Entre àquele belo final de tarde e o amanhecer do dia seguinte havia uma longa noite, com suas incertezas e irrealidades.
Em algum momento dúvidas invadiram o pouco da visão que ainda restava do mundo real, atravessando o tempo de almas onipresentes.
Seria uma ilusão do caminho ou uma parte das histórias de vida que insistem em seguir em frente? E meu velho camarada, por onde tem andado?
Verdade que há anos não o via, mas ainda éramos amigos e isso é o que importava... Bem que em algum momento desta longa caminhada havia perdido a noção de importância, nada mais fazia sentido.
Seguia a imaginar os motivos de percorrer estes caminhos uma vez mais, entre tantas outras estradas outra vez mais... Certo mesmo é que as mesmas perguntas sempre retornam à mente, conduzindo o pensamento pelos velhos trechos.
Entre o sonho e a vida real, o limiar não é muito claro, nem evidente, somente uma linha de transição caótica tomada pela emoção estradeira.
Não é uma aventura, nunca foi... Nem uma exploração bandeirante, isso é coisa do passado. É algo que vem de dentro do coração, razão do destino. Aliás, o destino é apenas uma passagem, talvez ele nem exista... Aqui nesse ponto, lembrei-me de você novamente, amigo... Por que você se foi tão cedo?
Sei que segue ao meu lado, pois o velho ditado diz que amigos de verdade nunca se separam... Quem sabe?
Dedico este amanhecer pra você, um nascente tão lindo quanto nunca imaginamos ver... Que sorte a minha e a sua também, não é?