Nos campos memoriais, a saudade é o único tijolo que resta aos efeitos do tempo. Não são mais domingos eternos, apenas dias passageiros e monótonos como quaisquer outros.
Meus amigos de dias intermináveis, quanto tempo não nos vemos nas ruas, sentindo o soprar do vento? E nossos ídolos, nossa história, gente simples como nós...
Como nossos pais trilhamos um caminho sem volta, tendo o futebol e o velho Olaria como plano de fundo. O mundo é grande como a emoção das partidas que assistimos e jogamos, tanta gente, velhos camaradas.
Uma simples camisa defendida com o sangue de homens de verdade, um espírito de vida e de grupo que cada um carrega dentro de si. Amizades que o tempo não desfez, mas que reforçou os laços de honra e companheirismo.
Tudo pelo caráter de um homem, centro das atenções de um grupo tão grande que os céus requisitaram sua presença antes do combinado.
Eduardo... Estive a pensar qual a maior herança que um homem pode deixar aos seus familiares e amigos, e conclui que é o sentimento de saudade, de lembrança!
Hoje, olhando os troféus na estante – desgastados pela ação do tempo – lágrimas escorrem pelos olhos calejados pelos tombos da vida. Quantas vezes pensamos em desistir? Provavelmente, muitas... Só não desistimos pelo Olaria Futebol Clube, pelo que existe dentro de nossos corações.
Ainda escuto o som do apito e a bola na rede nos dias de domingo, acredita? Sei que você também, meu velho amigo.
Somos partes de um time que nunca acabou e que nunca vai acabar, pois está vivo em nossas vidas, nos nossos jovens corações e na velha memória, com resquícios de seu pai.
Verdade que a bola continua a rolar nos campos da vida, muito além das prateleiras de troféus...