim, já não se pergunta mais se existe um próximo a quem ajudar, mas procura-se aproximar daqueles que necessitam. Segundo o papa Paulo VI, na Evangelii Nuntiandi, “o testemunho de uma vida autenticamente cristã, entregue nas mãos de Deus, numa comunhão que nada poderá interromper, e dedicada ao próximo com um zelo sem limites, é o primeiro meio de evangelização” (Evangelii Nuntiandi, n.41).

Conclusão

A Fratelli Tutti nos ensina que não se pode sonhar sozinho, faz necessário o encontro, o diálogo, a abertura de coração. A evangelização e a renovação do mundo não se operam pela força dos argumentos nem pela apresentação de uma sociedade perfeita que se constrói apenas com a apresentação de um ideal. Apenas no sonho comum de amizade e fraternidade é que se pode construir a justiça, que tem como consequência a paz. Trata-se do que os missiólogos brasileiros têm denominado de missão Inter Gentes – com os povos. O testemunho evangélico de quem gasta a sua vida pelo bem, por amor a Deus e ao próximo, é a forma mais atual de gritar o evangelho sobre os telhados. Acima dos argumentos está o amor, que é o vínculo que conduz tudo à perfeição (cf. Colossenses 3,14). Sem ele, toda obra seria inanimada.



Por fim, como o amor é uma lei feita para que cada pessoa possa se extasiar quando o pratica, ele pode gerar intimidade e laços tão fortes que se originem processos de transformação, acrescentando experiências ricas e oportunas ao ser e ao agir eclesial. Diante da prática do amor o evangelho é anunciado, silenciosamente, mas com potência total, onde até mesmo certos dogmas podem ser relativizados. Tudo isso porque o ideal comum é superior a confrontação. Fazer-se próximo, amigo, fraterno é a grande obra de evangelização capaz de abrir os corações no século XXI. E isso já era intuído pelo irmão Carlos desde o início do século passado. É urgente uma evangelização que brote do testemunho cristão, pois “o ouvido vê através do olho e o olho escuta através do ouvido” (Santo Agostinho). Por isso, é preciso “gritar o evangelho com a vida” (Charles de Foucauld), pois os olhos são capazes de abrir qualquer ouvido ao chamado de Deus.



[1] Artigo escrito por padre Willians Roque de Brito, presbítero diocesano incardinado à diocese de Marília, estado de São Paulo, Brasil. Padre Willians reside em Marília e possui bacharelado em Filosofia e Teologia pela Faculdade João Paulo II (FAJOPA). É pós-graduando em Missiologia, na mesma instituição. Além disso, é tesoureiro nacional da Fraternidade Sacerdotal Jesus + Caritas do Brasil e responsável pela Região de São Paulo.

[2] Ditado antigo utilizado pelos papas Inocêncio I e Alexandre VI para expressar a autoridade incontestável de suas decisões. (Trad. Própria: Roma falou, caso encerrado).

[3] Bíblia Sagrada, tradução oficial da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).


Oração ao Criador

 

Senhor e Pai da humanidade, que criastes todos os seres humanos

com a mesma dignidade, infundi nos nossos corações um espírito fraterno.

Inspirai-nos o sonho de um novo encontro, de diálogo, de justiça e de paz.

Estimulai-nos a criar sociedades mais sadias e um mundo mais digno,

sem fome, sem pobreza, sem violência, sem guerras.

Que o nosso coração se abra a todos os povos e nações da terra,

para reconhecer o bem e a beleza que semeastes em cada um deles,

para estabelecer laços de unidade, de projetos comuns, de esperanças compartilhadas. Amém

Papa Francisco – Fratelli Tutti, n.287


DA ESPIRITUALIDADE DO IRMÃO CARLOS


Mudar, sim! - Pe. Geovane Saraiva[1]

 

Nada de vaidade, de presunção ou mesmo de opinião excessivamente elevada e pretensiosa quanto à canonização do Padre Charles de Foucauld, na sua inspiração divina, ao afirmar que gostaria de ser bom, para que se pudesse dizer: “se assim é o servo, como não seria seu mestre?” (cf. Fontes Foucauldianas). A imagem viva do amor por Jesus ele a encontrou, quando na palavra do sacerdote Pe. Hivelin, ao pedir-lhe uma orientação que fosse plausível a respeito de Deus, em outubro de 1886, aos 28 anos de idade. 

 

Mudar, sim, no seu exemplo de vida, a partir daquela feliz circunstância, decisiva em sua vida, repetida e incontáveis vezes por ele: “Quando acreditei que existia um Deus, compreendi que não podia fazer outra coisa, que não fosse viver somente para Ele” (Fontes Foucauldianos). Mudar, sim, no sentido de aprender e com ele para melhor se perseguir seu ideal de vida, a conversão do coração, mas na compreensão dos nossos Tuaregues hodiernos, na esperançosa confiança no bom Deus, a que penetrou no mais profundo de sua alma, numa súplica universalmente aberta e acolhedora.

 

Mudança, pela espiritualidade de Charles de Foucauld, aquele que foi seduzido pelo amor de Deus, ao confessar seus pecados e sentir uma indizível alegria, a mesma alegria do filho pródigo. Mudança pelo desafio de acreditar e concordar com a mística cristã, no amor dele por todos, indistintamente, sempre de braços abertos para pessoas boas e não boas. Deus quer, através de São Charles de Foucauld, canonizado aos 15 de maio de 2022, que não nos afastemos do eixo de seu legado e itinerário espiritual: o da conversão permanente, da Eucaristia como centro, a oração do abandono, a busca do último lugar, sem esquecer do Evangelho da Cruz (cf. Espiritualidade para nossos tempos, Edson Damian, Paulus, 2009).

 

O Deus que lhe falou na sua incredulidade, indiferença e egoísmo, caindo nas mãos divinas, sendo arrebatado e seduzido por Jesus de Nazaré, que se tornou o único e maior tesouro de sua vida. Mudança, numa palavra, de ânimo levantado e para cima, mas na mais viva esperança de vermos novas todas as coisas (cf. Ap 21, 5), ao mesmo tempo agradecidos ao bom Deus pelo dom da vida do Irmão Carlos de Foucauld – místico, referencial e patrimônio espiritual para a nossa civilização cristã, na experiência do absoluto de Deus.

 

Em São Carlos de Foucauld, Deus quer se manifestar, abrindo caminhos, animando-nos com o alimento e com a água verdadeira, que, com seu próprio exemplo, faça jorrar água das pedras ou dos rochedos dos corações humanos, matando a fome e a sede de sua esposa sedenta: a Igreja. Na caminhada pelos nossos desertos da vida, não prescindir dos ensinamentos metafóricos da caminhada do povo, também jamais preterir do irmão universal, Charles de Foucauld. 

 

Que o Reino de Deus, na sua universalidade, anunciado e testemunhado pelo Irmão Carlos de Foucauld, ao quebrar crosta de veladas fronteiras e barreiras existenciais, mesmo na imaginação, nas convicções e no intolerante silêncio de irmãos e irmãs na fé, jamais seja causa de empecilhos, mas que facilite como um farol a iluminar a existência humana.

 

[1] Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).


NOTICIAS

União dos irmãos e irmãs de Jesus[1]

Rua Notre dame des Champs 75006 Paris

 

Nosso irmão mais velho, Carlos de Foucauld, canonizado Grupo União

 

Pentecostes 2022

Porque amamos “Carlos de Foucauld”, dizia um artigo escrito por uma filósofa ateia que se converteu, tinha desejado tornar-se simplesmente assistente social com duas companheiras na periferia de Paris; participava das reuniões do grupo “União” na casa de Massignon. Foram ajudadas para não permanecerem leigas, tornando-se religiosas, “irmãzinhas”; Madeleine Debrel tinha dito com firmeza: “basta-nos o Evangelho”. Sua causa de beatificação já foi introduzida, acaba de ser declarada “venerável”. Carlos de Foucauld foi declarado “venerável” já faz quase um século.

 

Porque amamos Carlos de Foucauld, canonizado num dia de muito sol na Praça de São Pedro em Roma, dia 15 de maio de 2022? A cerimônia foi muito diferente do dia da beatificação, em 13 de novembro de 2005 dentro da basílica, uma beatificação com muita pompa, mergulhada em muito enfeite e ao som de órgãos; e a presença, no conjunto, de dois Tuaregues que tinham sido levados até lá. Foucauld, até então, era celebrado como monge e, no entanto, tinha sido até sua morte um simples padre secular da diocese de Viviers, ordenado padre pelo bispo da diocese do Saara.

 

Confraria (ou Sodalício) fundada em 1909 por São Carlos de Foucauld

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O GRUPO UNIÃO - SODALÍCIO


O Grupo União Carlos de Foucauld

 

O coordenador geral e os coordenadores das línguas alemã, catalã, coreana espanhola, francesa, italiana, portuguesa. Coordenador da língua francesa: union_foucauld@orange.fr

 

“FOUCAULD É O CAMPEAO DA DESINSTALAÇÃO”

 

Membro da União-Sodalício, confraria fundada por Carlos de Foucauld em 1909, o escritor Charles Wright segue os passos do irmão universal em uma narrativa e comenta diretamente a missa da canonização transmitida dia 15/05 pela TV Francesa.

 

O que lhe seduz tanto em Carlos de Foucauld?

Charles Wright: Tenho um laço misterioso com esse homem, ele me impele. Não é passear pela santidade todos os dias! Sinto-me atingido lá dentro nos meus desejos mais íntimos, onde me habita o amor que quero levar sempre. Gosto quando nos lembra que a vida cristã é uma aventura. Não podemos nunca nos instalar, estabelecer-nos, parar, porque nunca terminaremos de aprender a amar. Foucauld é o campeão da desinstalação.

 

Qual é sua herança?

C.W.: Ele nos lega a espiritualidade da vida cotidiana. Convida-nos a sermos um “evangelho vivo”, lá onde as circunstâncias nos puseram, no âmago da condição humana. Para Foucauld a maturidade, o absoluto acontece na vida mais ordinária, mais banal: nos encontros, conversas, trabalhos de todos os dias. Lembra-nos que as coisas do espírito se manifestam discretamente, sem barulho, e nunca de maneira espetacular.

 

Qual foi, finalmente, o sentido de tudo que percorreu?

C.W.: Carlos é o padroeiro de todos que colocam a liberdade no centro do firmamento. Nunca parou de libertar-se de alguma coisa, mesmo de aspectos religiosos, no fim da vida, não dizia mais que era “monge “, mas que apresentava “um caminho novo” ou era um “missionário isolado”. Dizendo de outra maneira, um pioneiro, lançado sozinho, como que antes da missão. Bem antes dos apelos do Papa Francisco a sairmos da autoreferencialidade, ele já tinha compreendido que um grupo tem sempre a tentação de viver por ele mesmo. Foucauld é o antídoto da tentação de fazer parte de um grupo fechado, só entre si, que espreita os cristãos ocidentais que vão se tornando minoritários.

 

Como evoluiu?

C.W.: No período vivido como monge-eremita, desejava retirar-se do mundo, refugiar-se no sagrado, ficar confinado ao mundo espiritual. Mas em Tamanrasset, onde chega à plena realização, compreende que o verdadeiro culto, ao qual nos empurra o Evangelho, é o do próximo e que o transcendente é o outro. Ser discípulo de Jesus é semear a bondade, a fraternidade, a amizade na vida de cada dia.

 

A canonização, no último 15 de maio, corre o risco de diminuir a força desta personalidade?

C. W.: Sim. Existe um risco. Desde que morreu, esse maravilhoso testemunho de humanidade evangélica não parou de ser disfarçado, reduzido a banalidades, clichês, imagens. É possível que a canonização acentue esta tendência e faça dele um santo de vitrais, uma estátua de gesso. Mas isso não me inquieta, pois, um homem tão vivo não se deixará jamais fossilizar!

 

Ele é associado ao deserto. Poderia ter vivido do mesmo jeito em outra parte?

C.W.: Ao contrário da figura do eremita que aparece em muitas fotos, Carlos estava sempre caminhando pelo deserto do Saara, de um lado para outro. Gostava do deserto porque traz a existência humana vivida em graus impossíveis de serem conhecidos em outros lugares. E também porque é uma escola de purificação, de simplificação: aí aprendemos a viver com o que é essencial. Mas é bom lembrar que o deserto para Carlos não estava vazio, mas povoado de Tuaregues. São eles que davam sentido à sua vida por lá.

 

El camino del Pobre Carlos

Aurelio SANZ BAEZA[1]

 

Hoy es 9 de mayo de 2022, víspera de la fiesta de San Juan de Ávila. En Murcia celebran hoy mis hermanos sacerdotes sus bodas de diamante, de oro, de plata… Mateo cumple cincuenta años de ministerio, de servicio, y no puedo estar físicamente con él. Desde hace cuatro días padezco una lumbalgia que me ha hecho deshacer la agenda y dejar que Dios marque los caminos, los minutos, las ilusiones y, en fin, la vida de lo cotidiano. A menos de una semana de viajar a Roma para la canonización del hermano Carlos, aún está en el aire que pueda acompañar a tantos conocidos por el mundo, de las diversas fraternidades, el 15 de mayo, en la ceremonia de la canonización del hermano Carlos, con nueve bienaventurados más. Parafraseando a Margarita SALDAÑA, me siento inacabado, con objetivos sin cumplir, con esperanzas abiertas, con confianza en las personas y la bondad de Dios. La vida te da sorpresas… Tiene razón Rubén BLADES.

 

Anoche tuve la tentación de levantarme, preparar un café solemne y ponerme a escribir todo lo que hago ahora. No quise marcar mi tiempo y dejé que Dios fuera quien lo hiciera. Pensaba en “alza de la basura al pobre”, del salmo 112, que, curiosamente, coincide con el número de teléfono de emergencias, y me respondió “calla y escucha, pon alerta el corazón. Busca la paz”.

 

Es curioso que la curación de Charle, el carpintero que tuvo el accidente, un joven de 26 años en 2016, atribuida a la intercesión de Carlos de FOUCAULD, haya sido la curación de un no bautizado. El hermano Carlos, pobre misionero, fue instrumento de Dios, no un fisioterapeuta a destiempo. La misericordia del Señor se muestra en todos, tengan o no una partida de Bautismo. Afortunadamente San José es considerado patrono de los carpinteros, si no, ya le ponen el título al hermano Carlos, y habría que aumentar su lista curricular de intercesor ante el Señor y protector de los pobres humanos.

 

Quienes estamos en las diversas fraternidades inspiradas por el estilo de Nazaret sabemos bien de la santidad de este hombre desde que tuvimos conocimiento de él. Para algunos será un santo militar, para otros un santo científico, o un santo aristócrata (vizconde de Foucauld nada menos). Hay quien lo considera un santo aventurero o eremita. Otros, un monje santo del desierto. El hermano Carlos fue un convertido, un misionero enamorado de Jesús, buscador de Dios que se dejó buscar por él, y se encontraron muchas veces. Su muerte, un asesinato accidental, no programado, sin premeditación ni alevosía, entraba en el plan del Dios de lo imposible, que deshace las historias de color de rosa y los martirios vistosos y ejemplares. Manifestar a Jesús con la vida, en lo pequeño: eso lo sabemos todos. Y quizá le viene demasiado grande al hermano Carlos una ceremonia de reconocimiento de su santidad con miles de personas, medidas extremas de seguridad, protocolos establecidos, con un papa Francisco con la rodilla averiada, que reconoce en él al modelo de misionero del siglo XXI en más de una encíclica. Él es, como quería que lo conocieran, un hermano universal, y esto suena hoy casi escandaloso con el escenario de una guerra, en Ucrania, de otras guerras en África, Asia y América, de una pandemia y de un sistema que genera las grandes diferencias sociales y económicas entre unas culturas y otras, a veces usando los sentimientos religiosos como arma arrojadiza.

 

La universalidad de Carlos de FOUCAULD es poco conocida. Si hablamos de él en medios parroquiales, religiosos, poca gente ha oído hablar de él. Sí les suena algo la Oración de Abandono, esa oración del Maestro que el hermano Carlos descubre y escribe  desde el corazón de su amigo bien amado Jesús. Su último lugar está aquí y ahora, cuando hacemos cola en la caja del supermercado o en el peaje de una autopista saturada, en la paciencia ante quien nos saca de quicio y en la humildad de sentirnos pequeños e impotentes porque no podemos mejorar este mundo. El camino de un pobre, de un buscador como el hermano Carlos, está marcado por los fracasos, por la ausencia de ovejas en el rebaño de un pastor fuera de lo común, pero enriquecido por la pastoral de la amistad, de la cercanía entre seres humanos que creen en un mismo Dios desde diferentes vertientes o no creen en nada, pero tienen un corazón abierto a la bondad del género humano. Está ese camino lleno de pobres, de carentes de cariño o de salud, de recursos o de amistad. La universalidad es tenerlos a todos como hermanos, sin salvar a nadie para un modo de vida religioso. Esto ya le costó a Jesús lo suyo en la cruz.

 

El hermano Carlos canonizado oficialmente, por supuesto, nos llena de alegría, mas esa alegría del Evangelio se nos dio como regalo cuando, a través de sus intuiciones, nuestra vida se marcó por la fraternidad. Se renueva como alegría nueva cuando nos salen mal las cosas, cuando después del desierto pensamos que hemos perdido el tiempo, o salimos de la adoración con la sensación de habernos quedado cortos. Carlos de FOUCAULD nos muestra que todo ello merece la pena, que estamos en camino como pobres necesitados de Dios y de los demás, en cada Nazaret personal y comunitario.

 

Santo es quien hace de su vida una entrega por amor al Evangelio y a la fraternidad de los seres humanos, quien es misericordioso. Santo es el hermano Carlos sin que tuviera esas pretensiones ni en su infancia ni su juventud, ni en su averiada carrera militar -por tradición familiar-, ni en su etapa como científico, ni en la Trapa, ni en Nazaret como jardinero de las Clarisas, ni en Viviers, ni en Beni-Abbès ni Tamanrasset. La santidad no estaba en su búsqueda del último lugar: estaba en su amor a Jesús por encima de todo y su fe en un Dios de lo imposible; en ser pequeño entre los que no cuentan para nada en este mundo.

Esa trayectoria, ese camino que conocemos por su biografía, denota una mente privilegiada, de una gran inteligencia (ACI, lo que llamaríamos altas capacidades), un espíritu libre, pero humilde. Nunca le pareció que el lugar donde estaba era el definitivo que Dios quería para él: inquieto, pero no desorientado.

 

Que por su canonización sintamos la llamada en las fraternidades a ponernos en las manos de Dios, cada vez con mayor confianza. Qué lástima si ese reconocimiento eclesial lo confundimos con una “autocanonización” vanidosa, como un éxito de las fraternidades, como un ascenso en la consideración del resto de la Iglesia.

 

Gracias, hermano Carlos, por ser como eres, y porque tu amistad profunda con Jesús nos anima a cultivar más en profundidad nuestra amistad con los demás y con el pobre de Nazaret.



[1] El padre Aurelio SANZ BAEZA, miembro de la fraternidad sacerdotal Iesus Caritas de Murcia – Espanha.


O Papa recebe a Associação Internacional Charles de Foucauld

 

O Papa endossa o legado do 'santo do deserto'. Francisco diz: “Quero agradecer a São Carlos de Foucauld, porque sua espiritualidade me fez muito bem quando estudava teologia”.

 

“Também espero que, como o irmão Carlos, você continue a imaginar Jesus caminhando entre as pessoas, trabalhando pacientemente, vivendo no cotidiano de uma família e de uma cidade”.

 

“Quero agradecer a São Carlos de Foucauld, porque sua espiritualidade me fez muito bem quando estudava teologia”. O Papa Francisco reivindicou o legado do 'santo do deserto' durante uma audiência com membros da Família Espiritual de Charles de Foucauld, canonizado neste domingo no Vaticano.

 

Em seu discurso, Bergoglio manifestou “minha alegria pela canonização do Irmão Carlos”, a quem qualificou como “um profeta de nosso tempo, que soube trazer à luz a essencialidade e a universalidade da fé”.

 

Francisco tentou condensar o significado da fé no estilo foucauldiano em duas palavras: “Iesus – Caritas”; e sobretudo "voltar ao espírito das origens, ao espírito de Nazaré".

 

“Também espero que, como o irmão Charles, vocês continuem a imaginar Jesus caminhando no meio do povo, trabalhando com paciência, vivendo o cotidiano de uma família e de uma cidade», acrescentou o Papa, lembrando que o Senhor está feliz. que o imitemos na pequenez, na humildade, na partilha com os pobres”.

 

A pureza simples do Evangelho

“Como Igreja, precisamos voltar ao essencial, não nos perder em tantas coisas secundárias, correndo o risco de perder de vista a pureza simples do Evangelho”, insistiu Bergoglio.

 

A segunda palavra, universalidade. «El nuevo santo vivió su cristianismo como un hermano de todos, empezando por los más pequeños», destacó Francisco, insistiendo en que «su objetivo no era convertir a los demás, sino vivir el amor gratuito de Dios, poniendo en práctica el apostolado de a bondade".

 

E abrindo “as portas da sua casa para que fosse porto de todos, telhado do Bom Pastor”. «Agradeço por dar este testemunho, que tanto bem faz, sobretudo num momento em que se corre o risco de fechar-se no particularismo, de aumentar a distância, de perder de vista o irmão. Infelizmente, vemos isso no noticiário diário", enfatizou.

 

O Papa concluiu seu discurso lembrando que os livros de Foucauld o ajudaram “a superar as crises e a encontrar uma forma de vida cristã mais simples, menos pelagiana, mais próxima do Senhor. Agradeço ao Santo e dou testemunho disso, porque me fez muito bem».

 

Manifesto final do encontro da Família de Carlos de Foucauld

Encontro da família espiritual de Carlos de Foucauld

 

«ALGO NOVO ESTÁ SURGINDO, NOS DESAFIA?»

 

ÁVILA 2022

por J. L. Vázquez Borau

Postado em 13 de dezembro de 2022

 

Membros do CEHCF: Francisco, Isabel, José Luis, Julia e Álvaro manifesto final. A Família Espiritual de Carlos de Foucauld se reuniu em Ávila de 8 a 11 de dezembro de 2022 para discutir o tema anunciado, tomamos conhecimento das coisas que estão surgindo em nosso mundo hoje. Como crentes queremos nos colocar no mundo, do mundo e para o mundo, sabendo que existem desigualdades, descartes, desordens ecológicas e grande individualismo.

 

Diante dos aspectos negativos da realidade, nos sentimos chamados a ser pessoas de esperança, que assumem a vulnerabilidade e nascem das cinzas contra o otimismo ingênuo, sabendo que não há salvação fora da comunidade.

 

Sentimos que a Palavra de Deus e o testemunho de Carlos de Foucauld nos convidam a cultivar um olhar samaritano sobre a realidade, sabendo que há curvas no caminho. quedas e indecisões, mas queremos abrir portas onde há muros, construindo pontes de diálogo, convivência e amizade.

 

Descobrimos e nos alegramos com este mundo novo que está surgindo e procuramos vê-lo com os olhos de Deus, que viu que era bom e nos convida a colaborar com ele.

Perante as sombras deste mundo, comprometemo-nos a trabalhar a partir da nossa fragilidade, a caminhar com os últimos, a cultivar a interioridade e a oração.

 

Assim descobriremos os benefícios deste mundo que está surgindo e avançaremos para uma vida mais encarnada; "O que você faz a um destes pequeninos, você faz a mim" (Mt 25, 40).

 

Damos graças por este tão esperado encontro, pelo testemunho dos que nos precederam, pela convivência, pelas contribuições de tantas pessoas e pelo trabalho realizado.

 

Neste ano da canonização de Charles de Foucauld, pedimos ao Senhor que nos ajude a seguir seus passos com esperança na vida do mundo

 

AGENDA 2022 - 2023

Retiro Nacional da Fraternidade

 

Início:      03 de janeiro de 2023, terça feira às 18h, com a Celebração Eucarística.

Término: 10 de janeiro 2023, terça feira, com o almoço.

Orientador: Dom Carlos Alberto Breis Pereira (Dom Beto Breis) OFM

                  Bispo da Diocese de Juazeiro - BA

Local:       Colônia dos padres salesianos

                  Via Colônia dos Padres, s/n lote 92 - Vila Rica

                  CEP 54090-450 - Jaboatão dos Guararapes - Recife-PE

 

 

Encontros das Fraternidades por Região em 2023

Datas e local serão definidos no retiro

 

 

Retiro para Seminaristas em 2023

Data e local serão definidos nas regiões

 

Assembleia da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas no Brasil

Imediatamente após o retiro nacional em 2024, acontecerá a Assembleia da Fraternidade Sacerdotal Jesus Caritas no Brasil, a qual elegerá o novo Responsável Nacional para os anos 2024-2030.

 

 

Mês de Nazaré em 2025

Devido a eleição do responsável nacional em 2024, o conselho mudou a data do próximo Mês de Nazaré, que será de 03 a 30 de janeiro de 2025

  

 COLABORAÇÃO ANUAL

 

Lembramos aos membros das diversas fraternidades do Brasil o compromisso de colaborar financeiramente, uma vez ao ano, com 10% do seu salario mensal, para a manutenção da Fraternidade.

Calcule o valor e faça sua colaboração no Encontro Regional da sua fraternidade. No entanto, se necessário, sua colaboração também pode ser feita no Retiro Anual, com o tesoureiro da Fraternidade.

Não se esqueça de enviar comprovante ao tesoureiro nacional


Faça assinatura anual do boletim impresso

ou renove sua assinatura

 

·         O investimento para cada assinatura - três edições ao ano - é de R$ 50,00 (cinquenta reais), pago de uma única vez ao tesoureiro da Fraternidade (veja Pe. Willians, na página 39).

·         Voce pode fazer um presente a um amigo simpatizante da fraternidade, ou àquele que há tempos não está participando, ou outra pessoa.

Se quiser fazer uma doação para colaborar com os custos dos boletins que forem impressos para circulação gratuita, é só ·      acrescentar, ao valor da assinatura, o quanto a mais  quer doar.



LI, ASSISTI e INDICO 


INDICAÇÃO DE LIVROS

Sinodalidade e Pastoralidade, olhares diversos, Antonio de Lisboa Lustosa Lopes; Thales Martins dos Santos (org), Editora Paulus.

 

Igreja em Saída Sinodal para as Periferias – Reflexoes sobre a I Assembleia Eclesial da America Latina e do Caribe, Francisco de Aquino Junior, Geraldo Luiz de Mori (org), Editora Paulus.

 

O Cristianismo ainda não existe, Dominique Collin, Editora Vozes

 

 

INDICAÇÃO DE SITES

 

https://sites.google.com/site/jesuscaritascarlosdefoucauld

 

https://gritaroevangelho.blogspot.com/

 

www.vatican.va

 

blog:www.hermanitasdejesus.org/brasil/brasilnuestrahistoria.htm 

 

htpp://www.ihu.unisinos.br 

 

htpp://www.cartacapital.com 

 

htpp://agencia.ecclesia.pt/portal/2020/02/   

htpp://www.portalcatolico.org.br 

 




CONSELHO  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DO CONSELHO)


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