Biocombustíveis

Sustentabilidade em energia sem acréscimo de dióxido de carbono na atmosfera

Um quadro amplo dos biocombustíveis, de acordo com sua classificações por gerações, desde as mais antigas fermentações até os organismos geneticamente modificados.

infopetro.wordpress.com

Introdução

Por definição mais ampla, um biocombustível é qualquer produto usado como fonte de energia produzido partindo-se de biomassa renovável, como o aproveitamento de lixo residencial e comercial ou resíduos de processos industriais, como a serragem, o bagaço e a palha da cana-de-açúcar e as cascas de árvores ou de arroz, a grama e capins cortados e a palha e talos de milho. Nesta definição, inclui-se o gás metano proveniente de decomposições anaeróbicas.

Neste artigo, nos concentraremos nos biocombustíveis líquidos derivados de biomassa, por diversos processos.

Existem três maneiras básicas de utilizar-se combustível líquido de origem biológica (e renovável):

1. Queimar os óleos vegetais, predominantemente de oleaginosas como a soja ou as palmeiras produtoras de óleo, como a palma, diretamente em motores diesel.

O consumo de óleo vegetal usado em processos de fritura é insignificante como fonte de biocombustíveis, restringindo-se à pessoas com as melhores intenções atuando em nichos específicos.

Por questões legais, nos EUA, por exemplo, o óleo deve ser convertido em éster de metila ouetila, a transesterificação (em substituição ao glicerol ou glicerina) ou a conversão em biodiesel.

Tal processo, embora simples, é economicamente viável somente em escala industrial, gerando conflito entre a produção de alimentos e de combustíveis, por disputar terras férteis, ou conduzindo ao desmatamento.

2. A fermentação de açúcares para a produção de etanol, que igualmente, só é viável em escala industrial. Grandes quantidades de açúcar, na forma polimérica de celulose, estão contidas em culturas não alimentares e em partes não comestíveis de plantas produzidas com fins de alimentação, como a palha do trigo e os talos do milho. Esse material celulósico contém o açúcar convencional com seis átomos de carbono (uma hexose), além de açúcar com cinco átomos de carbono (pentose) normalmente não fermentável.

A estrutura molecular da celulose e a distribuição dos diversos carboidratos complexos

nas células vegetais (Editado de Lynn Yarris; The Evolutionary Road to Biofuels[4][5]).

3. Visando transformar esses açúcares em combustível líquido renovável, algumas usinas-piloto utilizam-se de hidrólise pela ação de vapor ou ácidos, ou combinação destes (o pré-tratamento). Uma alternativa são enzimas provenientes de bactérias geneticamente alteradas ou fungos.[14]

Esquema da modificação estrutural com o pré-tratamento.

(Editado de Prof. Dr. Ozair Souza; Produção de bioetanol e biogás; Univille)

Para a conversão de açúcares em combustíveis líquidos algumas usinas utilizam processos catalíticos e outras leveduras, em geral, também alteradas geneticamente.

Em determinadas instalações simplesmente as moléculas de celulose são quebradas obtendo-se gás combustível (gás de síntese) composto de monóxido de carbono e hidrogênio e depois pelo processo de Fischer-Tropsch obtém-se moléculas de hidrocarbonetos e derivados, como o etanol, álcoois mais complexos e diversos hidrocarbonetos líquidos. A matéria-prima destas unidades pode ser constituída de detritos florestais, tais como lascas, cascas e pinhas, papel e plástico de lixo residencial e resíduos de colheitas agrícolas.

Biocombustíveis quanto aos componentes e processos

Modificado de Naomi Pena e John Sheehan; “Biofuels For Transportation”;

CDM INVESTMENT NEWSLETTER, N°3, 2007.

As Gerações de Biocombustíveis

Biocombustíveis de primeira geração

Fonte de amido ou direta de açúcares mais simples são misturados em um biorreator, produzindo etanol para uso combustível, além de água e dióxido de carbono.

A humanidade utiliza microorganismos para fermentar as plantas e obter soluções de etanol desde que na Idade da pedra começou-se a produzir cerveja, em torno de 10.000 AC.

Na produção de etanol a partir de grãos, diferentemente da cana-da-açúcar, os agricultores produzem o etanol por tratamento químico dos grãos, isolando os açúcares que alimentam a levedura, a qual excreta o etanol. As cascas e caules do milho, assim como diversas partes da cana-de-açúcar, especialmente o bagaço, são descartadas, ainda que com possíveis aplicações de cogeração de energia.[6][7][8][9][10][11][12][13] Apresentando-se nesta aplicação a cana-de-açúcar como a quarta fonte energética mais importante do país (oferta interna), após o petróleo, a energia hidráulica e a elétrica.[38]

Usina de cogeração de eletricidade a partir de bagaço de cana

(www.brasilalemanhanews.com.br).

Nos EUA o uso do milho como fonte de açúcar para a fermentação foi escolhido pela fonte de matéria-prima, pelo domínio da tecnologia e por possuir subsídios públicos. São necessários aproximadamente 25 litros de milho em grão para produzir 10 litros de álcool. A produção deste mesmo milho demanda 5 litros em combustíveis fósseis. Por estes números, a produção de combustível a base de milho pode conduzir a uma falta de alimentos somada a uma insuficiência intrínseca para tornar-se uma fonte significativa na produção de combustíveis.[20]

ETANOL

O único biocombustível com escala comercial plena, tanto nos EUA como no caso destacado do Brasil, é o etanol.

Editado de biossistemas.files.wordpress.com.

Mais de 40% da gasolina vendida nos EUA contém etanol, numa proporção de 90% de gasolina e 10% de etanol, denominada E10. Em algumas áreas dos EUA, principalmente no Meio-Oeste, vende-se uma mistura contendo 85% de etanol e 15% de gasolina chamada E85, adequada aos motores “flex”.

Críticas ao etanol de milho

AUMENTO DO PREÇO DOS ALIMENTOS

Com a redução da disponibilidade do milho alimento, ocorre a elevação desta commodity. Preço dos produtos básicos afeta especialmente as populações mais pobres.

No período de 2006-2007, os preços das commodities agrícolas aumentaram fortemente. Em texto do economista Donald Mitchell de 2008, para o Banco Mundial, foram apresentados cálculos que o aumento da produção de biocombustíveis entre 2002 e 2008 foi responsável por 70 a 75% do aumento das commodities alimentícias.[17]

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e mesmo multinacionais, como a Shell apresentaram posição crítica em relação ao desenvolvimento acentuado na produção de biocombustíveis.

Crítica severa adveio de Jean Ziegler, consultor especial da Assembleia geral das Nações Unidas sobre direito à alimentação, que considera a produção de biocombustíveis “uma receita para o desastre” (é trata também como um “crime contra a humanidade”).[18][19]

Joachim von Braun, diretor do International Food Policy Research Institute, dos EUA, aponta que as populações pobres, em geral, utilizam em torno de 50 a 70% de sua renda para comprar alimentos, de maneira que o aumento dos preços causou aumento em praticamente todos os alimentos básicos, fazendo-os ficarem de duas a quatro vezes mais caros que no início de 2003, diminuindo a disponibilidade de calorias para uma significativa parcela da população mais carente.

Entre os anos 2003 e 2005, a população considerada subalimentada elevou-se de 848 para 923 milhões. Como visto no Mèxico, houveram episódios de protestos devido aos aumentos de preços (em 2007, na escala de 60%) especificamente do prato nacional à base de milho, a tortilha. Esta elevação de preços foi analisada como sendo resultante do aumento da produção de bioetanol a partir do milho nos EUA e desencadeou críticas contundentes ao programa estadunidense de biocombustíveis.

Custos de produção do etanol a partir de diferentes fontes pelo mundo.

(Prof. Dr. Ozair Souza; Produção de bioetanol e biogás; Univille)

A relação entre a elevação de preços do milho e a produção de biocombustíveis é uma possibilidade pois os biocombustíveis disputam com os alimentos as terras férteis e os agricultores podem vir a abandonar a produção de alimentos caso o plantio relacionado com matérias-primas destinadas ao setor energético caso estas venham a se tornar financeiramente mais interessantes. Entretanto, outros fatores são inegáveis como influentes no aumento dos preços dos alimentos básicos nos últimos anos, como as desfavoráveis condições meteorológicas para a produção de alimentos em países produtores, os aumentos do custo da energia, a elevação dos custos diretamente relacionados com a produçao de alimentos (como os insumos agrícolas), as políticas públicas inadequadas e ineficientes, a diminuição do valor do dólar, a especulação com as commodities alimentares. Este quadro é complementado por uma demanda crescente de alimentos, como no caso especial de leite e carne, demandando grandes extensões de terra; o baixo investimento na pesquisa e desenvolvimento em tecnologia agrícola e a acentuação das demandas de recursos naturais, como a água e terras cultiváveis.

É bastante evidente que a produção de biocombustíveis não é intrinsicamente insustentável. Através de tecnologias, zoneamentos e determinadas políticas pode-se reduzir os impactos ambientais e sociais negativos e buscar uma contribuição importante para a mitigação das alterações climáticas. Somado a isso, hoje é percebido claramente que o impacto dos biocombustíveis sobre os preços das commodities agrícolas não foi tão significativo quanto inicialmente suposto. Os preços das commodities agrícolas caíram significativamente após o início da crise de 2008 e encontram-se agora num nível mais baixo que antes da crise. O próprio Banco Mundial revisou sua estimativa de 70 a 75% de aumento das commoditiesagrícolas entre 2002 e 2008, causada pela produção de biocombustíveis.[29]

Comportamento do preço das commodities alimentícias na crise subprime.

(Dados da FAO, editado de Scientific American)

A universidade de Wageningen aponta para o comportamento a longo prazo dos preços agrícolar e dos índices das commodities, como petróleo, commodities agrícolas e ascommodities como um todo.

Evolução dos preços agrícolas mundiais, de 1960 a 2007, em dólares estadunidenses,

corrigidos pela inflação, a valores de 1990.[29]

Índice dos preços de óleo, alimentos e commodities industriais, no período de 1992 a 2008,

com valores de janeiro de 1992 considerados como 100.[29]

BIODIESEL

O biodiesel é tanto um combustível a ser usado puro, como comprovado plenamente para motores de combustão interna com ignição por compressão (motores diesel) de grande porte, como embarcações e locomotivas, como na forma de aditivo quando misturado com o óleo diesel de origem mineral, em qualquer proporção. Por ser biodegradável, de baixa toxidade e praticamente isento de enxofre e compostos aromáticos, é considerado um combustível ecológico. No seu uso na forma pura, o biodiesel reduz, em valores médios, em até 68% as emissões de gás carbônico, e em até 90% a emissão de fumaça, e elimina as emissões de óxidos de enxofre.

O pode ser produzido a partir da transesterificação de óleos residuais de processos de frituras e metanol (transesterificação metílica), que é escolhido prioritariamente pela cinética de sua reação. Estudos comparativos de transesterificação etílica (com etanol) e metílica para diversos óleos são desenvolvidos, visando o aperfeiçoamento dos processos para os dois álcoois.[33]

Editado de www.revistasustentabilidade.com.br.

Podem ser usados diversos outros álcoois, como o etanol.

Linoleato de metila e estearato de etila, ésteres típicos que formam o biodiesel,

derivados respectivamente de óleo de canola e metanol, e óleo de soja e etanol

(os óleos vegetais originais podem variar).

Deve-se observar que não existe consumo de frituras o suficiente para produzir combustível na forma de óleo vegetal combustível direto e por transesterificação, ou biodiesel.

Em termos de etanol (dito bioetanol) o Brasil encontra-se numa posição de vanguarda, mas no biodiesel, até o período 2008-2009 não encontrava-se entre os cinco maiores produtores, situação a ser modificada com a implantação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. As matérias primas do biodiesel no Brasil são: soja, dendê (palma) e mamona. Para a produção de soja são dedicados 5 milhões de hectares, sendo possível responder por 5% do consumo de diesel do Brasil. Para a mesma área voltada à produção de dendê, se atenderia a 100% do consumo.

Mamona (Ricinus communis) - iguatu.org

Normalmente, a mamona é cultivada consorciada com o milho ou o feijão e é de poucas exigências quanto à qualidade do solo ou a disponibilidade de água. Pode ser produzida com pouca requisição de fertilizantes à base de petróleo. Porém, diversos estudos tem mostrado que o biodiesel resultante da mamona é muito viscoso e tem problemas de densidade, sendo muito menos competitivo quando comparado com biodiesel de outras origens, podendo, contudo, ser usado em diluição com estes óleos biodiesel (ver abaixo: A produção de biodiesel no Brasil).

Enquanto isso, a produção da soja tem características opostas: monocultura, aplicação de processos mecanizados com predominância no agronegócio de grandes empresas multinacionais, cultivo que gera poucas posições de trabalho e é associado à produção de uma diversidade de impactos ambientais.

Dentre as diversas plantas pesquisadas para a produção de óleo para o biodiesel, inclui-se o pinhão-manso (Jatropha curcas L.).[44][45] Até mesmo a “borra” dos grãos de café, contendo aínda óleo, tem sido objeto de estudo de viabilidade e processos como fonte de óleo para a transesterificação.[47]

Tem sido pesquisada transformação dos óleos vegetais, visando a obtenção de biodiesel a partir da interesterificação enzimática do óleo vegetal, como o de palma, com álcoois de cadeia curta como o etanol, propanol e butanol sem adição de solventes em temperaturas variando de 45 a 50°C, empregando preparações de lipase oriundas de diferentes fontes.[40] A adição do butanol usado diretamente como aditivo ao biodiesel também tem sido estudada.[43]

Biocombustíveis de segunda geração

Nesta geração de combustíveis, leveduras ou bactérias com sistemas digestivos especiais conseguem quebrar amidos complexos encontrados em gramíneas, arbustos e árvores para transformá-los em biocombustíveis.

A celulose da plantas diversas é misturada num biorreator com levedura ou bactérias, fermenta, produzindo etanol (daí ‘etanol celulósico’) o butanol ou outros compostos para uso combustível, além de água e dióxido de carbono.

O trabalho atual depende da manipulação de um microorganismo ideal, que digerirá o vegetal por inteiro retendo pouco de sua massa e liberado o restante na forma de combustível.

Os biocombustíveis de segunda geração produzidos de parte de plantas não comestíveis são as alternativas ao petróleo mais benéficas para o meio ambiente e mais promissoras tecnologicamente a curto prazo.

A maior parte dessa “grassoline” (uma corruptela com grass – capim – e gasoline) será produzida a partir de resíduos agrícolas, como talos de milho, gramíneas cultivadas para fins energéticos e restos de madeira.

Os EUA podem produzir essas matérias primas em quantidade suficiente para substituir cerca de metade do consumo de petróleo do país, sem afetar o suprimento de alimentos.

Tem-se desenvolvido a produção de etanol a partir da árvore Prosopis juliflora(www.institutohorus.org.br, en.wikipedia.org) por meio do desenvolvimento de castas da levedura Saccharomyces cereviseae resistentes ao calor (variedades ditas termotolerantes).[30]

Prosopis juliflora (www.hear.org).

Keasling tem desenvolvido novas variedades dos organismos unicelulares, leveduras, bactérias e Archaeas, com capacidades digestivas especiais que conseguem quebrar os amidos complexos conhecidos, como a celulose, encontrados nos caules das diversas gramíneas, como o milho, assim como em arbustos e árvores. No uso de plantas não usadas como alimento reside a vantagem de não prejudicar o abastecimento.

A empresa Qteros, de Hadley, Massachussets, tem desenvolvido um bactéria chamada “microorganismo Q” que decompõe a celulose de plantas e a converte em etanol.

Os microorganismos modificados conduzem aos biocombustíveis ditos de “segunda geração”, como o butanol, o isopentanol e o hexadecano.

Editado de biossistemas.wordpress.com.

A Gevo, uma empresa de biotecnologia de Englewood, Colorado, tem manipulado bactérias para aprodução de isobutanol de cana-de-açúcar e resíduos de fábricas de celulose. Esta tecnologia tem sido alegada como funcionando perfeitamente, com destaque para os pronunciamentos da renomada pesquisadora Frances Arnold.[15]

Tais combustíveis, ainda de estrutura molecular similar ao etanol. comportam-se de maneira mais próxima da gasolina (predominantemente de hidrocarbonetos entre o octano e o decano, normalmente numa faixa de 4 a 12 átomos de carbono) apresentando rendimento em energia por volume similar.

Editado de biossistemas.files.wordpress.com.

Um automóvel usando etanol percorre 67% da distância de um carro movido a gasolina, e com butanol pode chegar a 80%. Estes combustíveis permitem o uso direto em motores a diesel e jatos.

A partir desta geração de biocombustíveis, propõe-se gerar combustíveis a partir de microorganismos fotossintetizantes como as algas e as cianobactérias, que produzem e armazenam 250 vezes mais gordura que a soja.

Biocombustíveis de terceira geração

Quando as algas e bactérias fotossintéticas (cianobactérias) são expostas à luz solar e ao dióxido de carbono, produzem e armazenam gorduras dentro das células. A exposição de células a um solvente químico libera estas moléculas de gordura, que podem ser transformadas em biodiesel.

ALTERAÇÃO GENÉTICA DE ALGAS

Existem cientistas que defendem que a fermentação não é a melhor forma de produzir combustível. Craig Venter acredita que uma abordagem mais progessista prevalecerá. O biocombustível será produzido por microorganismos que quando expostos à luz solar, consumirão o dióxido de carbono da atmosfera e o trnaformarão diretamente no combustível final. O trabalho de C.Venter trata de algas em recipientes, colocados ao ar livre, que são chamados de fotobiorreatores, que apresentam custosa construção e manutenção.

Instalação piloto para a produção de algas (www.ecoautoninja.com).

A fotossíntese consome menos de 1% da energia solar que atinge a Terra, e os balanços energéticos da produção de energia e a emissão de gases do efeito estufa a partir de microalgas tem sido objeto de permanente análise e pesquisa.[42] O impacto ambiental da produção deste tipo de biocombustível na indústria de transporte e a pela possibilidade da produção de bioeletricidade também tem sido motivo de pesquisa.[46]

As experiências tem sido feitas com microorganismos fotossintéticos, como as algas e as cianobactérias, também chamadas cianofícias ou azuis. Estes microorganismos não apenas retiram o dióxido de carbono do ar, mas apresentam acelerado crescimento, chegando algumas espécies a dobrar de volume em 12 horas, comparativamente, o capim e outras plantas grandes podem levar semanas ou meses. Os microorganismos sintéticos também acumulam muita gordura, que forma a base para o combustível.

Esquematização de um sistema de produção de biodiesel a partir de algas (www.excaliburproject.com).

Willem Vermaas, biólogo da Arizona State University, manipulou recentemente cianobactérias para acumular até metade de seu peso seco em gordura; mas apenas com o rompimento das células, pode coletar as gorduras produzidas e a partir daí produzir biocombustíveis.[16]

Pela colheita de microalgas novos organismos necessitam ser cultivados para substituir os já colhidos, além da extração das gorduras requererem solventes antiecológicos.

Plantas produtoras características de óleos como a soja, podem ser usadas como fonte de combustível; no entanto, Bruce Riltmann, da Arizona State University, afirma que os microorganismos fotossintetizantes produzem quase 250 vezes mais gordura por área.[32]

A produção de biocombustíveis a partir de algas data já de experimentos de 1978 por parte do Departamento de Energia dos EUA, e apresenta-se problemática, a tal ponto que este projeto foi encerrado 18 anos após por inviabilidade econômica.

Um dos problemas que o cultivo de algas e cianobactérias apresenta é o de contaminação por microorganismos indesejados, ainda que o cultivo a céu aberto seja possível e vantajoso.

Pesquisadores da universidade de Wageningen apontam que a produção industrial de biodiesel a partir de algas será viável em 15 anos.[27]

Um dos campos de pesquisa intermediários entre os biocombustíveis de terceira e segunda geração é a obtenção de biodiesel através da transesterificação direta da biomassa de microalgas. Uma das microalgas que tem sido pesquisada é a Schizochytrium limacinum.[41]

Biocombustíveis de quarta geração

As células fotossintéticas em crescimento, manipuladas geneticamente (à direita), quando expostas à luz solar e ao dióxido de carbono são capazes de produzir e secretar gorduras ricas em energia, que podem ser refinadas diretamente em biodiesel.

A empresa de C.Venter, a Synthetic Genomics, em La Jolla, Califórnia, já se encaminha para desenvolver microorganismos que podem ser reutilizados várias vezes, pois são modificados de maneira a liberar a gordura e não armazená-la. Também foi desenvolvida uma forma destes organismos não crescerem se forem libertados acidentalmente, por meio de dependência de uma substância que não podem produzir.

A empresa Sapphire Energy, de San Diego, considera a possibilidade de comercializar gasolina a partir de algas já em 2011. A Solix Biofuels, de Fort Collins, Colorado, anuncia a primeira unidade piloto de produção.

De acordo com Samir Kaul, da Khosla Ventures, empresa de investimento em capital de risco de São Francisco, considera-se que o sucesso destas empresas de biocombustíveis dependerá da capacidade de competir com petróleo a US$ 40 por barril.

Craig Venter aponta que um desafio será a construção de instalações enormes, economicamente viáveis e não agressivas ao ambiente.

A Amyris Biotechnologies e a L59, de San Carlos, possuem bactérias geneticamente modificadas que consomem plantas e secretam biodiesel. A Amyris Biotechnologies possui planta em Pradópolis, região de Campinas.[1]

No caso da cana-de-açúcar (de onde ser este tipo de biodiesel ser chamado em jargão do ramo “diesel de cana”) o processo se dá por fermentação de garapa e independe de processo de destilação, sendo isento de enxofre, portanto adequado ao acréscimo ao diesel fóssil de uso urbano.

Ônibus de São Paulo circularão em teste com mistura de 10 % deste biodiesel e 90 por cento de óleo diesel fóssil, com comparativo com ônibus operando apenas com diesel fóssil. A mistura apresentou em testes internos 9% de redução nas emissões de materiais particulados à atmosfera quando comparado ao diesel derivado do petróleo e manteve sem alteração os parâmetros de desempenho do motor.[35][36][37]

O processo pode ser adaptado e complementado para a produção de gasolina e querosene de aviação. No caso do querosene de aviação necessita-se de moléculas mais compactas e que não formem sólidos e gelo pelos gases de exaustão em grandes altitudes e baixas temperaturas.

Alternativas ao Etanol de Milho

Em alternativa ao etanol de milho, duas correntes oponentes são apresentadas:

1) Jay Keasling, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, procura obter etanol e outros combustíveis oriundos de plantas como o Panicum virgatum (em inglês, switchgrass). Seu objetivo implica na obtenção de leveduras e outros mecanismos experimentais que digiram a planta inteira, incluindo os caules, de difícil processamento. Outra de suas dificuldades é a extensiva de área e tempo destas variedades de plantas para seu crescimento, fazendo com que a necessidade por combustíveis oriundos de plantas suplante a capacidade de produção.[2][3]

Panicum virgatum (big-grass.com).

2) Um outro segmento dos pesquisadores, dentre os quais J. Craig Venter (Wiki en), apresentam uma posição mais radical, na qual os mais viáveis biocombustíveis suplantarão as plantas de cultivo, reduzindo os passos intermediários completamente, baseando a produção em algas ou microrganismos com capacidade fotossintética, transformando o dióxido de carbono da atmosfera, pela ação de luz solar de maneira direta e eficiente em biocombustíveis.

Este sistema ainda deve ser desenvolvido para grande escala, gerando inclusive dúvidas de opositores, como Jay Keasling.[2][3]

Estes dois processos dependerão para sua eficiência de aperfeiçoamentos das espécies vivas, via seleção genética, via modificações por engenharia genética.

São consideradas etapas de penetração no mercado nas quais tais biocombustíveis sejam misturados aos combustíveis líquidos de origem fóssil em uso, tal como o óleo diesel ou a gasolina.

A vantagem dos microorganismos está na sua característica de poderem ser facilmente modificados para produzir uma grande variedade de reações químicas, além de se multiplicarem sozinhos e com grande velocidade.

O Joint BioEnergy Institute, em Emeryville, Califórnia, que desenvolve biocombustíveis sustentáveis, modificarem uma linhagem comum de levedura para que ela gerasse enzimas digestivas normalmente usadas por quatro microrganismos diferentes. Tais leveduras conseguem digerir mais material oriundo de fábricas de celulose, com produção 10 vezes superior de biocombustíveis.

Micrografia de elétrons mostrando a bactéria Escherichia coli secretando gotículas de combustível biodiesel,

juntamente com ácidos graxos e álcool. (Imagem por Marcin Zemla e Manfred Auer, JBEI)

Uma vez a E. coli ter secretado o óleo, ele sequestra-se em gotículas como mostrado nesta imagem ótica,

consequentemente facilitando o recolhimento do óleo. (Imagem por Eric Steen, JBEI)

Impactos ambientais

Impactos diretos

A demanda de água para a produção de etanol, seja do milho, seja da cana-de-açúcar tem sido apontada como problemática pelos ecologistas.

Um conjunto de pressões sobre as florestas tropicais e terras cultiváveis tem sido provocado pela expansão da produção de biocombustíveis. Nos EUA, as pastagens e terras cultiváveis integrantes de programas de conservação ambiental tem sido transformadas em áreas de produção de milho.

As florestas tropicais sofrem desmatamento crescente na Indonésia e Malásia, os maiores produtores mundiais, para se tornarem áreas de produção de dendê, com práticas agrícolas implementadas de maneira incorreta, que tanto é matéria-prima industrial dedicada à exportação como também básico nestes países para a produção de biodiesel. A demanda por óleo de palma tem aumentado significativamente a nível mundial e as plantações cobrem uma área de 11 milhões de hectares do planeta, sendo que considera-se que a produção global deve dobrar até 2020. Entre 1985 e 2000, o desenvolvimento das plantações de óleo de palma foi responsável por uma desflorestação na Malásia em estimados 87%. Em Sumatra e no Bornéu, cerca de 4 milhões de hectares de floresta foram convertidos em plantações de palmeiras, estando projetada a ocupação de mais 6 milhões de hectares na Malásia, e outros 16,5 milhões na Indonésia.[34]

Plantação de palma na Malásia (www.etawau.com).

No Brasil, as plantações de palma ou dendê ocupam cerca de 40 mil hectares e grande parte da produção está localizada na região Amazônica.

As áreas de cerrado brasileiro estão sendo utilizadas para ampliar a produção de cana-de-açúcar e soja. O desmatamento da floresta amazônica é acusado de ser causado indiretamente pela produção de biodiesesl, quando induz o deslocamento da produção de gado bovino para aquela região. Genericamente, tais processos causam perda de biodiversidade, impacto ampliado pelo cultivo de monoculturas, que afetam os ecossistemas, prejudicando o reciclo dos resíduos orgânicos e a qualidade do ar.

Dendezeiro (Elaeis guineensis) – bethreis.blogspot.com

Há certamente uma variação de caso a caso dos impactos ambientais adversos que tornam uma análise crítica abrangente difícil de ser realizada. Analise-se, portanto, particularmente, a ação dos biocombustíveis sobre o aquecimento global, o que trataremos adiante.

BIOCOMBUSTÍVEIS E OS GASES DO EFEITO ESTUFA

Na queima de biocombustíveis em motores de combustão interna, somente existe a emissão de carbono capturado no crescimento da cana (ou milho) ou das oleaginosas durante a fotossíntese, diferentemente dos combustíveis fósseis, onde há a remoção de carbono de reservatórios* na crosta terrestre e seu lançamento na atmosfera. (*No jargão do ramo, “esconderijos”.)

Ainda que exista a liberação de dióxido de carbono pela queima de biocombustíveis, os organismos dos quais estes são feitos retiram uma quantidade equivalente de dióxido de carbono da atmosfera, os fazendo serem praticamente neutros em termos de carbono, no longo prazo.

A posição de vanguarda do Brasil em biocombustíveis, ao menos parcial, soma-se a uma matriz energética fortemente amparada no uso de energias renováveis, colocando o Brasil na contra-mão da queima de combustíveis fósseis, que liberam CO2 na atmosfera, dentre outros gases de efeito estufa, que cada vez mais tornam claras evidências de um aquecimento global antropogênico.

Numa análise mais profunda, “energia renovável” não implica “sem impacto”, seja sobre o meio ambiente, seja nos sistemas sociais e econômicos. A sustentabilidade dos biocombustíveis deve ser analisada na complexidade de incluir o local onde a matéria-prima é produzida e as tecnologias a serem usadas na etapa agrícola da produção e no posterior processamento.

Os biocombustíveis, há pouco tempo, eram considerados como uma fonte de energia essencialmente limpa, com a possibilidade de mitigar as mudanças climáticas, e com a capacidade de fortalecimento e desenvolvimento do meio rural, propiciando a independência de questões políticas de instabilidade de regiões produtoras de petróleo, como o Oriente Médio.

A emissão de carbono pela queima de biocombustíveis corresponde à captura na fase de crescimento das plantas. As emissões de gases de efeito estufa (GEEs) líquidas dos biocombustíveis, que contribuiriam para as mudanças climáticas ocorrem em sua produção, transporte e processamento, e são dependentes, especificamente, da etapa agrícola da produção. Se a área a ser cultivada está sendo preparada para o cultivo de matéria-prima, por exemplo, com a eliminação de árvores e remoção de arbustos, o carbono armazenado na cobertura vegetal e no solo é liberado para a atmosfera. Isto ocorre predominante e imediatamente pela queima da área a ser plantada, ou, posteriormente, pelos processos de decomposição orgânica.

As emissões oriundas destes diferentes processos são claramente muito variáveis, e dependem do ecossistema que está em alteração (uma mata de árvores altas armazenou mais carbono que uma área de vegetação rasteira). Porém recentes estudos apontam que a liberação de GEEs é bastante significativa: a conversão para plantações de florestas tropicais e de manguezais liberaria durante seu abate ou combustão tanto carbono que as emissões relacionadas a esses processos superariam as emissões evitadas pela substituição dos combustíveis fósseis, muitas vezes por mais que 50 anos (chegando-se a valores de até 500 anos) devido a elevada quantidade de carbono estocada nestes sistemas.

Os ciclos entre produção de gases de efeito estufa, sua mitigação e o balanço de energia são frequentes na literatura sobre produção de energia a partir de biomassa.[31]

Com os impactos do cultivo de matérias-primas sobre o desmatamento acelerado em florestas tropicais e danos colaterais oriundos do aumento de produção os biocombustíveis passaram a ser alvos de críticas como no caso do fator indutor de desmatamento das regiões amazônicas oriundo da expansão do cultivo de soja, que não é direto, mas pela transferência de terras usadas para a criação de gado e a expansão dessa atividade na direção da floresta amazônica.

Nesse caso, o prazo para a obtenção de benefícios para o clima global levará entre 48 anos, quando tratar-se de área de savana amazônica, e 353 até 645 anos, para o caso do desmatamento de florestas virgens, inviabilizando a soja como meio de se obter a mitigação de alterações climáticas. Nesse balanço de gases de efeito estufa pode-se obter melhoras sensíveis com a transesterificação etílica (quando a obtenção do biodiesel se faz com a transformação do óleo vegetal com etanol) tornando-se economicamente viável, pois na atualidade, predomina a transesterificação metílica, com metanol, o qual é obtido a partir de combustíveis fósseis.

BIOCOMBUSTÍVEIS E TERRAS DEGRADADAS

Como exemplo extremo de um caso, o cultivo de palmeiras para a produção de óleo de dendê, nas regiões tropicais úmidas, com a transformação de manguezais do sudeste asiático em terras agrícolas, resultaria em prazo de 4365 anos para a substituição dos combustíveis fósseis poder compensar as emissões de GEE oriundas da conversão em plantações desses ecossistemas, conforme pesquisas de três universidades estadunidenses recentemente publicadas.[21][22]

Por este motivo, torna-se fundamental o uso de terras degradadas ou abandonadas para o cultivo de fontes de biocombustíveis, de maneira a obter-se significativos ganhos na redução das emissões de gases de efeito estufa.

É importante a análise de que modo a produção brasileira de biocombustíveis situa-se neste espectro de críticas. A cana-de-açúcar fou desenvolvida significativamente, já nos anos 70, como fonte de matéria-prima para a produção de bioetanol e seu consumo em veículos automotores leves, tornando o Brasil o segundo maior produtor, apenas ultrapassado ligeiramente pelos EUA.

Ainda que a mitigação das mudanças climáticas seja maior para o bioetanol de cana-de-açúcar que a produção e uso de biodiesel, o biodiesel não apresenta-se de todo inviável. na pesquisa apresentada pelas universidades estadunidenses, é exposto o potencial do biodiesel para a mitigação das mudanças climáticas, incluindo a mamona e a soja. Em ambos os cultivos, a captação de carbono será otimizada com o cultivo em terras degradadas. Noutros tipos de alterações de uso do solo, por exemplo, a produção de áreas naturalmente de cerrado, ou mesmo de florestas degradadas, a exigência de tempo para a compensação de emissões de gases oriundos destas alterações chegaria de 89 a 588 anos. O fator predominante aqui relaciona-se com a baixa produtividade da soja e da mamona.

Biocombustíveis no Brasil

O BIOETANOL BRASILEIRO

Tratando-se de bioetanol, o Brasil desempenha um papel diferenciado do restante do mundo, com uma destacada alta produtividade e baixo custo de produção. Esta conjunção de fatores o levou a ser excluído das críticas contundentes contra a expansão da produção dos biocombustíveis – como por exemplo, o citado comunista Donald Mitchel, do Banco Mundial, que escreveu que a produção brasileira de bioetanol partindo da cana-de-açúcar não contribui para a majoração dos preços das commodities agrícolas devido ao crescimento da produção de álcool, com acompanhamento da demanda, sem a exigências de um incremento significativo da área requerida pela cana.

Uma análise da produção brasileira de álcool e açúcar a partir da cana,

em quantidades e valores, no ano de 2006 (agribizz.blogspot.com).

Um ponto favorável do bioetanol do Brasil é que a cana-de-açúcar, geralmente, obtém as maiores reduções de emissão de gases de efeito estufa devido à uma alta produtividade por hectare. Obtem-se produções de aproximadamente 6 mil titros por hectare, e alcança-se níveis acima de 10 mil litros no cultivo de cana brasileiro. Tais valores estão bem acima da média global e permitem que os tempos requeridos para a compensação de gases de efeito estufa emitidos, pela substituição das pastagens e outras culturas pela cana sejam menores que praticamente todas as demais alternativas. A geração de energia elétrica com o bagaço da cana, um subproduto da produção de etanol, torna estes resultados ainda melhores.

Uma equipe de pesquisadores da Princeton University, liderados por Timothy Searchinger, estima este período de tempo como inferior a 30 anos, que segundo tais autores é um resultado impressionante. Esta equipe argumenta também que as soluções para a mitigação dos impactos irreversíveis das mudanças climáticas são necessárias imediatamente e não a longo prazo.

Desde que a plantação de cana-de-açúcar não ocupe áreas das florestas tropicais ou desloque para essas áreas outras atividades como a produção de soja ou a produção de gado, diversos pesquisadores concordam com os benefícios climáticos do crescimento da utilização do bioetanol brasileiro.

Existem variáveis favoráveis para evitar-se este problema, devido a ainda existirem terras cultiváveis em quantidade suficiente para a expansão da produção agrícola no Brasil sem a perturbação da Floresta Amazônica ou a Mata Atlântica.

Uma característica típica da produção de álcool a partir da cana-de-açúcar é que a conversão em álcool necessita ser feita em curto período de tempo após o corte, exigindo que as unidades industriais de fermentação estejam situadas a relativamente curta distância das plantações.

Dado que as regiões metropolitanas são os principais mercados do bioetanol, o cultivo da cana muito provavelmente não se expandirá às regiões amazônicas, a curto e médio prazos, com suas baixas densidades populacionais.

Em contrapartida, uma expansão crescente de áreas de plantio com cana-de-açúcar nas regiões Sudeste, onde pressionaria a Mata Atlântica, e na região Centro-Oeste, onde pressionaria o cerrado, pode ocorrer.

Além destas questões, determinadaspráticas ambientalmente danosas continuam existindo, como a queima da cana antes da colheita, colaborando com a poluiçãop atmosférica com emissão de grande quantidade de material particulado, com efeitos sobre a saúde, principalmente de crianças e idosos. Soma-se a isto a utilização de pesticidas na fase agrícola que pela nocividade causam impactos ambientais.

Na contra-mão de problemas consequentes da produção de cana, o despejo de vinhoto em corpos d’água, que antigamente provocava graves problemas de poluição, passou a ser lançado como biofertilizante, equacionando as dificuldades com este efluente.

Utilização do vinhoto como fertilizante (editado de cepa.if.usp.br).

Ainda sim, a produção de cana-de-açúcar é associada a problemas sociais persistentes. Devidoaos valores pagos pelo trabalho ser superior aos ganhos em sua terra natal, todo ano, milhares de trabalhadores migram para os grandes centros produtores de cana, apesar das rigorosas condições de trabalho, destacadamente São Paulo. Nesta migração, outro problema social trata-se da própria massa de trabalhadores que deixam suas famílias por meses, Uma crescente mecanização da colheita, substituindo a mão-de-obra, a otimização das tecnologias empregadas, em introdução em regiões produtoras, além de minimizar os problemas ambientais e de saúde oriundos da queima da cana, melhoraria as condições de trabalho, porém será balanceada socialmente com a demissão de trabalhadores de baixa qualificação.

A PRODUÇÃO DE BIODIESEL NO BRASIL

Em 2007, o Brasil situava-se na vanguarda mundial da produção de bioetanol, mas não aplicava-se o mesmo quanto ao biodiesel, não se incluindo entre os cinco maiores produtores mundiais. A produção de biodiesel, no entanto, vem se expandindo rapidamente com a implantação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). O programa agrega o favorecimento de várias matérias-primas com um programa de inclusão social, com a integração de uma massa de agricultores de pequeno porte na produção das oleaginosas, com a geração de empregos e renda em comunidades rurais pobres.

Diferentemente do petróleo, as unidades de produção de biodiesel comportam

um espectro amplo de escalas de produção.

O biodiesel utiliza-se de diferentes oleaginosas na sua produção, diferentemente do bioetanol que baseia-se numa única matéria-prima. Entre estas oleaginosas, destacam-se o óleo de dendê, no Pará, a mamona no semi-árido do Nordeste, a soja na região Sul e Centro-Oeste. Somam-se a estas outras culturas alternativas, como, por exemplo, o algodão e o babaçú. Atualmente, as culturas mais populares são a soja e a mamona, não necessariamente devido às suas qualidades intrínsecas, mas devido à exposição na mídia e no debate público focado nestas duas culturas.

O probrama PNPB sofreu uma diminuição de ritmo nos dois últimos anos, embora tomado de euforia quando do início de sua implantação. Dificuldades financeiras de diversos produtores de biodiesel, o papel predominante da soja, de agricultura extensiva, fornecendo quase todo o biodiesel produzido no Brasil, contrastando com a pequena participação na distribuição de produtores entre os agricultores de pequeno porte, levantaram diversas dúvidas sobre a viabilidade de atingir-se os objetivos propostos no programa.

Com a crise financeira subprime de 2008 e a consequente queda do preço do petróleo tornou-se o biodiesel ainda menos competitivo. O que torna o biodiesel utilizado no transporte é a obrigatoriedade de uma mistura de 3%, regulamentada no PNPB, apesar do aumento da diferença de preço entre os dois combustíveis.

Em paralelo a este fenômeno econômico, os agricultores nordestinos de pequeno porte que cultivam mamona obtém melhor preço vendendo seu óleo atendendo a demanda da indústria química. A alta viscosidade do óleo de mamona ainda o coloca em dificuldade de produzir biodiesel que atenda às especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O biodiesel derivado do óleo de mamona requer a mistura com outros óleos vegetais para atender a estas especificações da ANP, e deste modo, manter-se como oleaginosa do PNPB.

Até 2008, as perspectivas mundiais dos biocombustíveis eram bastante promissoras. Com o início da crise financeira, afetando profundamente o setor, as perspectivas tornaram-se bem menos claras, somando-se aos possíveis impactos da expansão da produção e uso dos biocombustíveis sobre o meio ambiente, com a produção ecologicamente incorreta dos biocombustíveis, somada com o crescimento populacional, o agravar das crises mundiais de segurança alimentar e a degradação do meio ambiente. Esses critérios devem ser levados em consideração no planejamento da expansão de biocombustíveis.

Cenários Futuros

O Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Coppe/UFRJ realizou uma pesquisa sobre diferentes cenários globais de demanda de energia, em 2008, coordenada por Emílio Lébre La Rovere e Martin Obermaier, apresentou que os biocombustíveis podem vir a fornecer 10% de demanda mundial do setor de transportes em 2030, mesmo num cenário otimista. O Brasil possui a potencialidade de se tornar o maior fornecedor mundial de biocombustíveis, com predominante exportação de bioetanol oriundo da cana-de-açúcar. Entretanto, as projeções da demanda mundial por combustíveis líquidos para transporte apresentam variação de 40% em 2030, de acordo com os diversos cenários possíveis, apresentando deste modo uma grande incerteza para os biocombustíveis em seu papel nas fontes futuras de energia.

Por outro lado, para o bioetanol, o Brasil apresenta uma vantagem competitiva significativa comparativamente aos demais países produtores de biocombustíveis, devido a estes não possuirem complexos industriais autônomos, uma forte dependência de subsídios e de apoio político para tornar economicamente viáveis os combustíveis por eles produzidos.

É claro que esse apoio político pode vir a faltar , como é perceptível na atualidade, quando diversos países da Europa tomaram a decisão de cortar os subsídios para produtores domésticos de biodiesel, com efeitos sobre sua produção.[23][24][25] É razoável considerar que mesmo a União Europeia, com sua predominância atual de biodiesel entre os biocombustíveis, passe a dotar o bioetanol brasileiro até 2030. Em recente relatório da universidade holandesa de Wageningen também mostra-se que a produção europeia não será suficiente para suas metas de utilização de biocombustíveis, e aponta para o Brasil, com suas vantagens competitivas, como um exportador destacado no futuro.[28]

Quanto ao etanol, a produção brasileira para o ano de 2035 é estimada num valor entre 40 e 400 bilhões de litros, o que demonstra uma alta incerteza. O desenvolvimento do bioetanol como combustível no futuro será fortemente influenciado pela variação do preço do petróleo. Os biocombustíveis terão um papel modesto, pelas limitações impostas pela crise mundial ao preço do petróleo, a se manter o nível atual e as questões climáticas não sendo tomadas com maior ação política. No caso do preço do petróleo apresentar novamente elevação, e havendo progresso técnico significativo na produção de bioetanol (como o etanol celulósico) e/ou no biodiesel (no caso, os combustíveis de 3a e 4a geração), sua participação na matriz energética mundial poderá ser ampliada, com a participação importante do Brasil. O mercado doméstico de biocombustíveis, na atualidade, ainda se encontra em consolidação. Diversos produtores entraram em processo falimentar, e futuramente, os processos de fusão e concentração do setor deverão continuar a sonsolidação das empresas.[26]

Até 2008, as perspectivas mundiais dos biocombustíveis eram bastante promissoras. Com o início da crise financeira, afetando profundamente o setor, as perspectivas tornaram-se bem menos claras, somando-se aos possíveis impactos da expansão da produção e uso dos biocombustíveis sobre o meio ambiente, com a produção ecologicamente incorreta dos biocombustíveis, somada com o crescimento populacional, o agravar das crises mundiais de segurança alimentar e a degradação do meio ambiente. Esses critérios devem ser levados em consideração no planejamento da expansão de biocombustíveis.

Ainda com estas diversas variáveis, o Brasil terá a liberdade de exportar quantidades significativas de bioetanol, conjuntamente com o biodiesel para o mercado internacional. Porém, com a demanda global alcançando patamares muito mais elevados que no Brasil, será fundamental adotar políticas adequadas para a expansão da produção sustentável de biocombustíveis.

Apêndices

O consumo anual de gasolina dos EUA no período 2008-2009 era estimado em 532 bilhões de litros, com estimativa de ainda aumentar 20% até 2030, especialmente devido ao crescente número de automóveis e aviões particulares.

Em números de 2006, o Brasil apresenta um valor da produção agrícola na faixa de US$ 100 bilhões, quinta maior produção agrícola do mundo (os primeiros são China, com US$ 600 bilhões, União Europeia, com US$ 420 bilhões, EUA, com US$ 287 bilhões, Índia, com US$ 140 bilhões; o Japão, o sexto maior produtor, apresenta produção de US$ 90 bilhões). No quesito exportações agrícolas, o Brasil passa a 3° lugar.

O Censo Agropecuário de 2006 indica 5 milhões de estabelecimentos rurais no Brasil, com valor de produção por estabelecimento de US$ 19 mil por ano. A agricultura brasileira é pouco subsidiada, 6% dos custos, ou US$ 1,1 mil por ano, o menor valor entre os seis maiores produtores.

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