Não sabia em que momento havia me perdido no tempo, muito menos as léguas deixadas para trás ao alcançar este rincão, conhecido pelos antigos como a “Boca do Sertão”.
Buscar explicação plausível para tal denominação seria impossível com a gente atual, mas deduzi que se dava por ser ponto comum de ligação aos locais mais inóspitos da região.
A cerveja no bar custou apenas uns trocados, bem como o lanche de pão, presunto e queijo. Quanto às histórias, estas não têm preço. Por mais que esperasse uma boa prosa, ali me senti em casa.
Depois desse dia perdi as contas da quantidade de vezes que voltei àquele lugar, naquele balcão de bar. Talvez, minha curiosidade sempre carregue o espírito peregrino ao vilarejo ou seria pura intuição de um simples caipira andarilho?
São tantas questões impostas à mente, que simplesmente é melhor ignorar tantos questionamentos e seguir em frente, mesmo que seja pra lugar nenhum.
Em meio a tanta incerteza, os versos compostos na “Boca do Sertão” continuam sendo os mais belos, mistérios de uma alma aflita e cansada de tanta notícia ruim.
Olhando o movimento dos pássaros na esquina da praça, revirando sua farta refeição, reflito sobre a tranquilidade desta terra, nem tristeza, nem saudade, apenas um horizonte se abre para sua simples gente da roça.
Virei a página do velho livro e encontrei a sua contracapa. Adicionei umas páginas em branco e decidi que escreveria as próximas folhas deste belo lugar, sua gente e história...