Espessura de camada limite

Uma tradução e melhorias no artigo da Wikipedia em inglês.

Boundary-layer thickness

torroja.dmt.upm.es

Diversos fatores são influentes na obtenção de parâmetros usados ​​para medir as propriedades de camadas limite, especialmente, sua espessura. Considere-se um corpo estacionário com um fluxo turbulento movendo em torno dele, como uma placa semi-infinita plana, com fuido que flui sobre a parte superior da placa. Nas paredes sólidas do corpo o fluido satisfaz uma condição de limite anti-deslizamento e tem uma velocidade zero, mas à medida que se afasta da parede, a velocidade do fluxo aproxima-se assintoticamente da velocidade média do fluxo livre. Por isso, é impossível definir um claro ponto em que a camada limite torna-se o fluxo livre. Os parâmetros abaixo ultrapassam esta limitação e permitem que a camada limite seja medida.

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Espessura de 99% da velocidade

A espessura da camada limite δ, é a distância entre a camada limite a partir da parede para um ponto onde a velocidade de fluxo é essencialmente atingido a velocidade de "fluxo livre", u0. Esta distância é definida como normal à parede, e o ponto onde a velocidade de fluxo é essencialmente a de fluxo livre é usualmente definida como o ponto em que:

Para Latex: u(y) = 0.99u_o

Editado de ecourses.ou.edu.

Para camadas laminares de fronteira sobre uma placa plana, a solução de Blasius obtem:

Para Latex: \delta \approx 4.91 \sqrt{ {\nu x}\over u_0}

Para Latex: \delta \approx 4.91x/ \sqrt{R e_x}

Para camadas de limite turbulenta sobre uma placa plana, a espessura da camada limite é determinada por:

Para Latex: \delta \approx 0.382x/ {R e_x}^{1/5}

onde

Para Latex: R e_x = \rho u_0 x/\mu

é a é a espessura total (ou altura) da camada limite

é a viscosidade cinemática

é a distância a jusante a partir do início da camada limite

é o número de Reynolds

é a densidade

é a velocidade do fluxo livre

é a viscosidade dinâmica

A espessura da velocidade pode também ser referida como a razão de Soole, embora o gradiente de espessura superior a distância seja inversamente proporcional à espessura da velocidade.

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Espessura de deslocamento

A espessura de deslocamento δ* ou δ1 é a distância pela qual uma superfície tem de ser movida na direção perpendicular ao seu vetor normal distanciando-se do plano de referência em um fluxo de fluido não-viscoso da velocidade

para obter-se a mesma taxa de fluxo que ocorre entre a superfície e o plano de referência em um fluido real.[1]

Na aerodinâmica prática, a espessura de deslocamento essencialmente modifica a forma de um corpo imerso em um fluido permitindo uma solução não-viscosa. É comumente utilizada em aerodinâmica para ultrapassar a dificuldade inerente ao fato de que a velocidade do fluido na camada limite aproxima-se assintoticamente para o valor de fluxo livre, na medida que a distância a partir da parede aumenta, para qualquer localização dada.

A definição da espessura de deslocamento para o fluxo compressível é baseado na taxa de fluxo de massa:

Para Latex: {\delta^*}= \int_0^\infty {\left(1-{\rho(y) u(y)\over \rho_0 u_0}\right)dy}

A definição de fluxo incompressível pode ser baseada na taxa de fluxo volumétrico, na medida que a densidade é constante:

Para Latex: {\delta^*}= \int_0^\infty {\left(1-{u(y)\over u_0}\right)dy}

Onde

e são a densidade e a velocidade do fluxo livre externo à camada limite, e é a coordenada normal à parede.

Para os cálculos de camada limite, a densidade e a velocidade na borda da camada limite devem ser utilizados, dado que não há fluxo livre. Nas equações acima,

e são portanto substituídos com

e .

A espessura de deslocamento é usada para calular o fator de forma da camada limite.

Espessura de momentum

A espessura de momentum, θ ou δ2, é a distância através da qual uma superfície teria de ser deslocada paralelamente a si própria no sentido do plano de referência em um fluxo de fluido não-viscoso na velocidade

para obter-se o mesmo momento total como o que existe entre a superfície e o plano de referência em um fluido verdadeiro.[1][2]

A definição da espessura de momentum para fluxo compressível é baseada na taxa de fluxo de massa:

Para Latex: \theta = \int_0^\infty {{\rho(y) u(y)\over \rho_0 u_o} {\left(1 - {u(y)\over u_o}\right)}} dy

A definição para a espessura de momentum para fluxo incompressível pode ser baseada na taxa de fluxo volumétrico, na medida que a densidade é constante:

Para Latex: \theta = \int_0^\infty {{u(y)\over u_o} {\left(1 - {u(y)\over u_o}\right)}} dy

Onde

e são a densidade e a velocidade do fluxo livre externo à camada limite, e é a coordenada normal à parede.

Novamente, para os cálculos de camada limite, a densidade e a velocidade na borda da camada limite devem ser utilizados, dado que não há fluxo livre. Nas equações acima,

e são portanto substituídos com

e .

Para uma placa plana, sem ângulo de ataque com uma camada limite laminar, a solução de Blasius resulta:

Para Latex: \theta \approx 0.664 \sqrt{{\nu x}\over u_o}

A influência da viscosidade do fluido cria uma tensão de cisalhamento de parede,

, que extrai energia do fluxo principal. A camada limite pode ser considerada como possuidora de um déficit de fluxo total de momentum, devido à dissipação pelo atrito.

Para Latex: \rho \int_0^\infty {u(y) \left(u_o - u(y)\right)} dy

Outras escalas de comprimento que descrevem camadas limite viscosas incluem a espessura da energia, .[Nota 1]

Fator de forma

Um fator de forma é usado em fluxo de camada limite para determinar a natureza do fluxo.

Para Latex: H= \frac {\delta^*}{\theta}

onde H é o fator de forma, é a espessura de deslocamente e θ é a espessura de momentum. Quanto maior o valor de H, mais forte é o gradiente de pressão adverso. Um gradiente de pressão adverso alto pode reduzir em muito o número de Reynolds no qual transição para a turbulência pode ocorrer.

Convencionalmente, H=2,59 (camada limite de Blasius) é típica de fluxos laminares, enquanto H=1,3-1,4 é típica de fluxos turbulentos.

Notas

1. Disponível na referência 1, página 161.

Referências

1. Schlichting, H.; Boundary-Layer Theory; McGraw Hill, New York, U.S.A., 1979.

2. Dominik Surek, Silke Stempin, Angewandte Strömungsmechanik: für Praxis und Studium, Vieweg+Teubner Verlag 2007, ISBN 3-8351-0118-8, S. 246

Leitura adicional

    • F.M. White, "Fluid Mechanics", McGraw-Hill, 5th Edition, 2003.

    • B.R. Munson, D.F. Young and T.H. Okiishi, "Fundamentals of Fluid Mechanics", John Wiley, 4th Edition, 2002.

    • B. Massey and J. Ward-Smith, "Mechanics of Fluids", Taylor and Francis, 8th Edition, 2006.

    • R. A. Crawford; Influence of bulk turbulence and entrance boundary layer thickness on the curved duct flow field; National Aeronautics and Space Administration, Scientific and Technical Information Division, 1988.

    • John Tuzson; Centrifugal Pump Design; John Wiley & Sons, 2000. - pág. 97.

    • Currie; Fundamental Mechanics of Fluids; CRC Press, 2002. - pág. 286.

    • Um infográfico animado com áudio em inglês pode ser assistido em ecourses.ou.edu.