Um panorama rápido para se entender esta nova riqueza brasileira.
Neste artigo, trataremos de esclarecer de maneira simples o que sejam estas novas reservas de petróleo, sua posição em profundidade e geográfica, suas características, dificuldades de extração e possibilidades.
Petróleo da reserva “pré-sal” é um petróleo formado há estimados 100 milhões de anos a partir da decomposição de materiais orgânicos de um antigo mar primitivo, quando da separação da América do Sul do continente africano, com posterior secagem deste e formação de um imenso reservatório de sal gema (sal na forma de rocha) sobre tais reservas e ainda posterior cobertura pela lâmina d’água do oceano Atlântico. Segundo os geólogos, a camada de sal conserva determinadas qualidades do petróleo destas reservas. Tem-se de entender que as reservas não são somente de petróleo, mas também incluem gás natural.
(wwi.al.sp.gov.br)
Estas reservas estão localizadas abaixo desta camada de sal, cuja espessura pode ser de até 2 quilômetros, e cobertas com lâmina d’água de pelo menos 2 mil metros, chegando portanto a estarem em até 5 a 7 mil metros de profundidade (são citados lâmina d’água que varia entre 1,5 mil e 3 mil metros e soterramento entre 3 mil e 4 mil metros[1]). Um corte incluindo a lâmina d’água e as camadas geológicas que cobrem tais reservas é visto na figura abaixo.
A camada pré-sal em corte esquemático do leito
onde se encontra (www1.folha.uol.com.br).
Abaixo, um gráfico mostrando as profundidades de operação e o desenvolvimento da extração em lâminas d’água crescentes por parte da Petrobrás, ainda nas reservas que são chamadas “pós-sal”, e comparativamente, a localização e profundidades de lâmina d1água das reservas pré-sal.
Posição e histórico em profundidade de lâmina d’água
das reservas brasileiras de petróleo (GloboOnLine)
A chamada camada pré-sal estende-se por uma faixa ao longo de 800 quilômetros (e até 200 quilômetros de largura) entre os litorais dos estados de Santa Catarina e Espírito Santo, e situa-se em três bacias sedimentares: Espírito Santo, Campos e Santos. Em área representa 160 mil quilômetros quadrados.
Localização geográfica da camada pré-sal (www.suapesquisa.com).
Os geólogos, e consequentemente as empresas petrolíferas, consideram que pela simetria da formação do oceano Atlântico, clara na dorsal meso-atlântica, existirá uma reserva simétrica aos atuais campos da costa brasileira nos correspondentes países africanos, como Angola.[2]
Vários campos já foram descobertos e poços de petróleo foram perfurados na reserva pré-sal, entre eles o de Tupi, o de maior volume estimado. Encontraram-se e outros campos, dentre eles, os nomeados, Bem-Te-Vi, Carioca, Júpiter e Iara. A Petrobrás e ainda estuda que se a camada pré-sal tenha tais campos interligados, formando um único campo gigantesco, no temo unitização. Abaixo, um esquema dos campos já determinados:
Os campos de pré-sal (www1.folha.uol.com.br).
Apenas o campo de Tupi tem reservas estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo, sendo considerado uma das maiores descobertas petrolíferas mundiais dos últimos sete anos. Para termos de comparação, as reservas provadas de petróleo e gás natural da Petrobrás no Brasil ficaram em 13,92 bilhões de boe (barris de óleo equivalente*) em 2007, segundo o critério adotado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Assim, se esta estimativa estiver correta, Tupi tem potencial para até dobrar o volume de óleo e gás que poderá ser extraído do subsolo brasileiro.[3]
As estimativas apontam que a camada pré-sal, na totalidade, poderia abrigar aproximadamente 100 bilhões de boe em reservas, o que colocaria o Brasil entre os dez maiores produtores do mundo.[3]
O então presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, estima que o Brasil pode dar um salto no ranking dos países com as maiores reservas de óleo e gás no mundo caso ao se confirmarem as estimativas preliminares sobre as reservas na camada de pré-sal. O Brasil, que ocupa atualmente o 24° lugar entre as maiores reservas de petróleo e gás no mundo, poderia passar para o oitavo ou nono lugar, posições hoje respectivamente de Venezuela e Nigéria. Em termos de aumento das reservas brasileiras, este salto representaria um crescimento dos atuais 14,4 bilhões de boe para algo entre 70 bilhões e 107 bilhões deboe.[1]
*Barril de óleo equivalente (boe)[4]
Unidade normalmente usada para expressar volumes de petróleo e gás natural na mesma unidade de medida (barris) pela conversão do gás nacional à taxa de 1.000 m3 de gás para 1 m3 de petróleo.
1 m3 de petróleo = 6,289941 barris de petróleo
(1 barril de petróleo = 159,2 litros)
Para o barril de óleo equivalente internacional, é aproximadamente 6.000 pés cúbicos de gás natural.
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