BOLETIM 127-2007

Da Redação

 

Caros irmãos da Fraternidade,

 

          É sempre bom retomar a vida do Irmão Carlos para a nossa meditação, e quando um dos irmãos da Fraternidade a apresenta, podemos perceber como esta vida é captada e sentida por uns e por outros. Neste Boletim temos uma reflexão do nosso irmão Manoel Godoy. Aproveite, leia, medite e passe adiante. Um pouco de “propaganda” boa é saudável. Quem toma contato com a vida e os escritos do Irmão Carlos é sempre beneficiado. 

          Temos também neste Boletim uma carta do Conselho Internacional, que relata a última reunião acontecida na casa paroquial de Abraham, em Santo Domingo. O Conselho retoma sugestões da Assembléia Geral de São Paulo e solicita de todos os irmãos do mundo um gesto de solidariedade fraterna. Necessitamos de uma caixa regional e de uma caixa internacional, o que é evidente em qualquer organização. Uma contribuição fixa poderia ser prevista para cada membro da Fraternidade no Brasil, e dessa contribuição uma parte iria para a caixa internacional. Não navegamos em dinheiro, mas todos temos a possibilidade de uma contribuição séria. Aguardemos as sugestões da Equipe Nacional. 

          Temos a avaliação do último retiro e sugestões para o próximo retiro e também de nomes para a próxima Coordenação. Também temos notícias do Daniel de Brasília e do Hideraldo de Minas. Bom exemplo a ser seguido. Escreva à redação do Boletim. Dê notícias. 

          Atenção também à agenda. Anotem as datas do retiro anual, desta vez em Hidrolândia, Goiás, e do Mês de Nazaré. Quem ainda não participou de um Mês de Nazaré, organize-se logo para poder participar do próximo. Quem já fez, pode repetir. 

Abraços a todos e boa leitura.

 

1. CHARLES DE FOUCAULD: O IRMÃO CARLOS

 

Pe. Manoel Godoy

 

Nascimento e primeiros passos.

Charles de Foucauld, o Ir. Carlos, nasceu em Estrasburgo, no dia 15 de setembro de 1858 e viveu até 1º de dezembro de 1916, quando foi assassinado por um jovem de 15 anos. Beatificação dia 13 de novembro de 2005.

Membro de uma família nobre. Seu pai Francisco Eduardo de Foucauld e sua mãe Isabel Beaudet de Morlet pertenciam a famílias ricas e aristocratas francesas. Muito cedo, porém, ficou órfão de mãe primeiramente e, uns meses depois, também de pai. Desde os seis anos de idade passou a ser criado pelo avô, que se encarregou de educá-lo como militar, partindo de sua própria experiência. Daí nasce-lhe um forte sentimento nacionalista, desenvolvendo um grande amor pela França. Foi criado junto com sua irmã Maria, dois anos mais jovem que ele. Sofreu também influência de sua tia, Inês, e de suas primas, Maria e Catarina. Essas três mulheres, seguindo o ambiente religioso da época, cultivavam grande devoção pelo Sagrado Coração de Jesus, que reaparecerá na conversão e na vida mística de Ir. Carlos.

Na guerra da França contra a Prússia, em 1870, o avô de Carlos, militar já aposentado, com cerca de 70 anos, transferiu a família para a Suíça antes mesmo de ver Estrasburgo render-se em 9 de setembro. Esse acontecimento marcou muito a vida do jovem Carlos, que mais tarde, já vivendo em Nancy, chegou a pensar numa guerra de revanche contra a Alemanha.

 

Adolescente rebelde e aluno de mestres ateus

Aluno brilhante de mestres iluministas e agnósticos, passará um tempo de sua vida, negando ou duvidando da existência de Deus, uns dois anos depois de ter recebido a Eucaristia e a Crisma. Isso dá um brilho especial ao processo de sua conversão, pois retornará ao Deus de sua infância, depois da adolescência de dúvida e ceticismo; período em que cultivou um humanismo ateu, filosoficamente arquitetado e sociologicamente bem estabelecido. Os estudos que fez, mais tarde, em Paris, no Colégio Santa Genoveva, dirigido pelos jesuítas, não contribuíram para Carlos recobrar a fé cristã. Ficou aí dois anos: no primeiro, aluno brilhante; no segundo, preguiçoso e desleixado. Foi praticamente expulso, pelos padres jesuítas, em 1876. Desde essa data até 1882, Carlos ficou no exército, em Saint-Cyr. Com dezoito anos, foi considerado como adulto por seu avô, que decidiu conferir-lhe uma pensão mensal.

Aborreceu-se com a rígida disciplina da vida militar e, sobretudo, com os fortes treinamentos que, com seu físico não muito avantajado e do alto dos seus 1,63, tomou também horror pelo esporte. Com a morte de seu avô, Carlos tomou posse de uma fortuna, que o desequilibrou bastante, a ponto de ser suspenso do exército por um tempo. Nessa ocasião, adotou como lema da sua vida “carpe diem”, ou seja, aproveite cada dia, sem compromisso com o futuro. Por isso, quando pôde voltar ao exército não o fez mais no seu próprio batalhão, mas sim como soldado do 4º Regimento de Caçadores da África. Comparando com sua vida de quartel, descobre que é extremamente melhor a vida no acampamento.

 

Convertido pela prática religiosa dos muçulmanos.

Depois de oito meses de Argélia, deixou o exército e passou a percorrer o mundo árabe, que tinha despertado nele imensa simpatia. O contato com o deserto, o impacto com a espiritualidade dos mulçumanos, na busca do Absoluto de Deus despertaram nele o sentimento religioso, adormecido por tantos anos. Compôs uma pequena oração que repetia constantemente: “Deus, se existis, fazei com que eu vos conheça”. Aprendeu árabe e hebraico, partiu para uma exploração cientifica do Marrocos. Disfarçado de judeu, ao lado de outro judeu, empreendeu essa viagem, que durou um ano e lhe valeu uma medalha de ouro da Sociedade de Geografia da França. Depois de algum tempo de aventura e de conhecimento da terra, do povo e de seus costumes, voltou a Argel e se apaixonou por uma jovem protestante, a filha do comandante Titre, convertida ao catolicismo. Por forte influência de sua família, não levou adiante esse relacionamento, pois a jovem não pertencia à sua classe social.

 

Busca pelo sentido da vida.

Continuou buscando o sentido de sua vida e assim voltou a Paris, em fins de janeiro de 1886, já com 28 anos. Foi bem acolhido pelos familiares durante quatro anos. Nesse período preparou a publicação de seu livro “Reconhecimento de Marrocos”.

O testemunho de fé e a amizade de sua prima Marie de Bondy muito contribuíram na sua conversão. Quando solicitou à prima que lhe indicasse alguém com quem pudesse discutir o cristianismo, ela o encaminhou ao Pe Huvelin, confessor da igreja de Santo Agostinho, que já o tinha visto passar horas em silêncio dentro do recinto. Ao se aproximar dele pra dialogar recebeu esta ordem: “Ajoelhe-se e confesse os seus pecados”. Em seguida, levou-o diante do altar e deu-lhe a Eucaristia. O encontro com Deus que o perdoa e ao mesmo tempo se entrega na Eucaristia ficará para sempre em sua memória e marcará sua espiritualidade centrada no Mistério Eucarístico. Anos mais tarde, recordando aquele final de outubro de 1886, escreve: “Quando descobri que Deus existia, descobri também que não poderia viver senão só para ele. Minha vocação religiosa nasceu no mesmo instante de minha conversão”.

Pe. Huvelin foi o amigo e conselheiro espiritual que exerceu profunda influência na vida do Ir. Carlos. Causaram nele grande impacto estas palavras proferidas numa homilia: “Jesus escolheu de tal modo o último lugar que ninguém lhe poderá tirar”. A conversão transformou esse homem de alma de fogo que, em tudo, queria ir até o fim. De radical que era em suas próprias iniciativas, tornou-se radical no duplo e único amor e serviço a Deus e às pessoas. Passou por isso a alimentar o desejo de fazer o maior sacrifício possível para oferecer a Deus: abandonar a família que era toda sua felicidade, ir viver e morrer longe dela; assemelhar-se ao máximo à vida de Jesus: ser rejeitado, pobre, viver de trabalho humilde, ser sepultado na simplicidade, viver na obscuridade e no anonimato.

Foi, sem dúvida, uma peregrinação à Terra Santa, aconselhado pelo Pe Huvelin que o aproximou definitivamente do rosto de Jesus de Nazaré, rosto humano de Deus e rosto divino do homem. Sobretudo ficou fascinado pelo tempo em que Jesus aí viveu sem ser notado. Passou sete anos na Trapa, depois quatro anos novamente em Nazaré, como eremita, próximo de um convento de Clarissas. Jesus abandonado é o ícone que o inspira em todos os momentos. Por extremo amor à Eucaristia, sobretudo ao Sagrado Coração de Jesus, influência principalmente de sua prima, aceita ser ordenado sacerdote em 1901, aos 09 de junho, e parte para o Saara, em Beni-Abbès e depois em Tamanrasset, buscando simplesmente ser amigo e irmão dos nômades do deserto. Não busca convertê-los, mas amá-los e gritar para eles o Evangelho com sua própria vida.

Se alguma palavra pode expressar sua mensagem, é “vida em Nazaré” com tudo o que ela contém de realismo histórico, de ensinamento teológico, de ideal místico. É um apelo a viver um amor apaixonado pela pessoa de Jesus, nas situações mais banais da vida dos homens e mulheres, a exemplo do próprio Jesus, que não escapou à servidão das relações humanas, tomando ele mesmo a condição de servo para viver plenamente sua relação única de intimidade com seu Pai, numa família humana, num ofício, num lugarejo insignificante, e pelos caminhos da Palestina. Esse realismo da encarnação, Ir. Carlos o viveu também de maneira excepcional, em relações muito fraternas e cordiais, numa proximidade cada vez maior com as pessoas.

Ir Carlos mostrou-nos que essa espiritualidade de Nazaré pode ser vivida em todas as situações, no celibato ou na vida matrimonial, na vida religiosa ou na vida de família, no sacerdócio ou no laicato, sozinho ou na vida em comum. Ela se expressa numa linguagem de presença a Deus e aos homens e mulheres, de partilha de vida, de amizade, de solidariedade.

 

Pobre entre os pobres

Vive em meio aos tuaregues (povo nômade, que se desloca entre o centro e o oeste do deserto de Saara e que se destaca pelo profundo sentido da hospitalidade), que o salvam de uma profunda enfermidade. Em 1907, o Hogar foi vítima de uma terrível seca, com 17 meses sem chuva. Ir. Carlos partilhou com seus amigos nômades todas as suas reservas e, finalmente, esgotado, também adoece. Desta vez, era ele o pobre que, nesse estado de fraqueza e doença, precisava da ajuda daqueles que ele tanto ajudara. Essa foi uma experiência marcante em sua vida, pois foi salvo da morte por aqueles por quem tinha dado sua vida. Aprendeu com os pobres tuaregues a viver como pobre entre eles.

Ir. Carlos fez a experiência de uma vida inteiramente encarnada na vida daqueles que assumiu como irmãos, soube fazer-se próximo deles, aprendendo seus costumes, suas reações e até mesmo sua língua. Compreende que seus paroquianos são muçulmanos e como tais os respeita e os ama.

Funda a “Associação de Irmãos e Irmãs do Sagrado Coração de Jesus para a evangelização dos povos infiéis”, mas não vê essa obra progredir. Apesar de seus esforços, não conseguiu mais que 46 membros na França.

Depois de 1910, sobretudo depois da morte de dois de seus amigos, irmãos e inspiradores, Pe. Huvelin e Mons. Guérin, o Irmão Carlos sentirá apertar ainda mais sua solidão. Esteve em 1911 na França, tentando animar sua Associação; volta para Tamanrasset e aí fica até 1913, quando volta à França, para o mesmo objetivo e, já em Tamanrasset, de volta, escreve, em 1914: “Não posso afirmar que desejo a morte; desejei-a em outras ocasiões; agora vejo tanto bem por fazer, tantas almas sem pastor, que gostaria de fazer um pouco de bem e trabalhar um pouco na salvação dessas pobres almas; mas o Bom Deus as ama mais do que eu e não tem necessidade de mim”. Está profundamente doente e assim vai caminhando até o dia em que é assassinado. É morto por um tiro, à queima roupa, em 1916, em plena guerra mundial.

A banalidade e a rapidez de sua morte é como a coroação de uma vida que quisera ser inteiramente escondida em Deus, sem aparecer aos olhos humanos. Para um olhar despojado da fé, com efeito, essa morte parece um fracasso, faz sobressair o insucesso, a ausência de resultado, nem sequer uma vitória da não-violência. Essa morte nos diz que o importante é o que não se vê: “O bom Deus não precisa de mim, que sua vontade se faça”.

É a mensagem da gratuidade que deixa ao mundo este homem de ação, nascido para a eficácia e para o rendimento. Ele quis gritar em silêncio com toda sua vida uma Boa Nova para o mundo. Sua morte está realmente na continuidade de sua vida.

 

Espiritualidade e mística.

Sua espiritualidade inspira até hoje inúmeros irmãos e irmãs que formam a família espiritual do Ir. Carlos, composta por 11 Congregações Religiosas e 8 associações de Vida Espiritual. Sua profunda paixão por Deus, o Absoluto em sua vida, e pela pessoa humana, imagem de Deus na história, o leva a radicalizar cada vez mais sua entrega. Impossibilitado de anunciar explicitamente a Boa Nova, prega a necessidade e urgência de gritar o Evangelho com a vida. Cultiva a mística do total abandono nas mãos de Deus Pai e percebe a eficiência de uma vida entregue pelos irmãos, mas no anonimato. Embora pressinta a força do último lugar, afirma: “Deus se encarnou, tomou as feições do irmão pobre e assumiu o último lugar que ninguém lh’o pode arrebatar”. O esvaziamento de Jesus, relatado por Paulo aos Filipenses (cf. Fl 2, 6-11), tornou-se sua obsessão: esvaziou-se a si mesmo, assumiu a condição de escravo, humilhou-se, tornando-se obediente até a morte, e morte de Cruz! Desde o último lugar, é preciso gritar o Evangelho com a vida!

 

2- CARTA DO CONSELHO INTERNACIONAL


Santo Domingo, República Dominicana

09 Março 2007 

 

 

“O Senhor apareceu a Abraão nos carvalhos de Mambré, quando ele estava assentado à entrada de sua tenda, no maior calor do dia. Abraão levantou os olhos e viu três homens de pé diante dele” (Gn 18).

 

Nosso primeiro encontro teve lugar na casa paroquial de Abraham, em Santo Domingo. Fomos acolhidos com muita hospitalidade nesta comunidade que tem como patrono o Santo Cura de Ars. Reservamos tempo para nos conhecer melhor e para planejar as atividades de nossa Equipe Internacional. Vimos como se desenrola a vida de um sacerdote em uma paróquia de aproximadamente 25.000 habitantes. Leigos e diáconos participam ativamente da Eucaristia na celebração da Palavra. Achamos particularmente interessante a escola paroquial com seus 1.200 estudantes, de 3 a 18 anos, que fizeram nosso tempo de adoração um pouco menos silenciosa!

 

Santo Domingo tem características próprias de Nazaré. O trânsito é um “pouco caótico” as pessoas se encontram normalmente nas ruas onde vendem seus produtos. O barulho da música é estridente, muito alto durante a noite. Às vezes, temos a impressão de estarmos em um povoado, mas a cidade tem 3.000 habitantes.

 

Participamos de um encontro com sacerdotes diocesanos, jovens em sua maioria, responsáveis por grandes paróquias que assumem com gosto a ajuda de diáconos e leigos. Depois da missa e da ceia, tivemos um tempo de partilha com a fraternidade local, fundada nos anos 60, uns 25 membros, entre eles os bispos. O Cardeal Lopez Rodrigues e seu Bispo Auxiliar Amâncio Escapa se mostraram interessados na Fraternidade, quando os visitamos.

 

A Catedral de Santo Domingo, iniciada em 1514, é a primeira catedral da América. Junto a ela se encontra a estátua de Cristóvam Colombo que nos recorda a dupla história da colonização e da evangelização, cujas conseqüências permanecem até hoje.

 

Partilhamos nossas expectativas, como Equipe Internacional, e como poderíamos chegar a ser uma verdadeira equipe de serviço. A comunicação é uma grande prioridade, sendo assim, os convidamos a partilhar suas experiências e a enviar suas notícias a Jacques Midy (e-mail: fsjc.france@free.fr). As Assembléias Continentais planificadas (Europa, África, América Latina) nos convidam a cooperar e a estar presentes. Foi  previsto um orçamento anual para assegurar esta presença. Lançamos um olhar para o futuro em vista de buscar respostas às necessidades e expectativas das fraternidades, a fim de encontrar um método adequado para a revisão do Diretório.

 

No próximo mês de abril Amand De Cock nos representará no encontro da Família Espiritual de Charles de Foucauld em Tamanrasset. Desejamos que a fraternidade fortaleça seu aspecto universal e que possamos nos enriquecer e nos animar, pela presença das fraternidades no mundo todo. Com este propósito, partilhamos nossas esperanças e temores, nossas alegrias e inquietudes. Cada fraternidade nos convida a aprofundar nossa vida espiritual e chegar a ser mais fraternos frente a nossos irmãos e a todos aqueles com quem e para quem somos pastores. O lema pastoral da diocese de Santo Domingo é: 

“Acolher a cada pessoa sem discriminação, como sinal de conversão”. Atuando assim, nos convertemos em irmão universal?

 

È uma verdadeira alegria poder partilhar com todos vocês esta bela experiência.

  

Abraham   José                        Richard                              Eddy


 

SOLIDARIEDADE FRATERNA

  

Com o desejo de fortalecer a solidariedade entre nossas fraternidades e acolhendo as sugestões que surgiram em nossa Assembléia em São Paulo, propomos às fraternidades organizar, em cada país, região e continente uma forma de solidariedade entre as fraternidades.

 

Propostas:

 

1.       O responsável nacional, depois de consultar aos irmãos de sua equipe e com a aprovação das fraternidades do país, estabelecerá, como já acontece em muitos países, uma cota de participação que cada irmão deverá enviar ao fundo nacional.

 

2.       Convidamos cada país ou região a designar um tesoureiro nacional e a determinar a maneira de administrar os fundos.

 

3.       Convidamos cada região a determinar que porcentagem da cota será destinada à caixa internacional, como uma forma de solidariedade com as fraternidades que têm menos recursos e para apoiar as atividades da fraternidade em nível internacional, por exemplo, a Equipe Internacional. Animamos cada região a fazer o possível, incluindo aquelas que dispõem de menos recursos.

 

4.       Animamos as regiões que são solidárias com outras fraternidades a continuar sendo e a informar às demais regiões a respeito desta solidariedade.

 

5.       O fundo destinado à caixa internacional poderá ser enviado á conta nos Estados Unidos, administrada por Richard Reiser, tesoureiro internacional, ou à conta na Europa (Bélgica), administrada por Eddy Lagae, membro da Equipe Internacional. Cremos que estas duas contas são suficientes para assegurar a solidariedade internacional. Este procedimento será avaliado.

 

6.       O tesoureiro nacional enviará, cada ano, a Richard Reiser uma informação sobre as atividades internacionais de sua conta.

 

7.       O tesoureiro internacional enviará uma informação anual aos responsáveis nacionais e prestará uma informação detalhada à Assembléia Internacional.




3. AVALIAÇÃO DO RETIRO de 2007 e SUGETÕES PARA 2008

 

Aspectos positivos:

- Ambiente do Seminário; alimentação;

- Meditações simples e práticas

- Bom entrosamento do grupo

 

Negativo:

- Saída de algumas pessoas antes do final;

- Falta de silêncio em alguns momentos;

- Presença de alguns turistas;

- Pouca presença do Sudeste e do Sul;

- Algumas liturgias pouco preparadas.

 

Sugestões:

- Fazer escala para os Trabalhos Manuais, como por exemplo: Lavar louças;

- Preparar o Material e dicas para os trabalhos manuais (jardim, limpeza, etc...);

- Reservar uma noite para a Fraternidade por Regiões;

- Mandar fichas do Retiro DE 2008 para os coordenadores das 6 regiões no mês de junho;

- Organizar melhor os espaços litúrgicos.

 

Levantamento de nomes para coordenação do próximo sexênio (PRÉVIA):

- Pe. Edson Damian;

- Pe. Maurício da Silva Jardim;

- Pe. Camilo Paulette;

- Pe. Gildo Nogueira;

- Pe. José Ernanne;

- Pe. Virgílio Uchôa;

- Pe. Eliésio;

- Pe. Valdo Bartolomeu de Santana;

- Pe. Celso Pedro da Silva;

- Pe. Freddy Goven;

- Pe. Jaime Jungmann;

- Pe. José de Anchieta Moura.

 

4. Noticias dos Irmãos e das Fraternidades

 

Mandacaru no Deserto

 

Acabo de receber, neste dia, na festa de S. José, padroeiro de nossa paróquia, o boletim nº 126 da Fraternidade que nos traz o relato do retiro de João Pessoa com os textos usados na meditação proposta por D. Eugênio Rixen. É muito bom reviver o retiro e poder manter vivo o propósito assumido para o ano e nos alimentar desta espiritualidade libertadora e da encarnação. Renovamos, assim, o ardor missionário e a consciência de que somos discípulos do mestre, reconhecendo o último lugar como expressão de serviço e entrega ao povo de Deus na caminhada presbiteral.

Ao falar da experiência deste retiro, pensei no Mandacaru. Esta planta cactácea pertence à vegetação típica da caatinga, bioma encontrado apenas no nordeste brasileiro. A caatinga tem uma fisionomia de deserto, com índices pluviométricos muito baixos, em torno de 500 a 700 mm anuais. Em certas regiões do Ceará, por exemplo, embora a média para anos ricos em chuvas seja de 1.000 mm, pode chegar a apenas 200 mm nos anos secos. Além dessas condições climáticas rigorosas, a região das caatingas está submetida a ventos fortes e secos, que contribuem para a aridez da paisagem nos meses de seca. As plantas da caatinga possuem adaptações ao clima, tais como folhas transformadas em espinhos, cutículas altamente impermeáveis, caules suculentos, etc. Duas adaptações importantes à vida das plantas nas caatingas são as folhas na estação seca e a presença de sistemas de raízes bem desenvolvidos. A perda das folhas é uma adaptação para reduzir a perda de água por transpiração. Raízes bem desenvolvidas aumentam a capacidade de obter água do solo.

Diante desta característica da caatinga, pensei no Mandacaru, por ser uma planta do deserto. Nós que seguimos a espiritualidade do deserto, carregamos na nossa história de vida a marca do mandacaru. Na resistência a situações que ameaçam a vida, no compromisso com os pobres, na ousadia de pensar outro mundo possível, na crítica permanente ao neoliberalismo e nas políticas que geram exclusão e violência no meio da nossa gente. Este retiro nos levou a subir a montanha e experimentarmos neste santuário nordestino do extremo oriente das Américas o significado místico do deserto de Jesus e do nosso lugar no mundo, ocupando o lugar do mandacaru, nos diferentes desertos da história.

Algo que neste retiro marcou foi a partilha feita com inúmeros companheiros nossos que trabalham no nordeste: percebi o compromisso e a luta destes nossos irmãos nos desafios inúmeros aos quais são destinados. Sem dúvida, pude aprender muito com as histórias de vida e as experiências contadas. Alguns com projetos mais ousados, outros com experiências mais cotidianas, outros com experiências de fracasso em seus projetos, mas com intensa ternura diante do sentido da missão que não é expresso somente com vitórias, mas também com a condição de experimentar na pele o último lugar, como espinhos que fazem sobreviver nas diferentes condições climáticas do ministério.

          Esperamos poder participar de outros retiros no Nordeste brasileiro, quem sabe nos afastando mais do litoral e nos aproximando mais da caatinga, onde nos reconheceremos como mandacarus no deserto. A espiritualidade do deserto, trazida pelos irmãos do nordeste, nos aproxima da experiência vivida pelo Irmão Carlos nesta busca de gritarmos o evangelho com a vida na construção dos sinais do Reino de Deus em nossa sociedade.

 

Pe. Daniel Higino Lopes de Menezes - Arquidiocese de Brasília

 

 Minas Gerais

 

A Paz!

Aqui tudo bem. Estamos em ritmo de Santas Missões Populares, e o povo vai se animando e abraçando essa bandeira.

Estivemos reunidos em Riacho dos Machados: Pe. Ernesto, Pe. Jeam Marie e eu, Infelizmente não foi ninguém mais. Seria um encontro de Minas e do Leste.

Valeu o esforço e a ida lá. Passamos o dia juntos. Rezamos, partilhamos, fizemos a adoração ao Santíssimo e à noite celebramos com a comunidade.

Deus lhe abençoe.

Pe. Hideraldo

 

Campinas

 

Meus irmãos,

Faleceu na madrugada do dia 27 de junho o nosso querido e saudoso amigo Pe. Benedito Pessoto. Um homem que viveu em grande fraternidade e bebeu da espiritualidade do Irmão Carlos de Foucauld. Sempre aberto e com o olhar no futuro, amou e serviu a Igreja com extrema fidelidade. Um padre que se despertou com o Concílio Vaticano II e sempre sonhou com a sua implementação. Uma pessoa próxima do povo e amigo dos padres, vivendo em profunda comunhão com o Presbitério.

Fez história, ajudou a edificar o Reino, construiu a Igreja de Cristo, deixa saudades entre nós.

Um abraço fraterno,

Pe. Paulo Crozera

 

5. Um Livro Um Amigo

 

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, Os Casamentos Interconfessionais, Uma visão teológico-pastoral, Paulinas, São Paulo, 2007.

 

BARREIRO, Álvaro, SJ, Os trinta anos de Jesus em Nazaré, escândalo inaceitável ou realismo da encarnação, Loyola, São Paulo, 2006.

 

KASPER, Cardeal Walter, Guia para uma Espiritualidade Ecumênica, Paulinas, São Paulo, 2007.

 

LAFON, Michel, 15 dias de oração com Charles de Foucauld, Paulinas, São Paulo, 2005.

 

MARCHESI, Pe. José, Em busca do último lugar, São Paulo, Loyola, 2004.

 

MIRANDA, Mário de França, A Igreja Numa Sociedade Fragmentada, Loyola, São Paulo, 2006.

 

NEVILLE, Robert Cummings (Org.), A Condição Humana. Um tema para religiões comparadas, Paulus, São Paulo, 2005.

 

SILVA, Celso Pedro da e BIZON, J. (Orgs.) Meios para uma espiritualidade presbiteral, Loyola, São Paulo, 2005.

 

PANASIEWICZ, Roberlei, Pluralismo Religioso Contemporâneo, Diálogo inter-religioso na teologia de Claude Geffré, Paulinas, São Paulo, 2007.

 

VIGIL, José Maria, Descer da Cruz dos Pobres: Cristologia da Libertação, Paulinas, São Paulo, 2007.

 

ZUBIZARRETA, Ion Etxezzarreta, Irmão Carlos de Foucauld, ao encontro dos mais abandonados, São Paulo, Loyola, 1999.

 

Publicações das Irmãzinhas:

- Deus é Amor – Ir. Carlos de Jesus (R$ 1,00)

- Jesus é o Senhor do impossível - Irz. Madalena de Jesus – (R$ 1,00)

- Caminho na Oração... Com o Ir. Carlos de Jesus (R$ 0,70)

Para adquirir as publicações entre em contato com:

Irmãzinhas de Jesus

Rua A1 N. 50 – Casa 4 – Betânia

30590-250 – Belo Horizonte, MG.

Tel. (31) 3374-9973.

 

6. AGENDA

 

Retiro Anual

03 a 10 de janeiro de 2008

Casa de Retiros São Frei Leopoldo

Hidrolândia, GO

Tel: (62) 3553-1115 

Assessor: Pe. Mario Filippi

Diária: R$ 40,00 (quarenta reais) por pessoa.

Favor levar roupas de cama e banho

Resp. Pe. José Bizon

 

Mês de Nazaré

10 a 29 de janeiro de 2008

Goiás, GO

Resp. Pe. Freddy Goven e Equipe

 

Região Centro Oeste

02 a 05 de julho de 2007

Itaberai, GO

Resp. Pe. Ernanne Pinheiro

 

Região Nordeste

10 a 12 de julho de 2007

Salvador, BA

Resp. Pe. Silvano Moura Cerqueira

 

Região Sul

25 a 27 de julho de 2007

Florianópolis, SC

Resp. Pe. Maurício da Silva jardim

 

Região Sudeste

12 e 13 de novembro de 2007

Bauru, SP

Resp. Pe. Valdo Bartolomeu de Santana

 

Região Norte

26 a 29 de novembro de 2007

Canavallén – Vicaría Apostólica del Caroni

Venezuela

Resp. Pe. Edson Damian

 Responsáveis da Fraternidade  (CLIQUE PARA ACESSAR OS NOMES DOS RESPONSÁVEIS)

CONSELHO  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DO CONSELHO)


SERVIÇOS (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DE SERVIÇOS)


FAMÍLIA ESPIRITUAL DO IRMÃO CARLOS DE FOUCAULD NO BRASIL  (CLIQUE PARA ACESSAR A LISTA DA FAMÍLIA C.F.)