Nestas últimas noites de final de ano voltam as lembranças de tempos atrás, longe da família e na solidão da obrigação do trabalho em noites intermináveis.
Parece que ainda vejo os pingos de chuva caindo lá fora, enquanto dentro de mim sentia a falta de minha gente. Que tempos!
A experiência serviu de aprendizado, amar mais, viver mais, curtir cada minuto... Na mente, lutando com o sono, quantos versos passaram sem ao menos serem registrados em qualquer rascunho?
Como o tempo passa, quantas histórias vividas e memórias de nosso tempo. Mas a vida seguiu em frente, com todos os percalços típicos de um cidadão comum.
Semelhante aos dias atuais, o sol prossegue nascendo atrás do morro, eternizado seus raios nos olhos deste sonhador. Olho e respiro fundo, vendo muito mais que uma simples paisagem, enxergando retratos da alma e do coração.
E os pingos do olhar seguem o fluir das águas do nosso ribeirão, o mesmo que há tempos cruza o velho vilarejo. Estas águas carregam histórias alegres e tristes, verdades e mentiras de seu povo.
Mesmo estando ao lado de vocês no dia de hoje, não posso abandonar a saudade, minha eterna companheira. Afinal de contas, foi ela que me fez chegar aqui... Posso estar delirando depois de alguns goles, mas estas letras são o reflexo de minha versão dos fatos.
Da varanda olho para a rua vazia e o luar do sertão, iluminando os mesmos cantos de tempos atrás, como se a memória pudesse esquecer aqueles duros anos.
Reflito novamente nossa bela história e agradeço por estar aqui, mesmo com todos dormindo estou feliz... É na simplicidade que residi a maior das alegrias!