Eternizado na imagem, meus caminhos levam ao infinito de uma serra de sombras e luas, gente e história, mistérios de tempos que voam nas asas de canários coloridos.
Antigos territórios de batalhas, de entradas e bandeiras em busca de ouro, solo de café e escravos, pacificada pelo tempo, pela história e pela sua gente.
A cada curva olhamos um horizonte diferente, um novo morro e uma nova chance de superação. Enxergamos muito mais que o verde da mata ou o amarelo do pasto queimado pela geada. Imaginamos menos do que vemos, numa sinopse de filmes e versos, linhas tortas que contornam nosso jeito de ser e viver.
Sonhos que tomam os montes, morros e serras, carregados pelo vento do velho vale e suas várzeas. Águas que carregam emoções e sentimentos, um jeito de vida regada pela simplicidade.
Um mundo veio cansado de sofrer com a ganância do homem e sua eterna luta pelo poder, no alto desta serra o coração se torna pacífico de tanto ver bombas e exilados, guerras e mortes.
Vislumbro tudo que nos falta: a paz. Horizontes tomados pelo nevoeiro matinal, em mais um dia frio de nossas vidas meu amigo.
Reza a história que o tempo será delicado com quem é delicado com ele, assim como lírios que brotam do pedregoso chão dos campos. Tempo, quanto tempo meu jovem amigo...
Nossas vidas continuam se cruzando por estes caminhos, nosso tesouro especial são os quilômetros de uma caminhada ou as horas de papo pro ar? Talvez, as duas coisas.
O importante é seguir tolerante, carregando os mesmos ideais de tanto tempo atrás: viver um dia por vez, o resto o tempo toma conta.
Abraço meu companheiro, meu velho camarada!