Cataforese

O fenômeno da eletroforese é o movimento de partículas dispersas em relação a um fluido sob a influência de um campo elétrico espacialmente uniforme.[1][2][3][4][5][6] Classificado como um fenômeno eletrocinético (em que a eletricidade produz o movimento), foi obswervado pela primeira vez em 1807 por Reuss na (Universidade de Moscou) [7], que percebeu que a aplicação de um campo elétrico constante causava migração de partículas de argila dispersas em água. Em última análise, é causada pelo presença de uma interface entre a superfície carregada de partícula e o fluido circundante.

A eletroforese de partículas carregadas positivamente (cátions) é chamada cataforese, consistindo no deslocamento para o cátodo destas partículas, enquanto a eletroforese de partículas carregadas negativamente (ânions) é chamada anaforese.

Como técnica de separação permite separar partículas coloidais carregadas eletricamente, baseando-se na sua diferente velocidade de migração num campo elétrico. A velocidade de migração das partículas depende do campo, da carga das partículas e de outros fatores, tais como o tamanho e a forma das partículas.

Os principias domínios de aplicação laboratorial da eletroforese são a bioquímica e a química analítica, sendo um dos processos mais usados para a separação de proteínas.

Também pode ser aplicada na medicina, por exemplo, para separar e investigar diversas proteínas do plasma sanguíneo devido às suas diferentes velocidades de migração.


Na indústria, a eletroforese tem aplicação, entre outros fins, no envernizamento por imersão., por exemplo, com aplicação de uma película epóxica, sendo considerada o melhor processo para o revestimento de peças metálicas, assegurando uma proteção de qualidade e maior durabilidade.

Conexões tubulares sendo tratadas quimicamente (fosfatação a quente) para

depois receberem revestimento por cataforese (www.sgpam.com.br).

Esquema básico de um processo de cataforese. (1) Cátodo. (2) Revestimento de pintura isento do íon ferro (Fe2+).

(Editado a partir de www.sgpam.com.br)

A reação do cátodo se dá conforme a equação:

A pintura por cataforese é um processo que é realizado pela imersão de um componente em um banho constituído por tinta diluída em água que cobre completamente a superfície dos componentes imersos.

Realiza-se atualmente pintura com materiais transparentes (vernizes), adequados por exemplo à peças para mobiliário, tais como puxadores de gaveta, botões, acessórios de banho, etc. [8]

Permite cobertura perfeita, sem defeitos superficiais, tais como aspecto de “casca de laranja”, a heterogeneidade de cor nas mudanças de superfície ou de cor.

Acrescenta-se retificadores de corrente que permitem correntes estáveis.

Referências

1. Lyklema, J. (1995). Fundamentals of Interface and Colloid Science. vol. 2. p. 3.208.

2. Hunter, R.J. (1989). Foundations of Colloid Science. Oxford University Press.

3. Dukhin, S.S.; B.V. Derjaguin (1974). Electrokinetic Phenomena. J. Willey and Sons.

4. Russel, W.B.; D.A. Saville and W.R. Schowalter (1989). Colloidal Dispersions. Cambridge University Press.

5. Kruyt, H.R. (1952). Colloid Science. Volume 1, Irreversible systems. Elsevier.

6. Dukhin, A.S.; P.J. Goetz (2002). Ultrasound for characterizing colloids. Elsevier.

7. Reuss, F.F. (1809). Mem. Soc. Imperiale Naturalistes de Moscow 2: 327.

8. PA-DA - Machines & plants for the treatment of the surfaces - Cataphoresis

http://www.pa-da.it/SitoInglese/Impianti%20di%20verniciatura%20in%20cataforesi.htm