Certa vez você me disse pra seguir devagar, sentir o tempo e o correr do relógio. Por quantas vezes passei com pressa neste trecho, sem ao menor observar as serras e montanhas?
As maravilhas de uma manhã mantiqueira, um dia qualquer da vertigem de nossa vida. Cruzando o espigão da serra, um mundo todo se abre para os nossos olhos.
A visão se abre para muito mais que a expressão da paisagem, para o interior de nossas histórias de vida, encontros e desencontros.
Sei que por muitas vezes você chorou ao escutar o som do Engenheiros do Hawaii, uma música que marcou nosso momento de despedida.
O tempo voa e novamente estamos aqui, juntos em nossa terra, num caminho entre tantos outros existentes. A engrenagem do corpo segue seus movimentos mecânicos e físicos, tendo como combustível o amor mais puro que pode existir... O amor de mãe pra filho, de filho para mãe.
Verdade que não seria um desvio ou um desencontro capaz de nos separar, muito menos a adversidade e distância do dia-a-dia.
Continuamos ligados pelo pensamento, pelo coração e pela mente que fraqueja para tantas coisas, menos para sua feição e lembrança.
Seguimos em frente, pulando porteiras e atravessando cercas de arame, sem ao menos pensar em desistir... Afinal de contas, não temos escolha, juntos somos insuperáveis.
Já que desistir não consta em nosso vocabulário, melhor seria buscar novas paisagens, lugares e histórias. O tempo dirá a quantidade de caminhos, sem se importar com quilometragens e outros supérfluos.
É mãe, alguma coisa ficou pra trás, antigamente isso era tudo que eu podia ter... A milhas e milhas distante de qualquer lugar!