A alegria exalava em seu belo rosto, numa feição tão típica para os que conviviam diariamente com ela. Afeiçoado a seu olhar buscava algum sentido para tanta felicidade. Olhei para o lado e vi que todos estavam felizes e sorrindo, pelo jeito sua alegria era tanta que transmitia energias para os viventes do entorno.
Seria ela um anjo enviada com a finalidade de alegrar um pouco este mundo que anda tão chato e cheio de guerras?
Bom, talvez. De trás do balcão daquele bar ela sorriu em minha direção e eu acenei com um cumprimento e um sorriso. Repentinamente havia me esquecido do sol escaldante e do pó da estrada, recluso a um ambiente próprio de um tempo sem explicação.
Os ponteiros do relógio paralisaram suas atividades no ato lúcido de lavar copos e pratos sujos, realizado por suas mãos tão delicadas. Entre um gole e outro de cerveja, a eternidade de um minuto causou menos sentido ainda àquela cena.
Se não tivesse caminhado tantos quilômetros por estradas de chão juraria que àquilo não passava de um sonho... E não seria mesmo?
Bom, talvez. Um sonho de sonhador, maluco que sou acordei... Ali, no balcão do bar e tudo era real. Ou não?
Larguei qualquer busca por explicação, bebi o último gole de cerveja, paguei a conta, coloquei o chapéu e a mochila, despedi-me com um sorriso prontamente retribuído e voltei a passos largos para a estrada.
No entanto... Entretanto... Portanto... Deixa pra lá! Um dia, talvez, retorne ao balcão daquele bar para comprovar que o acontecido era real mesmo. Ou, quem sabe, não retorne mais, eternizando na memória àquelas cenas tão irreais...