O medo de não ser havia tomado seu corpo e mente, uma fantasia criada por opiniões de outros tantos.
A ilha de um mundo próprio de seu espírito refletiu sobre a vida e o quanto estava perdendo, enxergando a necessidade de mudança.
Sentia-se diamante nas mãos de mendigo, enquanto as leis que não criou ditavam sua rotina perdida em dias e mais dias. Verdade que nunca se vence uma guerra lutando sozinho, nem com o eco de palavras que não repercutem em nada.
Nada daquilo, nada...
Coragem de lutar, de seguir em frente, ele podia mais. Olhou para o seu próprio interior e viu rusgas de tempos passados, as marcas do tempo e a proteção das paredes do quarto.
Assim abandonou sua zona de conforto e foi à luta... Rompeu as barreiras criadas por tanta gente que só pensava nelas mesmas.
E o segredo do universo se revelou na consciência de novos amigos construídos nos caminhos da vida. Talvez, ele tenha ido muito longe, deixando milhares para trás.
Isso não importava mais, o que passou seria apenas história do passado, experiência de vida. Os riscos estavam expostos, cabia a ele prevenir o presente e enfrentar o futuro, como o lento abrir da cortina do velho vitrô.
E a esperança de dias melhores se concretizou em verdades nostálgicas e na paranoia de loucos delirantes que cruzaram seu caminho.
Um dia ele me ligou, falou de flores mortas e de notícias que não constavam nas bancas de jornais, estava bastante arrependido dos erros do passado.
Foi a última vez que nos falamos, até hoje ele permanece vivo em meus pensamentos...